19 de janeiro de 2017

Fim de Temporada: Melhores Animes Outono 2016



Eis o TOP de melhores animes da temporada de outono do Animecote, com listas montadas tanto por mim, quanto pelos membros Evilasio Junior e Tadashi Katsuren.

Em comparação com o top que fizemos em conjunto na temporada de verão, as principais mudanças se encontram na exclusão da categoria de pior anime e uma diminuição nos textos de cada participante (mas mantendo 5 citações para cada), a fim de não deixar o post muito cansativo de se ler. Há também uma diversificação maior nos títulos abordados, e peço desculpas pela demora em realizar essa publicação, pois apenas nessa semana fui capaz de escrever a minha parte e editar tudo - isso enquanto os textos do Tadashi e do Evilasio já estavam prontos há mais de duas semanas. Porém, eu estou agora menos atarefado no trabalho e obtive as rotas de todas as garotas em Akiba's Trip 2, então devo publicar já entre amanhã e sábado outra postagem que se encontra atrasada, que é o ranking de notas do MyAnimeList.

Enfim, espero que aprovem os textos abaixo e, principalmente, não hesitem em deixar nos comentários o seu Top 5 da temporada passada!




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Erick Dias


5º - Gi(a)rlish Number

Nada de heroína dedicada, motivada, humilde e sonhadora: "Gi(a)rlish Number" trouxe como protagonista uma dubladora novata que não percebia sua falta de talento (se não consigo papéis bons é por pura falta de sorte ou complô!) e agia de maneira extremamente arrogante, mesquinha e desleixada seja na vida pessoal ou profissional, quase nunca se esforçando para melhorar - esse "quase" se encontra aí porque no final do anime Chitose até chegou a tomar um pouco de juízo e reconhecer suas falhas e limitações, porém não houve uma mudança da água pro vinho e a garota, na verdade, permaneceu praticamente a mesma pessoa de uma ponta a outra da série.

Conclusão essa que até considero relativamente aceitável, já que uma alteração brusca no seu jeito de ser nos instantes finais, após tanto tempo no papel de uma líder chatinha de salto alto que quase ninguém depositava confiança e que sempre cometia os mesmos erros, soaria artificial demais. Nas últimas semanas de exibição do anime eu sequer esperava qualquer evolução dele nesse sentido, logo senti que “saí no lucro” com essa pequena e tardia lição que a protagonista teve no final.


E essa acabou sendo no geral a sua maior falha, ocasionada pela presença maciça de uma comédia que se desgastou com o tempo. O autor de light novels e criador do roteiro desse anime original, Watari Wataru, aproveitou bastante de "Gi(a)lish Number" para satirizar a própria indústria em que se encontra, criando tanto personagens caricatos que destilavam ironias constantemente, quanto outros que pareciam cópias patéticas e exageradas de pessoas que ele conheceu nesse ramo do qual já tanto criticou em várias declarações (será que ele já teve de trabalhar com um produtor tão mala e vagabundo quanto o que tivemos aqui?). Se no começo isso teve sua graça e foi o carro chefe da série apesar de alguns excessos cá e lá, com o passar dos episódios esse estilo de humor ácido bateu de frente e atropelou em diversos momentos qualquer esboço de desenvolvimento da trama e personagens, salvo raras exceções – em especial com as garotas coadjuvantes, que receberam melhor tratamento em seus respectivos conflitos do que a tonta da Chitose. Achei “Gi(a)rlish Number” divertido de se ver, sem dúvida, mas chegou um momento que sua comédia irônica começou a “fazer hora extra” e se exceder no tom mesmo não mantendo o nível de antes, prejudicando a história como um todo e fazendo com que eu não desfrutasse do anime tanto quanto gostaria, tendo em vista o quão adoro obras que abordam esse ramo envolvendo animes, mangás, jogos e etc.



