E voltou! Após quatro meses parada a seção X-Dez retorna com um tema
bem simples, que exigiu de mim pouco tempo para monta-lo e exigirá de vocês
pouco tempo para ver os animes aqui citados.
Visto que listas de melhores é o que mais surge nessa época, resolvi
também não fugir à regra; porém, preferi abordar aqui aquelas animações que são as mais esquecidas nessas horas, as séries curtas. Nada de “Hyouka”,
“Sakamichi no Apollon”, “Tonari no Kaibutsu-kun”, “Jinrui wa Suitai Shimashita”
e qualquer outro anime conhecido já recomendado aos montes: nesse post os
protagonistas serão desde gatinhos fofinhos e redondos a garotas de um clube de
tênis que mal jogam tênis, passando por jovens fracassados mas felizes,
cachorro(?) pervertido e esquisito e, inclusive, um arquiteto de banhos da Roma Antiga que viaja no tempo. Com exceção de “Poyopoyo Kansatsu Nikki” e “Thermae
Romae”, que foram de fato dois animes que realmente se destacaram no ano de
2012, os demais títulos não fizeram muito alarde, e em comunidades como a do My
Anime List suas notas são até que bastante baixas e injustas, já que não há
como compara-los igualmente com séries de TV de tamanho normal – ou seja, neste
caso, que se dane as notas desse site! São divertidinhos e leves no conteúdo, são curtos e
rápidos de se ver, ótimos e prazerosos aperitivos, e muitas vezes valem mais a
pena do que o prato principal, uma série com episódios de vinte minutos que,
não com rara frequência, lhe decepcionará justamente porque você esperava algo dela. A magia de séries pequenas é isso: não crie grandes ou nenhuma expectativa, e desse modo será mais fácil ser surpreendido por elas, nem que seu conteúdo não seja assim tão bom.
Dito isso, segue abaixo os que foram, para mim, os dez melhores
animes curtos de 2012:
**********
Gakkatsu!
A história: Na escola Inayama, a presidente de classe Takachiho Chiho constantemente inaugura debates absurdos e animados durante o período de estudo livre, onde toda a classe participa. Trazendo à tona diversos temas, ela e seus colegas trocam opiniões em diálogos rápidos e bem humorados, sem, contudo, deixar de fazer de vez em quando algumas observações mais sérias e profundas.
Duração: 25 episódios de 5 minutos cada = 2 horas e 5 minutos.
Nas escolas do Japão é comum deixar os alunos participarem de debates
entre si, na maioria das vezes abordando temas de interesse cívico. Uma prática
saudável que exercita a retórica de cada um, e em “Gakkatsu!” algo que parece
tão enfadonho se transforma em discussões engraçadinhas com um visual infantil
e estilizado, onde uma classe inteira trata de temas que, geralmente, não
possuem real importância alguma.
Por que os garotos não usam os vasos sanitários da escola? Como
oferecer o assento aos idosos no trem quando você já está sentado nele? Você
sai de guarda-chuva quando a previsão do tempo afirma que há somente 20% de
chances de chover? Essas e outras questões tão inesperadas saem quase sempre da
cabecinha da meticulosa Takachiho Chiho, presidente da sala, e como resultado
disso alunos de personalidades variadas discutem fervorosamente em busca de
uma resposta que satisfaça a todos – ou, ao menos, que sacie a curiosidade de
Takachiho. O aparente traço infantil e “chibi” esconde espertos diálogos
bem desenvolvidos abundantes em retórica e reviravoltas, que culminam em
conclusões imprevisíveis e cômicas – mas, em alguns casos, tais conversas são
simplesmente bobas e sem rumo, e em outras ocasiões um pensamento inicialmente
tão absurdo abre caminho para reflexões mais sérias e importantes. Entre tantos
“slice-of-life” nessa lista que mostram o dia a dia de adolescentes ou animais,
“Gakkatsu!” fica ao lado de “Thermae Romae” – apesar da desigualdade gritante quanto à
qualidade de cada um - como as únicas animações a terem roteiros mais encorpados
e elaborados, de conteúdo. Afinal, “o que fazer com o último pedaço que sobra
no prato?” é um dilema universal...
