21 de março de 2020

Resenha: Yowamushi Pedal: New Generation / Yowamushi Pedal: Glory Line




Por Escritora Otaku


Lá pelos meados de outubro 2014 eu entrei com tudo em um anime esportivo sobre ciclismo, como se não fosse nada, porém “Yowamushi Pedal” me conquistou e assisti as duas primeiras temporadas amando Onoda e companhia. O tempo passou e eis que retornam para mais duas séries com o que tinham de material e o resultado foi mais que satisfatório, seguindo em frente. Como manda em animes deste estilo, novos personagens dão às caras, um deles inclusive entrou fácil na lista de personagens detestáveis - do tipo "quero este cara fora do anime" e ponto final! De resto, tudo que trouxe e consolidou nas suas temporadas anteriores esteve lá, com saltos positivos e negativos, é claro! Obras longas tem disto, é difícil segurar o ritmo sem quedas e manter o interesse no mesmo, não acham?

 Aqui tive meus maiores surtos, principalmente na quarta temporada - raramente atinjo tal estado, mas, como querem que veja este anime sem isso? Aliás, vale a dica de ler as análises malucas e bacanas deste anime no blog Kimono Amarelo, para ver que não fui a única a ter surtos. Bom que tenha dado chance de um lado, por outro, vou ter de ser paciente para as novas temporadas; apesar disto, vejamos como YowaPedal foi após suas animações iniciais.


*****


Ano: 2017 / 2018
Diretor: Osamu Nabeshima
Estúdio: TMS Entertaiment
Episódios: 25 (3ª temp) / 25 (4ª temp)
Gênero: Comédia / Drama / Esporte
De onde saiu: Mangá, 63 volumes, em andamento


Recomeços, desafios e mais corridas malucas numa bicicleta: assim podemos definir um pouco a respeito de “Yowamushi Pedal”, uma das diversas obras que entra na lista de mangás e animes esportivos - mesmo os não adeptos tem de aceitar que "YowaPedal" conquistou seu espaço e merece ser requisitado, ao lado de outras séries esportivas. Por acaso houve outros com a mesma temática de ciclismo fora este? Teve sim, uns antes e depois, sejam focados ou não no esporte em si, a questão é que esta série meio que colocou em voga a atividade e mesmo sendo um shounen como muitos, tem o seu charme. Caso queira ter uma maior noção, há resenha das duas primeiras temporadas, cliquem aqui e vão entender o que há de mais num anime destes.

Aos mais desatentos ou que estiveram numa caverna, a obra conta sobre Onoda, um garoto que acaba entrando com tudo no ciclismo, demostrando talento no esporte e tendo sua primeira participação no Intercolegial, resumindo assim as duas primeiras temporadas. Depois desta competição, a trama prossegue com a saída dos membros mais velhos dos times que fizeram parte, dando espaço para novos ciclistas, fossem já previstos ou testados - esta é a ideia parcial da terceira temporada, “New Generation”: os times são parte de clubes e como todo clube colegial, os membros mais velhos se formam, mantendo os novatos e aos que ainda não concluíram seus estudos; por isso, o tom de despedida daqueles personagens que conhecíamos nas séries anteriores, seguir com suas vidas. Na equação, os três times mais relevantes da obra (Sohoku, Hakone e Fushimi Kyoto) perderam seus veteranos e para suprir, novos alunos entram para complementar as equipes para novas competições e manter os clubes em funcionamento; vemos assim, a procura dos clubes para novos membros, principalmente das partes do Sohoku e do Hakone, que tiveram as maiores perdas.

No Sohoku, onde está Onoda, passa por uma reestruturação e isto, de certa maneira, afeta o protagonista, que agora não é mais um novato, tendo de aprender a aceitar o fardo que assumiu e dar apoio aos demais integrantes. O começo é bem complicado ao rapaz, mas claro que ao lado dos colegas de clube e os que viram seu potencial o deixam “mais tranquilo” para os novos desafios. Diríamos que aqui as mudanças foram ou não empecilhos para o desenvolver da equipe como um todo. Para os lados do Hakone, as trocas não causaram tantos problemas e sim, a credibilidade e confiança aos presentes; quem acompanhou a trama desde o começo, o time era visto com bons olhos, pelo trabalho feito pelos seus membros e conquistando vitórias e prestígios atrás do outro. No momento atual, tudo isto é jogado fora e depende demais dos atuais integrantes tirar a má imagem que tem deles mesmos e do time, reconquistando o crédito ao clube em geral.

O que traz a seguinte realidade: o que torna estes times e seus clubes tão característicos? Um questionamento a ser respondido perante suas reestruturações a um novo intercolegial, a segunda parte da temporada. Assim, cabe aos seus participantes encontrar, na competição, o que os levou a querer praticar o ciclismo como um todo; uns na marra e outros, revelando seus pontos mais fortes nas duas rodas. E vemos assim, a diferença entre um time mais estruturado e com peças, Hakone, de um time que ainda não encontrou seu ponto de equilíbrio, Sohoku. Ai, vão perguntar: e o Fushimi Kyoto? Bem, este é um time que depende demais do seu membro mais talentoso, o detestável e genial, Midousuji, que com seus “planos sujos”, trouxeram certa notoriedade ao grupo e que na atual formação, contam com outro aluno tão detestável e talentoso quanto, o Komari para causar. Enquanto os demais times atuam como uma equipe que apoia o outro, neste caso, o Fushimi é apenas uma mera ferramenta para os propósitos de Midousuji, que quer ganhar e mostrar que seus ideais são os melhores.

