
Ruin Explorers é um anime em formato de OVA com quatro episódios,
dirigido por Takeshi Mori, mesmo diretor de Gunsmith Cats, Otaku no
Vídeo e Vandread. Apesar da produção ficar por conta da Bandai Visual,
vários estúdios participaram do projeto de maneira direta, até mesmo
nomes conhecidos como Madhouse e Studio Deen.

É fácil perceber o belo e
dinâmico visual do anime, a exemplo de Furi Kuri, que também tem um
visual incrível para sua época. Para um anime feito em 1995, o visual se
mostra à frente do seu tempo. Mas não espere algo maravilhoso e cheio
de detalhes, muito pelo contrário: o planejamento foi muito bem pensado,
uma vez que, simplificando o traço, fica mais fácil manter a qualidade
da animação. Eu sou meio suspeito pra falar, já que sou fã do traço da
década de 90. Vamos ao enredo!

A história se passa na Idade Média, com
castelos, pequenas cidades, armaduras, espadas e tudo o mais a que tem
direito. Ihrie e Fam são duas aventureiras que vivem em busca de
tesouros em ruínas, ou seja, uma dupla de "Laras Croft". Elas vagam de
cidade em cidade, de deserto em deserto, de montanha em montanha, de
ruína em ruína, de etc a etc... em busca de artefatos valiosos. Após uma
dessas empreitadas, elas decidem se dar ao luxo de passar a noite em um
hotel, e acabam ouvindo um boato sobre um tal poder supremo que será
dado a quem obtiver uma tal relíquia. Como boas e curiosas exploradoras
que são, partiram em busca do tal poder supremo, mas elas não se
surpreendem no percurso, pois encontram segredos e se envolvem com
pessoas que deixaram marcas eternas em suas vidas.

Basicamente o enredo é
esse: duas jovens em busca do poder supremo. Porém, o que mais me
chamou atenção no OVA não foi o objetivo principal mas, sim, os pequenos
acontecimentos que ocorrem no percurso. O elenco do anime combina bem:
não são personagens memoráveis, mas são bons o suficiente para salvar a
pobre história.

Ihrie é uma menina inteligente, uma guerreira que está sempre
preparada para lutar. Ela maneja sua espada e se veste com uma pesada
armadura que a faz parecer meio masculina, fato do qual ela não gosta
nem um pouco. Ela freqüentemente perde a paciência com sua companheira
inexperiente. Fam é a companheira inexperiente de Ihrie. Uma jovem maga
que não sabe usar os seus feitiços. Uma peculiaridade sobre Fam é o fato
dela não usar magias que danifiquem coisas ou pessoas: graças a essa
filosofia, ela quase sempre coloca a dupla em situações difíceis. Além
das protagonistas, existem mais alguns bons personagens, como o velho
trambiqueiro (estilo Agostinho de "A Grande Família"), a temperamental
Rasha e o metido a fortão Miguel. A química entre eles é de primeira. E
os defeitos?

Chegou a hora de meter o pau. Não que a obra seja uma
porcaria, mas a história e o chefão final são totalmente batidos e
toscos de tão clichês. Os objetivos e as decisões tomadas ao longo da
história são 100% previsíveis, tanto é que eu acertei tudo que
aconteceria com antecedência. As lutas que acontecem aqui e ali são
legais e possuem personalidade, mas quando é uma luta essencial para a
trama, as coisas desandam. Agora, o maior defeito foi o tal do poder
supremo, que é mal explicado e não tem sentido algum. Esse é o principal
defeito do anime, pois como pode o foco do enredo ser algo assim? Não
dá pra engolir esse poder supremo. No geral, Ruin Explorers é mediano,
possui personagens com personalidade únicas e entrosamento memorável, o
que o torna uma boa obra para estudo de elenco. Pois mesmo sem ter
profundidade, o relacionamento entre todos os personagens beira a
perfeição, exceto pelo “chefe final”.
Humor, luta, tiradas sarcásticas, diálogos redondos e bastante ação
são o conteúdo desse OVA. Um belo visual, mas um enredo pífio. Ihrie,
fam e companhia não mereciam estar nesse enredo de quinta categoria.
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