Por Tadashi Katsuren (Gabriel Katsu)
Quando fiquei a decidir exatamente qual anime escolheria para este pequeno quadro experimental de postagens semanais
comentando os episódios que fossem lançados, encontrei-me num belo
dilema: Qual obra escolher? Fiquei incerto, principalmente pelo fato de que não
queria ser levado a pensar alguma coisa que a obra não é. Para isso, era
preciso discernir e ter uma boa imparcialidade sobre o anime escolhido. A
decisão ficou, portanto, a cargo de um requisito: Não pode ser um anime cuja
história tenderá, logo no primeiro episódio, a me levar a gostar dele e gerar
uma hype sobre o seu lançamento, como
também não pode ser um anime cuja história tenderá, de igual modo já no primeiro episódio,
a me levar a odiar ele e gerar uma certa aversão.
Sobre essa ótica, e já avisando que as impressões
guardam spoilers dos episódios citados e de anteriores, a escolha ficou com:
RE:Zero kara Hajimeru Isekai Seikatsu
Por causa do aguardo para a segunda semana de
lançamentos de episódio, esta postagem especialmente guardará impressões sobre
o primeiro episódio e o segundo episódio da série. Então, vamos lá:
Acompanhamos nosso personagem principal Subaru Natsuki quando ele foi subitamente teleportado para um mundo de ficção. A
cena inicial já mostra um pouco do mistério
que a série aparentemente quer injetar na mente de quem assiste, com breves
cenas demonstrando o próprio personagem principal numa possível situação de
risco futura pouco antes de já joga-lo no novo mundo, e fazendo
breves menções ao seu jeito de pensar bem como a sua situação social.
A partir daí, as reações de Subaru são um tanto
curiosas e irreais, chegamos nisso mais tarde, por ora vale a narração: Entrando
nesse novo mundo e tentando entender o que ocorre, ele percorre a cidade,
conhece um pouco do comércio e sociedade. Em sua mente, Subaru se vê como o
protagonista de um desenho animado ou de um jogo, assistindo as coisas que
acontecem à sua volta como roteiros de uma história programada (o que é a
realidade, né, mas ok). Depois de algumas poucas decepções e desentendimentos,
Subaru termina num beco para descansar e pensar no que fazer, para logo depois
ser abordado por três delinquentes.
Neste ponto a história dá um passo adiante,
apresentando dois novos personagens e algumas características do protagonista.
Descobre-se em breves sequências de combate que Subaru, por ser alguém com muito
tempo livre e geralmente antissocial (hikikomori
autodeclarado), treinou bastante o corpo e tem até que capacidades físicas boas
para alguém do seu tamanho, mas nada anormal, apenas porte físico. No momento
seguinte encontramo-nos com duas personagens nas quais o enredo está
diretamente entrelaçado: A ladra Felt,
que passa correndo com uma insígnia, item roubado; e logo em seguida Satella, que foi roubada e corre atrás
do que lhe pertence (bem como o pequeno espírito Pack).
A cena se desenvolve com um certo grau de comédia. E
no seu correr a garota roubada ajuda Subaru com os marginais, fator pelo qual
em troca, Subaru se oferece para ajudar a garota para procurar a ladra, uma vez
que vira seu rosto e poderia identifica-la. As cenas seguintes seguem com certa
interação entre os dois personagens e gastam boa parte no episódio em cima
disso, até que finalmente descobrem algumas pistas para encontrarem o paradeiro
da ladra, indo até o subúrbio da grande cidade onde estão.
Adentrando na periferia, Subaru e Satella descobrem
que provavelmente obteriam pistas da garota junto ao velho Rom, talvez até conseguindo negociar
com ela mesma sobre o item perdido. Seguindo adiante, encontram a casa indicada
e Subaru se oferece a entrar primeiro para negociar. A grande reviravolta
acontece aí.
