Por Escritora Otaku
Saudações de novo! Se pensaram que eu ia apenas abordar a fase clássica de “Pokémon” se enganaram, pois ainda tem mais. Nesta resenha iremos explorar a fase onde série passou a ter um novo começo, as novidades e suas falhas, e como isso se tornou padrão para a animação em si. Seguindo uma tendência comum em animes de longa duração, pode ter sido um verdadeiro choque quando após tantas aventuras, vemos uma nova região e mudanças significativas que iam provar se “Pokémon” ainda tinha forças pra aguentar.
E tudo começou com os games que sucederam a fase
clássica, que traziam muitas novidades, golpes inéditos e mais uma lista de
pokémon para capturar. A meu ver, estes foram os games que mais custei pra
gostar e o motivo estava justamente na nova leva de pokémon, que bem... quem
viu ou jogou vai entender. E sim, tenho meus favoritos: dos iniciais
oferecidos, me apeguei ao Treecko e dos vários pokés presentes dos games, amei
o Absol.
Bem, vamos para a resenha em si...
*****
Alternativos: Pocket Monsters Advanced/
Pocket Monsters Battle Frontier (em japonês)
Ano: 2002
Diretor: Kunihiko Yuyama
Estúdio: OLM
Episódios: 193
Gênero: Aventura / Comédia / Fantasia
De onde saiu: Games “Pokémon” Ruby / Sapphire / Emerald para Game
Boy Advance
Aos que não estão entendendo bulufas, esta é a
segunda resenha a respeito de “Pokémon”, no caso, a segunda fase da animação
conhecida como “Pokémon Advanced” / “Pokémon Battle Frontier”. Caso queira
acompanhar a resenha referente a fase clássica de “Pokémon”, cliquem aqui para
ir lá e conhecer o começo de tudo.
Recomeço ou uma nova maneira de contar uma
história? Quando certa trama chega a um ponto onde os caminhos precisam ser
separados e seguir adiante, eis que as histórias são remontadas e tudo muda. Se
tirarmos um tempo, várias histórias seguiram esta rota e nas animações
japonesas que conhecemos essa é uma característica bem marcante e cheia de
reviravoltas.
Para “Pokémon” o recomeço inicia quando a fase clássica dá seu sinal de despedidas, onde após quase três anos de jornada ininterrupta, nosso trio principal precisa seguir seus próprios caminhos. Misty e Brock retomam às suas cidades e o mesmo faz Ash e Pikachu; assim a fase Advanced pode começar...
Para “Pokémon” o recomeço inicia quando a fase clássica dá seu sinal de despedidas, onde após quase três anos de jornada ininterrupta, nosso trio principal precisa seguir seus próprios caminhos. Misty e Brock retomam às suas cidades e o mesmo faz Ash e Pikachu; assim a fase Advanced pode começar...
Vamos iniciar por onde mudou: os games lançados para o
Game Boy Advance, “Pokémon” Ruby/Sapphire/Emerald, na qual com eles um novo ciclo
surgiu no próprio universo da franquia. A proposta realmente foi levada a sério
e os novos games ofereceram uma nova região, Hoenn: afastada das regiões de
Kanto e Johto, o ambiente desta é muito mais diversificada e a quantidade de
pokés - sem esquecer os antigos – remonta a uma nova aventura. Novos
treinadores, ginásios, golpes e desafios aguardam os jogadores mais que
ansiosos em explorar tal região.
Houve uma grande expectativa e o resultado foi bom.
Espera aí.
Houve uma grande expectativa e o resultado foi bom.
Espera aí.
Como apenas bom, devem questionar?
Se for a respeito da região em
si, Hoenn está nos mesmos patamares das outras, só que com clima natural bem
diversificado e que alterna no desenrolar dos jogos. Em gráficos, um verdadeiro
pulo, já que o GBA possui o dobro dos bits do clássico Super NES, mais animação e
cores, diferentes das poucas cores das versões anteriores. Ainda há a chance de escolher
o treinador ou treinadora, inovação que teve início em “Pokémon” Crystal e que muitos games seguiram a tendência já que as meninas existem e querem jogar tanto
quanto os meninos.
O problema foi apenas um: a terceira geração de Pokémon
que em uma única palavra são... esquisitos. E bota esquisitos nisso. Apesar de ser
uma das gerações com a maior quantidade de tipos e técnicas, a aparência
de boa parte parece meio artificial e pasmem, “digimonesca”. Se for falta de
ideias, então, isso pode responder o motivo de parte dos lendários e guardiões
terem seguido o mesmo, nos games que sucedem Ruby/Sapphire/Emerald. Sorte que
os três guardiões ainda têm um toque pokémon, porque depois... é ladeira
abaixo...
Só pra exemplificar, pegue-se o inicial tipo fogo
em sua forma final; suas involuções, Torchic e Combusken têm todas as
características típicas dos pokés que tanto conhecemos, porém, quando chega a evoluir
pra Blaziken, o que se vê? Caso tivesse seguido a aparência, a forma inicial é um
pintinho; a seguinte é um frango com vestígios da forma anterior e a última
deveria ser um galo ou galinha. Não é o que se vê, a forma final tem cara de uma
ave de rapina, mais precisamente um Garudamon miniatura – digimon visto na
primeira série da franquia “Digimon”, “Digimon Adventures” e que é enorme – e
não um pokémon. Entenderam o que houve?
