Por Escritora Otaku
E se resume assim a minha experiência com “Princess
Tutu”, um shoujo do qual simplesmente me apaixonei e cujo enredo dificilmente será visto em animes atuais ou antigos - acreditem, pois somente vendo dá pra entender
o que quis dizer. E tem algo que gostaria de comentar sobre o tipo de anime do
qual representa: os que puderam assistir alegam que é um mahou shoujo e não
concordo muito com isto. Apesar de ter elementos deste estilo de história, ele
não segue completamente a cartilha de uma - pra mim, a série lembra mais os
famosos contos de fadas. Uma opinião pra resumir...
Ao lado de outros quatro animes shoujo, “Princess
Tutu” entra na lista com todas as pompas que apresenta do começo ao seu final.
E se querem saber como me conquistou, a resenha dará as possíveis respostas
deste conto de fadas em animação.
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Ano: 2002
Diretor: Junichi Sato ("Amanchu!", "Aria The Animation", "Kaleido Star")
Estúdio: Hal Film Maker
Episódios: 38
Gênero: Comédia / Fantasia / Romance
De todas as histórias que muitos leem ou conhecem
por aí, os contos de fadas fazem parte da vida das pessoas: Trazendo enredos
fantásticos, personagens que encaram desafios, lições de moral, grandes perigos
e desventuras, quem nunca sonhou ou imaginou em estar em tais momentos? Pra
muitos, isto lembra as produções animadas da Disney, das quais, antes de ser
substituída pelos longas de animação 3D da Pixar, encantavam e ainda fazem este
efeito apesar dos anos passados - afinal, o estúdio do Mickey se consagrou em
adaptar, ao seu jeito, parte destas histórias. Ainda bem que tais obras estão virando
longas metragens de carne e osso, pra reviver um pouco desta nostalgia tão
gostosa e agradável.
O que poucos sabem é que os contos de fadas que
temos acesso eram histórias para adultos, ou seja, seus conteúdos não tinham
nada de infantil - pode ser chocante saber disto, e claro que conforme o tempo passou elas sofreram mudanças e transformaram nos contos de fadas que tanto conhecemos. Muito
se deve a certos autores (Charles Perrault, Irmãos Grimm e Hans Christian Andersen, entre outros) que por meio de pesquisas ou criando, trouxeram estas
histórias para um público maior. E graças ao esforço de tais autores, outros se
inspiram em criar ou expandir este universo, seja para os mais novos ou então aos mais velhos.
É numa mistura de tais contos com balé clássico regados a um tom fantasioso em sua estética que “Princess Tutu” se revela em seus
episódios. Antes de contar o enredo, temos de conhecer a história que rege um
antigo conto exclusivo para esta série e que tudo faz sentido - todo o plot
oferecido tem ele como parte fundamental e a graça neste conto de fadas
animado.
A história se chama “O Príncipe e o Corvo”. Era uma
vez um Príncipe que era amado pelo povo e possuía um coração grande, cuja
bondade deixava a todos uma sensação de amor fraternal - muitos queriam conquistar toda a atenção dele e havia alguém que detestava o personagem, um
Corvo que se alimentava dos corações puros. Houve a luta entre eles e pra
evitar que o Corvo causasse um mal maior, o Príncipe o selou com seu próprio
coração, fragmentando-o em pedaços. Fora estes dois personagens, outros dois se
destacavam nesta história, dentre os quais um Cavalheiro que se sacrificou pra manter o Príncipe
vivo e uma bailarina (pouco citada no conto) que é a personagem-título do
anime.