Continuação: estreou na temporada de inverno desse ano, e é intitulada "Gakkatsu! 2nd Season".
Correção, 04/03: na realidade, foram exibidos apenas alguns episódios como preview, e a série está prevista para estrear na próxima temporada, a de primavera.
Continuação: estreou na temporada de inverno desse ano, e é intitulada "Gakkatsu! 2nd Season".
Correção, 04/03: na realidade, foram exibidos apenas alguns episódios como preview, e a série está prevista para estrear na próxima temporada, a de primavera.
Gokujo.
A história: É mostrada a vida escolar diária da desbocada Aya Akabane e suas amigas no colégio para garotas “Gokurakuin Jyoshi High School”.
Duração: 12 episódios de 6 minutos cada = 1 hora e 12 minutos.
Ah, uma escola feminina com dormitórios, lar de estudantes puras e
delicadas, educadas e gentis, onde muitas desabrocham e descobrem, entre quatro
paredes e longe dos homens, um romance proibido, mas tão ingênuo quanto a adolescência
e tão suave como o roçar da pele de uma mulher... Isso, definitivamente, não é
“Gokujo.”.
Meninas emanando inocência e graça saem de cena e dão lugar a um
bando de pervertidas lideradas por Aya Akabane, uma adolescente agressiva,
burra e de vocabulário chulo, que tem um péssimo gosto quanto a vestuário e
maquiagem. Aquele comportamento idílico presenciado em “Maria sama ga Miteru” e
similares é quebrado com garotas de mau comportamento e muito fanservice entre
elas, que vão desde cenas de nudez aqui e ali a diversos momentos “nonsense” de
“yuri” - que às vezes se concretizam e às vezes ficam no quase, para desespero
de alguns. A animação inclusive teve episódios cancelados na televisão devido a
sequências mais explícitas (bolas de pingue-pongue e escova de dente elétrica...),
que foram exibidos apenas via “streaming”.
Tirando esse teor “ecchi” que dá uma visão machista e sexualizada do
que ocorre numa escola feminina, há um humor um tanto idiota e de gosto
duvidoso que, sozinho, não compensaria muito em ver o anime, sem falar que as
próprias personagens unilaterais não são um atrativo à parte - é mais fácil
tomar raiva da estupidez da protagonista do que acha-la legal, para se ter uma
ideia. O que vale neste caso é puramente o fanservice, e se você (eu?) espera
vinte minutos para flagrar um par de seios pulando em um anime “ecchi” ruim,
talvez seja mais lucrativo aguardar somente cinco para ver uma garota arrancar
à força a calcinha de outra...
Kuro Majo-san ga
Tooru!!
A história: Kurotori Chiyoko é uma estudante da quinta série que adora tudo relacionado ao ocultismo. Por conta disso, uma de suas amigas pede para que ela faça uma adivinhação amorosa, e Chiyoko tenta invocar Cupido, o mensageiro do amor; mas, por ter o nariz entupido devido a um resfriado, ela acaba invocando no lugar Gyubid, uma feiticeira do mundo dos espíritos.
A partir disso Chiyoko é obrigada a aprender feitiçaria com a ajuda de Gyubid, tendo que equilibrar sua vida escolar normal com seus treinamentos diários.
Duração: 32 episódios de 7 minutos cada: 3 horas e 44 minutos.
