20 de janeiro de 2013

X-10: Dez animes curtos de 2012






E voltou! Após quatro meses parada a seção X-Dez retorna com um tema bem simples, que exigiu de mim pouco tempo para monta-lo e exigirá de vocês pouco tempo para ver os animes aqui citados.

Visto que listas de melhores é o que mais surge nessa época, resolvi também não fugir à regra; porém, preferi abordar aqui aquelas animações que são as mais esquecidas nessas horas, as séries curtas. Nada de “Hyouka”, “Sakamichi no Apollon”, “Tonari no Kaibutsu-kun”, “Jinrui wa Suitai Shimashita” e qualquer outro anime conhecido já recomendado aos montes: nesse post os protagonistas serão desde gatinhos fofinhos e redondos a garotas de um clube de tênis que mal jogam tênis, passando por jovens fracassados mas felizes, cachorro(?) pervertido e esquisito e, inclusive, um arquiteto de banhos da Roma Antiga que viaja no tempo. Com exceção de “Poyopoyo Kansatsu Nikki” e “Thermae Romae”, que foram de fato dois animes que realmente se destacaram no ano de 2012, os demais títulos não fizeram muito alarde, e em comunidades como a do My Anime List suas notas são até que bastante baixas e injustas, já que não há como compara-los igualmente com séries de TV de tamanho normal – ou seja, neste caso, que se dane as notas desse site! São divertidinhos e leves no conteúdo, são curtos e rápidos de se ver, ótimos e prazerosos aperitivos, e muitas vezes valem mais a pena do que o prato principal, uma série com episódios de vinte minutos que, não com rara frequência, lhe decepcionará justamente porque você esperava algo dela. A magia de séries pequenas é isso: não crie grandes ou nenhuma expectativa, e desse modo será mais fácil ser surpreendido por elas, nem que seu conteúdo não seja assim tão bom.

Dito isso, segue abaixo os que foram, para mim, os dez melhores animes curtos de 2012:


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Gakkatsu!







De onde saiu: Animação original.

A história: Na escola Inayama, a presidente de classe Takachiho Chiho constantemente inaugura debates absurdos e animados durante o período de estudo livre, onde toda a classe participa. Trazendo à tona diversos temas, ela e seus colegas trocam opiniões em diálogos rápidos e bem humorados, sem, contudo, deixar de fazer de vez em quando algumas observações mais sérias e profundas.

Duração: 25 episódios de 5 minutos cada = 2 horas e 5 minutos.

Nas escolas do Japão é comum deixar os alunos participarem de debates entre si, na maioria das vezes abordando temas de interesse cívico. Uma prática saudável que exercita a retórica de cada um, e em “Gakkatsu!” algo que parece tão enfadonho se transforma em discussões engraçadinhas com um visual infantil e estilizado, onde uma classe inteira trata de temas que, geralmente, não possuem real importância alguma.

Por que os garotos não usam os vasos sanitários da escola? Como oferecer o assento aos idosos no trem quando você já está sentado nele? Você sai de guarda-chuva quando a previsão do tempo afirma que há somente 20% de chances de chover? Essas e outras questões tão inesperadas saem quase sempre da cabecinha da meticulosa Takachiho Chiho, presidente da sala, e como resultado disso alunos de personalidades variadas discutem fervorosamente em busca de uma resposta que satisfaça a todos – ou, ao menos, que sacie a curiosidade de Takachiho. O aparente traço infantil e “chibi” esconde espertos diálogos bem desenvolvidos abundantes em retórica e reviravoltas, que culminam em conclusões imprevisíveis e cômicas – mas, em alguns casos, tais conversas são simplesmente bobas e sem rumo, e em outras ocasiões um pensamento inicialmente tão absurdo abre caminho para reflexões mais sérias e importantes. Entre tantos “slice-of-life” nessa lista que mostram o dia a dia de adolescentes ou animais, “Gakkatsu!” fica ao lado de “Thermae Romae” – apesar da desigualdade gritante quanto à qualidade de cada um - como as únicas animações a terem roteiros mais encorpados e elaborados, de conteúdo. Afinal, “o que fazer com o último pedaço que sobra no prato?” é um dilema universal...

Continuação: estreou na temporada de inverno desse ano, e é intitulada "Gakkatsu! 2nd Season".

Correção, 04/03: na realidade, foram exibidos apenas alguns episódios como preview, e a série está prevista para estrear na próxima temporada, a de primavera.


