Por Escritora Otaku
O segundo anime
shoujo que tive contanto em minhas gravações de animes, já que o primeiro foi
“DNAngel” (e choque ao saber de que era um, anos depois) me traz lembranças
muito boas. Consigo recordar bem de como o casal principal inicia sua relação
amorosa e o que passaram para manter o namoro - desde aquela época, quando penso
em casais de animes, Yukino e Arima são constantemente lembrados, muito pelo
namoro ter ocorrido de forma natural e dos desafios que tiveram de passar a
respeito e de cada um terem seus problemas. Sei que houve romances tão rápidos
quanto “KareKano”, mas, até o momento, não superam estes dois fofos.
Reconheço que o
anime envelheceu e a frustração de não ter tido um final, nem se fosse filler,
são duas mágoas que tenho da série. Também lamento de não ter colecionado o seu
mangá, pois tenho curiosidade em saber como foi a sua trama e personagens após
o anime. Quem sabe consiga, afinal, não custa sonhar? E torço muito que lá no
Japão lembrem de sua existência e façam uma nova animação desta obra, pois ela
tem muitos méritos e dá um banho em comparação a shoujos com contexto
semelhante. Falando de semelhanças, muito tempo mais tarde, tive acesso a
“Kaichou Wa Maid-sama” e vi certas igualdades quanto ao casal deste com o de
“KareKano”, enfim, um bom anime shoujo.
Pelo seu
reconhecimento, pelo seu casal principal e de ter uma parte de sua história em
cores, “Kareshi Kanojo no Jijou” entrou definitivamente no meu Top Animes do
site. Sei que há shoujos muito melhores, no entanto, este me marcou e continua
sendo um dos animes desta demografia que tanto aprendi a gostar.
*****
Alternativo: Karekano
Ano: 1998
Diretor: Hideaki Anno
(“Neon Genesis Evangelion”)
Estúdio: Gainax
Episódios: 26
Gênero: Comédia / Drama /
Romance
De
onde saiu: Mangá, 21 volumes, finalizado.
Uma relação amorosa é uma questão bastante recorrente em séries shoujo, que
diferentes das séries shounen, conseguem enfocar o romance entre duas pessoas
das mais variadas maneiras. Quem nunca sonhou em ter um romance típico de tais
personagens, sem as esquisitices que ocorrem neste tipo de história? Muita
gente tem uma visão de enxergar o que se pode ou não ser feito durante o
namoro, mas, na maioria das vezes costumamos fantasiar e esquecemos que
encontrar aquela “alma gêmea” é um verdadeiro desafio no mundo real.
“Kareshi Kanojo no Jijou” ou “Karekano” – como é mais conhecido – é um
exemplo de como se rola um romance juvenil sem rodeios, de forma que dá pra
identificar e quem sabe, sonhar que é possível encontrarmos com a pessoa certa
ou não. A série iniciou-se no mangá, com 21 volumes encadernados e publicados
na revista LALA – bastante conhecida por publicações como “Vampire Knight” e “Kaichou Wa Maid-Sama!”, entre outros mangás – que
tem como principal público o sexo feminino. Criado pela mangaká Masami Tsuda, a
série logo conquistou o público e foi serializada nos anos de 1995 a 2005,
trazendo uma história que mistura o romance, a comédia e o drama nos momentos
certos. O mangá já foi publicado no Brasil pela Panini (com o título em
português), que trouxe este e “Eensy
Weensy Monster” – com dois volumes -, também da mesma autora,
publicado depois de “Karekano”.
E o que significa “Kareshi Kanojo no Jijou” pra começo de conversa? A
tradução do nome varia muito, contudo, seu sentido é traduzido como “A situação
dele e dela”; “As razões dela, os motivos dela” ou “Coisas de Namorados”. Todos
são significativos, principalmente o último termo que traz o que esperar a
respeito da história por si só: um romance entre dois jovens e seus momentos
juntos.
Tudo muda em um dia de domingo, quando Arima acaba indo para a casa de
Miyazawa e a depara como ela é fora da escola: a reação da jovem é de
desespero, afinal, se souberem como realmente é seria um grande problema e
acabaria com a imagem que todos têm dela mesma. Para sua surpresa, Arima não
revela o que presenciou naquele dia, e acaba propondo que ela o ajude nas
atividades escolares, tipo uma chantagem. Claro que ela aceita no começo e sem
mais, sem menos, acaba se apaixonando por ele e vice-versa. O motivo da
chantagem de Arima é justamente que ela percebesse seus sentimentos e assim,
nasce o amor entre eles.
Oh, que lindo! Um amor à primeira vista e o melhor de tudo: nada forçado ou
anormal, apenas um romance juvenil simples e direto...
Mesmo com isso, leva um tempo para Miyazawa perceber que sente o mesmo pelo
Arima, por causa de sua personalidade não permitir tal aproximação. Pouco a
pouco ela entende e começam o namoro, que passa por provações e experiências
que irão amadurecer os dois personagens, e a história prossegue mostrando o
passado deles e de outros personagens que passam a interagir com o jovem casal.