Entrando mais para completar os dez títulos da matéria do que por
qualquer outra coisa, ”Kuro Majo-san” é o único anime listado realmente
infantil, vindo inclusive de uma novel voltada às crianças – novel que teve
ótimas vendagens, por sinal. E como julgo que praticamente ninguém (ou ninguém
mesmo, o mais provável) que lê este ou qualquer outro blog de animes não faz
parte de seu público alvo, ele acaba se tornando, em tese, a animação menos interessante
daqui - mesmo que, dentro de seu próprio gênero, seja bastante competente.
Segue-se o padrão; uma protagonista sem sal e desengonçada que aos
poucos aprende não só a lidar com magia e assim ficar mais forte, como também
amadurece internamente conforme passa por diversas aventuras, havendo nesse
processo muitos episódios que terminam com uma liçãozinha de moral implícita em
suas historinhas. Evitar discussões desnecessárias, confiar nos amigos, não
confiar tanto assim em estranhos... E tudo isso abusando de inúmeros e pequenos clichês
narrativos, como a coincidência de Chiyoko sempre receber um conselho de Gyubid
e, no dia seguinte, conseguir se salvar ou salvar alguém por causa justamente
do que lhe foi dito; ou, então, a facilidade dela de encontrar tantas outras
crianças feiticeiras na mesma região, na mesma escola, na mesma sala... Ah,
detalhes que só mesmo velhos chatos darão atenção, tipo eu. Para tal série
podemos fazer vista grossa, mas quando essas e outras acontecem em animes mais
“crescidinhos” aí sim não dá para deixar passar...
Muitas produções direcionadas aos mais novos são capazes de exercer
um poder de atração nos adultos por inúmeros fatores, como um humor mais
inteligente ou personagens carismáticos e espertos; porém esse não é o caso de
“Kuro Majo-san”, que possui uma comédia inteiramente típica para a idade de seu
consumidor alvo, aliado a um grupo de personagens que exalam uma ingenuidade
excessiva e tramas demasiado simplórias na maneira em que são concluídas – e
sem, importante ressaltar, cenas e conversas sugestivas que possam fisgar a
curiosidade de marmanjos por razões nada honráveis. Mas, por outro lado, a
história linear faz com que o anime seja o único da lista a carregar um
desenvolvimento real no enredo e em sua protagonista, no caso a Chiyoko. Como
mostrado no parágrafo anterior, o caminho que ela percorre para se tornar uma
feiticeira e uma pessoa melhor é comum e banal, mas satisfatório para um anime
desses. Comete erros, aprende com eles, fica mais perspicaz, passa por obstáculos
maiores, conhece novas pessoas, e assim vai - mas claro, jamais deixa de ser
desligada em alguns momentos, cometendo gafes aqui e ali e caindo nas constantes
brincadeiras de Gyubid, porque essa é sua maior graça. Daqueles animes de público
muito restrito, que se harmoniza com aqueles com quem querem dialogar, mas não
vão além disso.
Agora, ao invés de uma “mahou shoujo” qualquer, um anime vespertino
sobre uma aluna do fundamental que pratica magia negra e pronuncia palavras em
latim, muitas vezes proferindo o nome de demônios... No Brasil esses
episodiozinhos de sete minutos dariam muito que falar...
Em andamento: iniciado em abril de 2012, o anime permanece em exibição e terá, como dito acima, 32 episódios, mas não há data exata para término – pois há semanas em que ele não é transmitido. Para esse texto foram vistos 21 episódios.
Plastic Nee-san (ONA)
A história: Curtas sobre as interações entre três garotas do ensino médio, membros de um clube de modelagem.
Duração: 12 episódios de 2 minutos cada = 24 minutos.
Com episódios lançados a intervalos irregulares durante mais de um
ano, esse ONA apresenta outro grupo de garotas; contudo, o ambiente aqui é
mais, digamos, “familiar” do que o de “Gokujo.”, pois o que se vê em “Plastic
Nee-san” são personagens moe em um clube onde elas fazem de tudo, menos o que é
de fato o tema do clube em que são membros. Entretanto, essas meninas estão
longe de serem inocentes e perfeitinhas.
