2 de julho de 2012

X-10: Dez animes no mundo da música




Cantar para superar o ex, encontrar o amado ou simplesmente descobrir a si mesmo; tornar-se uma ídolo de sucesso, uma banda renomada ou, apenas, fazer aquilo que gosta sem almejar grandes feitos. Não importa o motivo ou o objetivo dos garotos, garotas, mulheres e homens protagonistas desses animes: no final, todos tem em comum a paixão pela música, seja ela criada por um tristonho Chopin ou um agitado Red Hot Chilli Peppers.



O público feminino é o alvo preferido dessas histórias, e não por coincidência shoujos e joseis dominam essa lista, de “Nana” e “Nodame Cantabile” a “Sakamichi no Apollon” e “Full Moon wo Sagashite”, passando até por haréns reversos como “Kiniro no Corda” e “Uta no Prince-sama”. À ala masculina, restam o típico sonho de jovens formarem uma banda em “Beck” e o humor politicamente incorreto de “Detroit Metal City”; mas, àqueles adeptos ao moe, as opções aumentam com “K-On!” e “The iDOLM@STER”.

Enfim, gêneros diversos. Porém, peço para que não fiquem restritos a eles: se “Kiniro no Corda”, por exemplo, pode ser de fato intragável aos homens com seu harém masculino, “Nodame Cantabile”, por outro lado, tem a capacidade de entreter todos os públicos, não se limitando ao josei, e o mesmo vale para outros animes. 

Dito isso, segue abaixo dez títulos que usam a arte da música como um de seus temas.


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Beck








De onde saiu: Mangá, 34 volumes, finalizado.

A história: A rotina monótona de Tanaka Yukio - ou Koyuki – é quebrada ao salvar um cachorro esquisito e conhecer Minami Ryusuke, guitarrista que procura por membros para sua nova banda. Tal encontro faz esse garoto de catorze anos adentrar cada vez mais no antes desconhecido mundo do rock, o que modifica aos poucos sua vida e personalidade.

Gênero musical: Predominância do rock, com hip hop e pop romântico no meio.

“Beck” se arrasta em seus episódios iniciais, tornando-se nada menos que chato nessa parte; mas isso é justificado pela montagem detalhada do enredo, que não tem pressa em criar um cenário o mais realista possível. Da mesma forma, Koyuki pode ser bastante apagado no começo, mas, assim como a banda que ele e Ryusuke fazem parte, esse garoto evolui e se transforma enormemente no decorrer da série - mesmo que para isso tenhamos de suportar certos fatos que parecem ocorrer só com ele.

Briga de egos, a busca por uma afinidade musical entre os membros de uma banda recém-formada, a luta para conseguir uma apresentação nem se for no local mais modesto, a ansiedade por tocar pela primeira vez em público, a pressão para gravar um CD demo e ser agraciado com o apoio de uma gravadora... O ramo da música em “Beck” se esforça para não se distanciar do que é tangível; há, claro, uma visão romanceada sobre o tema, mas nada que chegue a ser demasiado utópico e que ofenda a inteligência daquele que acompanha sua história. Se em boa parte dos animes dessa lista serei repetitivo ao reclamar do abuso de clichês nessa área, “Beck”, ao contrário, os usa de vez em quando sem pudor algum, porém reserva quase sempre conclusões imprevisíveis para eles - e, mesmo que em certas ocasiões o anime vá pelo caminho mais fácil, o carisma dos personagens nos faz perdoar totalmente tal opção. Afinal, igual ao que diz a letra da música de abertura, que consigam logo estourar e fazer sucesso na América, nem que para isso seja preciso tirar os pés do chão em alguns instantes.

E a série obtém êxito nisso sem negligenciar seus personagens; Koyuki, um protagonista meio sem sal, mas bem caracterizado, tem a seu redor seres de personalidades fortes e chamativas, sejam eles os integrantes da banda ou seu – tarado e bizarro - professor de violão. Sem esquecer, obviamente, a garota “musa inspiradora” de Koyuki e irmã de Ryusuke, Maho Minami, possivelmente uma das mais belas personagens femininas do mundo dos animes criada na última década – não confundir beleza com seios fartos e cabelos de cores berrantes, por favor. A música faz parte da vida deles, mas não é tudo: problemas amorosos, decisões e questionamentos quanto ao futuro, dúvidas sobre suas próprias capacidades etc; sentimentos diversos borbulhando na cabeça de seres que, não importa o que façam ou falem, são ainda meros adolescentes. É louvável como “Beck” mostra esses conflitos sem exageros nem falsidade, impedido que rumem para uma pieguice barata.

Mas, tantos pontos positivos acabam por, ironicamente, gerar um defeito considerável no anime: sua narração instável e quebradiça. São tantas histórias paralelas e personagens envolvidos nas mesmas que a série se perde pelo caminho enquanto tenta desenvolvê-las. É constante ver determinado trecho da trama ser bruscamente deixado de lado por vários episódios, para que outra história entre em foco. Além disso, o desfecho do anime é, certamente, excelente e tocante, mas seu andar apressado passa uma desagradável sensação de que isso poderia ter ficado melhor caso houvesse um ou dois episódios a mais - nesse caso, pode-se culpar a obra original, enorme demais para uma animação desse tamanho, e que sequer havia sido finalizada na época em que o anime foi exibido.

Por fim, rock lidera aqui, mas rap, hip hop, pop e até blues entram em cena. Dono de duas empolgantes músicas de abertura e encerramento, o anime se consagra sonoramente ao possuir ótimas canções originais tocadas pela banda de Koyuki, sendo algumas responsáveis por grande parte dos momentos mais comoventes da série. E roqueiros apreciarão as inúmeras referências a astros do rock como Jimi Hendrix, Kurt Cobain, Beatles, Red Hot Chilli Peppers e Eric Clapton, dentre outros. No geral, o mal de “Beck” não é a sua frágil estrutura narrativa, mas sim o grau a que ele eleva tal gênero, o que dificulta em levar a sério – com raras e prazerosas exceções, claro, como verão aqui - qualquer outra produção que se arrisque a ter a música em destaque.



Detroit Metal City (OVA)








De onde saiu: Mangá, 10 volumes, finalizado.

A história: Liderada pelo demoníaco Krauser II, a banda Detroit Metal City (DMC) ganhou rápida notoriedade no cenário musical independente, isso graças aos seus shows selvagens fartos em músicas que falam sobre ódio, violência e estupro. Contudo, no dia a dia, Krauser II se chama Souishi Negishi, um delicado e calmo rapaz que adora música pop sueca e ama em segredo sua melhor amiga. Ele detesta seu trabalho como vocalista de uma banda de Death Metal, e as constantes colisões entre esses dois estilos de vida tão diferentes o faz passar por diversas situações inusitadas.

