11 de julho de 2020

Fim de Temporada: Melhores Animes Primavera 2020


Após passar uma tarde brigando com a nova configuração das ferramentas do Blogger (parabéns por terem piorado quase tudo!), trago-lhes mais um post de temporada com as indicações de membros e convidados do Animecote. Tendo passado o especial de inverno em branco, Evilasio Junior se junta agora ao dono do blog que é o mais antigo parceiro nosso em atividade, o padrinho Carlírio Neto do Netoin!, que já chegou a participar uma vez desse tipo de post há quase dois anos - por outro lado, dessa vez a Escritora não pode estar presente após dar as caras por várias temporadas em sequência.


Novamente o TOP 5 (e de ambos) não será TOP 5 por certas razões - uma tal pandemia tem parcial culpa nisso -, ficando a cargo de cada um apresentar suas justificativas se necessário e comentar sobre as animações que puderam trazer aqui. São 7 títulos citados, nenhum repetido, e pelo menos para mim os textos de meus amigos já me serviu para adicionar os que ainda não conhecia à minha lista de "planejo ver" (quando isso ocorrerá é outra questão, visto que tenho tantos jogos, livros e séries em andamento...).


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Evilasio Junior


Olá! Há quanto tempo? Como estão de quarentena? Mais uma vez estou aqui para comentar os animes que mais gostei da última temporada, que dessa vez se trata da temporada de primavera de 2020 - uma temporada um tanto conturbada, com muitas séries pausadas devido a pandemia do COVID-19, mas que ainda assim nos trouxe boas surpresas. Hoje a lista está um pouco mais enxuta que de costume, contando com apenas quatro títulos, mas são excelentes séries, ao menos em minha opinião. Espero que curtam os comentários e deem uma chance a essas séries.



4º – Brand New Animal (BNA)


Já fazia muito tempo que o estúdio Trigger não me empolgava tanto. Apesar do visual de suas animações quase sempre se destacarem positivamente, o mesmo não posso dizer dos roteiros, muitas vezes nonsense, porém repetitivos em suas propostas e em suas referências, mas esse não é o caso de "Brand New Animal" (BNA). Nessa série a Trigger nos traz o que de melhor sabe fazer, que é um visual super interessante com uma ótima construção de mundo, mas com um roteiro bem mais contido uma vez que não tem tantas reviravoltas, fora no final (dois últimos episódios), onde o roteiro parece ter tomado as piores decisões, mas no fim conseguindo terminar de maneira satisfatória.


BNA nos apresenta outra versão da terra, onde animais humanoides, ou Ferais, como são chamados na série, sempre conviveram com a humanidade, mas fora do conhecimento amplo dos humanos até há pouco tempo - porém, desde que o conhecimento desses se tornou público os ferais passaram a ser perseguidos. Em meio a isso, uma cidade no Japão se mostra o refúgio perfeito para esses indivíduos, a cidade de Animalia, cuja grande maioria de sua população é composta de ferais e onde eles podem viver sem serem descriminados. É nesse lugar que a protagonista Michiru Kagemori tentará viver, fugindo da perseguição dos outros humanos. No entanto, apesar da aparência humana-tanuki, Michiru é de fato uma humana que por algum motivo se tornou uma Feral, e descobrir o porquê disso e como voltar a ser humana é seu principal objetivo, mas enquanto isso não acontece, conhecer e conviver com os Ferais em Animalia parece uma boa ideia.



O visual, a trilha sonora e a animação, que sempre são elementos muito bem explorados pelo estúdio Trigger, novamente são de altíssima qualidade. Quanto a dublagem, bem, eu posso dizer que gostei muito da dublagem brasileira, opção oferecida pelo Netlix (curiosamente vou falar de duas séries da Netflix hoje). O roteiro, como já mencionei, é bem leve, apesar de ter um subtexto bem claro falando sobre preconceitos diversos, principalmente racismo, e como isso pode gerar o fim de uma sociedade. A série pode até ser encarada como um quase Zootopia do estúdio Trigger, mas com um tom um pouco mais adulto, sem apelo sexual, o que é incomum pra o estúdio e um ponto positivo na minha opinião, mas normalizando em parte a violência (em parte). O maior problema do roteiro é que ele acaba se apressando muito na segunda metade do anime. Essa série certamente ganharia se tivesse alguns episódios a mais, pois sem dúvida Animalia é um local muito interessante e os momentos em que é mais explorada a cidade e seus habitantes são pontos muito altos no anime.


