A história da humanidade é cheia de altos e baixos,
umas que queremos lembrar e outras que seria melhor esquecer; a vida também tem
este aspecto e temos de estar lembrando que há males para o bem e que mesmo em
momentos ruins, podemos obter mais experiência de vida.
E este ponto foi como encontrei com esta série, que
mesmo sendo passada em um momento histórico muito rico para os britânicos,
mostra que existem os que buscam a felicidade ao seu modo. Sacrifícios e
enfrentar contendas sociais também fazem parte do universo de Emma; quando
menos se espera, mais impactante fica e torci que tudo desse certo. Uma fórmula
que tem seu lugar e charme, que nos faz por uns momentos esquecer o estressante
dia a dia e acompanhar uma singela história de amor e de superação.
Juntando o fato de gostar muito de História,
assisti-lo foi uma boa experiência e espero que a resenha possa dar um pouco
deste toque histórico.
*****
Alternativo: Emma: A Victorian Romance
Ano: 2005 (1ª temp) / 2007 (2ª temp)
Diretor: Tsuneo Kobayashi
Estúdio: Studio Pierrot
Episódios: 12 (1ª temp) / 13 (2ª temp)
Gênero / Temas: Drama / Histórico / Romance / Slice-of-Life
De onde saiu:
Mangá, 10 volumes, finalizado
Era Vitoriana, uma época conhecida para os
britânicos, onde o progresso e as mudanças sociais, culturais e econômicas
alcançam um ápice jamais visto; uma era que a Inglaterra era liderada pela
Rainha Vitória, famosa e muito amada pelo seu povo, mulher que reinou por
quarenta anos e sua marca foi apenas superada pela atual rainha britânica,
Elizabeth II. Dos períodos históricos de seu país, esse é um dos mais lembrados e
retratados nas mais diversas mídias como filmes e séries - livros e animações
também trazem esta época a cores ao público. Se quiser conhecer mais desse período histórico, basta pesquisar ou senão, a série abaixo pode dar certa visão
e quem sabe, compreender um pouco mais da sociedade vitoriana e de seus
costumes.
“Eikoku Emma Koi Monogatari” tem origem em uma obra seinen cuja mangaká, Kaoru Mori, retrata em suas histórias um pouco da
Era Vitoriana, e que foi lançado em dez volumes durante os anos de 2002 a 2006. O mangá possui um
traço bem tradicional, sem precisar do apelo expressivo da maioria dos títulos que conhecemos, respeitando o figurino histórico, costumes e tradições daquela
época em específico.
A protagonista é Emma, uma jovem que trabalha como
criada para uma senhora que lhe deu moradia e a ensinou a ler e escrever, bem como
lhe instruiu quanto aos seus deveres - estas vantagens eram raridades para a
época, pois somente pessoas com maior poder aquisitivo, como os ricos tinham acesso
à educação. De personalidade calma, tímida e de bom coração, sua vida seguia
uma rotina até que conhece William Jones, jovem nobre que simplesmente apaixonou-se por ela. E aí vem o empecilho: por ser apenas uma criada, de uma
classe social diferente da dele, ambos terão de enfrentar algumas dificuldades com pessoas
que são contra esta união, o típico romance entre classes sociais opostas e
suas sequelas.
Claro que o romance entre Emma e William se
desenvolve aos poucos, com gestos, palavras e sentimentos que cada um precisa para entender o outro. Quando acha que finalmente estarão juntos, eis que acontece a
separação vinda dos dois lados, e por um tempo vivem suas vidas sem perder a
esperança do reencontro e definições de cada um deles. Sem dúvidas, o maior
problema seria talvez o estilo de vida levado naquela época, onde era muito comum
manter as aparências, não importando qual fosse o preço a pagar.
Para os desavisados de plantão, por se tratar de um
anime histórico e com um ritmo lento, é preciso ser paciente com o
desenvolvimento proposto. Mais entendidos, prosseguiremos: em termos de
reconstituição, a trama traz em cores e sons o que foi a Era Vitoriana;
condições para as classes mais e menos favorecidas; pessoas que querem manter
ou não suas posições, mesmo que signifique magoar a quem os impedir de
enriquecer; uma época de descobertas e evolução da Inglaterra e seus arredores,
sendo que na cidade as ruas estão cheias de movimento e de pessoas e no campo, um
padrão de vida e de olhar que remete a tranquilidade e mais noção do seu redor.
Por tratar de uma história mais cotidiana, somos
levados a ter uma noção de como as pessoas viviam na época, compreender melhor
como eram aqueles tempos. Não apenas nesta série; se procurar bem, animes com
contexto histórico podem transformar tais eventos em algo mais fácil de
assimilar e quem curte História, vai se sentir mais em casa. Sobre o elenco, a animação apresenta pessoas que têm suas vidas influenciadas das mais diversas
formas: os menos favorecidos procurando um lugar perante as adversidades,
enquanto os mais ricos tentam enriquecer e ter em suas famílias todo o conforto e
condições de manter a reputação. Olhar estes dois lados aprofunda mais a
respeito do que houve naquela época, pois aí, não fica somente mostrando apenas
um lado da história. Quando se foca no casal da série, Emma e William, estes
lados se tornam mais complexos e os obstáculos maiores. Duas pessoas que viviam
suas vidas até se conhecerem e experimentam o amor, sofrem dificuldades e resta
a típica esperança que o resultado disto seja bom para ambos.
A estética da animação soube captar o traço da
versão mangá, a constituição histórica e figurinos foram mantidos, dando o
clima britânico; a abertura e o encerramento foram instrumentais, ou seja, não
há letra nas músicas. O primeiro episódio da segunda temporada é uma
recapitulação dos eventos da primeira; um elenco bem específico de personagens
e dublagem padrão, sem grandes atrativos e eficiente em sua execução.
Em vista disso, “Eikoku Emma Koi Monogatari” segue
uma singela história de amor num momento histórico de grande importância aos
britânicos, do qual, os que curtem séries de época vão querer dar uma
olhadinha. Quem não curte, ao menos, dê uma chance para algo que veio da Era
Vitoriana para o público em geral.
*****
Excelente obra histórica, ambientação linda.
ResponderExcluirRecomendo as outras obras da autora do mangá. Kaoru Mori tem um traço lindo demais.