Tendo em mente este conto, fica mais fácil pra
entender o enredo da série: numa cidade onde humanos e animais morfológicos
vivem em harmonia, temos nossa protagonista, Ahiru. Ela é uma garota de
personalidade abobalhada, de bom coração e divertida que frequenta uma escola
de artes, sendo o balé o principal curso a ser oferecido (os uniformes dos
alunos tem um estilo que lembra tal dança), e havendo o detalhe de que ela não é uma das melhores alunas,
se atrapalhando toda nos passos. Como muitas das garotas, Ahiru é apaixonada pelo
rapaz mais bonito da escola, Myuuto, que está sempre acompanhado pelo melhor
amigo Fakir, este último dotado de um estilo bem fechado de ser. O que descobrimos é que
Ahiru é na verdade uma patinha – seu nome significa pato em japonês – que tem
o poder de se transformar em "Princesa Tutu" e recuperar os fragmentos do coração
do Príncipe, no caso, do Mytho.
O caso é uma missão da qual ninguém se oferecia
pra cumprir, cabendo a uma patinha fazer o necessário a fim de que a história pudesse terminar. Acontece que haverá empecilhos com o Fakir (que sabe da real
identidade do Mytho, ao menos no começo) e de Rue - garota que além de dançar
muito bem e saber da verdade sobre Mytho, tem uma quedinha por ele e é a
Princesa Kraehe, filha do Corvo, rival de Tutu. Temos assim o quarteto
principal que dita as regras do enredo apresentado, cada um querendo viver a
sua vida e alcançar os seus maiores sonhos. Conforme se desenrola a trama, descobrimos
um plano maior e os segredos por trás da história do Príncipe e do Corvo, cujo
final jamais pode ser concluído com êxito.
Há elementos que torna “Princess Tutu” uma história
fora dos padrões conhecidos em animes de fantasia: o principal é o clima de
contos de fadas misturado com balé e música clássica, que rege no contexto dos
episódios e em sua trama, dando uma personalidade única. Outro fator é que pra
recuperar os fragmentos do coração do príncipe, há o uso da dança em si, onde
vemos Princesa Tutu e outros personagens dançando, trazendo à tona os sentimentos
escondidos e uma solução pra acabar com os dilemas, a maioria ocasionada pelos
fragmentos de coração. E por último, a atuação do elenco de personagens que
colocam a dramaticidade e fantasia numa coisa só, revelando momentos alegres,
tristes, angustiantes e sonhadores na trama abordada.
A animação em si coloca tais elementos com um
traço shoujo simples e fantástico, havendo destaque para o visual das duas princesas,
Tutu e Kraehe, lembrando dos animais que representam (pato e corvo) e na forma
que a dança é apresentada, seja delas, seja dos demais personagens. Há alguns
pontos que lembra os “mahou shoujo” (as transformações, o clima fantasioso, a
conversa pra atingir o coração das pessoas), só não é uma regra geral quanto ao uso de tais elementos na história. O enredo é dividido em duas fases, sendo uma a
empreitada de Ahiru/Princesa Tutu em seguir com sua missão e a outra, os
segredos por trás do conto do Príncipe e do Corvo.
Vemos como tema de abertura “Morning Grace” e de encerramento “Although My Love is Small”, ambas cantadas por Ritsuko Okazaki. A abertura possui os elementos de música clássica e fantasia, enquanto o
encerramento é mais calmo e tranquilo, sendo os dois bem marcantes para a série.
Destaque para a abertura, cujo ritmo é um encanto de se ouvir.
Com uma história destas, mesmo sendo um tanto
desconhecido, “Princess Tutu” o levará para um conto de fadas animado com
personalidade e um estilo bastante único. Acompanhar Ahiru e companhia nesta
história pode ser uma experiência que dificilmente terá em animes de fantasia
como vemos por aí.
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Ah,como eu amo esse anime!Sou apaixonada por contos de fadas e fábulas,então logo me apaixonei por este anime.E o balé é meu estilo de dança favorito,então isso me fez gostar ainda mais do anime.Fora que desconheço outros animes que falam de balé.A cada episódio eu só ficava cada vez mais encantada com essa nova versão desses contos que tanto conhecemos e amamos.Confesso que demorei á gostar dos personagens mas com o tempo eles foram me cativando.A abertura sempre me emociona,ainda mais sabendo que a cantora(muito talentosa) faleceu.Enfim,um lindo anime que qualquer fã de fantasia(ou shoujo) deveria assistir.Excelente resenha!
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