Gênero musical: Death Metal, com músicas de letras sujas, grotescas e psicóticas.

Amor, amizade, esperança...  Substituídas por ódio, desprezo e desespero. “Detroit Metal City” desdenha uma visão romanceada e dramática sobre o assunto – algo presente, em graus variados, em todos os animes dessa lista - para dar espaço a um mundo obscuro, profano e absurdamente incorreto. Mas hilário.

Basicamente, no decorrer dos doze episódios – de doze minutos cada – desse OVA vemos o pobre Negishi tentando conciliar a vida profissional com a pessoal, tendo nisso frequentes fracassos. Seu “eu” verdadeiro é um mala, uma pessoa sem graça adoradora de canções sentimentais; mas, uma vez que tenha o rosto pintado e uma peruca loira na cabeça, Negishi se transforma num dos seres mais abomináveis e temidos que existe, cujo vocabulário e composições se resumem a palavras como estupro, assassinato e outros termos “um pouquinho” impublicáveis aqui. Dono de façanhas e mitos inimagináveis, Krauser II diverte com suas bizarrices, sendo o maior responsável pelo humor deturpado da animação – mas, tirando Negishi e sua amiga certinha, quase todos os personagens são degenerados, com destaque especial para a empresária boca suja da banda...

A comédia pesada de conversas e cenas ágeis ganha força pelo curto tamanho dos episódios; porém, tal ritmo poderá facilmente cansar aqueles que sentirem falta de algo mais, pois o humor não demora a se tornar repetitivo e as piadas, inferiores - um efeito comum em animes desse tipo. A qualidade cai, isso é inquestionável; entretanto, sua abordagem única (provavelmente porque Krauser II deve ter assassinado todos aqueles que se atreveram a ir pelo mesmo caminho...) garante a “Detroit Metal City” uma posição absoluta no segundo escalão de animações que possuem a música como um de seus protagonistas.



Full Moon wo Sagashite








De onde saiu: Mangá, 7 volumes, finalizado.

A história: Antes de se separarem, os órfãos Mitsuki Kouyama e Eichi prometeram que ambos seguiriam seus sonhos, para que um dia pudessem se encontrar novamente. Passado algum tempo, Mitsuki, agora com doze anos, segue desejando se tornar uma cantora, mas um tumor na garganta a impede de cumprir tal promessa. E, para piorar, dois “shinigamis”, chamados Takuto e Meroko, surgem em sua casa avisando que ela tem somente um ano de vida pela frente - notícia que, ao contrário do esperado, motiva ainda mais Mitsuki a realizar seu sonho.

Simpatizando-se com sua história, os dois shinigamis decidem usar seus poderes para, antes que seu tempo de vida se esgote, ajudar essa menina a virar uma cantora profissional e encontrar o garoto que ama.

Gênero musical: Músicas pop amorosas, melosas e bonitinhas.

Os primeiros passos de “Full Moon wo Sagashite” exigem uma grande paciência por parte do espectador, e não apenas por causa de sua introdução ultra-shoujo que soa tão clichê e enfadonha – um romance pueril por um rapaz que é retratado de forma perfeita e impecável. Mitsuki desanima e, até, irrita com seu comportamento excessivamente inocente e desajeitado; ao invés de tal personalidade lhe conferir um ar de fofura, inicialmente ela, simplesmente, a torna bem chatinha e insuportável. E isso só é agravado com a dublagem de Myco, cantora que teve, nesse anime, seu primeiro – e último – trabalho como seiyuu, conferindo à protagonista uma voz que em nada combina com ela.

Mas, sejamos justos; a opção em colocar uma profissional da música como dubladora aumenta consideravelmente a qualidade das canções cantadas pela personagem principal, pois Myco exibe uma voz sedutora e potente nesses momentos, o oposto da maior parte das seiyuus que se aventuram na área. E, se com o tempo nos acostumamos e notamos uma evolução em sua atuação, Mitsuki também, aos poucos, se transforma numa personagem mais simpática e graciosa, exalando fofura sem para isso precisar cair no chão ou falar bobagens todo episódio. Amadurece? Digamos que sim. Se bem que isso nem chega a ser algo realmente difícil, diante do tanto de trapalhadas que ela comete no início da série...

Enquanto dois shinigamis tontos e engraçadinhos ajudam uma garotinha tonta e lindinha a realizar seu sonho, ouvimos no decorrer da animação uma boa trilha sonora pop repleta de efeitos, inclinada para uma sonoridade mais triste e vagarosa. Enjoa ouvir Mitsuki cantando sempre a mesma música – o anime demora mais da metade de sua duração para inserir novas canções -, mas, bem, como isso é um “defeito” que pode ser testemunhado em diversas obras que ousam se arriscar no gênero, “Full Moon” fica isento de qualquer culpa, principalmente graças ao bom nível do que apresenta.

Abusando de lugares-comuns nas tramas passadas no ramo musical, desleixando nas conclusões pobres para algumas histórias e exagerando no sentimentalismo infantil em certos dramas e diálogos, “Full Moon wo Sagashite”, frequentemente, se tornará cansativo - e enrolado, uma vez que a obra original possui 7 volumes, e o anime adiciona vários episódios fillers. Contudo, além de desenvolver competentemente o lado psicológico de seus personagens principais - bem apoiados por um bom elenco secundário -, o anime mostra delicadeza no trato de um assunto tão pesado quanto a morte, sendo que não é raro, às vezes, esquecer-se de tal detalhe numa produção colorida como essa. Mais do que protagonistas atraentes e momentos que emocionam de verdade sem forçar a situação, o que cativará o espectador a ultrapassar e aguentar 52 episódios é, possivelmente, a curiosidade em saber como terminará um argumento que se baseia na morte de uma criança. O final, ciente de sua responsabilidade, certamente agradará em determinados pontos ao mesmo tempo em que decepcionará em outros.



K-On!








De onde saiu: Mangá, 4 volumes, finalizado.

A história: A despreocupada e preguiçosa Yui Hirasawa acaba de entrar no colégio, e, disposta a participar de um clube, ela se inscreve no “Clube de Música Leve” (Light Music Club), imaginando que as tarefas do mesmo seriam fáceis. Entretanto, por não saber tocar instrumento algum, ela logo volta atrás e vai até a sala do clube desistir de sua inscrição, conhecendo dessa forma Ritsu, Mio e Tsumugi.