Irônicas, sarcásticas, violentas, traiçoeiras; os dois minutos do
primeiro episódio já mostram bem o quanto elas não são doces nem frágeis. Uma
queda de braço, uma ameaça, brigas, punições dolorosas, conversas sem sentido
entre garotas que, sabe-se lá por que, tem cada uma um modelo de plástico preso
em suas cabeças... Graças às boas piadas e atuação das seiyuus, “Plastic
Nee-san” possui um dos elencos mais engraçados e insanos desta lista, tendo
destaque a própria protagonista, a loirinha “Nee-san”, dublada com muita
energia e deboche por Mari Kanou.
E, olha só, mais um bando de garotas maliciosas e impuras nos
aguardam à frente. Grandes produções e estúdios as renegam, mas os animes
curtos abrem os braços para elas...
Poyopoyo Kansatsu
Nikki
De onde saiu: Mangá, 10 volumes, em andamento.
A história: Moe Sato é uma jovem mulher que encontra um gato na rua e passa a cuidar dele. Chamado de Poyo devido à sua forma redonda, ele rapidamente se torna querido por todos os membros da família Sato.
Duração: 52 episódios de 3 minutos cada = 2 horas e 36 minutos.
Quase unanimidade quanto a ter sido a melhor série curta de 2012 – divide
o posto com “Thermae Romae” – “Poyopoyo Kansatsu Nikki” traz com seus traços
claros e meigos o dia a dia de uma fofíssima almofada de pelos ambulante,
chamado carinhosamente de Poyo: um gato perfeitamente redondo,
irresistivelmente apertável e totalmente imprevisível.
Dublado por Ikue Ootani – uma “expert” em criaturas estranhas, já que
ela também dá voz ao Pikachu de “Pokemon” e o Chopper de “One Piece” -, Poyo
carrega consigo um anime que sabiamente condensa e harmoniza vários dos
elementos que compõem um bom “slice-of-life” “iyashikei”; o habitual mundinho
vistoso e aconchegante que “desconecta” o espectador da vida real por alguns
minutos, dando-lhe uma sensação de bem estar; os personagens amáveis e alegres de
personalidades e relações simples; e, claro, suas histórias mais simples ainda, que se
limitam a pequenas e ágeis narrações do cotidiano da família Sato e seus amigos
e vizinhos. E tudo isso com uma comédia suave e familiar, que tem lá seu tom
infantil, porém vale lembrar que sua origem é um mangá seinen, e de quando em
quando há alguns detalhes e acontecimentos mais, digamos, “maduros” – por
exemplo, dois gatos machos namorando, que... que coisa...
“Poyopoyo” merece essa rasgação de seda e um pouco mais, e talvez o
mais elogiável nele seja a capacidade de montar com pequenos episódios um
elenco inteiro de personagens simpáticos e agradáveis, que não ficam apagados e
dependentes das aparições de Poyo. Ele é a estrela, todos os amam, seja homem
ou animal (e seja macho ou fêmea...); mas a tapada dona Moe possui sua própria
vidinha e hábitos, o robusto mas bondoso pai Shigeru e seu irmão Hide também,
sem contar os amigos e conhecidos destes. Às vezes, boas risadas saem sem
precisar ter em cena um tal felino redondo, algo jamais visto em “Chi’s Sweet
Home”, por exemplo, que é outro anime (bem mais popular) que conta a vida de
uma gatinha, e onde os donos desta parecem viver apenas em função de seu
querido animal de estimação, já que nunca é mostrada a rotina de cada um longe
dela. Uma abordagem, a propósito, que não considero nada negativa ou errada,
somente queria deixar claro que Poyo não é o único bom ator no palco, o
contrário do que geralmente ocorre em animações que focam em animais –
principalmente porque “Chi’s Sweet Home” acaba se sobressaindo em outros
pontos, como o amadurecimento de sua pequenina protagonista.
