Por Escritora Otaku
O ano de 2017 foi praticamente superior em
comparação a 2016 para esta pessoa, seja em animes novos, seja reboots/remakes
ou novas temporadas. E dos destaques que vi, este veio meio de supetão, pelas
postagens já extintas dos Guias de Temporada do Animecote, portanto, valeu
Erick Dias, meu senpai pela dica, porque valeu demais acompanhar esta série.
A epopeia do tutor real remeteu aos métodos nada normais do protagonista de
“Denpa Kyoushi”, aliás, teve análises semanais que realçaram este ponto e
estive acompanhando e comentando lá no Anime 21, muito bom mesmo. A comparação
parece estranha, no entanto, tem sim aspectos em comum e isto ajudou mais ainda
para assistir o anime em si.
Numa lista de melhores 2017, esteve equiparado a
“Saiyuki Reload BLAST” em termos de serem obras simples e envolventes em suas
histórias, personagens marcantes e interpretação de seus dubladores; apesar
disto, a trupe principal de “Saiyuki” está num nível acima; e numa lista de
cinco melhores, em segundo lugar e empatado com eles. Sei que sou maluca em
botar dois títulos numa mesma posição, mas, pra mim, eles mereceram e sou das
que não importa em botar mais de um anime na mesma colocação. Vamos para a
resenha e verão que o tutor real é bem mais do que aparenta.
*****
Ano: 2017
Diretor: Katsuya Kikuchi
Estúdio: Bridge
Episódios: 12
Gênero: Comédia / Drama / Slice-of-life
De
onde saiu: Mangá, 8 volumes,
em andamento
Seja na escola, faculdade, universidade, cursos,
onde tiver aulas, os que seguem na carreira acadêmica tem uma influência grande
aos seus alunos e alunas; qual tenha sido sua formação, ser professor vai além
das paredes de uma sala de aula, é um aprendizado que serve para a formação de
cidadãos, tanto em conteúdo quanto a própria vida. Há quem diga que a vida seja
um professor ao ser humano, pronta para botar em nossas cabeças que nem sempre
pode ser o que desejamos que seja, pois a realidade é muito diferente da visão
imaginária de nossa mente. Na vida real, o papel de professor tem sido cheio de
altos e baixos: os que realmente importam em ensinar, de mostrar a realidade e
dar um pouco de sonhos aos seus alunos; outros a tratam como um mero trabalho
para ganhar status ou ter um dinheiro a mais, sem se preocupar em exercer o cargo
dito; há a valorização ou não por esta profissão, levando a sequelas positivas
ou negativas, e tem gente que fala que professor não presta e não o respeita,
rendendo os casos de desacato e violência nas salas de aula que vemos por aí.
O fato é que temos lembranças boas ou ruins quanto
a estes profissionais, nos deixando uma marca em nossas vidas fora das aulas.
Quem nunca teve uma admiração ou paixonite por aquele professor ou professora
em seus tempos de escola? Ou quando chegava a época do Dia dos Professores e a
classe preparava uma festinha para homenagear este pessoal, os alunos que
realizavam esta surpresinha? Querendo ou não, é uma carreira que precisa ser
vista com mais atenção e com respeito, pois eles também são gente e tem suas
vidas.
Aos que acompanham animes, os professores têm algum
destaque, seja em séries que retratam suas carreiras e vidas ou estejam no
elenco de histórias como parte dos personagens. E é nos que colocam o ambiente
escolar, de forma séria ou não, que suas presenças se sujeitam a transformar o jeito de ser dos estudantes - já fora da escola ainda temos os que dão aulas particulares, para melhorar o
desempenho de seus alunos, e além destes temos os tutores, com papel
similar.