Mesmo ficando desapontadas ao descobrirem que Yui não sabe nada a respeito de música, as garotas insistem para que ela permaneça no clube, já que este corre o risco de ser fechado caso não tenha, no mínimo, quatro membros. Influenciada por muitos doces e uma apresentação musical questionável, Yui cede e se torna a guitarrista do grupo. A partir de então é acompanhado o aprendizado dela nesse instrumento ao lado de suas novas amigas, tendo todas como meta se apresentarem em público.

Gênero musical: Quando deixam de lado as xícaras de chá, músicas pop de letras bobinhas e singelas.

E essa lista perde qualquer credibilidade que possa ter adquirido até aqui...

Brincadeiras à parte, “K-On!”, sonoramente falando, não tem atributos louváveis: uma música de abertura alegre e minimamente agradável, uma de encerramento mediana que fez imenso sucesso, e, no meio dos episódios, canções de letras tão enjoadas quanto os doces trazidos por Tsumugi. Não esquecendo que, entre muito chá e conversas sobre nada, tem-se uma apresentação a cada três episódios, por aí, que nem ao menos é mostrada. Pois é.

Tudo isso é nada além do que um pretexto para o malfadado, mal compreendido e muito criticado moe, termo que já marcou presença em praticamente todo gênero - se é algo bom ou ruim para a indústria, oras, aqui não é o lugar para se discutir isso.  O dia a dia de quatro garotinhas colegiais puras e engraçadinhas; nisso se baseia série, e a música faz unicamente um papel bastante secundário, sendo usado, antes de tudo, como motivo para juntar essas personagens.

Só que “K-On!” tem a humildade em admitir isso, fazendo inclusive constantes piadas em cima desse fato. Logo, restam as personagens, moes em um nível altíssimo, mas irresistíveis da mesma forma, de uma forma que vários estúdios de animação tentaram imitar, mas sem sucesso (é só repararem no crescimento absurdo de animes desse gênero após o lançamento de “K-On!”). Yui é uma avoada, Mio é uma medrosa, Ritsu é barulhenta, e Tsumugi e suas insinuações yuri é alguma coisa qualquer; garotas sem um pingo de profundidade, mas que, com seus trejeitos e falas e vidinhas pacatas, conquistaram não só os otakus mais extremos, como também até públicos não acostumados a verem animes. Algo curioso, visto que a Kyoto Animation usou mão de vários artifícios que geralmente não seriam bem vistos por essas pessoas.

Enfim, relaxante e leve, na questão “slice-of-life” “K-On!” atinge uma condição elevada, inferior a pouquíssimas séries que tem como foco a vida de garotinhas estudantes: na questão sonora, seu teor é suficiente para ser mencionado aqui, mas só. Como em boa parte das obras desse tipo, se apegar às personagens é o único meio de suportar o anime até seu final, pois, convenhamos, não há mais nada do que isso.

Continuação: em 2010 foi lançado “K-On!!”, segunda temporada com letárgicos vinte e seis episódios. Na procura em manter um público mais variado, o fanservice aqui é menor, e o conteúdo musical, mais decente.

Filme: recentemente lançaram um, em fevereiro desse ano.

Clone: em 2010, ano seguinte ao lançamento da primeira temporada de “K-On!”, a A-1 Pictures exibiu a animação original “Sora no Woto”. E o que isso tem a ver? Coloque Yui e companhia num mundo devastado pela guerra, e pronto. O “character design” é igual, algumas personagens são muito semelhantes, e há um tema musical no meio disso tudo – instrumental, deveras superior a “K-On!”. Se quiseram copiar a bem sucedida obra da Kyoto Animation? Ah, vá saber...

Tal anime sequer foi cogitado de entrar nessa lista por conta de seu uso mais abstrato da música. Mas, o que importa: é bom? Bem, vamos dizer que o enredo e suas ideias brutas deixam claro a pressa que tiveram para produzir a série. Valeu a tentativa de inovação, ao transferir um “slice-of-life” com quatro garotinhas moe para um cenário que não fosse um colégio.



Kiniro no Corda: Primo Passo








De onde saiu: Jogo (PC, PSP, PS2).

A história: Hino Kanoko é estudante de uma escola dividida em duas seções; a dos estudantes de música, que usam uniforme branco; e a dos estudantes normais, que usam uniforme cinza e da qual ela faz parte. Todo ano há uma tradicional competição musical, no qual, geralmente, somente os que estudam música participam.

No dia em que seriam anunciados os competidores do próximo concurso, Hino se encontra com uma fada chamada Lili, que só ela pode ver. Mais tarde, é anunciada como uma participante da competição, a única da seção normal.

Hino não tem conhecimento algum sobre música, mas Lili lhe concede um violino mágico, que faz qualquer um tocar bem desde que este tenha real vontade. A partir desse ponto ela passará por cada fase do concurso, enquanto se relaciona e conhece melhor aqueles que são seus rivais.

Gênero musical: Música erudita clássica, de Bach a Liszt e Tchaikovsky, dentre outros.

“Kiniro no Corda” e “Nodame Cantabile”, dois animes inclusos nessa lista que tem como tema a música erudita: “Kiniro” perde vergonhosamente.

“Kiniro no Corda” e “Uta no Prince-sama” , dois animes inclusos nessa lista que são um “harém reverso”: “Kiniro” se sobressai sem problemas. Uma questão de ponto de vista. 

Uma garota espirituosa e cinco belos rapazes de personalidades opostas. E essa garota ajudando esses rapazes em seus problemas individuais, ao passo que eles próprios a auxiliam na sua evolução como pessoa. Diferente de “Uta no Prince-sama”, “Kiniro” não faz uma adaptação miserável ao transpor um enredo padrão tirado de um jogo voltado ao público feminino, conseguindo fazer com que os elos entre Hino e os garotos não pareçam algo travado e artificial. Quase todos, uma hora ou outra, tem um destaque especial na trama, mas isso ocorre sem deixar totalmente de lado os demais protagonistas. Em relação a essa parte, o anime se sai bem com o que tem; não surpreende nem arrisca voos mais altos, mas, pelo menos, não tropeça na própria história que criou. Por conta disso, ganha de “Uta no Prince-sama”. E, por conta disso, também, perde para “Nodame Cantabile”.