É adorável, é relaxante, é um gato gordo ao lado de uma dezena de
humanos e animais que o idolatram; “Poyopoyo Kansatsu Nikki” faz jus à fama
obtida durante o ano de 2012, ao ir muito além do que se esperava para um anime
curto. Distribui com destreza doses mínimas de um universo feliz e tranquilo, e
que doses mais doces são essas.
Um pouco mais: essa é a segunda matéria da seção que “Poyopoyo Kansatsu Nikki” aparece, sendo que a primeira vez foi em “Dez animes e animais”.
Recorder to Randoseru Do♪
A história: É retratada a vida diária de um casal de irmãos peculiar: Miyagawa Atsushi, de 11 anos e 1,80m de altura; e sua irmã Atsumi, que tem 17 anos, mas mede apenas 1,37m. Apesar disso, ambos se comportam de acordo com suas idades, o que acaba gerando uma série de maus entendidos, com foco maior em Atsushi.
Duração: 13 episódios de 3 minutos cada X 2 temporadas = 1 hora e 18 minutos.
Um garotinho grande demais para ser adorável, uma estudante
do ensino médio pequena demais para ser levada a sério: antes de ser uma
comédia que faz rir, “Recorder to Randoseru” se sobressai pela relação afetuosa
entre esses dois irmãos, além da interação deles com os poucos personagens do
anime. A piada de um só tom pode cansar rapidamente, mesmo para um anime desse
tamanho, mas as demonstrações de carinho dadas principalmente pela serena
Atsumi garantem um clima confortável e prazeroso à obra.
É quase sempre o mesmo: Atsushi causando problemas por conta de
sua estatura e Atsumi resolvendo tudo, pois atrapalhado e inocente que é ele
não toma cuidado no que faz ou fala. Um coitado mal compreendido, que ama a coleguinha
de classe Hina, mas que não pode sequer ficar de mãos dadas com ela que em
instantes a polícia surge para prendê-lo, pensando se tratar de um molestador –
a propósito, coitada de sua professora também, perdida em sentimentos por um
aluno do quinto ano que parece um adulto (essa sim está muito mais próxima de
ser uma molestadora)... Visitar um amigo e ser mal recebido pelos pais dele, causar
um mal entendido ao dar presentes às meninas no Dia dos Namorados, ser abordado
na rua ao flagrarem-no falando frases suspeitas para a amiguinha; “Recorder”
abusa das situações possíveis para esse cenário, e, invariavelmente, acaba se
tornando repetitivo – e em certas ocasiões, banal - nas ideias. É divertido, é
engraçado na primeira, segunda ou terceira vez, mas mesmo assim não dá para
negar o desgaste do humor e sua falta de criatividade com o passar dos
episódios. Todavia, ainda funciona com relativo sucesso para algo de três
minutos de duração, que é o que interessa – poderia funcionar melhor, mas em
animações curtas a qualidade é geralmente tão baixa que deve-se relevar
pequenos defeitos desse tipo nas animações de maior nível, senão jamais
acharemos nessa área algo que realmente nos agrade.
Do outro lado, enquanto Atsushi arranca alguns sorrisos
pelas suas confusões, Atsumi acabará encantando aqueles que têm uma queda por
personagens frágeis e baixinhas, um tipo que a “rainha” do tsundere Kugimiya Rie (“Shakugan no Shana”, “Zero no Tsukaima”, “Toradora!”, “The Idolm@ster”)
conhece bem. Mas, aqui, não há espaço para ataques e xingos e gritos agudos,
pois dessa vez Kugimiya emprega uma voz bastante calma e comportada à sua
personagem, condizente com a personalidade da fofa Atsumi. É praticamente uma
tsundere sem seu lado chato...
