Por Escritora Otaku
Li o mangá e suas
duas spin-offs (tem três, claro que em 2011 só tinha estes dois) devido a
recomendações pela net e gostei do que li. Claro que foi uma surpresa ao saber,
pouco tempo depois, que haveria uma versão anime - ele foi meu segundo semanal que
acompanhei nestas temporadas, ao lado da 2ª temporada de “Bakuman” e rendeu
bons momentos à minha pessoa. Aliás, a temporada de outono quase
sempre trouxe várias séries que tive momentos bastante legais e tenho uma certa
quedinha por esta leva específica de animes.
Voltando ao “Mirai
Nikki”, tal como na obra original, o estilo deste me manteve vidrada na tela do
PC e fiquei surpresa por ver um elemento a mais deste, o uso de um dos seus
spin-offs na trama em si. Dos personagens, os que mais me identifiquei foram o
protagonista e o Akise Aru e dos mais detestáveis, aquela que muitos gostam e
pra mim é a pior, a tal Yuno. Sério, como podem gostar desta psicopata, stalker
e yandere sem vergonha?! Tentando entender o gosto por garotas desse tipo, ela
merece o título de vilã com todas as honras, isso sim!!!
De todo jeito, não
é um anime tão ruim como muitos tiveram a impressão, já houve piores, marca por
ter tido uma premissa curiosa; pelo protagonista bunda mole, que pra mim, só é incompreendido; uma yandere que muitos amaram, exceto eu e por ter sido um
semanal que acompanhei em sua exibição.
*****
Diretor: Naoto Hosoda ("Hataraku Maou-sama", "Minami-ke Okawari")
Ano: 2011
Estúdio: Asread
Episódios: 26
Gênero: Ação / Suspense / Terror
De onde
saiu: Mangá, 12 volumes (2006-2010) + 3 spin-offs, finalizado
É muito comum que uma pessoa possa escrever sobre
seu cotidiano na forma de um diário: apesar de ser algo mais visto por meninas,
os meninos também costumam usar este recurso. Alguns conseguiram o
feito de se tornarem verdadeiros registros sobre vidas de inúmeras pessoas,
sejam vivas ou já falecidas. Um diário é onde muitos colocam o que pensam que
poderia acontecer ou lembrar com graça ou não os acontecimentos que fizeram
parte de sua existência.
O que aconteceria se você pudesse ter um diário
capaz de prever seus passos ou ações futuras? Três respostas seriam prováveis:
a primeira, deixar de lado o diário; a segunda, destruí-lo, pois saber do
futuro pode acarretar efeitos graves e irreparáveis; e a última resposta,
usar para poder ser alguém a mais na multidão ou ter um objetivo a mais. E é a
última resposta a premissa da série que será apresentada...
O mangá foi publicado pela Shounen Ace, que traz
histórias de estilo mais underground, com traços e roteiros que ficam entre o
convencional e o ousado, como “Evangelion”, “MPD Psycho”, “Welcome to the
NHK!”, entre outros mangás. A série possui 12 volumes encadernados e três spin-offs que retratam histórias de personagens da trama – “Mirai Nikki:Mosaic”, “Mirai Nikki: Paradox” e "Mirai Nikki Redial", que podem ser lidos junto com o mangá ou
depois –, trazendo toda a história em si. Seu mangaká, Sakae Esuno, usou um traço
que tem sido visto em muitas animações e mangás nos últimos anos: um estilo
kawai e simpático, que é motivo de discussão e de discordância por ser um
recurso recorrente à exaustão, dando a impressão de se tratar de mais uma série
infantil, como dizem algumas pessoas por aí. No Brasil, tal mangá e seus spin-offs foram publicados pela JBC, sendo que a obra principal foi lançada em 2013, no formato tankobon, e com o título recebendo uma tradução literal para "Diário do Futuro".