Em meio a intrigas, ciúmes e bonitos jovens lhe rodeando, Hino vai tocando violino... Ou finge tocar, pois sua admirável habilidade no instrumento não passa de mágica criada por uma fada. É de aborrecer Koyukis e quem sabe até as meninas de certo clube, porque essa simpática garota, de uma hora para outra, se torna uma gênio da música erudita, sem ensaios nem dedos ralados – basta tocar com o coração que tudo dá certo.

Ou seja, o foco aqui não é puramente o desenvolvimento da mocinha nessa área, mas sim sua compreensão e indagação quanto ao que está fazendo, ao enganar todo mundo, além de sua insegurança em relação às suas aptidões verdadeiras. O andar e desfecho disso são previsíveis, mas, mesmo assim, bem montados.

O que quero deixar claro é que “Kiniro no Corda” pode ser tachado como um bom anime, porém, sua falta de vontade em se livrar de qualquer chavão do shoujo o impossibilita de ser mais do que isso. Em toda sua duração ele é morno e ordinário, carente de qualquer ápice ou surpresa.

O tratamento dado ao tema musical é o outro quesito em que “Kiniro” se mostra inferior a “Nodame Cantabile”, graças à sua abordagem sonhadora e amena. Se por um lado o anime é abundante em deliciosas sequências sonoras instrumentais clássicas – afáveis mesmo para quem não é apegado ao gênero -, seus diálogos rasos sobre o assunto se perdem em frases feitas e embaraçosas repletas de sentimentalismo (música é sentimento, mas “Kiniro” extravasa), e são raras as cenas que exibem, em detalhes, alguém manuseando um instrumento. A série carrega um conteúdo expressivo apenas no final dos episódios, onde a fadinha Lili desfia curiosidades e faz perguntas a respeito de música erudita, desde a vida íntima de compositores famosos a termos técnicos do ramo.

Continuação frustrante: lançada em 2009, ela tem dois episódios, e é intitulada “Kiniro no Corda: Secondo Passo”. Ao adicionar novos personagens e terminar em um ponto chave da história, esse especial só serviu para promover o novo jogo da série, que foi lançado na mesma época.



Nana








De onde saiu: Mangá, 21 volumes, paralisado desde junho de 2009, por motivos de saúde da autora, Ai Yazawa.

A história: Seguindo seu namorado, Nana Komatsu se muda para Tóquio com o intuito de ter uma vida que sempre sonhou. Nana Osaki, vocalista da banda independente de punk rock “Blast”, viaja para a mesma cidade com a ambição de exercer carreira na música. Possuindo um nome em comum e a mesma idade, essas duas jovens se conhecem ao acaso e acabam dividindo um apartamento em Tóquio, e a partir disso uma se apoiará na outra enquanto passam por dificuldades em suas vidas amorosas e profissionais.

Gênero musical: Músicas de rock e pop românticas.

Não só os traços de Ai Yazawa evoluem gritantemente conforme seu mangá avança, como a história narrada sofre igual transformação. Tolo e irreal, “Nana” no início não justifica seu enorme sucesso, ao ter em mãos um romance ingênuo e um número excessivo de coincidências. A roqueira Nana Osaki e os personagens em volta dela são os únicos capazes de segurar a trama – e, por consequência, o leitor/espectador – em seus primeiros eventos, visto que a carga dramática é maior neles.

Todavia, esse ar bobo cede lentamente seu lugar a um clima mais adulto e tangível, onde a vida pessoal das duas Nanas adquire uma atenção maior do que a música em si. Problemas amorosos, traições, dilemas femininos, desentendimentos... “Nana” é um legítimo dramalhão, mas isso é amenizado pelas boas doses de comédia colocadas aqui e ali e pela sua originalidade quanto ao elenco humano e maduro. Se a materialista e mimada Nana Komatsu não foge muito do padrão de protagonistas vistas em animes desse tipo, Nana Osaki, ao contrário, fica em evidência não só por sua aparência descolada, mas também pela sua forte personalidade impulsiva e indócil. São duas mulheres de origens totalmente distintas, que normalmente se odiariam mutuamente; mas o acaso as colocou juntas e as obrigou a se conhecerem melhor, o que faz com que as duas passem a ver o mundo através de novas perspectivas.

Ofuscado pelas histórias de seus personagens, a parte musical do anime surge ligeiramente como coadjuvante, mas não decepciona: tanto as músicas de rock cantadas na voz intensa de Nana Osaki – que é dublada por duas seiyuus, Romi Paku e Anna Tsuchiya –, quanto as compostas pela banda de seu ex-namorado, Ren (que é voltada mais ao j-pop), ostentam bons ritmos e letras. Os dois estilos tem o amor como tema, mas seguem caminhos opostos quanto à sua retratação. Nana Osaki e sua vontade em superar seu ex chega a ser somente mais um argumento para novos melodramas envolvendo os integrantes das bandas de ambos, o que faz a trama artística ter, no geral, um papel de pouco impacto no enredo, apesar de bem representada.

Adaptação: há um grande respeito do anime pela obra original, cuja modificação mais sensível se encontra na ordem cronológica dos dois primeiros volumes. Fora isso, a animação segue fielmente o mangá até o capítulo 42, o primeiro do volume 12. Nas chamadas da série já se davam notícias de uma futura segunda temporada – isso em 2006! -; porém, como fazer isso se Ai Yazawa, passados três anos da paralisação do mangá, sequer voltou ao que começou...

Da mesma fonte: exibido em 2005 no bloco noitaminA, “Paradise Kiss” é baseado num mangá de cinco volumes criado por Ai Yazawa. Alguns defendem a ideia de que é a melhor obra da mangaká, outros acham um absurdo e rebatem que a história das duas Nanas é imbatível... Para alguém que tem mangás, pôsteres, chaveiros e até imãs de geladeira de “Nana”, prefiro deixar qualquer opinião pessoal de lado. Digo somente que aqui, ao invés da música, vemos o mundo da moda como pano de fundo para um romance incomum e complicado.

Da mesma fonte (2): o mangá composto por oito volumes “Tenshi Nanka ja Nai” foi a primeira obra de Ai Yazawa a ser animada, nesse caso em um OVA de trinta minutos lançado em 1994. A primeira série de TV viria no ano seguinte, em 1995, com “Gokinjo Monogatari”, anime de cinquenta episódios adaptado de um mangá de sete volumes.



Nodame Cantabile








De onde saiu: Mangá, 25 volumes, finalizado.

A história: Shinichi Shiaki é um músico exigente consigo mesmo e com os demais. Vindo de uma família nobre, seu sonho é seguir carreira na Europa, mas um “pequeno” detalhe o prende no Japão; seu terrível medo de voar. Enquanto isso não é resolvido, ele permanece estudando em uma das maiores universidades de música do país.