4º - Yuri!!! on Ice

Confesso ter dado uma desanimada com esse anime nos seus últimos três episódios, contudo “Yuri!!! on Ice” ainda me foi uma série bastante interessante de se ver graças à sua narrativa dinâmica, trilha sonora moderninha e uma interação prazerosa entre seus personagens – principalmente no caso do Yuri japonês com Victor, apesar de ter havido aqui um abuso nas insinuações e “iscas” voltadas ao público feminino, que mais uma vez foram escalonando até atingir certo ponto do qual os envolvidos em projetos desse tipo sempre tem receio de ultrapassar.

Nisso em particular eu achei o anime um tanto frustrante, porém tal questão não minimiza sua competência nem como uma boa trama de esporte (se bem que eu gostava mais das apresentações pelo lado estético e acompanhamento sonoro, já que ao menos pra mim nunca passavam um clima realmente competitivo), e tampouco como uma obra que progride decentemente seus protagonistas usando toques satisfatórios de comédia e drama, ainda que eu considere que seus episódios finais tenham se mostrado um pouco estagnados nesse assunto.



3º - Udon no Kuni no Kiniro Kemari

Eis um anime que só ao recorda-lo e escrever a seu respeito já me traz um leve sorriso no rosto, e juro que não estou exagerando – isso ocorreu mesmo enquanto montava a minha parte do post na biblioteca do trabalho! O maior culpado disso, sem dúvida, é justamente o pequeno Poko, um tanuki criança que protagonizou boa parte das cenas mais fofas, adoráveis e calorosas da temporada (digo que ele ficaria num empate técnico com a inocente Honda de “Stella no Mahou”, outra personagem que achei de uma graça absurda).

“Udon no Kuni no Kiniro Kemari” se mostrou um ótimo slice-of-life ao estilo “iyashikei, visto que era extremamente relaxante e “diminuidor de estresse” acompanhar cada episódio onde presenciávamos as interações de Poko e Souta, geralmente repleta de momentos bonitinhos e bem humorados – porém também houve espaço para satisfatórios trechos de maior sentimentalismo entre eles ou outros personagens, havendo destaque aqui a relação de pai e filho e reflexões quanto a tomada de decisões que causam grande impacto em nossas vidas adultas, especialmente se tivermos uma criança no meio dessa equação. Entretanto, não posso deixar de citar como o conflito final, mesmo que simpático, não foi algo que me atraiu do mesmo modo que o restante do anime, pois suas motivações soaram sensivelmente forçadas – e realmente foram, isso porque o desfecho da série é original, enquanto que no mangá nada disso aconteceu (e eu ir além explicando sua situação atual já daria spoils significativos aos que não viram o anime ainda).

Vendo pelo lado bom, ao menos não recorreram a um final em aberto como geralmente fazem, né? Ele não mancha os eventos que o antecedem, apenas não encerra o anime da maneira que ele merecia após uma adaptação tão boa do mangá.



2º – Fune wo Amu

Se fosse por mero gosto pessoal devido a algum tema ou personagem “Fune wo Amu” não estaria no segundo lugar, todavia o tratamento esmerado que ele conferiu a sua trama e elenco fazem jus a tal posição.

Narrando a criação de um dicionário que levará anos para ser finalizado, o anime esboça simplicidade e uma dose moderada de romantismo ao abordar não só as relações dos envolvidos nesse projeto, como também a força e o significado por trás das palavras, havendo sempre todo um belo simbolismo e união entre ambos. São adultos atuando com extrema dedicação e paixão a uma monótona e árdua, porém enriquecedora tarefa que encontra pelo caminho percalços tão naturais quanto as ações e caracterizações daqueles que as enfrentam – em alguns lugares eu até critiquei como o comportamento do protagonista Majime soava caricato demais no começo, contudo foi bom ver a sua mudança no decorrer da série. Outro nome que acho válido destacar é Nishioka (Hiroshi Kamiya), que de aparente coadjuvante canastrão e engraçadinho tornou-se num personagem muito bem montado que auxiliou bastante o protagonista em alguns de seus problemas pessoais e profissionais, isso quando ele próprio já tinha lá suas preocupações.