Enfim, em minha opinião, BNA é uma das séries mais gratificantes do estúdio Trigger e é uma grata surpresa desse ano. Tem seus problemas, mas seus méritos me parecem bem maiores e por isso indico fortemente que assistam.




3º – Scissor Seven - Segunda Temporada



Alguns dirão que essa série não é um anime, mas é um anime de comédia sim e dos bons, por isso é muito gratificante vir aqui falar mais uma vez dessa série de ação e comédia nada convencional chamada "Scissor Seven".


Para quem não viu a primeira temporada, "Scissor Seven" acompanha o jovem Seven, um cabeleireiro que vive na ilha dos frangos (ou Ilha da galinha, não sei ao certo) e que trabalha em meio período como assassino de aluguel, ou pelo menos “tenta” trabalhar. Enquanto a primeira temporada foi mais focada em nos mostrar a Ilha da galinha e os conceitos gerais do universo, além de nos apresentar aos personagens recorrentes e extremamente carismáticos dessa série, nessa segunda temporada o lore do protagonista e de outros personagens é explorado com mais afinco, terminando em um grande cliffhanger.


Mais uma vez a série esbanja carisma, humor e cenas de ação muito bem animadas. O visual da obra me cativou desde o princípio e o nonsense e os personagens carismáticos são a cereja no bolo dessa grande obra. Mais um ponto super positivo para a Netflix e para o Sharefun Studio.

 



2º – Kakushigoto



"Kakushigoto" é uma adaptação de um mangá homônimo, criado por Kouji Kumeta, o mesmo autor de "Joshiraku", "Katte ni Kaizou" e "Sayonara Zetsubou Sensei", o que diz muito por si só, uma vez que a série parece ter um humor muito similar ao dessas outras obras, mas com uma pitada de originalidade que o autor sempre introduz a cada nova série.


Em "Kakushigoto" nos deparamos com a inusitada história de vida de um autor de mangá de comédia, chamado Kakushi Gotou, que é especializado em mangás de humor pervertido, e que tenta com todas as suas forças esconder sua profissão da pessoa mais importante de sua vida, a sua filha Hime. Para ela, seu pai é um típico salaryman que trabalha em uma empresa (de quê? Não precisamos de tantos detalhes). Todo dia Gotou-sensei sai de terno para uma nova jornada de trabalho, e no meio do caminho aproveita pra mudar de roupa e entrar em seu estado natural de mangaká.


A série mistura um tom de comédia de coincidências e mal entendidos, que chega quase no limite do ser irritante, mas consegue ainda se manter bem humorada, com drama, mistério e muita leveza e amor paterno. Há um tanto de critica a indústria de mangás e também as pessoas que tentam parecer o que não são para obter ganhos, o que em certa medida todos nós fazemos um pouco, mas nunca é bom exagerar. Uma coisa que acabou infelizmente me fazendo sentir ainda mais empatia pelo protagonista é o fato de ele sofrer fortemente da síndrome do impostor, um “fenômeno” em que as pessoas sofrem da incapacidade de acreditarem nas suas próprias competências (algo muito comum em alunos de pós-graduação, mas isso não vem ao caso), o que acaba pautando muitas das situações da trama.


É certo que "Kakushigoto" nem sempre conseguiu me fazer rir, mas é uma série que conseguiu em todos os seus episódios me deixar apreensivo, porém feliz. É aquele tipo de anime que tem a curiosa capacidade de fazer bem, mesmo que nem sempre apresente momentos de felicidade - na verdade por vários momentos é uma série de partir o coração, mas mesmo assim, no geral, é uma série que faz bem, e por isso a indico fortemente a todos. E vale ressaltar como ponto positivo dessa série também o humor levemente incomum, as críticas bem pontuadas e os personagens carismáticos, além do belo visual e sua trilha sonora.