“Karekano” é muito similar aos shoujos românticos que conhecemos, todavia,
tem suas diferenças e são elas que fazem da história ser o que ela é: a
principal é o romance entre os protagonistas, mais natural e palpável, sem
anormalidades ou perfeições demais pra identificarmos; outra é a forma que os
demais personagens aparecem de acordo com o envolvimento do romance entre Arima
e Miyazawa; por último, a forma como cada personagem vive e pensa é mais
aceitável e dá pra comparar com situações reais ou similares.
O traço da série não demonstra em nenhum momento um desenho muito fofo ou
detalhista demais, sem nada que o torne comum e nem incomum: "normal"
seria o termo para o traço usado na série. E ele consegue captar o que a
história pretende mostrar ao seu público, misturando os momentos românticos,
dramáticos e cômicos na dose certa. Apesar de se tratar de uma série antiga,
“Karekano” usa este contexto pra explorar o cotidiano e a vida de cada um dos
personagens envolvidos, sem precisar enrolar os acontecimentos e seguir sua
história do início ao final.
Em termos musicais, a série tem como tema de abertura “Tenshi no
Yukibiri” cantado pela Fukuda Mai e mostra os personagens principais de forma
simples e direta, enquanto o tema de encerramento “Yume no Naka E” cantada por
Enomoto Atsuko e Suzuki Chihiro aproveita de um dos recursos visuais usados na
animação, a foto imagem pra apresentar ambientes reais ao longo da música. Destes
dois, o tema de encerramento é o mais expressivo e o curioso deste tema é que
se trata de um remake de uma música clássica do pop japonês dos anos 70.
O anime foi produzido em 1998 pela Gainax e fizeram o melhor que puderam
pra adaptar a história e realmente conseguiram. Toda a essência que existia no
mangá pôde ser animado e o espectador tem a oportunidade de conferir o que
“Karekano” tem de tão especial. Devem-se, contudo, levar em consideração dois
fatores que podem prejudicar aos que não estejam acostumados com séries
antigas: primeiro, a série teve poucos recursos de orçamento para possuir uma
melhor qualidade técnica (usando muitos truques vistos em
"Evangelion", como longos quadros estáticos, por exemplo); e segundo,
é a falta de um final para o anime em si. E o segundo fator é o que fez
“Karekano” perder o seu brilho, pois mesmo em séries cujos mangás estejam em
andamento, os estúdios até constroem um final caso haja uma possibilidade ou
não de uma nova temporada: não foi o que aconteceu nesta série.
A autora Masami Tsuda manifestou publicamente o desgosto que tinha pela
adaptação de seu mangá, algo que não agradou o diretor Hideaki Anno; como represália,
ele passou a “zoar” com o anime, adicionando elementos incoerentes na história
(como EVAs passando no fundo do cenário...), e dessa forma a animação foi
cancelada, ficando sem ao menos um encerramento típico de obra em andamento, ao
finalizar de maneira abrupta. Uma pena, pois a série tinha potencial de ser
encerrada sem precisar deixa-la inacabada: basta assistir o último episódio pra
perceber esta falta de consideração...
Claro que como dizem, a “esperança é a última que morre”, existe uma chance
da série voltar, quem sabe num remake – como “HunterXHunter” – ou fazerem um
dorama - live-action similar a uma novela – já que o mangá encerrou,
seria uma boa oportunidade de conferir a história sem enrolações. Não custa
sonharmos...
Por isso, adeptos de romances que estejam cansados de ver enrolação atrás
de outra e que querem identificar situações próximas à realidade, esta série
pode te agradar. Ou, para os que querem conhecer um anime com enfoque
romântico, “Karekano” cumpre bem o seu papel: agora, se quiserem saber como a
trama continua, é preciso ler o mangá, pois o anime abordou somente os
primeiros oito volumes e muitos fatos ocorrem após o final precoce da animação.
*****
Escritora Otaku
Esse anime pra mim é muito especial! Foi o primeiro anime legendado que vi (antes dele só tinha assistido os que passavam na TV: cavaleiros, yuyu, etc...). Isso foi há mais de uma década atrás, é até hoje é o melhor anime de comédia romântica que já assisti. É um dos meus animes favoritos, poderia dizer até que, É meu anime favorito!!!
ResponderExcluirGostaria de deixar uma recomendação de outro anime ótimo de romance: Kimi ga nozomu eien. Assistam, é muito bom!
Abraços.
Há anos assisti Karekano e ele jamais saiu do meu TOP 5. Foi o anime que revi mais vezes, embora não haja detalhes ou sutilezas que escapem à primeira assistida.
ResponderExcluirNão tive condições de acompanhar o lançamento do mangá e conhecer o restante da história. Até hoje tenho vontade de adquirir a coleção. Bom, o fato é que até assistir esse anime eu tinha preconceito com shoujos; foi devidamente demolido.