No fim, “Fune wo Amu” foi o único anime cujo desfecho me emocionou de verdade, e - conforme falei antes na última postagem de comentários semanais da temporada de outono - isso ocorreu não só pelos eventos em si, mas ainda pela sua capacidade em permanecer com uma narrativa modesta e serena mesmo nos pontos mais dramáticos da trama, não caindo no erro comum em animes de exagerar na dramatização e superexposição nesses derradeiros momentos. Foi uma animação muito boa mesmo, e se preparem que o Evilasio e o Tadashi também rasgarão seda para ela...



1º – Natsume Yuunjichou Go

Em questão de roteiro linear e desenvolvimento "Fune wo Amu" se sobressaiu, mas confesso não ter sido isso o suficiente para tirar "Natsume Yuunjichou Go" do meu primeiro lugar, anime integrante de uma franquia da qual eu já possuía grande afeição e que aqui me fez ficar com os olhos "levemente marejados" em ao menos quatro episódios...

Por tratar-se de continuação e pra variar a quinta temporada (e olha que a sexta estreará ainda em 2017!), não há muito a dizer desse anime. Prosseguindo com tramas episódicas, "Natsume Yuunjichou Go" mostrou o protagonista Natsume em novos encontros tanto com humanos, quanto principalmente com youkais, tendo sido alguns deles benéficos para a sua pessoa e outros perigosos para o seu bem estar em diferentes níveis, mas sempre conseguindo extrair deles algum pequeno aprendizado ou descobrindo um inédito fragmento do passado de sua misteriosa avó. Seja durante o caso de uma youkai criança que muito gostaria de poder ser vista mais uma vez pelo humano que conversou casualmente com ela décadas atrás, outro youkai que descobriu de maneira tão pura e sutil a sensação de amar alguém mesmo que os dois se encontrem em planos diferentes, ou então a solidão de um terceiro youkai que durante muitos anos aguardou pelo retorno da avó do protagonista apenas para poderem brincar novamente, o anime manteve sua atmosfera delicada e suave que, junto da boa direção de Takahiro Omori e a bonita trilha sonora de Yoshimori Makoto, conseguiu emocionar com facilidade sem apelar para grandes artifícios narrativos e visuais. Pessoalmente, eu bem que gostaria de ver essa obra tomar no futuro um novo rumo em seu cenário, pois acho que já estão se estendendo demais nele apesar das excelentes tramas, mas de todo modo "Natsume Yuunjichou Go" aplacou a minha saudade pela franquia e, talvez auxiliado por pitadas de "fanboyismo" mas sem ser por devidos méritos, obteve o posto mais alto no meu top dessa temporada.    



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Evilasio Junior

Em minha opinião é fácil identificar essa como a melhor temporada do ano de 2016 para animes, o que não significa que tudo foi incrível, mas que proporcionalmente tivemos mais coisas boas e ótimas que nas temporadas anteriores. Cheguei a acompanhar pouco mais de 20 séries nesse outono e algumas ainda estou por terminar. Nele houveram muitos bons animes, mas três obras para mim se destacaram bem mais, de forma que a grande dificuldade do top abaixo foi escolher quarto e quinto colocados.

Certamente todas essas obras me fizeram sentir várias emoções diferentes, inclusive algumas me fizeram ter “aquela sensação de cisco no olho”, se é que vocês me entendem. Enfim, espero que gostem da lista e que possam dar uma chance a qualquer um desses animes que você talvez não tenha visto.




5º - Flip Flappers

"Flip Flappers" é uma daquelas séries que você não espera nada a princípio e que não se seguram muito pelo roteiro, mas que é repleta de sequências completamente inesperadas que vão aparecendo episódio após episódio. No caso deste anime ainda se mistura o nonsense todo construído em cima de referências a outras obras, mas não da maneira convencional que geralmente tende a comédia; na verdade "Flip Flappers" faz meio que uma mistura sem muito sentido, porém com propósitos bem claros, embora não totalmente plausíveis.