Gokujo.







De onde saiu: Mangá, 5 volumes, em andamento.

A história: É mostrada a vida escolar diária da desbocada Aya Akabane e suas amigas no colégio para garotas “Gokurakuin Jyoshi High School”.

Duração: 12 episódios de 6 minutos cada = 1 hora e 12 minutos.

Ah, uma escola feminina com dormitórios, lar de estudantes puras e delicadas, educadas e gentis, onde muitas desabrocham e descobrem, entre quatro paredes e longe dos homens, um romance proibido, mas tão ingênuo quanto a adolescência e tão suave como o roçar da pele de uma mulher... Isso, definitivamente, não é “Gokujo.”.

Meninas emanando inocência e graça saem de cena e dão lugar a um bando de pervertidas lideradas por Aya Akabane, uma adolescente agressiva, burra e de vocabulário chulo, que tem um péssimo gosto quanto a vestuário e maquiagem. Aquele comportamento idílico presenciado em “Maria sama ga Miteru” e similares é quebrado com garotas de mau comportamento e muito fanservice entre elas, que vão desde cenas de nudez aqui e ali a diversos momentos “nonsense” de “yuri” - que às vezes se concretizam e às vezes ficam no quase, para desespero de alguns. A animação inclusive teve episódios cancelados na televisão devido a sequências mais explícitas (bolas de pingue-pongue e escova de dente elétrica...), que foram exibidos apenas via “streaming”.

Tirando esse teor “ecchi” que dá uma visão machista e sexualizada do que ocorre numa escola feminina, há um humor um tanto idiota e de gosto duvidoso que, sozinho, não compensaria muito em ver o anime, sem falar que as próprias personagens unilaterais não são um atrativo à parte - é mais fácil tomar raiva da estupidez da protagonista do que acha-la legal, para se ter uma ideia. O que vale neste caso é puramente o fanservice, e se você (eu?) espera vinte minutos para flagrar um par de seios pulando em um anime “ecchi” ruim, talvez seja mais lucrativo aguardar somente cinco para ver uma garota arrancar à força a calcinha de outra...


Kuro Majo-san ga Tooru!!







De onde saiu: Novel, 15 volumes, finalizada.

A história: Kurotori Chiyoko é uma estudante da quinta série que adora tudo relacionado ao ocultismo. Por conta disso, uma de suas amigas pede para que ela faça uma adivinhação amorosa, e Chiyoko tenta invocar Cupido, o mensageiro do amor; mas, por ter o nariz entupido devido a um resfriado, ela acaba invocando no lugar Gyubid, uma feiticeira do mundo dos espíritos.

A partir disso Chiyoko é obrigada a aprender feitiçaria com a ajuda de Gyubid, tendo que equilibrar sua vida escolar normal com seus treinamentos diários.

Duração: 32 episódios de 7 minutos cada: 3 horas e 44 minutos.

Entrando mais para completar os dez títulos da matéria do que por qualquer outra coisa, ”Kuro Majo-san” é o único anime listado realmente infantil, vindo inclusive de uma novel voltada às crianças – novel que teve ótimas vendagens, por sinal. E como julgo que praticamente ninguém (ou ninguém mesmo, o mais provável) que lê este ou qualquer outro blog de animes não faz parte de seu público alvo, ele acaba se tornando, em tese, a animação menos interessante daqui - mesmo que, dentro de seu próprio gênero, seja bastante competente.

Segue-se o padrão; uma protagonista sem sal e desengonçada que aos poucos aprende não só a lidar com magia e assim ficar mais forte, como também amadurece internamente conforme passa por diversas aventuras, havendo nesse processo muitos episódios que terminam com uma liçãozinha de moral implícita em suas historinhas. Evitar discussões desnecessárias, confiar nos amigos, não confiar tanto assim em estranhos... E tudo isso abusando de inúmeros e pequenos clichês narrativos, como a coincidência de Chiyoko sempre receber um conselho de Gyubid e, no dia seguinte, conseguir se salvar ou salvar alguém por causa justamente do que lhe foi dito; ou, então, a facilidade dela de encontrar tantas outras crianças feiticeiras na mesma região, na mesma escola, na mesma sala... Ah, detalhes que só mesmo velhos chatos darão atenção, tipo eu. Para tal série podemos fazer vista grossa, mas quando essas e outras acontecem em animes mais “crescidinhos” aí sim não dá para deixar passar...