Em resumo, uma irmã mais velha carinhosa e atenciosa, e um
irmão mais novo imaturo e ingênuo; mesmo passando a sensação de que sua
premissa parecia mais promissora do que o resultado obtido, “Recorder to
Randoseru” consegue ir em frente graças ao carisma dos personagens, que com
paciência vão passando pelos maus entendidos causados pela altura de cada um. De
qualquer forma, não pensaria duas vezes em chamar a polícia caso visse na rua
um homenzarrão suspeito dizer a uma garotinha “Eu vou só olhar, não faço mais
nada”...
Hirano Aya: é outra “seiyuu” conhecida (“Suzumiya Haruhi no Yuustsu”, “Lucky Star”, “Death Note”) que participa do anime, dublando uma personagem coadjuvante.
Teekyuu
A história: É apresentada a rotina de quatro garotas membros de um clube de tênis.
Duração: 12 episódios de 2 minutos cada = 24 minutos.
Anime mais visualmente pobre da lista, “Teekyuu” segue o mesmo estilo
de “Plastic Nee-san”, ao exibir episódios de dois minutos sobre os membros de
um clube sem atividade alguma, e tendo também personagens nem um pouco
recatadas e tímidas no meio.
Uma riquinha que tenta resolver tudo com dinheiro, uma lésbica
assanhada, uma desmiolada esquisita e uma protagonista que é a única de juízo
no grupo, que constantemente se estressa com o que suas amigas fazem; quatro
meninas que ao invés de jogar tênis perdem seu tempo em diálogos absurdamente rápidos,
como se todas tivessem ingerido pela primeira vez uma altíssima quantidade de
cafeína. Sempre iniciando sequências que culminam em muitas frases aleatórias e
irracionais, “Teekyuu” ostenta uma porção generosa de “nonsense” em suas
curtíssimas narrações, onde imperam a malícia e uma boa comédia descerebrada.
Igual a “Plastic Nee-san” e, por que não, “Gokujo.”, a série se torna uma
indicação válida para quem está um tanto enjoado de bandos de colegiais castas
e intocáveis, apesar de suas limitações técnicas. Pena que todos são animes
curtos, e muito raramente saem produções maiores desse tipo – pois qual otaku
vai querer ter uma menina dessas como “waifu”?
Thermae Romae
De onde saiu: Mangá, 5 volumes, em andamento.
A história: É seguida as desventuras de Lucius Modestus, um arquiteto de banhos públicos da Roma Antiga. Viajando no tempo entre sua terra natal e o Japão moderno sem saber como, ele termina por conhecer as maravilhas tecnológicas dos banheiros atuais, aproveitando as descobertas que faz para aperfeiçoar o estilo romano de tomar banho.
Duração: 6 episódios de 10 minutos cada = 1 hora. Alguns sites dizem que são três, mas isso porque eram exibidos juntos dois episódios por semana.
O bloco da TV Fuji noitaminA surpreendeu muitos ao abrir o ano de
2012 com uma animação em flash, vinda de um mangá popular e premiado; e a
surpresa continuou ao se ver um tema tão bizarro render uma ótima comédia
histórica, melhor que as séries normais exibidas no bloco na mesma temporada
(claro, opinião minha, mas estamos falando de “Guilty Crown” e “Black Rock
Shooter”...). Original, divertido e até educativo, “Thermae Romae” está junto
com “Poyopoyo Kansatsu Nikki” em um nível de qualidade muito acima dos demais
animes citados na matéria, e por serem muito diferentes entre si não arrisco
dizer em definitivo qual é o melhor - mesmo pessoalmente gostando mais de
“Poyopoyo”. No final, o único ponto em comum entre esses dois é o fato de ambos
serem adaptações de mangás seinen.
Segundo a autora Mari Yamazaki, a história aborda duas culturas que
mais amam e amaram banhos: os japoneses e os romanos. Em cada episódio Lucius,
um homem inicialmente perdido na profissão de arquiteto, viaja misteriosamente
para o Japão atual, sempre aparecendo em locais como termas, casas de banho
públicas ou simplesmente a minúscula banheira da casa de um senhor de idade.