E dessa forma conhece Noda Megumi; um dia qualquer, ao acaso, ele a ouve tocar piano, e fica admirado com sua habilidade, mesmo que à primeira vista Nodame (como ela chama a si própria) não cause uma boa impressão por conta de seus cabelos desgrenhados e roupas antiquadas. E posteriormente Chiaki descobre ainda, para sua surpresa, que essa garota mora no apartamento ao lado do seu, além de ser perdidamente apaixonada por ele, o que dá início a uma relação improvável e conturbada entre duas pessoas tão diferentes.

Gênero musical: Música erudita clássica, de Mozart a Bach, Chopin e Schubert, dentre outros.

Ao abordar tal cenário artístico com uma maturidade jamais presenciada em “Kiniro no Corda”, “Nodame Cantabile” invariavelmente confere a si mesmo um ar conceituado e diferenciado, sem, com isso, tornar-se uma obra densa e maçante. Inserindo concertos e diálogos sobre música erudita de maneira singela e descontraída, e aliando-as levemente com a história bem humorada, é comum o anime, ao invés de afastar, atrair, com o passar dos episódios, aqueles que antes não se interessavam por tal sonoridade. É de destacar ainda a boa montagem das cenas em que aparecem personagens manuseando instrumentos musicais; a popular J. C. Staff, mesmo com um baixo orçamento, foi capaz de criar sequências tridimensionais bem sincronizadas e movimentadas, onde são vistas poucas falhas.

Mas a série não se contenta em ser boa apenas sonoramente: ao possuir um elenco divertido e alegre, e construir bons dramas pessoais para o peculiar casal protagonista, “Nodame Cantabile” alcança uma uniformidade em seu desenvolvimento que somente “Nana” e “Beck” se equiparam. São três obras com tramas e públicos muito distintos entre si; porém, ambas se assemelham no realismo de seus personagens e na habilidade com que tratam um ramo que pode ser muito penoso e difícil, mas que, uma vez conquistado, é por demais lucrativo e compensador.

Um pouco mais: aqui dei preferência ao que importava para essa matéria, o lado musical do anime; fiz isso porque a série já apareceu em outra lista, “Dez animes do noitaminA”.

Continuação: após a primeira temporada, exibida em 2007, tem-se “Nodame Cantabile: Paris Chapter”, de 2008; e “Nodame Cantabile: Finale”, de 2010. Em 2008 também houve um dorama, de 11 episódios.



Sakamichi no Apollon








De onde saiu: Mangá, 9 volumes, finalizado.

A história: Por causa do trabalho de seu pai, no verão de 1966 Kaoru Nishimi se muda para Kyushu e passa a viver com parentes seus. Estudante honorável, mas solitário, Kaoru pensa apenas em seguir seu estilo de vida reservado enquanto espera pelo retorno do pai, porém um encontro com o notório desordeiro da escola Sentarou Kawabuchi arruina seus planos.

Apesar da aparência intimidadora, Kawabuchi lhe apresenta o jazz e em pouco tempo se torna a primeira pessoa que Kaoru pode chamar de amigo. Conhecendo ainda Ritsuko, amiga de infância de Kawabuchi, o admirável vizinho deles Jun, e Yurika, estudante um ano mais velha, Kaoru não só vai descobrindo a amizade e o prazer de tocar música com alguém, como também o amor e as aflições diversas que esse sentimento traz consigo.

Gênero musical: O inconstante e imprevisível Jazz, de Bill Evans a Chet Baker e Chris Connor, dentre outros.

Ouso dizer que “Sakamichi no Apollon”, nessa lista, se encontra no mesmo patamar de “K-On!”; e, me explicando rapidamente, falo isso porque nesses dois animes a música não é o centro de tudo. Ela está ali, presente, mas um pouco deixada de lado por outros assuntos – em “Nana” e “Kiniro no Corda”, por exemplo, isso até ocorre às vezes, mas mesmo assim a música nunca é totalmente esquecida, está intrínseca na história. Logo, em tese, nem um nem outro poderiam estar nessa matéria, mas abri exceções a eles pelos seus pontos positivos em outras áreas.

Em “Sakamichi” a música é usada mais como uma válvula de escape para os personagens, onde eles abandonam, ou ao menos tentam abandonar, as preocupações do dia a dia. Kawabuchi e Kaoru não sonham em se tornar profissionais; eles querem, simplesmente, a liberdade de tocar quando e como quiserem, sem amarras. A música como um prazer e diversão, não como obrigação: uma definição tão básica, mas que leva um bom tempo para ser percebida por protagonistas de certos animes citados aqui.

Fundadas em composições ora originais, ora já existentes (em especial as criadas por Bill Evans), são sedutoras aos ouvidos as sequências em que ouvimos o volúvel som do jazz, e não só nos instantes em que os personagens tocam, porque a trilha de fundo do anime em si é igualmente baseada nessa sonoridade. Mas o que fica em evidência na maior parte do tempo é o vai e vem das relações entre adolescentes, que se esforçam para lidar com sensações novas em suas vidas. Um amor não correspondido, um amor mal compreendido, o medo de perder uma amizade, ciúme, insegurança, a horrível percepção da inexperiência pesando nos ombros; “Sakamichi” tem a primazia de não se exceder no conto dos dramas de seus jovens personagens, e, o mais importante, não testa a paciência do espectador ao não enrolar na narração dos fatos – ato influenciado, provavelmente, por seu curto tamanho.

Sucinto sem parecer corrido e suave sem parecer irreal, “Sakamichi no Apollon”, como obra de arte, se iguala à “trindade musical” “Beck”, “Nodame Cantabile” e “Nana”, superando até um ou outro dependendo do gosto de cada um. Mas só não se junta a eles por não ter a música como maior destaque, um ínfimo detalhe sem importância.

Da mesma fonte: Shinichiro Watanabe, diretor desse anime, foi também criador das séries “Samurai Champloo” e “Cowboy Bebop”.

Incompleto: o autor desse texto viu somente oito episódios de “Sakamichi no Apollon”, já que não havia mais disponíveis na hora em que essa matéria era feita. Por isso, não fui muito longe nas opiniões, e me isento de qualquer falha grotesca que a série venha a cometer a partir do episódio nove - mas um anime desses nem o estúdio Xebec seria capaz de estragar em tão pouco tempo...



THE iDOLM@STER








De onde saiu: Jogo (XBOX 360).