Muitas produções direcionadas aos mais novos são capazes de exercer um poder de atração nos adultos por inúmeros fatores, como um humor mais inteligente ou personagens carismáticos e espertos; porém esse não é o caso de “Kuro Majo-san”, que possui uma comédia inteiramente típica para a idade de seu consumidor alvo, aliado a um grupo de personagens que exalam uma ingenuidade excessiva e tramas demasiado simplórias na maneira em que são concluídas – e sem, importante ressaltar, cenas e conversas sugestivas que possam fisgar a curiosidade de marmanjos por razões nada honráveis. Mas, por outro lado, a história linear faz com que o anime seja o único da lista a carregar um desenvolvimento real no enredo e em sua protagonista, no caso a Chiyoko. Como mostrado no parágrafo anterior, o caminho que ela percorre para se tornar uma feiticeira e uma pessoa melhor é comum e banal, mas satisfatório para um anime desses. Comete erros, aprende com eles, fica mais perspicaz, passa por obstáculos maiores, conhece novas pessoas, e assim vai - mas claro, jamais deixa de ser desligada em alguns momentos, cometendo gafes aqui e ali e caindo nas constantes brincadeiras de Gyubid, porque essa é sua maior graça. Daqueles animes de público muito restrito, que se harmoniza com aqueles com quem querem dialogar, mas não vão além disso.

Agora, ao invés de uma “mahou shoujo” qualquer, um anime vespertino sobre uma aluna do fundamental que pratica magia negra e pronuncia palavras em latim, muitas vezes proferindo o nome de demônios... No Brasil esses episodiozinhos de sete minutos dariam muito que falar...

Em andamento: iniciado em abril de 2012, o anime permanece em exibição e terá, como dito acima, 32 episódios, mas não há data exata para término – pois há semanas em que ele não é transmitido. Para esse texto foram vistos 21 episódios.


Plastic Nee-san (ONA)







De onde saiu: Mangá (número de volumes indefinido).

A história: Curtas sobre as interações entre três garotas do ensino médio, membros de um clube de modelagem.

Duração: 12 episódios de 2 minutos cada = 24 minutos.

Com episódios lançados a intervalos irregulares durante mais de um ano, esse ONA apresenta outro grupo de garotas; contudo, o ambiente aqui é mais, digamos, “familiar” do que o de “Gokujo.”, pois o que se vê em “Plastic Nee-san” são personagens moe em um clube onde elas fazem de tudo, menos o que é de fato o tema do clube em que são membros. Entretanto, essas meninas estão longe de serem inocentes e perfeitinhas.

Irônicas, sarcásticas, violentas, traiçoeiras; os dois minutos do primeiro episódio já mostram bem o quanto elas não são doces nem frágeis. Uma queda de braço, uma ameaça, brigas, punições dolorosas, conversas sem sentido entre garotas que, sabe-se lá por que, tem cada uma um modelo de plástico preso em suas cabeças... Graças às boas piadas e atuação das seiyuus, “Plastic Nee-san” possui um dos elencos mais engraçados e insanos desta lista, tendo destaque a própria protagonista, a loirinha “Nee-san”, dublada com muita energia e deboche por Mari Kanou.

E, olha só, mais um bando de garotas maliciosas e impuras nos aguardam à frente. Grandes produções e estúdios as renegam, mas os animes curtos abrem os braços para elas...


Poyopoyo Kansatsu Nikki







De onde saiu: Mangá, 10 volumes, em andamento.

A história: Moe Sato é uma jovem mulher que encontra um gato na rua e passa a cuidar dele. Chamado de Poyo devido à sua forma redonda, ele rapidamente se torna querido por todos os membros da família Sato.

Duração: 52 episódios de 3 minutos cada = 2 horas e 36 minutos.

Quase unanimidade quanto a ter sido a melhor série curta de 2012 – divide o posto com “Thermae Romae” – “Poyopoyo Kansatsu Nikki” traz com seus traços claros e meigos o dia a dia de uma fofíssima almofada de pelos ambulante, chamado carinhosamente de Poyo: um gato perfeitamente redondo, irresistivelmente apertável e totalmente imprevisível.