No fundo,"Flip Flappers" é muito mais um anime para curtir o que as animações podem trazer e o como o nonsense pautado em referências pode divertir por divertir. Talvez por isso mesmo o ponto mais fraco da obra seja a trama em si, pois ao mesmo tempo em que um choque visual e louco nos faz delirar e viajar por um conto de fadas surreal com organizações do mal, transformações mirabolantes, sequências de tirar o fôlego, momentos de calmaria e tensão em meio a um mar de teorias que se veem quase todas infundadas - pois não há uma profundidade real no que está acontecendo -, ainda temos uma trama que tenta fracamente ser muito mais dramática do que realmente é. 

"Flip Flappers" está longe de ser um anime que vai te marcar, mas certamente tem tudo para ser um que vai te provocar um sorriso não pelo humor, mas sim por ter te divertido ao mostrar a loucura apaixonante que só uma animação pode proporcionar. Talvez você não vá se afeiçoar aos personagens, provavelmente não gostará de alguns deles, mas uma pequena suspensão de crença vai ser a única coisa que precisará para se divertir com esse anime.

E vale destacar que "Flip Flappers" tem, se não o melhor, um dos melhores encerramentos de anime do ano.



4º - To be Hero

Um anime que começa divertindo pela comédia nonsense e que, pasmem, termina te emocionando. Sem dúvida "To be Hero" tem o que para mim pode-se considerar o melhor plot twist de 2016 e o melhor último episódio. Porém, não é apenas isso que fez esse anime chinês estar nessa lista, pois o seu lado despretensioso, seu nonsense divertido, seus personagens carismáticos (cuja maioria nem nome tem) e sua estranha capacidade de prender o espectador episódio a episódio é o que mais me agradou nele. Não fosse isso, o ápice final nunca seria tão impactante.

"To be Hero" é um daqueles animes que parece que vai servir apenas pra passar o tempo em uma ida ao banheiro, ou ao se exercitar, mas que acaba te surpreendendo tão positivamente que te deixa até sem palavras para descrever o que aconteceu.

E vale ressaltar que ele é um daqueles poucos animes nos últimos anos que sabem aproveitar cada episódio ao máximo, sem precisar enrolar - e isso não se deve apenas ao fato de ele ser curto, pois há muitas séries com menos tempo por episódio que enrola bastante. Enfim, que venham mais "To be Hero"s, porque o mundo precisa de menos pretensão, mais loucura e de mais heróis (in)comuns.



3º - Udon no Kuni Kiniro Kemari

"Udon no Kuni Kiniro Kemari" é um daqueles animes slice-of-life que vão te fazer sorrir e você não vai saber bem o porquê. Ele vai te emocionar e talvez te fazer chorar também, além de lhe fazer pensar sobre o que é ter uma família e como suas escolham a afetam. Contudo, ele não vai te deprimir, pois mesmo se você chorar, você vai sorrir também.

O maior diferencial dele para maioria dos outros slice-of-life não é simplesmente porque você conseguirá maratona-lo, mas porque ele não vai só te fazer se sentir bem, mas o fará realmente refletir sobre os pequenos momentos da vida e como eles são importantes.
Resumindo, "Udon no Kuni" é uma espécie de Barakamon 1.5... =D. E é um daqueles animes meio estranhos que eu não sei realmente explicar o porquê me fez sentir bem, ele só o fez. E por isso mesmo eu lhes convido a assistir, porque há tudo para fazer o mesmo contigo e se não fizer, garanto ainda que ver esse anime será uma experiência minimamente confortante.



2º - Yuri!!! on Ice

"Yuri!!! on Ice" foi para mim um anime de esporte um pouco diferente do convencional. Primeiro, porque eu não conheço quase nada de patinação no gelo e nesse sentido o anime me deixou fascinado, sendo que saber que atletas de verdade falaram bem do anime e que pessoas tentaram replicar programas de patinação dele no mundo real (youtube para que te quero) só me fez ficar ainda mais feliz com esse aspecto da animação.

Em segundo lugar, porque ele mostrou um tipo de relação entre personagens - e eu não estou falando só dos protagonistas, mas de todos os patinadores e técnicos do anime - que me encantou pois, realistas ou não, me fizeram comprar a ideia e gostar de todas essas relações. E também porque não é um shounen de esporte, logo mantém características em comum de várias obras do gênero, mas se assemelha bem melhor a um seinen ou um josei ao ponto de ser muito mais preciosista nos momentos de impacto emocional em comparação com a maioria das obras de esporte por aí. São poucos e boa parte bons os seinens e jousei de esporte (e eu sei que há shounens de esporte mais preciosistas nesses aspectos, mas não é o comum).