Pra quem jogou os games, sabe bem o que é isso...
A animação tem seu início ainda na fase clássica,
quando Ash enfrentou um treinador da região de Hoenn e este deu o convite pra
explorar sua terra natal. Dado este convite e com novas roupas, Ash e
Pikachu partem para a região e logo se envolvem em problemas; ao mesmo tempo,
uma jovem treinadora, a May chega a Littleroot pra escolher seu Pokémon inicial – em Hoenn pode-se escolher
Treecko (planta), Torchic (fogo) ou Mudkip (aquático) – e acaba topando com
nossos personagens. Assim, os dois decidem viajar juntos ao lado de Brock e o irmão caçula da May, o Max. Temos assim um quarteto e os
propósitos bem objetivos para esta fase; é aí que vemos os elementos presentes
dos games e em diante, se torna uma marca registrada na série.
O de Ash é o mesmo que
conhecemos; no caso dos demais, apenas o Brock mantém seu objetivo de ser um
Criador Pokémon; já no caso de May temos a introdução dos Concursos Pokémon,
pois seu sonho é ser uma Top Coordenadora Pokémon e seu irmão, está apenas de companhia.
Ou nunca passou na cabeça o quanto é legal conhecer novos lugares além do nosso
lar? As mudanças ocorrem com os companheiros de viagem e isto se torna
recorrente na animação; a entrada de Concursos Pokémon dá um novo fôlego para a
série, pois assim sai da rotina das batalhas de ginásios e pela primeira vez,
vemos o amadurecimento do treinamento dos personagens - fator inexistente na
fase clássica e parte das melhorias da própria animação em si.
O que são os Concursos Pokémon? Como
as batalhas, esta leva em consideração o desempenho dos pokés em apresentações
e demonstrações de luta; o vencedor ganha uma fita e recebe o direito de
participar do Grande Festival, ao ter a quantidade exigida de fitas. Os
treinadores são chamados de coordenadores e estes mostram a eficácia de seus
pokés a uma bancada de jurados, como também para a plateia que pode conferir o
desempenho dos competidores. Avalia-se a relação, o físico e o entrosamento do
coordenador com os pokémon que participam dos concursos - lembram que a Liga Laranja
da fase clássica se aproveitava da mesma estética? A diferença está na forma usada e a
inovação existe nos games, pra quem achar que é apenas mera invenção da versão
animada.
Assim, vemos uma mudança ao
personagem principal, pois apesar de Ash ser o protagonista, May passa a ser
uma personagem de destaque nesta fase, havendo nisso uma alternância entre as batalhas de
ginásio e as competições dos concursos, dando um ar novo para a série. Outra
boa mudança está no que falhou na Liga Johto, que é apresentar os novos pokés,
que ficou mais natural e sem forçar a barra. E uma novidade bastante positiva
foi o acréscimo de grupos criminosos: em Hoenn somos apresentados às Equipes
Magna e Aqua, que diferentes da Equipe Rocket, realmente ameaçam a vida dos que
moram nesta região.
Em poucas palavras, a fase
Advanced está mais calcada nos games e isto continua com Battle
Frontier, que é o retorno de Ash na região de Kanto. Antes que comecem a
reclamar, esta fase existe nos games, só que no caso, mudou a região; manteve o
quarteto de personagens e o destaque são os Cérebros da Fronteira, que são
treinadores que testam os limites dos seus oponentes. Olha os resquícios da
Liga Laranja de novo...
Claro que devem pensar que, se
voltamos pra região de Kanto, vamos rever vários personagens e treinadores. Não
é o que aconteceu: apesar do retorno a região onde tudo iniciou a fase Battle
Frontier só acrescenta novos lugares e a sensação de nostalgia vai por água
abaixo. Portanto, todos os que tinham saudades das aventuras em Kanto, ficaram
mesmo a ver navios, literalmente...
Quem sabe um dia pode haver um
verdadeiro retorno a Kanto, igual houve nos games? Como dizem por aí, não custa
sonhar.
As mudanças em geral dadas nestas
duas fases não fizeram esquecer o sucedido, principalmente na Battle Frontier,
onde nas batalhas contra os Cérebros da Fronteira houve o retorno mais que bem-vindo
dos pokémon usados por Ash e suas novas experiências, sejam em golpes, seja na
clássica relação treinador/pokémon.
Houve também os saldos negativos:
as mudanças não foram bem aceitas, principalmente a troca da companheira de
viagem; o Pikachu mostrando pouca experiência de combate – e isso continua nas
fases seguintes, pro nosso azar – como de algumas piadas recorrentes e a
inutilidade da Equipe Rocket, por causa das novas equipes criminosas mais
eficientes que eles mesmos. À primeira vista, Advanced e Battle Frontier possuem estas falhas e outras podem ser vistas em seus episódios, na qual os momentos mais importantes como capturas, batalhas de
ginásio e aventuras rotineiras perderam seu brilho. Se comparar com a fase
clássica, então, a situação apenas piora e ela continua nas fases seguintes, revelando a grande falha em “Pokémon”, a falta de expectativas e a sensação de
quero mais.
