12 de abril de 2016

Comentários semanais: Re:Zero kara Hajimeru Isekai Seikatsu #1 e #2


Por Tadashi Katsuren (Gabriel Katsu)

Quando fiquei a decidir exatamente qual anime escolheria para este pequeno quadro experimental de postagens semanais comentando os episódios que fossem lançados, encontrei-me num belo dilema: Qual obra escolher? Fiquei incerto, principalmente pelo fato de que não queria ser levado a pensar alguma coisa que a obra não é. Para isso, era preciso discernir e ter uma boa imparcialidade sobre o anime escolhido. A decisão ficou, portanto, a cargo de um requisito: Não pode ser um anime cuja história tenderá, logo no primeiro episódio, a me levar a gostar dele e gerar uma hype sobre o seu lançamento, como também não pode ser um anime cuja história tenderá, de igual modo já no primeiro episódio, a me levar a odiar ele e gerar uma certa aversão.

Sobre essa ótica, e já avisando que as impressões guardam spoilers dos episódios citados e de anteriores, a escolha ficou com:



RE:Zero kara Hajimeru Isekai Seikatsu

Por causa do aguardo para a segunda semana de lançamentos de episódio, esta postagem especialmente guardará impressões sobre o primeiro episódio e o segundo episódio da série. Então, vamos lá: Acompanhamos nosso personagem principal Subaru Natsuki quando ele foi subitamente teleportado para um mundo de ficção. A cena inicial já mostra um pouco do mistério que a série aparentemente quer injetar na mente de quem assiste, com breves cenas demonstrando o próprio personagem principal numa possível situação de risco futura pouco antes de já joga-lo no novo mundo, e fazendo breves menções ao seu jeito de pensar bem como a sua situação social.


A partir daí, as reações de Subaru são um tanto curiosas e irreais, chegamos nisso mais tarde, por ora vale a narração: Entrando nesse novo mundo e tentando entender o que ocorre, ele percorre a cidade, conhece um pouco do comércio e sociedade. Em sua mente, Subaru se vê como o protagonista de um desenho animado ou de um jogo, assistindo as coisas que acontecem à sua volta como roteiros de uma história programada (o que é a realidade, né, mas ok). Depois de algumas poucas decepções e desentendimentos, Subaru termina num beco para descansar e pensar no que fazer, para logo depois ser abordado por três delinquentes.

Neste ponto a história dá um passo adiante, apresentando dois novos personagens e algumas características do protagonista. Descobre-se em breves sequências de combate que Subaru, por ser alguém com muito tempo livre e geralmente antissocial (hikikomori autodeclarado), treinou bastante o corpo e tem até que capacidades físicas boas para alguém do seu tamanho, mas nada anormal, apenas porte físico. No momento seguinte encontramo-nos com duas personagens nas quais o enredo está diretamente entrelaçado: A ladra Felt, que passa correndo com uma insígnia, item roubado; e logo em seguida Satella, que foi roubada e corre atrás do que lhe pertence (bem como o pequeno espírito Pack).


A cena se desenvolve com um certo grau de comédia. E no seu correr a garota roubada ajuda Subaru com os marginais, fator pelo qual em troca, Subaru se oferece para ajudar a garota para procurar a ladra, uma vez que vira seu rosto e poderia identifica-la. As cenas seguintes seguem com certa interação entre os dois personagens e gastam boa parte no episódio em cima disso, até que finalmente descobrem algumas pistas para encontrarem o paradeiro da ladra, indo até o subúrbio da grande cidade onde estão.

Adentrando na periferia, Subaru e Satella descobrem que provavelmente obteriam pistas da garota junto ao velho Rom, talvez até conseguindo negociar com ela mesma sobre o item perdido. Seguindo adiante, encontram a casa indicada e Subaru se oferece a entrar primeiro para negociar. A grande reviravolta acontece aí.