Nunca se cansando de ficar impressionado e de ter o orgulho ferido com as
ideias e apetrechos avançados da tribo dos “caras achatadas”, Lucius
se aproveita de suas viagens para inserir tais inovações em sua era, se
tornando em pouco tempo um homem famoso e admirado – chegando a cair nas graças
até do imperador, que pede por seus serviços para o bem de toda a nação romana!
Um dos maiores trunfos de "Thermae Romae" é a pseudo seriedade
que permeia os seis episódios do anime na pele do sisudo Lucius, que de maneira dramática tira as conclusões mais tontas, cômicas
e erradas do
que vislumbra no século XXI, como achar que um chapéu usado por crianças
para protegerem
os olhos da espuma é um símbolo de liderança na estranha tribo amante de
banhos.
Apoiado com muita música erudita e referências a fatos e curiosidades
históricas, "Thermae Romae" é uma insólita retratação de baixo orçamento de uma época e civilização pouco exploradas não só em animes, mas na indústria da animação como um todo. Ainda que repita o mesmo processo a cada episódio (Lucius passando por alguma dificuldade, viagem no tempo repentina, novas descobertas e surpresas a respeito dos costumes japoneses, retorno à Roma, reprodução meio rústica do que aprendeu e solução do problema), sua trama é tão original e inusitada que os argumentos não alcançam um ponto de saturação, visto que antes de isso ocorrer o anime acaba - a obra original, por sua vez, sofre mais com essa fórmula engessada.
Se aproveitando do velho e bom humor resultante do choque cultural entre povos tão diferentes um do outro, "Thermae Romae" nos dá a oportunidade de testemunhar um roteiro inteligente onde, na melhor das hipóteses, esperaria-se uma comédia pastelão. Nos surpreendemos tanto quanto Lucius ao ver o mundo dos "caras achatadas", e descobrimos o quão um ato tão rotineiro como tomar banho tem tanta história para contar.
Se aproveitando do velho e bom humor resultante do choque cultural entre povos tão diferentes um do outro, "Thermae Romae" nos dá a oportunidade de testemunhar um roteiro inteligente onde, na melhor das hipóteses, esperaria-se uma comédia pastelão. Nos surpreendemos tanto quanto Lucius ao ver o mundo dos "caras achatadas", e descobrimos o quão um ato tão rotineiro como tomar banho tem tanta história para contar.
Wooser no Sono Higurashi
De onde saiu: Série de curtas publicada na coluna de uma revista.
A história: Pequenas narrações voltadas em Wooser, um misterioso mascote cuja aparência bonitinha esconde seu real mau caráter.
Duração: 12 episódios de 3 minutos cada = 36 minutos.
Na segunda
animação toda em CG da lista, vale mais uma vez aquilo de não deixar se enganar
pelo visual à primeira vista inofensivo, pois seu protagonista não passa de um
animal estranho – seria um cachorro? – totalmente imoral e depravado, que adora
dinheiro, garotas e saias de colegiais.
Cada episódio
basicamente se divide em três partes, mostrando Wooser em esquetes sem lógica
ou ordem alguma, tendo em boa parte delas a companhia de duas belas garotinhas,
Rin e Ren. Reflexões deturpadas e antiéticas, piadas em ambientações aleatórias
e Wooser esbanjando arrogância e um ego infladíssimo em monólogos consistem a
maioria dessas historinhas, sem esquecer as esporádicas paródias a outros
animes – estas focadas mais em produções onde atuou Mamoru Miyano (Yagami Light
de “Death Note” e Okabe Rintarou de “Steins;Gate”), dublador que dá uma voz pontualmente
sarcástica e vaidosa ao protagonista. “Wooser no Sono Higurashi” não é tão
engraçado nem refinado no humor, mas termina chamando a atenção por conta
justamente do contraste entre traços tão macios com um conteúdo questionável,
visto que o personagem principal chega ao ponto de se deixar ser pisoteado por
uma estudante apenas para espiar por debaixo de sua saia. Ele é desprezível,
preguiçoso e tem “suborno” como palavra favorita, mas esse comportamento tão
errado é o que garante os melhores momentos do anime.