Dublado por Ikue Ootani – uma “expert” em criaturas estranhas, já que ela também dá voz ao Pikachu de “Pokemon” e o Chopper de “One Piece” -, Poyo carrega consigo um anime que sabiamente condensa e harmoniza vários dos elementos que compõem um bom “slice-of-life” “iyashikei”; o habitual mundinho vistoso e aconchegante que “desconecta” o espectador da vida real por alguns minutos, dando-lhe uma sensação de bem estar; os personagens amáveis e alegres de personalidades e relações simples; e, claro, suas histórias mais simples ainda, que se limitam a pequenas e ágeis narrações do cotidiano da família Sato e seus amigos e vizinhos. E tudo isso com uma comédia suave e familiar, que tem lá seu tom infantil, porém vale lembrar que sua origem é um mangá seinen, e de quando em quando há alguns detalhes e acontecimentos mais, digamos, “maduros” – por exemplo, dois gatos machos namorando, que... que coisa...

“Poyopoyo” merece essa rasgação de seda e um pouco mais, e talvez o mais elogiável nele seja a capacidade de montar com pequenos episódios um elenco inteiro de personagens simpáticos e agradáveis, que não ficam apagados e dependentes das aparições de Poyo. Ele é a estrela, todos os amam, seja homem ou animal (e seja macho ou fêmea...); mas a tapada dona Moe possui sua própria vidinha e hábitos, o robusto mas bondoso pai Shigeru e seu irmão Hide também, sem contar os amigos e conhecidos destes. Às vezes, boas risadas saem sem precisar ter em cena um tal felino redondo, algo jamais visto em “Chi’s Sweet Home”, por exemplo, que é outro anime (bem mais popular) que conta a vida de uma gatinha, e onde os donos desta parecem viver apenas em função de seu querido animal de estimação, já que nunca é mostrada a rotina de cada um longe dela. Uma abordagem, a propósito, que não considero nada negativa ou errada, somente queria deixar claro que Poyo não é o único bom ator no palco, o contrário do que geralmente ocorre em animações que focam em animais – principalmente porque “Chi’s Sweet Home” acaba se sobressaindo em outros pontos, como o amadurecimento de sua pequenina protagonista.

É adorável, é relaxante, é um gato gordo ao lado de uma dezena de humanos e animais que o idolatram; “Poyopoyo Kansatsu Nikki” faz jus à fama obtida durante o ano de 2012, ao ir muito além do que se esperava para um anime curto. Distribui com destreza doses mínimas de um universo feliz e tranquilo, e que doses mais doces são essas.  

Um pouco mais: essa é a segunda matéria da seção que “Poyopoyo Kansatsu Nikki” aparece, sendo que a primeira vez foi em “Dez animes e animais”.


Recorder to Randoseru Do







De onde saiu: Mangá, 2 volumes, em andamento.

A história: É retratada a vida diária de um casal de irmãos peculiar: Miyagawa Atsushi, de 11 anos e 1,80m de altura; e sua irmã Atsumi, que tem 17 anos, mas mede apenas 1,37m. Apesar disso, ambos se comportam de acordo com suas idades, o que acaba gerando uma série de maus entendidos, com foco maior em Atsushi.

Duração: 13 episódios de 3 minutos cada X 2 temporadas = 1 hora e 18 minutos.

Um garotinho grande demais para ser adorável, uma estudante do ensino médio pequena demais para ser levada a sério: antes de ser uma comédia que faz rir, “Recorder to Randoseru” se sobressai pela relação afetuosa entre esses dois irmãos, além da interação deles com os poucos personagens do anime. A piada de um só tom pode cansar rapidamente, mesmo para um anime desse tamanho, mas as demonstrações de carinho dadas principalmente pela serena Atsumi garantem um clima confortável e prazeroso à obra.

É quase sempre o mesmo: Atsushi causando problemas por conta de sua estatura e Atsumi resolvendo tudo, pois atrapalhado e inocente que é ele não toma cuidado no que faz ou fala. Um coitado mal compreendido, que ama a coleguinha de classe Hina, mas que não pode sequer ficar de mãos dadas com ela que em instantes a polícia surge para prendê-lo, pensando se tratar de um molestador – a propósito, coitada de sua professora também, perdida em sentimentos por um aluno do quinto ano que parece um adulto (essa sim está muito mais próxima de ser uma molestadora)... Visitar um amigo e ser mal recebido pelos pais dele, causar um mal entendido ao dar presentes às meninas no Dia dos Namorados, ser abordado na rua ao flagrarem-no falando frases suspeitas para a amiguinha; “Recorder” abusa das situações possíveis para esse cenário, e, invariavelmente, acaba se tornando repetitivo – e em certas ocasiões, banal - nas ideias. É divertido, é engraçado na primeira, segunda ou terceira vez, mas mesmo assim não dá para negar o desgaste do humor e sua falta de criatividade com o passar dos episódios. Todavia, ainda funciona com relativo sucesso para algo de três minutos de duração, que é o que interessa – poderia funcionar melhor, mas em animações curtas a qualidade é geralmente tão baixa que deve-se relevar pequenos defeitos desse tipo nas animações de maior nível, senão jamais acharemos nessa área algo que realmente nos agrade.