E se pensam que é apenas
“Pokémon” que sofre, engana-se: muitos dos animes que em sua primeira fase ou
série tinham emoção e revelações bem estruturadas, acabam perdendo-se nas
continuações. O fator abandono é a maior justificativa de não continuar
assistindo a uma série e esta realidade não dá pra evitar...
No Brasil, o anime passou por
esta estagnação, após os primeiros anos de febre; são poucos que ainda
acompanham a animação como deve - houve esta perda e inclusive mesmo a dublagem também passou por processo
semelhante, se analisar com cuidado. As duas fases foram dubladas em dois
estúdios: a primeira parte da fase Advanced foi feita na Parisi Video, que
depois fechou as portas e a série dali em diante parou na Centauro; e é no segundo
estúdio que a decadência veio para a série, não em termos de tradução e sim na
escalação de vozes.
A Centauro passou a dublar o anime e alguns equívocos vieram sem querer, como a voz da Oficial Jenny, que
até antes da troca de estúdio era feita pela Rachel Marino (a Chi Chi de
“Dragon Ball Z”), porém foi substituída pela dubladora e diretora do estúdio, a
Gilmara Sanches; outro ponto e este não é culpa do estúdio, foi a permanência
do dublador do Ash, que passou pela puberdade e a voz ficou engessada. Muito
comum que dubladores masculinos, conforme passam-se os anos, perdam o timbre pra
interpretar personagens infantis, o que não ocorre com as dubladoras cujos
timbres finos as tornam ideais para papéis infantis de até dez anos de idade.
Não teria sido difícil, pelas mudanças ocorridas na série, mas, fazer o quê...
Fora que teve uma mudança de voz
nos próprios pokémon, o que pode ser estranho; caso seja um bom observador, parte das
vozes dos pokés que acompanham o Ash e do Squirtle adquirido pela May na fase
Battle Frontier mudaram de timbre - do nada - e perderam o estilo próprio que estes tinham
de falar. Já que o anime perdeu o fator emoção, parece que isto também afetou
nas vozes dos pokés e isso veio da versão da qual assistimos. Por outro lado, houve boas novas:
Tatiane Keplermaier (May) e seu irmão, Thiago Keplermaier (Max) fizeram bem
seus papéis, interpretando na dose certa os dois acompanhantes de viagem de
Ash. De resto, os demais dubladores continuaram dando seu ar de graça em seus
respectivos personagens.
Em resumo, as fases Advanced e
Battle Frontier foram as primeiras que trouxeram as mudanças ocorridas nos
games e ao mesmo tempo, deram mais coerência no desenrolar das lutas e
concursos. Todavia, representaram também o início da famosa decadência de
“Pokémon” dentro e fora do Japão; apenas os que assistiram vão dizer que faltou
algo a mais e que apesar disto, ainda manteve a essência, da qual
identificamos...
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Olá, escritora! ^_^
ResponderExcluirPrimeiramente, estou rindo porque eu não consigo levar a temporada Battle Frontier a sério... OK, eu adoro os jogos de Pokémon desde sempre (até outro dia eu tinha nickname de Pokémon em tantas contas, sou fã mesmo) e lembro com grande saudosismo da terceira geração, que conseguiu superar a segunda que eu já achava perfeita, com lugares tão incríveis quanto praias, navios abandonados, lugares sempre chuvosos, pontes sobre cachoeiras, teleféricos em regiões vulcânicas com cinzas, terras geladas, cidades lindas com marts gigantes (a das treinadoras do solrock e Lunatone... ai ai, que cidade legal) sem falar no hm de mergulho, Secret Bases, etc. Eu não joguei os remakes ainda (porque, er, não posso ter um 3DS e só por isso meu vicio em Pokémon passou - aliás, que história que eu tenho com "Pokémon me exclui socialmente mas eu sempre retorno", viu) mas sou muito saudosa em relação aos jogos.
Já o anime... bem, eu parei de ver na Johto (não sem choro; eu deixei de ter TV a cabo na época e foi um baque TT) mas minhas amigas me mostraram a famosa música "Pokémon é o tipo de coisa que rola..." e é o que eu conheço de BF até hoje, só vergonha alheia. Realmente o design dos Pokémons da terceira geração não empolga pra ver o anime também mas eu adorei sua ideia de fazer aparecer Kanto... volta e meia o Ash retornava pra Kanto no começo da série e eu também sinto saudades. De resto, não sabia que os dubladores de May e Max são irmãos, que incrível!
Enfim, gostei de ter conhecido agora a série que foi possivelmente a que eu menos vi de Pokémon. ^_^ E me avise se postar sobre Pokémon de novo porque eu adoro e quero poder comentar nas séries que eu conheço melhor! Até a próxima! ~
- Chell
http://www.notloli.com.br