Yurumates 3D
De onde saiu: Mangá, 3 volumes, em andamento.
A história: Yurume é uma jovem de 18 anos “ronin” (alguém que terminou o ensino médio, mas ainda não ingressou na faculdade) que se muda para a “Maison du Wish”, um decadente complexo de apartamentos localizado na periferia de Tóquio. Com o intuito de estudar para entrar numa universidade local, Yurume acaba descobrindo que seus vizinhos são pessoas que se encontram em situação semelhante ao dela, três “ronins” veteranos que fracassaram no vestibular e há muito deixaram de estudar.
Duração: 13 episódios de 3 minutos cada X 2 temporadas = 1 hora e 18 minutos.
Chega de
estudantes do ensino médio ou fundamental; “Yurumates 3D” traz jovens que já
passaram por essa fase, e que agora esperam ingressar no ensino superior. Um
dia. Talvez ano que vem, ou nos próximos anos se possível. Enquanto isso não
ocorre, que a vida seja aproveitada bebendo e fazendo muita festa.
Com traços que
fazem os personagens parecerem crianças de dez anos ou menos, “Yurumates 3D”
pega um tema um tanto espinhoso e delicado e o transforma num cenário para
muita algazarra e brincadeiras. Yurume e seus amigos podem se lembrar de vez em
quando do motivo de estarem ali, épocas como o ano novo trazem à tona suas
ambições e objetivos iniciais; mas é só questão de tempo até alguém mudar de
assunto para fugir da realidade, e assim voltam à bebedeira e às piadas. É
patético, é vergonhoso, é triste caso você se identifique com eles, mas o
importante é que esses jovens fracassados sabem como se divertir e gastar tempo
inutilmente, tanto faz se destruindo os sonhos um do outro, fazendo disputas e
apostas estúpidas ou, apenas, jogando conversa fora. Que se vá adiando as
cobranças da vida o quanto puder.
Viva o escapismo! -
especialmente porque, para nós, ele só dura barulhentos três minutos...
Continuação: sem intervalos, “Yurumates 3D Plus” foi exibido logo após o término da primeira temporada, com treze novos episódios.
**********
Meu perfil no MyAnimeList, com indicações semanais de matérias diversas sobre o mundo otaku feitas por este e outros sites;
Tema bem pertinente, visto que esse formato enxuto pipocou nessa última temporada. Da lista eu só conhecia o Thermae e o Teekyuu e fiquei motivado para assistir o Poyopoyo.
ResponderExcluirCurto demais esse tipo de post. Valeu!
lol, desde que vi seu post pensava em responder, mas adiava isso toda hora...
ExcluirEnfim, valeu mesmo pelo comentário, Fernando, e foi uma coincidência fazer esse tema agora - seria outro no lugar -, e na hora nem dei conta do fato de essa temporada ter muitos animes curtos em exibição. Do ano passado inteiro só consegui juntar 20 títulos, e apenas nessa season estou acompanhando 9 animes curtos, sendo que há mais dois que gostaria de ver, mas ninguém os pegou para legendar até agora =F.
Olá Parceiro
ResponderExcluirEstou aqui para te convidar a participar de nossa Promoção de 1000 seguidores e também para nos ajudar a divulgá-la xD
http://www.umomt.com/2012/11/promocao-ate-1000-blog-umo.html
Desde já, muito obrigado =D
Destes só vi a 1º temporada de Yurumates 3D, mas to atrás de outros. Pena que o primeiro que foi o que mais me interessou não achei em pt :~
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