Do outro lado, enquanto Atsushi arranca alguns sorrisos pelas suas confusões, Atsumi acabará encantando aqueles que têm uma queda por personagens frágeis e baixinhas, um tipo que a “rainha” do tsundere Kugimiya Rie (“Shakugan no Shana”, “Zero no Tsukaima”, “Toradora!”, “The Idolm@ster”) conhece bem. Mas, aqui, não há espaço para ataques e xingos e gritos agudos, pois dessa vez Kugimiya emprega uma voz bastante calma e comportada à sua personagem, condizente com a personalidade da fofa Atsumi. É praticamente uma tsundere sem seu lado chato...

Em resumo, uma irmã mais velha carinhosa e atenciosa, e um irmão mais novo imaturo e ingênuo; mesmo passando a sensação de que sua premissa parecia mais promissora do que o resultado obtido, “Recorder to Randoseru” consegue ir em frente graças ao carisma dos personagens, que com paciência vão passando pelos maus entendidos causados pela altura de cada um. De qualquer forma, não pensaria duas vezes em chamar a polícia caso visse na rua um homenzarrão suspeito dizer a uma garotinha “Eu vou só olhar, não faço mais nada”...

Continuação: sem intervalos, “Recorder to Randoseru Ré” foi exibido logo após o término da primeira temporada, com treze novos episódios.

Hirano Aya: é outra “seiyuu” conhecida (“Suzumiya Haruhi no Yuustsu”, “Lucky Star”, “Death Note”) que participa do anime, dublando uma personagem coadjuvante.


Teekyuu







De onde saiu: Mangá, 3 volumes, em andamento.

A história: É apresentada a rotina de quatro garotas membros de um clube de tênis.

Duração: 12 episódios de 2 minutos cada = 24 minutos.

Anime mais visualmente pobre da lista, “Teekyuu” segue o mesmo estilo de “Plastic Nee-san”, ao exibir episódios de dois minutos sobre os membros de um clube sem atividade alguma, e tendo também personagens nem um pouco recatadas e tímidas no meio.

Uma riquinha que tenta resolver tudo com dinheiro, uma lésbica assanhada, uma desmiolada esquisita e uma protagonista que é a única de juízo no grupo, que constantemente se estressa com o que suas amigas fazem; quatro meninas que ao invés de jogar tênis perdem seu tempo em diálogos absurdamente rápidos, como se todas tivessem ingerido pela primeira vez uma altíssima quantidade de cafeína. Sempre iniciando sequências que culminam em muitas frases aleatórias e irracionais, “Teekyuu” ostenta uma porção generosa de “nonsense” em suas curtíssimas narrações, onde imperam a malícia e uma boa comédia descerebrada. Igual a “Plastic Nee-san” e, por que não, “Gokujo.”, a série se torna uma indicação válida para quem está um tanto enjoado de bandos de colegiais castas e intocáveis, apesar de suas limitações técnicas. Pena que todos são animes curtos, e muito raramente saem produções maiores desse tipo – pois qual otaku vai querer ter uma menina dessas como “waifu”?

Hanazawa Kana: tão presente em papéis de garotas mais introspectivas e retraídas, ou ingênuas e alegres (“Stein;Gate”, “Binbougami ga!”, “Ore no Imouto”, “Angel Beats”, “Kobato” etc), em “Teekyuu” ela foge do habitual e dubla Marimo, a tarada com tendências lésbicas da imagem acima...


Thermae Romae







De onde saiu: Mangá, 5 volumes, em andamento.

A história: É seguida as desventuras de Lucius Modestus, um arquiteto de banhos públicos da Roma Antiga. Viajando no tempo entre sua terra natal e o Japão moderno sem saber como, ele termina por conhecer as maravilhas tecnológicas dos banheiros atuais, aproveitando as descobertas que faz para aperfeiçoar o estilo romano de tomar banho.