Porém, "Yuri!!! on Ice" é um anime que vai proporcionar uma experiência muito própria para cada um e ao mesmo que eu vi nele um grande anime de esporte, talvez outros pensem em um grande anime de drama ou um grande anime de romance até - e isso é legal, pois essas experiências diferentes fazem dele uma série ainda mais especial. No entanto, eu só posso julgá-lo pela minha experiência e nesse aspecto ele foi pra mim o anime de esporte de 2016 e nada mais.

Queria só destacar os detalhes nos programas de patinação, que se reflete também na abertura e que talvez nem todos concordem. Eu gostei muito da sutileza como esses programas vão evoluindo a cada episódio: O que para alguns pode parecer uma simples repetição de cena, quem prestar muita atenção vai perceber que tais sequências possuem pequeníssimas mudanças que tentam mostrar o desenvolver dos personagens em cada programa e que é acompanhada pela abertura do anime que é diferente em todos os episódios (houve também repetições de cena que devem ter ajudado o Mappa a economizar, mas não acho isso nada criticável).



1º - Fune wo Amu

Enfim, o que dizer de um dos melhores animes do ano?

"Fune wo Amu" começa sendo especial para mim, por tratar-se de um anime como há muito eu não via no bloco noitaminA - bloco esse que trouxe tanta coisa legal em seus primeiros anos, mas que vinha sendo bem menos interessante nos últimos. "Fune wo Amu" é o típico anime que fez esse bloco se destacar tanto, porque ele é claramente um ponto fora da curva. Sua premissa é algo que a maioria pensaria ser sem graça, visto que temos um cara que trabalha numa editora e que junto da sua equipe quer criar um dicionário - porém é com esse tipo de temática simples que os animes desse bloco sempre se destacaram.

"Fune wo Amu" não é unicamente um slice-of-life em torno da vida de um homem que quer criar um dicionário, e sim uma história sobre o significado da linguagem e das palavras, sobre como elas estão sempre em mutação e, como nós seres humanos, elas evoluem e eventualmente morrem, dando lugar a palavras novas. Igual ao nome do dicionário que nosso protagonista quer construir, tudo é uma Grande Passagem.

Esse anime não é só repleto de personagens fascinantes e ao mesmo tempo comuns, ele não é só uma reflexão sobre a vida e a forma como nós falamos, mas é uma história singular como é a história de cada pessoa. Em paralelo a grande passagem das palavras, temos a grande passagem da vida do protagonista e dos demais personagens ligados a ele. E no fim de tudo, nada acaba de verdade - temos um novo início, uma nova jornada, uma nova passagem.
"Fune wo Amu" emociona, causa reflexão, até empolga e te faz rir e chorar, algumas vezes tudo isso no mesmo episódio: Este é um daqueles animes que eu realmente vou levar para minha vida. E fico feliz de ele não ser o único de 2016.

Sei que 2016 foi um ano complicado para o mundo, também foi um ano confuso para mim, mas não da para falar que foi um ano ruim para animes e por isso se 2017 for um pouquinho 2016 só para animes, podemos esperar um ano excelente mais uma vez.

Espero que tenham gostado desse post, um feliz ano novo a todos, cuidado quando forem ao banheiro e Gao Gao para vocês!




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Gabriel Katsu (Tadashi Katsuren)

Olá a todos! Estou aqui mais uma vez a convite do Erick para fazer a minha parte na postagem que elege, dentro de nossos próprios gostos e opiniões, os melhores animes da temporada! Sem mais delongas, vamos entregar os títulos!



5º - Drifters!!