As cenas de relance que ocorrem logo no início do
episódio, em curtos takes de menos de
um segundo são todos relacionados diretamente a esta aqui, na qual Subaru e
Satella são atacados por um inimigo nas sombras, até que chega-se na exata cena
em que o protagonista está caído no chão, próximo da morte. Tudo fica turvo e
aí BAM! Viagem no tempo. Vemos nosso
protagonista na cena que ele mesmo protagonizou horas antes no mesmo dia.
Se vendo na chance de mais uma vez refazer a história
do jeito certo (embora ele não perceba que tenha exatamente voltado no tempo), o caminho que ele faz
desta vez explora agora outros personagens. Indo direto para a casa de
negociações atrás de respostas, Subaru encontra-se com Rom e conversa com ele
sobre querer negociar a insígnia. No fim, usando seu celular como barganha,
Subaru encontra-se mais tarde com Felt que aceita que ele participe das
negociações tentando adquirir o item roubado de Satella. O acontecido seguinte
é praticamente a mesma repetição de sua última tentativa de recuperar o item,
em que o assassino surge e revela-se pronto para matar tudo e todos pelo objeto que buscava ali, que agora torna-se bem claro qual é.
Em adendo, encontramos novas cenas de combate bem animadas nesta parte. O primeiro episódio termina com outra volta no tempo, assim que ele morre mais uma vez, que nos mostra como funcionará a habilidade do personagem principal e de como ela provavelmente será usada.
Em adendo, encontramos novas cenas de combate bem animadas nesta parte. O primeiro episódio termina com outra volta no tempo, assim que ele morre mais uma vez, que nos mostra como funcionará a habilidade do personagem principal e de como ela provavelmente será usada.
Começamos, então, finalmente o episódio dois! Nesse, depois de reencontrar Satella andando pela rua e presenciar toda a
cena do roubo de Felt, Subaru nota que ninguém o reconhece e que tudo que ele
usou anteriormente ainda estava consigo. Atrasado (e depois de mais uma morte
inútil), o protagonista tem noção que pode voltar no tempo para tentar refazer
suas ações do jeito correto e salvar pessoas de serem mortas. Em uma breve
apresentação conhecemos um aparentemente justo e correto cavaleiro chamado Reinhard, que ajuda Subaru com os
delinquentes nessa linha temporal. Mas nada de mais é introduzido, além de um
pedido para que, caso ele encontrasse uma garota de cabelos prateados, a
informasse para que não fosse para a casa de itens e trocas do velho Rom.
Nesta linha temporal, Subaru tenta correr mais uma vez
para a casa de itens e trocas para negociar com Felt. Mas, desta vez, tendo o
plano de conseguir realizar a troca antes da chegada do assassino, para que
fosse evitado o encontro que ocorreria mais tarde. O ato foi cortado no meio
quando Felt não aceita a troca tão apressadamente ao mesmo tempo que Satella
aparece no salão, finalizando assim o segundo episódio.
Vamos, agora, levantar algumas impressões quanto a
estes dois primeiros episódios:
* O primeiro teve seus 40 e tantos minutos,
mas foram necessários para se apresentar exatamente o título do anime, bem como
uma prévia sobre como ele tratará daqueles assuntos. Mesmo assim, ainda há
muita coisa para ser explicada, motivo pelo qual havemos sorte de termos 25
episódios pela frente. Provavelmente em apenas 12 ficaríamos com muitas pontas
soltas (não que isso signifique que com 25 tenhamos arcos perfeitos e história
finalizada, mas pelo menos mais informação e tempo para o desenvolver de uma
boa narrativa).
* É bem difícil comprar o carisma do protagonista.
Pelo menos para mim. Em certos momentos, vemos ele tomando decisões e atitudes
muito atípicas ao que uma pessoa normal faria, como quando ele chega no novo
mundo, ponto no qual sempre vemos estas ações serem embasadas no seu
conhecimento de mundos fantásticos graças ao fato de ser um nerd. E em outros
momentos, encontramos uma extrema deficiência em vê-lo realizando as ações mais
efetivas, com linhas de enredo que mostram claramente que aquelas ações
estúpidas são apenas para que a história desenvolva-se por um determinado
caminho. É uma das clássicas falhas que vemos em muitos animes que são
adaptações de novels. Essas forçadas de barra me irritam um pouco, tanto para o
lado de tudo parecer muito normal, quanto para o lado do protagonista não tomar
ações mais efetivas.