Duração: 6 episódios de 10 minutos cada = 1 hora. Alguns sites dizem que são três, mas isso porque eram exibidos juntos dois episódios por semana.

O bloco da TV Fuji noitaminA surpreendeu muitos ao abrir o ano de 2012 com uma animação em flash, vinda de um mangá popular e premiado; e a surpresa continuou ao se ver um tema tão bizarro render uma ótima comédia histórica, melhor que as séries normais exibidas no bloco na mesma temporada (claro, opinião minha, mas estamos falando de “Guilty Crown” e “Black Rock Shooter”...). Original, divertido e até educativo, “Thermae Romae” está junto com “Poyopoyo Kansatsu Nikki” em um nível de qualidade muito acima dos demais animes citados na matéria, e por serem muito diferentes entre si não arrisco dizer em definitivo qual é o melhor - mesmo pessoalmente gostando mais de “Poyopoyo”. No final, o único ponto em comum entre esses dois é o fato de ambos serem adaptações de mangás seinen.

Segundo a autora Mari Yamazaki, a história aborda duas culturas que mais amam e amaram banhos: os japoneses e os romanos. Em cada episódio Lucius, um homem inicialmente perdido na profissão de arquiteto, viaja misteriosamente para o Japão atual, sempre aparecendo em locais como termas, casas de banho públicas ou simplesmente a minúscula banheira da casa de um senhor de idade. Nunca se cansando de ficar impressionado e de ter o orgulho ferido com as ideias e apetrechos avançados da tribo dos “caras achatadas”, Lucius se aproveita de suas viagens para inserir tais inovações em sua era, se tornando em pouco tempo um homem famoso e admirado – chegando a cair nas graças até do imperador, que pede por seus serviços para o bem de toda a nação romana!

Um dos maiores trunfos de "Thermae Romae" é a pseudo seriedade que permeia os seis episódios do anime na pele do sisudo Lucius, que de maneira dramática tira as conclusões mais tontas, cômicas e erradas do que vislumbra no século XXI, como achar que um chapéu usado por crianças para protegerem os olhos da espuma é um símbolo de liderança na estranha tribo amante de banhos. Apoiado com muita música erudita e referências a fatos e curiosidades históricas, "Thermae Romae" é uma insólita retratação de baixo orçamento de uma época e civilização pouco exploradas não só em animes, mas na indústria da animação como um todo. Ainda que repita o mesmo processo a cada episódio (Lucius passando por alguma dificuldade, viagem no tempo repentina, novas descobertas e surpresas a respeito dos costumes japoneses, retorno à Roma, reprodução meio rústica do que aprendeu e solução do problema), sua trama é tão original e inusitada que os argumentos não alcançam um ponto de saturação, visto que antes de isso ocorrer o anime acaba - a obra original, por sua vez, sofre mais com essa fórmula engessada.

Se aproveitando do velho e bom humor resultante do choque cultural entre povos tão diferentes um do outro, "Thermae Romae" nos dá a oportunidade de testemunhar um roteiro inteligente onde, na melhor das hipóteses, esperaria-se uma comédia pastelão. Nos surpreendemos tanto quanto Lucius ao ver o mundo dos "caras achatadas", e descobrimos o quão um ato tão rotineiro como tomar banho tem tanta história para contar.

Filme: sucesso de bilheteria, em abril de 2012 foi lançado um “live-action”, que vai um pouco além do que foi mostrado no anime, tomando ares mais dramáticos. Clique aqui para ver um trailer dele no Youtube.

  
Wooser no Sono Higurashi







De onde saiu: Série de curtas publicada na coluna de uma revista.

A história:
Pequenas narrações voltadas em Wooser, um misterioso mascote cuja aparência bonitinha esconde seu real mau caráter.

Duração: 12 episódios de 3 minutos cada = 36 minutos.

Na segunda animação toda em CG da lista, vale mais uma vez aquilo de não deixar se enganar pelo visual à primeira vista inofensivo, pois seu protagonista não passa de um animal estranho – seria um cachorro? – totalmente imoral e depravado, que adora dinheiro, garotas e saias de colegiais.