A história: É seguida a rotina da pequena agência 765 Production e suas doze garotas aspirantes a ídolos.

Gênero musical: Músicas pop alegres e otimistas.

Haruka, Ami, Mami, Hibiki, Miki, Chihaya, Makoto, Iori… Pois é, são nomes demais, e isso acaba sendo o problema mais evidente em “The Idolmaster”. Possuindo uma dúzia de garotinhas como protagonistas e poucos vinte e cinco episódios no seu todo, o anime não consegue fazer com que elas evoluam de modo consistente e satisfatório, dando no máximo um episódio especial para cada uma, e que no restante do tempo elas que se virem para dividir o espaço com suas colegas. Assim, fica difícil se apegar a qualquer uma dessas meninas, uma vez que sofremos até mesmo para lembrar o nome de metade delas.

Ciente de que suas histórias – as pobres tramas ocorridas no mundo artístico são mal feitas e não empolgam – e, inclusive, personagens não possuem profundidade suficiente para chamar alguma atenção, “The Idolmaster” apela a um visual imensamente moe para atrair à força o público masculino, e tem grande êxito nisso. Um bando de garotas bonitinhas fazendo coisas também bonitinhas, e cantando sempre que possível: esse é o resumo da série, praticamente um “K-On!”, só que com um teor musical muito mais significativo e um nível medíocre naquilo que é sua proposta – “K-On!”, apesar de tudo, alcança uma excelência na parte que lhe cabe, o “slife-of-life” de quatro estudantes. É pouco, pouquíssimo, para se tornar um anime notável, mas o suficiente para fazer sucesso.

A animação só se destaca de fato na parte sonora, exibindo aqui um acervo de músicas que, certamente, os outros nove nomes da lista juntos não seriam capazes de se igualar – ao menos na quantidade. Apresentando novas canções e músicas de encerramento em cada episódio, o anime coleciona mais de cinquenta composições ao longo de sua duração, com predominância de músicas pop alegres e esperançosas, cantadas por vozes típicas de personagens kawaiis. Lógico, a quantidade se reflete na qualidade, tanto nas letras quanto na sonoridade, e talvez nada além do que um quinto delas chega a ser realmente boa e interessante.

A monotonia em “The Idolmaster” será facilmente superada por aqueles que forem fisgados pelas protagonistas inocentes e lindinhas e pelo clima leve e despretensioso do anime, que não tem vergonha em terminar qualquer problema que surge da forma mais positiva – e às vezes fantasiosa - possível. A quem não se deixa enganar pelo moe, a experiência aqui será fatalmente desagradável e irritante.

Versão alternativa nada recomendável: em 2007, quatro anos antes de “The Idolmaster”, foi lançado “iDOLM@STER Xenoglossia”, anime que possui as mesmas personagens, mas cuja história é sobre uma agência de talentos que, na verdade, não passa de fachada para uma força-tarefa composta por robôs gigantes, que os utiliza para proteger a Terra da queda de meteoros...



Uta no Prince-sama Maji Love 1000%








De onde saiu: Jogo (PSP).

A história: Com o sonho de se tornar uma compositora e, um dia, escrever canções para seu ídolo favorito, Haruka Nanami entra na Academia Saotome, uma prestigiosa instituição de artes cênicas. Cercada por talentosos estudantes e profissionais do ramo, Haruka terá um ano de estudos pela frente e, nesse local imponente e luxuoso, diversos e belos rapazes aspirantes a ídolos cruzarão seu caminho, sendo que ela terá de escolher um deles como par para fazer o teste de graduação no final do ano.

Gênero musical: Músicas pop típicas de boy bands.

Contarei um segredo aqui: se em listas anteriores houve certo trabalho quanto a chegar a dez títulos, por causa do bom número de opções, nessa matéria foi o oposto, e “Uta no Prince-sama” aparece nesse meio unicamente para “compor elenco”, digamos assim - e lhes garanto que, das animações que eu pude ver e que ficaram de fora, nenhuma merece sequer ter seu nome citado.

Dono de mais falhas do que acertos, e independente do quão importante é a música em sua montagem, “Uta no Prince-sama” é o patinho feio daqui, não fazendo frente nem aos medianos “Kiniro no Corda” e “The Idomaster”. E a razão disso é a que mencionei brevemente no texto de “Kiniro”: a sua adaptação miserável de um enredo tirado de um jogo feminino.

Haruka e sua vozinha arfante insuportável esbarram com seis completos bishounens que, um a um, tem suas histórias desenvolvidas. Em um capítulo, o rapaz bondoso e sociável; em outro, o de temperamento frio e reservado; no seguinte, o popular simpático que mostra sua verdadeira face; e assim vai. Após seis episódios assim, tem-se início uma disputa desvairada deles para ter a garota como seu par – talvez não só durante o exame de graduação. Se ficaram encantados pelo modo como ela influenciou sua vidas, pelas suas “aptidões” musicais, ou, há gosto para tudo, por seus olhos de cores grotescas, não interessa:  “Uta no Prince-sama” se resume a uma história que não souberam compactar e contar em um anime de treze episódios.

Em seu desenrolar permeia o tempo inteiro um ar falso e afetado, já que os eventos ocorrem num ritmo muito acelerado - e isso só piora no final, quando a série segue uma rota covarde para resolver a situação complicada que ela mesma criou. Os diálogos constrangedores e novelescos é outro ponto passível de reprovação, principalmente nos momentos em que ouvimos frases tão íntimas serem ditas entre personagens dos quais mal vimos interação alguma. Jamais saindo de seus estereótipos, os protagonistas homens, entretanto, ostentam bons traços, garantindo um visual de encher os olhos ao público feminino; nesse quesito, a A-1 Pictures se salva, pois a arte no geral é bonita e esmiuçada.

Sem preocupação de não ser mais do que um óbvio produto de divulgação da série de jogos, “Uta no Prince-sama” obtém, com exceção da arte, alguns mínimos elogios na sua trilha sonora, composta por músicas pops cantadas pelos integrantes do harém que rodeia Haruka. Abusando de efeitos sonoros e letras românticas adolescentes, elas possuem uma qualidade alta para o estilo – e isso se refletiu nas boas vendas que as canções do anime tiveram ano passado.

Pobre no conteúdo, é difícil recomendar “Uta no Prince-sama” mesmo para quem procura por algo nesses moldes, tanto faz se um harém reverso ou uma trama musical, porque nos dois casos há alternativas bem melhores disponíveis. No fim, acaba sendo um atrativo maior apenas para quem já é fã dos jogos - ou para quem for um adorador incondicional do gênero.