Inesperadamente, eu gostei bastante desse anime, mesmo já conhecendo o mangá e sabendo o que me aguardava - eu acho que isso se deve muito a três fatores bem especiais. O primeiro é que as histórias do Kouta Hirano são recheadas de cenas de ação muito legais de se ver, ainda mais animadas. Este não é um anime para ser acompanhado caso você queira histórias bem montadas, linearidade, coesão e algo revolucionário. Não. "Drifters", assim como "Hellsing", do mesmo autor, é um anime que precisa ser visto por quem está sedento por cenas de combate bem fluídas, empolgantes e sanguinárias. Em segundo lugar, os personagens de "Drifters" são sensacionais; o trio protagonista é muito legal e eu sou bem fã dos atos do Nobunaga em disparidade com os do Toyohisa, fora a ótima escola de seiyuus para eles. Por fim, a animação da série é de tirar o fôlego, todos os combates desse anime me agradaram; a cena é muito bem montada e você nota que o diretor teve o cuidado de retirar muitos key frames diretamente do mangá para montar uma fidelidade com as páginas sangrentas do Kouta Hirano. 

E pra não deixar de confessar, eu preciso também dizer que sempre tenho um fraco por estratégias e táticas de guerra. É só ver o meu TOP 5 da temporada anterior ou mesmo o meu anime preferido no MyAnimeList pra você tirar essa conclusão óbvia. E "Drifters" entrega ótimas estratégias militares em quase todos os confrontos.



4º - Natsume Yuujinchou Go

Não existe uma temporada de "Natsume Yuujinchou" que não me tenha feito chorar igual um condenado; e essa não foi nada diferente de qualquer outra. Toda a vibe do anime é algo ao qual eu sempre fui muito ligado, esse slice-of-life com várias pitadas de drama, muita convivência do protagonista com outras pessoas e com youkais, e muito autoconhecimento. Eu acho que a palavra chave para Natsume é autoconhecimento. É ver o personagem principal aos poucos, através de cada desafio que ele encara no correr da sua rotina dupla, mudar a sua própria maneira de ver a vida e de tratar aqueles que o acercam. É um crescimento espiritual que merece muita atenção.

Quanto a técnica, não há muito o que se falar de melhoramentos. A fórmula continuou igual, com quase a mesma equipe, e o anime cuidou apenas para mostrar que fielmente é uma sequência a altura de seus antecessores - não que ele não tenha um grau alto, é apenas que caso fosse menor que isso, seria notado negativamente, porém ele se manteve. "Natsume Yuujinchou Go", que está agora na sua quinta temporada, é um anime para ser visto por pessoas que curtam um toque caprichoso de sobrenatural que não transforma a história numa porradaria sem motivos. Ela atiça sua curiosidade com o quanto Natsume conhece dos youkais, de sua avó e de si mesmo no processo.



3º - Fune wo Amu

"Fune wo Amu" é a perfeita amostra do porquê da animação japonesa ser o meu tipo preferido de mídia de entretenimento. Faz um bom tempo que eu não absorvo uma obra tão séria, com personagens tão cativantes e um enredo tão diferenciado; ela me afeta exatamente da mesma forma que "Shouwa Genroku Rakugo Shinjuu" o fez no início do ano. É a capacidade de criar histórias que parecem ser tão triviais e sem sal em animações que você carrega para o resto da vida como indicações de obras que você vai se deliciar em assisti-lo, caso tenha a maturidade para tal.

Ela não é uma história para qualquer um, disso eu tenho certeza. Alguém que acabe de conhecer o mundo dos animes e venha carregado com aquela bagagem dos shounen não gostaria de "Fune wo Amu" com tanta facilidade, e talvez isso mostre o quanto ela vai ser pouco conhecida, porém muito amada. A história sobre o grupo de uma editora que quer montar um dicionário é a porta de entrada para muitas outras questões, mostrando a brincadeira do significado das palavras e como isso pode ser interessante - além disso, o enredo cuida para que a história não fique cansativa, e sim levemente progressiva, com obstáculos plausíveis e críveis para alguém na função na qual se encontravam os personagens. Sem sombra de dúvidas, "Fune wo Amu" é, dentro desta lista, o anime que mais carrega... uma subjetividade massiva para suas cenas e diálogos. A graça do anime ocorre dentro da cabeça de quem a assiste e ela acontece como uma avalanche.    