Cada episódio basicamente se divide em três partes, mostrando Wooser em esquetes sem lógica ou ordem alguma, tendo em boa parte delas a companhia de duas belas garotinhas, Rin e Ren. Reflexões deturpadas e antiéticas, piadas em ambientações aleatórias e Wooser esbanjando arrogância e um ego infladíssimo em monólogos consistem a maioria dessas historinhas, sem esquecer as esporádicas paródias a outros animes – estas focadas mais em produções onde atuou Mamoru Miyano (Yagami Light de “Death Note” e Okabe Rintarou de “Steins;Gate”), dublador que dá uma voz pontualmente sarcástica e vaidosa ao protagonista. “Wooser no Sono Higurashi” não é tão engraçado nem refinado no humor, mas termina chamando a atenção por conta justamente do contraste entre traços tão macios com um conteúdo questionável, visto que o personagem principal chega ao ponto de se deixar ser pisoteado por uma estudante apenas para espiar por debaixo de sua saia. Ele é desprezível, preguiçoso e tem “suborno” como palavra favorita, mas esse comportamento tão errado é o que garante os melhores momentos do anime.


Yurumates 3D






  
De onde saiu: Mangá, 3 volumes, em andamento.

A história: Yurume é uma jovem de 18 anos “ronin” (alguém que terminou o ensino médio, mas ainda não ingressou na faculdade) que se muda para a “Maison du Wish”, um decadente complexo de apartamentos localizado na periferia de Tóquio. Com o intuito de estudar para entrar numa universidade local, Yurume acaba descobrindo que seus vizinhos são pessoas que se encontram em situação semelhante ao dela, três “ronins” veteranos que fracassaram no vestibular e há muito deixaram de estudar.

Duração: 13 episódios de 3 minutos cada X 2 temporadas = 1 hora e 18 minutos.

Chega de estudantes do ensino médio ou fundamental; “Yurumates 3D” traz jovens que já passaram por essa fase, e que agora esperam ingressar no ensino superior. Um dia. Talvez ano que vem, ou nos próximos anos se possível. Enquanto isso não ocorre, que a vida seja aproveitada bebendo e fazendo muita festa.

Com traços que fazem os personagens parecerem crianças de dez anos ou menos, “Yurumates 3D” pega um tema um tanto espinhoso e delicado e o transforma num cenário para muita algazarra e brincadeiras. Yurume e seus amigos podem se lembrar de vez em quando do motivo de estarem ali, épocas como o ano novo trazem à tona suas ambições e objetivos iniciais; mas é só questão de tempo até alguém mudar de assunto para fugir da realidade, e assim voltam à bebedeira e às piadas. É patético, é vergonhoso, é triste caso você se identifique com eles, mas o importante é que esses jovens fracassados sabem como se divertir e gastar tempo inutilmente, tanto faz se destruindo os sonhos um do outro, fazendo disputas e apostas estúpidas ou, apenas, jogando conversa fora. Que se vá adiando as cobranças da vida o quanto puder.

Viva o escapismo! - especialmente porque, para nós, ele só dura barulhentos três minutos...

Continuação: sem intervalos, “Yurumates 3D Plus” foi exibido logo após o término da primeira temporada, com treze novos episódios.



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Meu perfil no MyAnimeList, com indicações semanais de matérias diversas sobre o mundo otaku feitas por este e outros sites;
 

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4 comentários:

  1. Tema bem pertinente, visto que esse formato enxuto pipocou nessa última temporada. Da lista eu só conhecia o Thermae e o Teekyuu e fiquei motivado para assistir o Poyopoyo.

    Curto demais esse tipo de post. Valeu!

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    Respostas
    1. lol, desde que vi seu post pensava em responder, mas adiava isso toda hora...

      Enfim, valeu mesmo pelo comentário, Fernando, e foi uma coincidência fazer esse tema agora - seria outro no lugar -, e na hora nem dei conta do fato de essa temporada ter muitos animes curtos em exibição. Do ano passado inteiro só consegui juntar 20 títulos, e apenas nessa season estou acompanhando 9 animes curtos, sendo que há mais dois que gostaria de ver, mas ninguém os pegou para legendar até agora =F.

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  2. Olá Parceiro
    Estou aqui para te convidar a participar de nossa Promoção de 1000 seguidores e também para nos ajudar a divulgá-la xD
    http://www.umomt.com/2012/11/promocao-ate-1000-blog-umo.html
    Desde já, muito obrigado =D

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  3. Destes só vi a 1º temporada de Yurumates 3D, mas to atrás de outros. Pena que o primeiro que foi o que mais me interessou não achei em pt :~

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