Continuação: as ótimas vendas de Blu-ray e DVDs resultaram em uma segunda temporada, ainda sem previsão de estreia.




...




Especialmente na lista desse mês – repararam que isso aqui é mensal? -, dez animes viraram onze – vamos dizer que é um “bônus”, então -, porque o webmaster daqui do AnimeCote, Bebop, sugeriu o filme “Gauche the Cellist” para a matéria.

Vi a animação somente um dia antes de fazer tal post, e facilmente tiraria um anime da minha lista pessoal para incluir esse filme (e a vítima seria “Uta no Prince-sama”, lógico): o problema é que a matéria já estava feita, e eu não queria atrasar a postagem reescrevendo parte dela.

Ficarei devendo um texto mais detalhado, mas deixo aqui um breve resumo do conteúdo do filme e sua origem, para que possam, espero, se interessar por ele.


Gauche the Cellist (Movie)








Dirigido por Isao Takahata,“Gauche the Cellist” é uma adaptação da obra homônima de Kenji Miyazawa, poeta e escritor de literatura infantil que já teve outros trabalhos seus transformados em animação, tais como “The Restaurant of Many Orders” e “Night on the Galactic Railroad”.

Em “Gauche the Cellist”, produzido em 1982, é narrada em somente uma hora a história de Gauche, um violoncelista profissional de uma pequena cidade. Integrante de uma orquestra, ele no início é repreendido pelo maestro durante um ensaio, que reclama de sua falta de ritmo e sentimento pela música.

Após isso, Gauche passa a receber toda noite em sua casa a visita de diferentes animais falantes, que, sem ele notar, vão ensinando e ajudando-o a aprimorar suas habilidades no violoncelo. De um pássaro que enfatiza a importância da prática constante a um guaxinim que o ensina a como manter um ritmo, Gauche vai aos poucos compreendendo melhor o significado dessa arte, tornando-se assim um excelente músico.

Além desse filme, se destacam na carreira de Isao Takahata como diretor os longas “Hotaru no Haka”, “Only Yesterday”, “Tonari no Yamada-kun” e “Jarinko Chie” - este último possui um texto aqui no AnimeCote, postado há algumas semanas. Ademais, o poeta Miyazawa teve sua própria vida contada, de uma maneira bastante surreal, em “Spring and Chaos”, filme lançado no ano em que se comemoraram os cem anos de seu nascimento, 1996.




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Meu perfil no MyAnimeList, com indicações semanais de matérias diversas sobre o mundo otaku feitas por este e outros sites;
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37 comentários:

  1. Desses só vi K-on até hj, mas ótima matéria, até me fez baixar um desses (Detroit) e tá me fazendo cogitar ver Nodame Cantabile.

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  2. Ah, esse eu não considerei colocar, o acho inferior a todos os outros que foram citados.

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  3. o unico sobre musica q eu vi foi lemon angel project então não posso comparar com esses
    mas em breve verei pra ver se são melhores

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  4. Ah, certamente achará esses melhores, porque já vi "Lemon Angel Project" e achei muuuito fraco. Foi o primeiro anime com esse tema que vi, na verdade.

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  5. Cara, o fato de não ter Angel Beats ai me deixou triste... mas a lista tah super boa.

    Mas Angel Beast para mim tem as melhores musicas já tocadas por um unico grupo dentro dos animes, as Girls Dead Monster são fantasticas e entraram para a historia. Talvez um nunca tenha visto Angel Beats, talvez não goste das musicas das GDM ou talvez (quem sabe) tenha se esquecido delas ao fazer está lista.

    Mas parabens, muito legal o post!!!

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  6. 'brigado pelo comentário, Heverton.

    Eu já vi "Angel Beats!" e até o citei numa matéria passada, onde você postou também, mas nem o considerei nessa lista porque a música não chega a ser um tema tão presente que nem é nesses animes.

    Mas na qualidade e na sonoridade acho ele melhor do que uns três títulos daqui, pelo menos.

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  7. Olá, não sei se conhecem, e desculpa em encomodar, mais vocês conhecem um anime que tem um menino pequeno que provavelmente toca guitarra e uma mulher que também toca guitarra e anda de lambreta (uma moto) de um grito muito doido. Sei que é pouca informação pra saberem qual anime é porém é tudo que eu sei =(
    Ando a procura desse anime a uma semana e não acho, vi um clipe dele uma vez e nunca mais o encontrei, dês de já obrigado e desculpa o encomodo.

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  8. So pra corrigir ali em cima... Não é de um grito muito louco, é de um jeito muito loco.
    ( meu celular corrigiu para grito )

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  9. Olá Erick, o anime que vc esta se referindo é Furi Kuri ou FLCL.

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  10. K-on e Sakamichi no Apollon são ótimos, o resto é lixo.

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    1. --' Lixo? Nodame Cantabile trazendo a pura música clássica de uma forma maravilhosa e você chama de lixo?????

      Ah faça-me o favor e vá rever sua definição para lixo ok?

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    2. realmente , se você assistir nodame cantabile todas as temporadas vera que é um anime de musica muito bom , nele você vai escutar muitas musicas classicas de uma forma totalmente diferente pois mesmo sendo um anime , voce consegue sentir a emoção que cada personagem passa , sem falar que é um anime que fala muito sobre a vida de novos musicos que estão correndo atras da carreira e muito bom mesmo da 1 a 3 temporada voce espera por cada episodio e nenhum te deixa na mão , você deve ter falado que ele e lixo por que nunca parou pra ver ele direitamente .... assista e mudara seu ponto de vista

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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    4. Nodame Cantabile é maravilhoso! Sou guitarrista mas passei a querer aprender violino e música erudita depois de assistir! xD

      K-On! e Beck são ótimos, só reclama de K-On quem não curte Animes de vida cotidiana (meu gênero favorito).

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  11. O melhor ai e uta,prefiro vozes de pessoas do que computadorizada como k-on.