1º – Nami yo Kiitekure!


Tenho que admitir que possuo uma queda especial pelas comédias da  Sunrise, mas fazer o quê se o estúdio, além dos animes de mechas, é especialista em produzir boas comédias de cotidiano. Obras como "Gintama", "Danshi Kokousei no Nichijou" e "Binbougami Ga!" são apenas alguns dos muitos exemplos de séries de comédias consagradas do estúdio.  E com "Nami yo Kiitekure!" ele conseguiu novamente ao adaptar o mangá de Hiroaki Samura, também autor de "Mugen no Jounin" ("Blade, a lâmina do imortal"), que é uma ode às rádios e aquilo que de melhor só esse tipo de mídia proporciona, apesar dos podcasts tentarem também.


"Nami yo Kiitekure!" conta a história de Minare Koda, uma mulher adulta de Kansai que trabalha em um restaurante e que possui tamanha intensidade que a torna uma  interlocutora cativante, sem falar em uma pessoa super peculiar. Em um de seus momentos de bebedeira, Minare acaba encontrando o diretor de uma rádio que se encanta com a maneira especial que Minare tem com as palavras e acaba gravando um desabafo dela em relação a seu ex-namorado cafajeste. O áudio é transmitido em um programa de rádio, e isso se torna o prenúncio da jornada de Minare como apresentadora, que pode ser ouvido um vez por semana na madrugada, com o título "Nami yo kiitekure!".


Esse anime é uma joia rara, que pouquíssimos deram a atenção devida. A história é bem humorada, madura e excelente na homenagem que faz a uma mídia que cada vez parece ter menos relevância, mas que ainda segue firme e forte. A protagonista é uma das personagens mais divertidas que conheci nos últimos anos e o elenco de suporte também merece o destaque. Além disso, a série surpreende episódio a episódio, sendo difícil prever muitas vezes o que vai acontecer mesmo minutos a frente em cada episódio, algo raro em todo tipo de obra hoje em dia, onde parece que os roteiros cada vez são mais reciclados - é claro que a série não passa incólume no uso de referências, mas passa longe da previsibilidade. Em um momento podemos estar vendo uma cena romântica, em outro a luta contra um urso, e no seguinte a dura batalha pelo suado dinheiro do dia a dia. Os personagens estão longe de serem livres de falhas e isso os torna ainda mais críveis, gostáveis, ou desgostáveis. Sem sombra de dúvidas esse é um anime que merece muito ganhar mais atenção e muitos irão se divertir com ele se derem uma chance. É difícil, mas sem dúvida de todos os animes citados hoje é de longe o que mais gostaria de uma continuação. Enfim, assistam "Nami yo Kiitekure!"


Por hoje é só! E assistam Nami yo Kiitekure!


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Carlírio Neto

Saudações para você, visitante do blog Animecote.

Quem aqui escreve é Carlírio Neto, dono do blog parceiro desta casa, o Netoin!. Há cerca de três semanas um convite foi feito para a minha pessoa participar do clássico post sobre o fim de temporada animística, que o Animecote desenvolve há um bom tempo. Tradicionalmente, neste post são citados os animes que mais agradaram a cada participante, em um total de cinco obras, sempre em ordem crescente.

Contudo, desta vez não houve exatamente um problema técnico de blogueiro ou algo que tenha cometido algum estúdio em particular, mas sim uma pandemia de grande escala. Graças ao crescimento da Covid-19, diversos animes entraram em pausa ou foram postergados e, indo além, obras que estreariam em julho-2020 foram recolocadas para temporadas futuras, tudo isso visando a saúde das equipes que trabalham nestas animações. Diante disto, poucos animes da temporada de abril-2020 se encerraram, em comparação direta com a quantidade de obras que chegaram a iniciar-se no mesmo período.