As cenas de relance que ocorrem logo no início do episódio, em curtos takes de menos de um segundo são todos relacionados diretamente a esta aqui, na qual Subaru e Satella são atacados por um inimigo nas sombras, até que chega-se na exata cena em que o protagonista está caído no chão, próximo da morte. Tudo fica turvo e aí BAM! Viagem no tempo. Vemos nosso protagonista na cena que ele mesmo protagonizou horas antes no mesmo dia.

Se vendo na chance de mais uma vez refazer a história do jeito certo (embora ele não perceba que tenha exatamente voltado no tempo), o caminho que ele faz desta vez explora agora outros personagens. Indo direto para a casa de negociações atrás de respostas, Subaru encontra-se com Rom e conversa com ele sobre querer negociar a insígnia. No fim, usando seu celular como barganha, Subaru encontra-se mais tarde com Felt que aceita que ele participe das negociações tentando adquirir o item roubado de Satella. O acontecido seguinte é praticamente a mesma repetição de sua última tentativa de recuperar o item, em que o assassino surge e revela-se pronto para matar tudo e todos pelo objeto que buscava ali, que agora torna-se bem claro qual é. 

Em adendo, encontramos novas cenas de combate bem animadas nesta parte. O primeiro episódio termina com outra volta no tempo, assim que ele morre mais uma vez, que nos mostra como funcionará a habilidade do personagem principal e de como ela provavelmente será usada.


Começamos, então, finalmente o episódio dois! Nesse, depois de reencontrar Satella andando pela rua e presenciar toda a cena do roubo de Felt, Subaru nota que ninguém o reconhece e que tudo que ele usou anteriormente ainda estava consigo. Atrasado (e depois de mais uma morte inútil), o protagonista tem noção que pode voltar no tempo para tentar refazer suas ações do jeito correto e salvar pessoas de serem mortas. Em uma breve apresentação conhecemos um aparentemente justo e correto cavaleiro chamado Reinhard, que ajuda Subaru com os delinquentes nessa linha temporal. Mas nada de mais é introduzido, além de um pedido para que, caso ele encontrasse uma garota de cabelos prateados, a informasse para que não fosse para a casa de itens e trocas do velho Rom.


Nesta linha temporal, Subaru tenta correr mais uma vez para a casa de itens e trocas para negociar com Felt. Mas, desta vez, tendo o plano de conseguir realizar a troca antes da chegada do assassino, para que fosse evitado o encontro que ocorreria mais tarde. O ato foi cortado no meio quando Felt não aceita a troca tão apressadamente ao mesmo tempo que Satella aparece no salão, finalizando assim o segundo episódio.


Vamos, agora, levantar algumas impressões quanto a estes dois primeiros episódios:


O primeiro teve seus 40 e tantos minutos, mas foram necessários para se apresentar exatamente o título do anime, bem como uma prévia sobre como ele tratará daqueles assuntos. Mesmo assim, ainda há muita coisa para ser explicada, motivo pelo qual havemos sorte de termos 25 episódios pela frente. Provavelmente em apenas 12 ficaríamos com muitas pontas soltas (não que isso signifique que com 25 tenhamos arcos perfeitos e história finalizada, mas pelo menos mais informação e tempo para o desenvolver de uma boa narrativa).

É bem difícil comprar o carisma do protagonista. Pelo menos para mim. Em certos momentos, vemos ele tomando decisões e atitudes muito atípicas ao que uma pessoa normal faria, como quando ele chega no novo mundo, ponto no qual sempre vemos estas ações serem embasadas no seu conhecimento de mundos fantásticos graças ao fato de ser um nerd. E em outros momentos, encontramos uma extrema deficiência em vê-lo realizando as ações mais efetivas, com linhas de enredo que mostram claramente que aquelas ações estúpidas são apenas para que a história desenvolva-se por um determinado caminho. É uma das clássicas falhas que vemos em muitos animes que são adaptações de novels. Essas forçadas de barra me irritam um pouco, tanto para o lado de tudo parecer muito normal, quanto para o lado do protagonista não tomar ações mais efetivas.