2º - Yuri!!! on Ice

Tem muita gente dando gênero errado pra "Yuri!!! on Ice", ou ao menos é o que mais tem se discutido - é até bem triste que as pessoas estejam dando mais atenção para as ditas polêmicas do anime do que pra qualidade dele em si. Portanto, partindo daqui, vou só falar de YOI como meu segundo indicado:

É a primeira vez que vi um anime de esportes sobre patinação artística. "Death Parade" já me deu, algum tempo atrás, um pouco do vislumbre do que eu teria com "Yuri!!! on Ice", mas as surpresas foram bem maiores que as esperadas. Vou partir de ponto em ponto para não me perder: Assim como o primeiro colocado do meu top 5, "Yuri!!! on Ice" tem uma animação impecável, e, como um anime de esportes, ele ainda é capaz de reproduzir com uma verossimilhança absurda um patinador de verdade. Eu via expressões diferentes, estilos diferentes e programas diferentes no correr do anime, como eu via os diferentes estilos de times de esporte em outras animações do gênero que já assisti. Torcia para que todos os saltos dessem certo igual como eu torcia pro touchdown, pra cesta e pro ponto saírem em outros animes de esporte. Só por isso, "Yuri!!! on Ice" já mereceria a colocação dele aqui.

Mas ele insistiu em caprichar ainda mais, e nos entregou uma trama adulta, com personagens fortes e relações entre eles nas quais você consegue acreditar. "Yuri!!! on Ice" é um puta anime de esporte, com toques de romance, slice-of-life e drama. 



1º - Haikyuu!!: Karasuno Koukou VS Shiratorizawa Gakuen Koukou

Antes de falar propriamente deste anime, é bom mencionar que esta é já a segunda vez que eu escrevo sobre ele e ainda não me canso de elogiá-lo. A terceira temporada de "Haikyuu!!" foi tão boa pra mim que ela me fez mudar um pouco a minha lista de animes preferidos no MyAnimeList, sobrando um espaço para encaixá-lo numa posição até bem alta dentre eles. O anime inteiro cobre, como mostra o próprio título, apenas uma partida da história, sendo ela as finais regionais para a classificação do time no campeonato nacional de vôlei - por causa disso, a série já começa pegando fogo com o início da partida.

"Haikyuu!!" não deixa a desejar em nenhum quesito técnico. A sua animação é muito linda, e eu fico apaixonado pela realidade de cada jogada do anime; comenta-se muito que vários animadores, quando vão procurar fazer frames de movimentos específicos de determinados esportes, estudam vários vídeos e até pedem para atletas realizarem os movimentos com sensores 3D conectados ao corpo para conseguirem ver o passo a passo de seu corpo. Isso pode ser notado claramente em "Haikyuu!!", pela fluidez do movimento de cada jogador e sua semelhança com a realidade. Mas isso ainda é algo secundário quando falo dos motivos deste anime ser meu primeiro colocado.

O grande carro forte dele é o seu enredo e desenvolvimento de personagem. É ver o quão bem o autor evolui cada um desde o início da série até o ápice que explode no jogo mais importante. É ver que as pessoas não mudam de uma hora para outra, mas que elas se superam por tentativa e erro, por repetição e depois de muita dedicação e tempo dedicado; isso é "Haikyuu!!", é crescimento de personagens. É acreditar em cada um dos jogadores porque você conhece o quanto ele se esforçou para estar ali, fazendo o que faz. O enredo ajuda nisso, a construção de cenas impactantes também - até mesmo a trilha sonora merece um parabéns. "Haikyuu!!" é meu top 1 porque eu não consigo escolher outro anime quando penso em preferido da temporada. 