E já aproveitando a tradução do título, dá para supor que muitos dos fatos vistos na série são sequelas ocasionadas pelo uso de diários
que podem prever ações futuras de seus usuários. A história mostra um dos
personagens centrais da série, Amano Yukiteru, um garoto fechado, cuja
personalidade não permite que tenha muito contato ou convívio com outras
pessoas e até mesmo com os seus colegas de classe. Uma pessoa solitária, que
costuma escrever suas ações em um diário no celular e é motivo de chacota de
outros garotos por não ser alguém ativo. Mora apenas com a mãe, que é ausente e
isto aumenta mais a solidão dele, que não consegue expressar seus sentimentos
ou opiniões por palavras ou ações.
Costuma ficar mais no quarto, onde lá o garoto
“criou” dois “amigos imaginários” com os quais costuma conversar: um é Deus
Ex-Machina, uma criatura com poderes de controlar o tempo e o espaço, sempre
sentado em seu trono, e a outra é MuruMuru, uma menininha que é uma espécie de
demônio que gosta de comer e ler mangás. Estes dois vivem em um mundo paralelo
criado pelo Yukiteru e um dia, eles decidem dar uma reviravolta na vida do
garoto: seu diário no celular passa a mostrar ações futuras dele mesmo e aí,
começa a aproveitar esta oportunidade para se livrar de situações ruins. Tudo
ia bem até ele topar com Gasai Yuno, outra personagem central da trama, que
também possui um diário: o seu registra todas as ações do próprio garoto de dez
em dez minutos. E começa a perseguir Yukiteru, onde acaba descobrindo que não
fora o único a possuir um diário do futuro e o pior de tudo: eles e mais dez
pessoas estão em um jogo de sobrevivência, onde o vencedor se tornará o próximo
Deus Ex-Machina e será capaz de realizar um desejo.
A partir deste ponto em diante, a série mostra o
desenrolar dos personagens para conseguir ganhar deste jogo e sobreviver, pois
caso o dono ou dona do diário perca, acaba sendo morto e eliminado da
competição para sempre...
Como série de curta duração, “Mirai Nikki” possui
uma galeria de personagens bem pequena e que ao mesmo tempo, consegue
transmitir a sensação de participação deste jogo. Não fica difícil definir
quais personagens tem mais destaque e quais farão apenas uma pequena aparição
ao longo da história. Por isso, para dar o toque do qual se tornou conhecido, é
necessário dar uma análise de dois personagens: os que aparecem desde o começo,
Amano Yukiteru e Gasai Yuno.
Amano Yukiteru se encaixa em um perfil que pode
irritar o espectador ao vê-lo em ação: indeciso, covarde e dependente dos
outros para agir; características que apesar de não serem comuns em personagens
de séries shounens, podem ter atitudes e ações mais convencionais, o levando
como o personagem mais normal em “Mirai Nikki”. A personalidade do garoto
possui uma razão por trás, que somente acompanhando a trama pode dar uma maior
compreensão de sua pessoa: a separação dos pais. Quem acompanha o mangá ou o
anime, sabe que o garoto é solitário e tem uma mãe ausente e o pai simplesmente
some depois de ambos se separarem. E quem fica mais afetado com este fato é o
próprio rapaz, pois se antes era quieto e na dele, após isso se tornou mais antissocial
do que nunca.
Esta situação se encaixarmos no mundo real, pode-se
notar que os que ficam mais afetados em relação à separação são os próprios
filhos, que não entendem porque os pais têm de se separar. Uns conseguem
entender e levam uma vida comum, mas a maioria perde o contexto da realidade e
permanecem com sequelas que podem permanecer pelo resto de suas vidas. Sequelas
que o personagem leva durante toda a trama...
No caso de Gasai Yuno, podemos notar uma
personalidade psicopata, assassina e de certa forma amorosa de maneira bizarra na relação que tem com o Amano Yukiteru. Suas atitudes e superproteção que tem com o
garoto chegam a níveis inimagináveis, agindo como uma "yandere", um tipo de
personagem que tem ficado em destaque em mangás e animes nos últimos anos. Tudo
que ela faz é para o bem-estar dele, sem medir as consequências de seus atos e
tal como ele, teve problemas com os pais que a tornaram daquele jeito. De todos
os personagens da série, ela tem uma personalidade que chega a ser irreal e ao
mesmo tempo, selvagem. No caso dela, temos a imagem dos perseguidores, que são
indivíduos que não medem esforços para ficarem perto de suas admirações e
acabam ocasionando situações nada agradáveis. Afetam as que seguem atrás e as
quem tem contato com esta pessoa.