 

Felizmente, dos animes vistos pela minha pessoa – que na verdade não passou de doze – a maior parte chegou ao fim, satisfatoriamente, entregando em muito daquilo que – pessoalmente – deles se esperava. Diante disto, irei aqui citar unicamente três animes. Não exatamente os que mais gostei, mas serão apresentados na ordem crescente de apreciação e, sobretudo, com um resumo de pormenores explicitando as razões deles aqui se fazerem presentes.


 

- Yesterday wo Utatte (Sing Yesterday for Me)

Origem: mangá / Estúdio: Doga Kobo / Episódios: 12 (+4 OVAs de 2 minutos cada)



"Yesterday wo Utatte" foi um exemplo daquilo que pode ser facilmente denominado como “ame-o ou odeie-o”. A sua temática central baseada em um “quadrado de sentimentos”, em uma ambientação do final dos anos de 1990, tinha o poder de atenção intrínseco e chamativo. Para um melhor resumo, sua ideia era interessante para todos, mas o desenvolvimento acabou dividindo as opiniões com maestria, pela internet afora.


Nesta obra, quatro foram os protagonistas. Haru, a moça com um corvo de estimação e bem energética e alegre, cultivava muitos sentimentos por um rapaz chamado Rikuo. Ele, que laborava em uma konbini (uma mini-loja de departamentos), sempre se via como um perdedor e nutria amor por alguém especial para si. Esta era a professora Shinako que, de maneira direta, era uma pessoa que não se permitia ser feliz e que, por efeito colateral, acabava fazendo com que pessoas próximas a ela também não fossem tão felizes assim. Não causando lá muita surpresa, um jovem nutria afeição – que sempre estava no limiar entre o “familiar” e o “carnal” - por ela, sendo este o caso do Rou que, entre outras coisas, era sempre protegido e bem cuidado pela já citada professora.


O parágrafo acima, ainda assim, não fornece uma bela dimensão sobre para onde se deslocaria "Yesterday wo Utatte", isto porque muitos caminhos eram passíveis de darem certo. Este ponto era o de maior atração para este anime. Contudo, e inserido neste mesmo estigma, estava também a grande área de retração para esta animação, estando ela no fato de que os personagens aparentavam não permitir avançar em seus anseios e que, ainda pior, quando o faziam não era exatamente da maneira mais correta ou que apresentava – minimamente – a melhor justificativa para tanto. Talvez você possa, ou prefira, resumir isto melhor como um círculo de mals entendidos.


Para este humilde blogueiro, tudo descrito no parágrafo acima serviu para mostrar o apreço pessoal pelo anime em pauta. Em uma interpretação singular, o telespectador pode possuir uma vivência prévia ou, ao menos, se ver inserido em uma das casualidades mostradas em "Yesterday wo Utatte". Nesta perspectiva, obviamente a raiva vem à tona e tratar as ocasiões como “uma conversa resolveria” se torna a mais palpável para solucionar, basicamente, toda e qualquer ponta presente neste anime. Isto na premissa clara de se avaliar o todo por fora.



Estando imerso naquela ambientação e enredo, além de pessoalmente possuir certos fundamentos comportamentais que – em uma parte – assemelham-se aos mostrados no anime, é correto também afirmar que uma conversa não resolveria tudo. As ocorrências de "Yesterday wo Utatte" mostram uma fragilidade constante dos personagens, sobretudo na Haru, Rikuo e Shinako, cujos sentimentos e linhas de pensamento estão em constante conflito. Existem ali receios quanto a se machucar e magoar um terceiro, por exemplo. Mesmo que algumas ações tomadas durante a obra tenham machucado os personagens, em diferentes níveis, para a minha pessoa não havia ali uma solução fácil. No final, o anime teve um encerramento satisfatório que, embora tenha mostrado que certos receios ainda prevaleceram para parte de seu elenco, alguma coisa acabou evoluindo.


Tecnicamente, o anime se saiu bem. Embora a animação dos personagens tenha sido básica, foi fluída. A ambientação é bonita, com cenários bem desenhados e mostrando de maneira positiva a realidade de a quase 25 anos atrás. Boas atuações dos dubladores e, diretamente, com temas musicais chamativos, em especial nos encerramentos.