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6 comentários:

  1. Todas as listas ficaram ótimas, só não assisti To Be Hero, ainda estou deixando de lado o preconceito e tentando ver alguns animes curtos, assisti Space Patrol Luluco e foi uma ótima experiência. Tem tantas coisas que poderiam ser faladas mas vou comentar só umas coisinhas, assisti Flip Flappers e até o momento não tinha entendido direito o motivo de gostar tanto, foram as animações? Aquelas viagens psicodélicas? Aquele encerramento lindo? Depois de ler as colocações do Evilasio as coisas ficaram mais claras, é justamente como ele disse “um chove visual e louco nos faz delirar e viajar por um conto de fadas surreal”, ele resumiu perfeitamente o que é a experiência de Flip Flappers, para o bem ou para o mal.
    Quando escutei falar de Fune wo Amu fiquei logo interessado em assistir pela premissa exótica e no fim estava eu extremamente satisfeito pelo rumo que a obra tinha tomado, é um anime que trata de temas que tocam a todos de uma forma singela e impactante, merece demais estar nessas listas.
    E por fim mas não menos importante Haikyuu!!!! Não sou o maior apreciador de animes de esporte mas não tem como deixar essa obra prima de lado. Pra ser sincero eu já estava meio cansado da jornada do herói tão reciclada em animes, usada da fantasia medieval aos animes de esporte, mas depois de Haikyuu percebi algo, o problema não é a jornada do herói e sim a mesma ser apresentada e desenvolvida de forma desinteressante. Ao meu ver o anime não é super inovador ou revolucionário mas mostra todo o potencial que conceitos já tantas vezes usados podem ter quando são executados de forma primorosa, da animação ao desenvolvimento de personagens.

    Ótimo trabalho galera!!!!!

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    1. Olha, precisa acabar com esse preconceito, ha, tem muitos animes curtos que valem a pena dar uma olhada (propaganda, visite os posts X-10 sobre animes curtos, propaganda). E também concordo com o que foi dito pelo Evilasio em relação a Flip Flappers, é praticamente a mesma sensação que tive vendo esse anime.

      Aliás, Haikyuu é um anime do qual muito gostaria de conseguir voltar a vê-lo qualquer dia, pois até hoje só assisti 8 episódios da primeira temporada - além de ter lido 3 volumes do mangá. Na ocasião parei tudo o que estava vendo por falta de tempo, e só acabei conseguindo finalizar naquela temporada uns 4 animes pequenos.

      ...

      Que bom que tenha gostado do post e obrigado pelo comentário, Rodrigo.

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    2. Tem muito anime curto bom mesmo, faça como o Erick disse e acabe com esse preconceito. Aliás no caso de To Be Hero, ele nem é tão curto assim, afinal são 10 minutos. Eu vejo cartoons excelentes com tempos menores de episódio.

      Dico feliz que meu texto tenha ajudado um pouco a você a entender porque gostou de Flip Flappers e confesso que é um anime complicado de se entender bem o que tem de bom, mas certamente tem muita coisa legal nele sim.

      Enfim, obrigado pelo comentário!

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  2. Dos animes comentados por vocês eu só vi um que foi YURI!!! on ICE, que para mim foi o melhor anime da temporada (até pq os outros 4 títulos que assisti foi mais para passar o tempo mesmo).
    Depois de ler todos os coments, comecei a ter um interesse em ver Fune wo Amu. Lembro de ter lido a sinopse dele (e que não tinha conseguido me convencer), pois achei que teria um desenvolvimento muito fraco, mas depois de ler esse post vi que devia dar uma chance antes de julgar uma história sem ver.
    Enfim, os outros títulos comentados por vocês coloquei na minha lista para assistir depois, em um dia de folga (talvez?) e queria parabenizar pelo ótimo post que fizeram!

    Só tirando uma dúvida: queria saber se vai ter o Golden Apple 2016?

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    1. Oi, Sr. Anônimo.

      Que bom que tenha gostado do post, e espero que também goste de Fune wo Amu. Em relação ao Golden Apple, ele é todo cuidado pelo Bebop, e até onde sei ele já computou os votos de cada participante - só falta agora efetuar a postagem anunciando os vencedores, algo da qual não tenho noção de quando ocorrerá devido a falta de tempo dele.

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    2. Sobre o Golden Apple, eu recomendo ficar de olho no próximo Kyoudai Podcast. Obrigado pelo comentário!

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