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    1. K-on não são vozes computadorizadas, e sim vozes de Pessoas Reais, e são as reais dubladoras das personagens que cantam as musicas. Não tem nada de computador ai viu minha filha. '-'

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    2. Deve estar confundindo k-on com vocaloid, só pode

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  12. O que eu vejo aqui são comentários inescrupulosos e voltados totalmente pelo gênero que você gosta ou não.
    Você fala tanto da história, da história, ok, você deixa bem claro que não gosta de Slice of Life. Mas não julgue as músicas assim.
    Quer dizer que as músicas de K-ON! são ruins pq o tema das letras são bonitinhas? Em que mundo vc vive cara.
    Agora sobre iDOLM@STER
    Essa foi a que mais me irritou: "as pobres tramas ocorridas no mundo artístico são mal feitas e não empolgam – e, inclusive, personagens não possuem profundidade suficiente para chamar alguma atenção."
    Ó só, tem sim, e como tem alem de serem muito bem feitas tbm. Elas encaram rejeição, problemas, falta de investimento, patrocínio... Esse foi um típico comentário de quem não assistiu a série.
    Essa foi a pior, "a experiência aqui será fatalmente desagradável e irritante", pelo visto você quer moldar os gostos das pessoas né. Se você não gosta das músicas, tudo bem, mas é por causa de comentários assim que muita gente vai deixar de ter uma ótima experiência de assistir várias séries excelentes por causa de um artigozinho de um babaca qualquer que mete bomba só pq não gosta do gênero.

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    1. Vê-se que você interpretou tão bem meus comentários a ponto de achar que odeio "slice-of-life", quando é justamente o contrário...

      Você mencionou a parte "a experiência aqui será fatalmente desagradável e irritante" ignorando que eu disse que será assim para quem não se apegar às garotinhas moes do anime - que nem já havia dito no texto de "K-ON!". Tanto em "K-ON!" quanto em "Idolmaster" e em vários animes do tipo é desse jeito que funciona, ou você gosta das menininhas ou o anime será um tédio. E no caso desses dois, não há muito mais do que isso, pois as musiquinhas são genéricas (a maioria, pois há algumas de ambas as séries que gosto muito, e só você viu eu falando que as canções de "K-ON!" são "ruins") e as tramas bem pobres, já que o foco não é uma boa história, mas apenas uns argumentos meia-boca para mostra-las evoluindo mesmo que um pouco.

      Enfim,como animes "slice-of-life", são dois títulos excelentes. Como animes de música, são bem medianos. Mas você achando as personagens uma graça, como deve ser, que diferença faz?

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    2. Bom, Dizer que as Musicas só por terem assuntos que não são "Paz e Amor" faz delas ruins, foi terrível mesmo. As Musicas de K-on são Ótimas, tanto as Endings como as Openings, fazem muito bom ao anime. K-on é um Anime que impressionou todos aqueles que gostam, pois Mesmo aqueles que não gostam do estilo Moe, como eu não gostava, começaram a gostar a partir de K-on e conheço muitas pessoas assim. Você não deve julgar um anime desse jeito. É História desagradável pra lá, História desagradável pra cá, Justamente, Acho que K-on Refleti uma Vida de Garotas Normais, e não uma vida agitada cheia de problemas como a maioria dos animes, ou loucas por um homem. Alem disso, a Dificuldade delas conseguirem novas integrantes para o clube, a dificuldade de fazer sucesso, isso é que deixa o Anime Ainda Melhor, pois veremos tudo que elas passaram para atingir o ponto de toda a escola ficar louca para ver elas cantarem.

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    3. De novo, nunca disse que as músicas de K-ON! são ruins, e nem disse que elas não são boas para o anime; parece que leu mais só o comentário dele do que o meu, interpretando mal o que já estava mal interpretado. Mas o tema aqui é música, e perto de animes como "Beck", "Sakamichi no Apollon" ou "Nodame Cantabile" "K-ON!" tem um nível musical bem medíocre. É questão de ponto de vista: se fosse uma lista do tipo "Dez slice-of-life de garotinhas" eu estaria rasgando mil sedas para esse anime, porém aqui ele é um dos mais fracos, tanto na questão sonora quanto na história envolvendo música, que mal há.

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  13. Cara naum assisti Todos
    Unico e Primeiro anime desse genero foi Beck e adorei assistir Beck !!!Sem desconsiderar os outros eh claro...Pois naum assistir entaum naum posso Criticar...Mas Recomendo Beck...

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  14. a qual mais gostei foi nana eu me apaixonei por aquele anime e full moon wo sagashite tbem

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  15. Legend of Black Raven é legal também.

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  16. Maho deve mesmo ser personagem mais bela dos últimos tempos, mas a Nodame eh a mais apaixonante pqp... quem nao morre de rir com a Nodame kkkkkkk vi a maioria mas axo q "beck" e "nodame cantabile" sao os mais envolventes e cativantes...claro q eh só a minha opiniao XP

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    1. Ha, só colocaria "Nana" aí no meio também, Atheu... Se bem que prefiro o mangá ao anime.

      Obrigado por se dispor a comentar em um post mesmo ele sendo antigo.

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  17. eu acho beck o melhor de todos dessa lista,pena que o anime não foi ate o final do manga porque o anime e muito melhor já que o personagem canta muito

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  18. sou mais
    Detroit Metal City

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  19. Pra mim os melhores são: Nodame, Beck e Nana.
    Animes muito bons, vale a pena assistir gente :P

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  20. Erick o que vc tem contra K - ON, e inveja por não tela feita ou criada so pode

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  21. Bom, eu acredito que cada um tem um gosto. Achei muito bacana as resenhas feitas porque de fato a maior parte é verdade, o autor conseguiu descrever muitas das séries exatamente como são, levando em conta sua opinião mais madura e não a de uma criancinha qualquer que goste de qualquer coisinha com ''moe''. De fato concordo em maior parte, e se quem leu não gostou não pode fazer nada. kkkk' Obs: detesto k-on!

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  22. Podia atualizar e colocar Shigatsu wa kimi no uso é melhor que muitos aí.

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    1. De fato, um anime clássico que vale por metade da lista!

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  23. De todos da lista o meu predileto sem duvidas é NANA a trilha sonora desse anime é perfeita, além de que a história em si tanto do anime quanto do mangá é perfeita. Pena que não foi terminada, merecia muito.
    Também K-ON, mais acho que elas bebem mais chá e comem biscoito do que tocam com a banda KKKKKKKKKKK
    Um anime legalzinho também é Love Live, achei legal até.
    https://somaisumaleatorio.wordpress.com/

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  24. Pegou pesado com a trilha sonora de K-ON -_- K-ON tem uma trilha sonora maravilhosa e diversificada, e as poucas apresentações das personagens valem o anime todo. E "músicas pop de letras bobinhas"? Parece que não leu a letra de U&I e Tenshi ni Fureta Yo, ou mesmo a profundidade de No, Thank You...

    Sinceramente..

    MAS.. Valeu pelas recomendações.. Vou conferir esse Nodame.

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