- Arte (Arte)

Origem: mangá / Estúdio: Seven Arcs / Episódios: 12

 


Período Renascentista, quando grandes nomes das artes acabaram aparecendo para, a partir desta época, serem conhecidos e imortalizados por todo o planeta, serviu como ambientação e base de enredo para o anime que, agora, será a pauta deste texto para você, visitante. Diga-se de passagem, a obra em si não foi exatamente perfeita no seu ensejo, mas foi muito interessante de se assistir e, com base nisto, teve carisma e um bom fluxo de história, o que na somatória final muito auxiliou em uma recomendação positiva de minha parte.


O anime em pauta apresentou uma jovem que, por “coincidência do destino”, recebeu o nome de Arte. Ela é a filha única de uma família de nobres residentes na cidade italiana de Florença que, como passatempo, recebe aulas de desenho e pintura - aliás, ela as pratica com assiduidade e esmero. Porém, com o falecimento de seu pai – que muito a ajudava com o passatempo – e por conta da situação econômica da família não estar muito bem, sua mãe se livrou de boa parte dos trabalhos artísticos da filha, no intuito de prepará-la para os únicos destinos que uma mulher tinha naquela sociedade: ser uma boa esposa sustentada pelo marido, ou acabar em um convento de freiras.


A partir deste ponto, a jovem Arte se recusou a fazer parte desta linha de destino e buscou, a sua forma, mostrar seus desenhos para mestres pintores que pudessem aceitá-la como aprendiz. Com muitas respostas negativas e, logo após uma inusitada situação, Arte recebeu uma tarefa de um homem chamado Leo. Ele a aceitaria como aprendiz em seu atelier, desde que ela executasse um difícil trabalho que, para a sua surpresa, foi correspondido com imensa qualidade. Daqui em diante começam as grandes aventuras da Arte em se tornar uma pintora, visando alcançar seus anseios e poder sobreviver por si mesma.


Contudo, absolutamente nada no anime foi fácil. Desnecessário enfatizar que enfrentar a sociedade da época, por si só, já seria uma batalha das mais temíveis, ainda mais sendo uma mulher e sabendo como o sexo feminino era visto e tratado, em especial para a dita nobreza. Indo além, não foram raras as vezes nas quais a jovem Arte teve que desafiar a si mesma, superando barreiras quanto a sua força física, conflitos emocionais e, sobretudo, tentando – ao máximo possível – não se deixar abater pelos comentários negativos que recebia, gradativamente.


Ainda bem que a Arte teve uma ótima ajuda, e não apenas do Leo. Diversos outros personagens a auxiliaram no que diz respeito à expansão dela como pessoa, tendo em vista novos horizontes, incluindo nisto até ir para Veneza trabalhar como tutora. Tudo isto fez a personagem em questão ganhar mais força, não mais se sentir amedrontada pelos receios e, ao seu melhor estilo, mostrar ter muita confiança quanto àquilo que realmente busca para o seu futuro.


Tecnicamente, "Arte" foi um anime bem trabalhado, mas esteve distante de causar grande impacto. O desenho dos cenários é belíssimo, sem exagero algum nesta afirmativa, e a animação dos personagens esteve bem nítida e fluída. Contudo, a obra em pauta teve severas críticas quanto ao visual de personagens que, em parte, pouco pareciam serem italianos do Período Renascentista. Ainda assim, mesmo com tais pontos negativos, "Arte" merece ser apreciado e sua recomendação é deveras positiva.

 


- Honzuki no Gekokujou 2nd Season (Ascendance of a Bookworm Part 2)

Origem: light novel / Estúdio: Aija-Do / Episódios: 12



Tendo aparecido inicialmente em 2019, "Honzuki no Gekokujou" já era apresentado como um anime chamativo e muito interessante de ser acompanhado, sobretudo por seu enredo que misturava ideias de sociedade em uma realidade diferente – embora próxima - do mundo conhecido, em meio a paixão pelos livros vindas diretamente de sua personagem principal, a pequena Myne. O fato de ela ter “renascido em espírito” neste mundo diferente, pois na realidade a jovem era uma adulta que vivia em Tóquio na Terra conhecida, trouxe consigo seus conhecimentos que ela tinha de sua vida passada, embora este ponto – de existência anterior – não fosse conhecido por ninguém além dela.