Aqui temos a entrada de novos personagens e mesmo sendo parte do título da temporada, dá para sentir um tanto de antipatia, o que é normal; os personagens que víamos antes e saíram, meio que carregavam o carisma da obra e estes novatos, apesar de terem presença e simpatia, quando se acostuma a eles, causa uma estranheza inicial. Se for vê-los mais de perto, dá para aceitar e quem sabe, curtir seus estilos e personalidades.

A história segue em “Glory Line”, quarta temporada do anime, que continua a competição e coloca os ingredientes mais relevantes da trama, como as pedaladas saídas de um shounen de batalha; as superações dos seus personagens, seja como pessoas, seja como ciclistas e um intercolegial bem mais duro em sua trajetória. E como cada equipe participante tenta superar as adversidades que foram impostas na competição dita, evoluindo o que possuem de melhor para ultrapassar os limites de si mesmos. Num todo, seu conteúdo é praticamente um repeteco do visto na segunda temporada, “Grande Road”, o que é bom e ruim ou vice-versa. O bom é ter uma estrutura narrativa, sem querer alterar demais em sua fórmula, de outro, pode representar certa falta de criatividade de trazer novos conceitos na obra; o desafio de muitas séries longas, sejam ininterruptas ou em temporadas, é manter o que as tornam únicas e relevantes, sem perder suas essências. Aqui não foi diferente, aliás, se for dos que não curtiu os novos personagens e o dejá vù, pode parar nas duas primeiras temporadas; caso tenha realmente gostado, não custa dar uma chance, pois, apesar da sensação de situações semelhantes ao visto antes, vão adiante e consegue surpreender em momentos decisivos.

Um exemplo dos mais evidentes é a situação que encontra o time do Sohoku, que para não ficar soltando spoilers demais, passa por poucas e boas; nos episódios que enfocam mais neles as prévias são pessimistas e quando ocorrem, dão mais esperança em ver o time em alta. Principalmente, quando foca no Onoda e vemos, nestas horas, o quanto o apoio dos colegas de clube e de outras pessoas o faz enxergar além do que conseguia ver. O efeito chega aos personagens apresentados na fase anterior e aos já presentes, que foca menos na corrida e sim, no que tiveram de fazer para serem devidamente aceitos como são. Se há um aspecto em “Yowamushi Pedal” num todo é justamente nos botar a par das dificuldades e superações dos seus personagens, identificando ou não, os dilemas e soluções de cada um.

Na parte técnica, vemos uma evolução nos traços dos personagens, mais vivos que antes (nada incomum quando são séries longas); o ritmo da obra manteve na mesma vista anteriormente, com novidades e o elenco de vozes, ganhou mais forças, com novos dubladores para os novos personagens; o uso de computação gráfica teve uma leve melhoria e consistência. Cada destas temporadas teve em torno de duas aberturas e dois encerramentos: em “New Generation”, as aberturas foram “Cadence” e “Transit”, ambas retratando bem o conceito da temporada, a de recomeços, com seus ritmos indo de acordo com o andamento da história, enquanto seus encerramentos, “Now or Never” e “Takai Tokuro” seguem numa vibe mais animada; já em “Glory Line”, suas aberturas “Boku no Koe” e “Dancing” colocam em suas melodias as sensações de mais uma competição, a primeira mais de início e a outra em uma batida eletrônica contagiante - já sobre seus encerramentos, “Carry the Hope” e “Over the Limit” são contraditórias uma à outra, a primeira sendo de um tom mais pop e jovial e cantada pelos dubladores do time do Sohoku, e a outra mais lenta e com batida no jazz/blues cantada pelos dubladores do time do Hakone, representando as equipes como são vistas na trama. Se fosse escolher qual das temporadas teve as melhores aberturas e encerramentos, a quarta temporada ganha com folga. No restante, os animes tem seus altos e baixos, mantendo a essência e personalidade que a história tem a oferecer.


Enfim, “Yowamushi Pedal” nestas temporadas, consegue ser mais do mesmo, com novas adições e um rumo meio que previsto, nada que atrapalhe em acompanhar. Se realmente gostou da obra como um todo, vai com tudo, pois continua sendo divertido estas pedaladas malucas em animação. Quanto a novas temporadas, a questão é esperar, já que, o anime alcançou o mangá e de praxe, saber do final deste intercolegial vai depender do tempo.


***** 

Comente com o Facebook:

Um comentário:

  1. Yowamushi Pedal? Aí sim, um dos meus esportes favoritos. É estranho como Pedal não tem nada de realmente novo, mas faz tão bem o básico de animes de esporte que fica algo incrível.
    Também é absurdo como o autor consegue transformar um monte de moleques pedalando em algo tão interessante e intenso. Vem personagem, sai personagem e parece que fica cada vez melhor.
    Acompanhei a última temporada, e ainda espero pela próxima. Espero que venha logo.

    ResponderExcluir

Copyright © 2016 Animecote , Todos os direitos reservados.
Design por INS