É neste quesito que somos apresentados ao contexto
de “Oushitsu Kyoushi Haine”, que bota um tutor para educar príncipes de um
reino e fazer os mesmos serem capazes de ter chances na sucessão real. Somos
apresentados a Heine Wittgenstein, que foi recrutado pelo atual rei a tal cargo
e vale aqui citar a aparência do personagem em si, que parece novinho mas não é,
vide a voz grossa que tem. Quando consegue entrar no palácio após confusão de
sua pessoa, ele é apresentado aos seus alunos, no caso, os filhos do rei que
não ostentam boas relações com tutores e tem desbancando um atrás do outro - aí vemos
a primeira de muitas lições que Heine tem de encarar, botando ordem na casa e
mostrando aos príncipes o que significa ser parte da sucessão real. Falando dos
filhos do rei, temos cinco no total, o primeiro e mais velho já está na linha
de sucessão e motivo de admiração de seus irmãos, Eins; segue com o segundo
mais velho, Kai que banca o personagem de poucas palavras e de expressão
intimidadora, mas que no fundo, é alguém de bom coração e gosta de tocar em coisas
fofas; o terceiro é Bruno, que se encaixa no perfil dos mais inteligentes e quando se depara com o intelecto do tutor real, passa a vê-lo como um mestre; o quarto é Leonhart, o menos inteligente da trupe por
não gostar muito de estudar, sendo no entanto um ótimo atleta e uma pessoa que parece arrogante, porém isso é só na aparência e além disso ele possui uma bela imaginação; e por
fim, o quinto e caçula, Licht, que tem uma personalidade bem animada e é bastante
sociável, principalmente com a ala feminina, mas fora isso é uma pessoa responsável
e que está atento a pequenos detalhes.
A história direta segue na apresentação dos
príncipes ao Heine, dos seus problemas e do que falta para serem candidatos ideais a
sucessores e o maior mistério em torno do próprio tutor real. Sim, porque
diferindo dos seus antecessores, a vida dele é coberta de mistérios, sendo o
maior como conheceu o Rei Viktor. Impressiona o quanto adaptaram bem este
começo da obra, sem ficar enrolando e o carisma do elenco de personagens é uma
graça – em animes de menor duração, o desafio de manter ritmo e o interesse
pela história pode ser ou não prejudicado - e fechando de maneira satisfatória, dando uma certa conclusão à trama
apresentada. O último ponto é sem dúvidas um coringa, pois tem sido de fato
comum animes de temporada terminarem de maneira aberta e torcer com todas as
forças para ganhar uma segunda ou mais temporadas, o que não acontece em
maioria e ficamos a ver navios. Aí temos de entender que animes são em partes,
feitos para alavancar vendas das obras originais e torna-los mais populares,
para ter tal chance ou não.
Em termos de animação, a série tem traços bem
satisfatórios, nada primoroso, apenas adequado ao que traz e vendo os príncipes
e o tutor real, seus visuais, à primeira vista, remetem aos animes feitos para
as fujoshis. Como dizem por aí, as aparências enganam e temos uma trama com
momentos de comédia intercalados com os dramas pessoais dos filhos do rei e de
como a vinda de Heine os ajudou a serem pessoas melhores. Aliás, o maior trunfo
está nisto, o de usar as melhores características destes jovens para ganhar um
espaço na sucessão real. Não esperem nada elaborado, é uma história simples e direta
ao ponto, capaz de colocar quem vê as situações dadas na animação.
O tema de abertura, “Shoppai Namida” de Shogo
Sakamoto tem ritmo que combina com a proposta do anime, com um típico clipe de
apresentação do elenco de personagens e focando nos príncipes e no tutor real;
de encerramento, “Prince Night~Doko ni Ita no sa! MY PRINCESS” é cantado pelos
dubladores do Heine, Kai, Bruno, Leonhart e Licht num clipe bem divertido e
dançante, tendo até mesmo versão desta com seus dubladores passando uma boa vergonha
alheia declarada de cosplayers de seus personagens.
Sem grandes pretensões e cumprindo bem o que
transmite, “Oushitsu Kyoushi Haine” pode não ser espetacular como manda certos
animes de temporada - mas por outro lado, a história consegue entreter e dar mostras
deste desafio de bancar o tutor real.
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