Nesta continuação direta, "Honzuki no Gekokujou 2nd Season" manteve – para o bem ou para o mal – tudo aquilo que já vinha de sua temporada predecessora, em termos técnicos. Ou seja, a animação básica mas fluída, a ambientação competente, e os personagens com desenho e coloração drasticamente “frias”, raramente com aspectos como sombra ou diferenciação de tonalidade. E acredite, visitante do Animecote, que isto não é visto pela minha pessoa como ponto negativo, uma vez que o anime em pauta é de baixo orçamento e que, ainda assim, não é feio de ser ver e que em nada tais pontos atrapalham a experiência em se assistir ao mesmo.


Quanto ao enredo, "Honzuki no Gekokujou 2nd Season" reinicia exatamente de onde parou anteriormente. Agora, a Myne está adornada pelos robes azuis, normalmente ligados à nobreza, graças ao seu Mana extremamente poderoso. Indo estudar e realizar tarefas diversas na Catedral, a pequena protagonista nota de frente os severos contrastes de classes da sociedade em que está inserida, sobretudo pelo fato de que a própria Myne terá que se adequar a tais regulamentações. Ter empregados, dar a eles comida e delegar tarefas, gerenciar conflitos, trazê-los para si e mostrar ser uma pessoa confiável são alguns dos pontos trabalhados pela Myne, ao longo desta segunda temporada do anime. Isto sem esquecer a sua realidade como plebe naquele lugar, com sua família e ao lado de pessoas sempre dispostas a ajudá-la, como seu amigo Lutz e o mercador Benno.


Contudo, a maior parte da sequência deste anime se passa mesmo é na Catedral. É ali que novidades ocorrem, ao mesmo passo no qual a Myne fica em constante observação e, doravante a isto, certo perigo para si mesma. Aliás, a interação da pequena adoradora de livros com o Ferdinand aumentou consideravelmente, por razões bem óbvias e explanadas nos parágrafos acima. Alguns conflitos ocorreram, o que era esperado. Entretanto, o rapaz começou a compreender melhor a Myne e a saber mais sobre ela, por mais que certas ideias equivocadas da parte dele, sobre um pressuposto perigo que a jovem representa pela sua Mana, continuem existindo e só aumentam.


Tenha a certeza de que "Honzuki no Gekokujou 2nd Season" foi competente, até além do esperado, mesmo com os pontos negativos da área técnica já citados. Um anime interessante, com personagens que esbanjam um carisma de alto nível e, sobretudo, pela irrefutável certeza de que uma terceira temporada deverá aparecer no próximo ano. Aguardar, portanto, é preciso.


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3 comentários:

  1. Dos animes comentados só assisti BNA , Kiitekure , kakushigoto , gostei bastante de BNA assisti inteiro em japonês e agora estou terminando de ver o da netflix , ótimo ouvir o dublador do Koennma novamente , a tematica não podia ter vindo em epoca melhor , Kiitekure adorei a Minare , mas conviver com ela deve ser complicado , Kakushigoto , muito bonito a relação do desenhista e a filha , o bom é que os animes só retratam a parte boa de cuidar de crianças ......

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    1. Saudações

      Nobre Ismael, Kakushigoto tinha a distinção de falar do envolvimento entre pai e filha no conceito base da obra. Ele tentando esconder o trabalho da filha, e ela revelando que também tinha um segredo no final. As situações da obra foram ótimas e bem trabalhadas.

      Quanto a Kiitekure, achei ótimo que o Evilásio dele falou. E igual a ele, foi um dos melhores da temporada para mim (se bem que, para o nobre citado, deve ter sido o melhor ou o segundo no top dele). A Minare é uma personagem bem complexa, divertida e interessante.

      Até!

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  2. kakushigoto ótimo anime

    bom post, me interessei por Arte e Nami yo Kiitekure.

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