O enredo de jogar um NEET, um Hikikomori, um Otaku em um mundo de fantasia medieval é algo bem batido nas animações japonesas, bem como em mangás, jogos e novels. É muito fácil você se ver refletido num personagem que é parecido com você, é assim que funciona o mercado japonês nesse sentido quanto às criações de enredo e personagem. Todavia, a utilização de um personagem cujo poder é voltar no tempo toda vez que ele morre, é algo que não me recordo de encontrar nesse background. Não é o bastante para eu hypar essa série, mas o suficiente de longe para eu demonstrar interesse quanto a onde o enredo vai seguir.

Mesmo imbuídos em estereótipos, os personagens de modo geral tem lá a sua empatia, seja por causa da animação, do traço, do seiyuu ou do próprio roteiro, eu não me sinto fora de uma maior imersão com eles. Não houve ainda tempo para me afeiçoar, é claro, mas acredito que com essa gama de personagens e um bom desenvolvimento, é possível que goste deles a ponto de não me incomodar com as atitudes e cenas clichês.

Fomos apresentados a uma figura antagonista nestes 2 episódios que pode se comprada como empática de início. Ainda mais se for levada em conta a suposição que ela é só uma primeira etapa, um primeiro obstáculo por trás de algo muito maior. Que naturalmente envolve também a história da protagonista Satella, dado o fato de sua busca pela insígnia. Outro ponto que nos liga bastante à protagonista é a questão de que o nome que deu para Subaru fora o nome de uma das bruxas mais malditas daquele mundo. Mais uma coisa a ser explicada.

E, por fim, a opening desse anime está SENSACIONAL! Ou pelo menos eu gostei bastante, havendo ótimas menções para como a habilidade do protagonista funciona e como ele margeia todos os outros personagens usando dela. Contudo, há uma certa incerteza de minha parte sobre de que modo será desenvolvida a história uma vez que temos um harém montado logo na abertura, com personagens que ainda sequer apareceram. Talvez o ato de expandir o anime para tantas gamas de personagens a fim tentar explorar todas possa prejudicar o desenvolvimento da história. Espero do fundo do meu coração que não.

Por fim, peço sinceras desculpas pelo tamanho deste post de impressões, que deveriam ser bem mais concisos e rápidos, mas o fato é que nos deparamos com um episódio com extensão de 2 e mais o segundo episódio para ser analisado ao mesmo tempo. Fora o fato de que este é o primeiro episódio, em que precisei introduzir um pouco do mundo e de como eu o vi.  Se tudo ocorrer bem, as postagens semanais analisando e dando minhas impressões sobre cada episódio virão pontuais. E se caso você quiser saber um pouco mais deste anime, bem como de sua fonte de adaptação, o post especial Temporada de Primavera 2016 do Erick Dias pode lhe ser de bastante agrado, já que ele leu um pouco da versão mangá e também comentou sobre suas impressões por lá.


Um grande abraço, e até a próxima!














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2 comentários:

  1. Pessoalmente eu curti muito o protagonista. O maior problema é que nos primeiros episódios ele tava atordoado com todos os eventos que aconteceram e por isso ele acaba tomando atitudes bem irregulares. Porem, no episodio 2 ele realmente me irrirou em muitos aspectos, afinal ele realmente já tinha noção do que estava acontecendo mas continuou fazendo besteira.
    Me pergunto por quanto tempo vamos ficar nesse loop do primeiro dia. A historia já me deu motivos para me afeiçoar aos personagens, mas todos esses resets me frustram porque os laços entre os personagens acabam se rompendo e mais tarde teremos que passar pela fase deles se tornando amigos denovo

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    1. Olha, considerando o que li da versão mangá (pois a light novel teve a tradução cancelada após 1 capítulo), esse arco deve acabar no próximo episódio, isso se não o esticarem para 4, o que seria difícil.

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