Os donos destes diários de certa forma entram neste
jogo por motivos que são desde nobres até mesmo insanos, e seus comportamentos
são bastante alterados por saberem de antemão o que acontecerá a eles. Diríamos
que a maioria perde a razão conforme usam estes diários e surgem instintos
incomuns, que tornam este dono um psicopata ou um maluco sem noção das coisas.
Até mesmo os que ainda não perderam a razão podem se transformar em pessoas
totalmente diferentes do que eram, para que possam ter seus objetivos cumpridos e assim chegarem
mais perto da recompensa deste jogo.
No começo, como parte do jogo, os donos são vistos
apenas em sombras, para não serem identificados, mas, conforme o jogo avança
esta regra acaba sendo abolida após a eliminação de parte deles. E a história
traz revelações que acarretam consequências que influenciam na vida pessoal e
até social destes donos com outras pessoas. Quando pensamos que não há mais
nada a ser mostrado, eis que surpreendemos com o desenrolar e o choque de certa
revelação sobre este ou aquele personagem. Claro que tudo em “Mirai Nikki”
chega a ser um tanto absurdo e fora da lógica comum, então, pra entender os
fatos vistos na série é preciso ser um tanto mente aberta para aceitar as
situações mostradas.
O estúdio produziu uma animação seguindo o roteiro
do mangá e pasmem, de um dos spin-offs – no caso usaram partes do “Mosaic” –
sendo um caso raro pegar além da versão original, como ocorre normalmente. A
animação foi bastante convencional, sem grandes atrativos; dublagem padrão –
apesar das reclamações de algumas vozes – e alguma censura, amena se
compararmos com outras animações. Fora a adaptação, no final de cada episódio
podemos ver esquetes cômicas com MuruMuru interagindo com os personagens da
série, que também aparecem no mangá.
A série teve dois temas de abertura e dois temas de
encerramento, fora que na versão em DVD, houve acréscimos de mais uma abertura
e de um encerramento. A primeira
abertura “Kuusou Mesorogiwi”, tocada pela banda Yousei Tenkoku tem um clima
sombrio e assustador, tanto pela música quanto o clip usado pra representa-la; o primeiro encerramento, “Blood Teller” cantado pela cantora Faylan,
possui um ritmo mais marcado pelo suspense. A segunda abertura, “Dead End” por
Faylan é cantada em inglês e traz um toque mais acelerado e que revela a
personalidade dos donos dos diários antes de entrarem no jogo; e o segundo
encerramento, “Filament” de Yousei Teikoku, tem um toque mais tranquilo e de
certa forma triste, focando no clip uma das personagens da trama, Gasai Yuno.
Na versão em DVD as músicas acrescentadas foram: “KyoukiChildren” – abertura – cantada pela banda Yousei Tenkoku, e “Happy End”-
encerramento – cantada pela cantora Faylan. Curioso ressaltar que o estúdio
optou em manter cantora e banda para tocar as músicas, o que não é tão incomum,
pois há animes que optam em manter o elenco musical.
Mas, vale a pena assistir “Mirai Nikki”? Sim,
porque apresenta a trama do mangá em movimento e cores, dando a oportunidade de
conferir o jogo de sobrevivência e as consequências de usar um diário capaz de
ver o futuro. Afinal, como será que os personagens vão se sair e qual deles vai
conseguir ganhar o jogo? Só assistindo ou lendo pra obter as respostas...
*****
Foi um anime que me impressionava em um ep pra me decepcionar no seguinte. Acho que cansei disso lá pelo 20º ep :~
ResponderExcluirmas tem nego que pula no teu pescoço se tu falar isso hehe.
Tem um bom começo e um bom final, mas o meio é um caminhão de esterco
ResponderExcluir