* O enredo de jogar um NEET, um Hikikomori, um Otaku
em um mundo de fantasia medieval é algo bem batido nas animações japonesas, bem
como em mangás, jogos e novels. É muito fácil você se ver refletido num
personagem que é parecido com você, é assim que funciona o mercado japonês
nesse sentido quanto às criações de enredo e personagem. Todavia, a
utilização de um personagem cujo poder é voltar no tempo toda vez que ele morre, é algo que não me recordo de
encontrar nesse background. Não é o
bastante para eu hypar essa série, mas o suficiente de longe para eu
demonstrar interesse quanto a onde o enredo vai seguir.
* Mesmo imbuídos em estereótipos, os personagens de
modo geral tem lá a sua empatia, seja por causa da animação, do traço, do
seiyuu ou do próprio roteiro, eu não me sinto fora de uma maior imersão com
eles. Não houve ainda tempo para me afeiçoar, é claro, mas acredito que com
essa gama de personagens e um bom desenvolvimento, é possível que goste deles a
ponto de não me incomodar com as atitudes e cenas clichês.
* Fomos apresentados a uma figura antagonista nestes 2
episódios que pode se comprada como empática de início. Ainda mais se for levada
em conta a suposição que ela é só uma primeira etapa, um primeiro obstáculo por
trás de algo muito maior. Que naturalmente envolve também a história da
protagonista Satella, dado o fato de sua busca pela insígnia. Outro ponto que
nos liga bastante à protagonista é a questão de que o nome que deu para Subaru
fora o nome de uma das bruxas mais malditas daquele mundo. Mais uma coisa a ser
explicada.
* E, por fim, a opening desse anime está SENSACIONAL!
Ou pelo menos eu gostei bastante, havendo ótimas menções para como a habilidade do
protagonista funciona e como ele margeia todos os outros personagens usando
dela. Contudo, há uma certa incerteza de minha parte sobre de que modo será
desenvolvida a história uma vez que temos um harém montado logo na abertura, com
personagens que ainda sequer apareceram. Talvez o ato de expandir o anime para
tantas gamas de personagens a fim tentar explorar todas possa prejudicar o
desenvolvimento da história. Espero do fundo do meu coração que não.
Por fim, peço sinceras desculpas pelo tamanho deste post de impressões, que deveriam ser
bem mais concisos e rápidos, mas o fato é que nos deparamos com um episódio com
extensão de 2 e mais o segundo episódio para ser analisado ao mesmo tempo. Fora o
fato de que este é o primeiro episódio, em que precisei introduzir um pouco do
mundo e de como eu o vi. Se tudo ocorrer
bem, as postagens semanais analisando e dando minhas impressões sobre cada
episódio virão pontuais. E se caso você quiser saber um pouco mais deste anime,
bem como de sua fonte de adaptação, o post especial Temporada de Primavera 2016 do Erick Dias pode
lhe ser de bastante agrado, já que ele leu um pouco da versão mangá e também comentou
sobre suas impressões por lá.
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Pessoalmente eu curti muito o protagonista. O maior problema é que nos primeiros episódios ele tava atordoado com todos os eventos que aconteceram e por isso ele acaba tomando atitudes bem irregulares. Porem, no episodio 2 ele realmente me irrirou em muitos aspectos, afinal ele realmente já tinha noção do que estava acontecendo mas continuou fazendo besteira.
ResponderExcluirMe pergunto por quanto tempo vamos ficar nesse loop do primeiro dia. A historia já me deu motivos para me afeiçoar aos personagens, mas todos esses resets me frustram porque os laços entre os personagens acabam se rompendo e mais tarde teremos que passar pela fase deles se tornando amigos denovo
Olha, considerando o que li da versão mangá (pois a light novel teve a tradução cancelada após 1 capítulo), esse arco deve acabar no próximo episódio, isso se não o esticarem para 4, o que seria difícil.
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