25 de dezembro de 2013

Resenha: Mirai Nikki




Por Escritora Otaku



Li o mangá e suas duas spin-offs (tem três, claro que em 2011 só tinha estes dois) devido a recomendações pela net e gostei do que li. Claro que foi uma surpresa ao saber, pouco tempo depois, que haveria uma versão anime - ele foi meu segundo semanal que acompanhei nestas temporadas, ao lado da 2ª temporada de “Bakuman” e rendeu bons momentos à minha pessoa. Aliás, a temporada de outono quase sempre trouxe várias séries que tive momentos bastante legais e tenho uma certa quedinha por esta leva específica de animes.

Voltando ao “Mirai Nikki”, tal como na obra original, o estilo deste me manteve vidrada na tela do PC e fiquei surpresa por ver um elemento a mais deste, o uso de um dos seus spin-offs na trama em si. Dos personagens, os que mais me identifiquei foram o protagonista e o Akise Aru e dos mais detestáveis, aquela que muitos gostam e pra mim é a pior, a tal Yuno. Sério, como podem gostar desta psicopata, stalker e yandere sem vergonha?! Tentando entender o gosto por garotas desse tipo, ela merece o título de vilã com todas as honras, isso sim!!!

De todo jeito, não é um anime tão ruim como muitos tiveram a impressão, já houve piores, marca por ter tido uma premissa curiosa; pelo protagonista bunda mole, que pra mim, só é incompreendido; uma yandere que muitos amaram, exceto eu e por ter sido um semanal que acompanhei em sua exibição.

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Alternativo: The Future Diary (em inglês)
Diretor: Naoto Hosoda ("Hataraku Maou-sama", "Minami-ke Okawari")
Ano: 2011
Estúdio: Asread
Episódios: 26
Gênero: Ação / Suspense / Terror
De onde saiu: Mangá, 12 volumes (2006-2010) + 3 spin-offs, finalizado


É muito comum que uma pessoa possa escrever sobre seu cotidiano na forma de um diário: apesar de ser algo mais visto por meninas, os meninos também costumam usar este recurso. Alguns conseguiram o feito de se tornarem verdadeiros registros sobre vidas de inúmeras pessoas, sejam vivas ou já falecidas. Um diário é onde muitos colocam o que pensam que poderia acontecer ou lembrar com graça ou não os acontecimentos que fizeram parte de sua existência.

O que aconteceria se você pudesse ter um diário capaz de prever seus passos ou ações futuras? Três respostas seriam prováveis: a primeira, deixar de lado o diário; a segunda, destruí-lo, pois saber do futuro pode acarretar efeitos graves e irreparáveis; e a última resposta, usar para poder ser alguém a mais na multidão ou ter um objetivo a mais. E é a última resposta a premissa da série que será apresentada...

O mangá foi publicado pela Shounen Ace, que traz histórias de estilo mais underground, com traços e roteiros que ficam entre o convencional e o ousado, como “Evangelion”, “MPD Psycho”, “Welcome to the NHK!”, entre outros mangás. A série possui 12 volumes encadernados e três spin-offs que retratam histórias de personagens da trama – “Mirai Nikki:Mosaic”, “Mirai Nikki: Paradox” e "Mirai Nikki Redial", que podem ser lidos junto com o mangá ou depois –, trazendo toda a história em si. Seu mangaká, Sakae Esuno, usou um traço que tem sido visto em muitas animações e mangás nos últimos anos: um estilo kawai e simpático, que é motivo de discussão e de discordância por ser um recurso recorrente à exaustão, dando a impressão de se tratar de mais uma série infantil, como dizem algumas pessoas por aí. No Brasil, tal mangá e seus spin-offs foram publicados pela JBC, sendo que a obra principal foi lançada em 2013, no formato tankobon, e com o título recebendo uma tradução literal para "Diário do Futuro".


E já aproveitando a tradução do título, dá para supor que muitos dos fatos vistos na série são sequelas ocasionadas pelo uso de diários que podem prever ações futuras de seus usuários. A história mostra um dos personagens centrais da série, Amano Yukiteru, um garoto fechado, cuja personalidade não permite que tenha muito contato ou convívio com outras pessoas e até mesmo com os seus colegas de classe. Uma pessoa solitária, que costuma escrever suas ações em um diário no celular e é motivo de chacota de outros garotos por não ser alguém ativo. Mora apenas com a mãe, que é ausente e isto aumenta mais a solidão dele, que não consegue expressar seus sentimentos ou opiniões por palavras ou ações.

Costuma ficar mais no quarto, onde lá o garoto “criou” dois “amigos imaginários” com os quais costuma conversar: um é Deus Ex-Machina, uma criatura com poderes de controlar o tempo e o espaço, sempre sentado em seu trono, e a outra é MuruMuru, uma menininha que é uma espécie de demônio que gosta de comer e ler mangás. Estes dois vivem em um mundo paralelo criado pelo Yukiteru e um dia, eles decidem dar uma reviravolta na vida do garoto: seu diário no celular passa a mostrar ações futuras dele mesmo e aí, começa a aproveitar esta oportunidade para se livrar de situações ruins. Tudo ia bem até ele topar com Gasai Yuno, outra personagem central da trama, que também possui um diário: o seu registra todas as ações do próprio garoto de dez em dez minutos. E começa a perseguir Yukiteru, onde acaba descobrindo que não fora o único a possuir um diário do futuro e o pior de tudo: eles e mais dez pessoas estão em um jogo de sobrevivência, onde o vencedor se tornará o próximo Deus Ex-Machina e será capaz de realizar um desejo.

A partir deste ponto em diante, a série mostra o desenrolar dos personagens para conseguir ganhar deste jogo e sobreviver, pois caso o dono ou dona do diário perca, acaba sendo morto e eliminado da competição para sempre...

Como série de curta duração, “Mirai Nikki” possui uma galeria de personagens bem pequena e que ao mesmo tempo, consegue transmitir a sensação de participação deste jogo. Não fica difícil definir quais personagens tem mais destaque e quais farão apenas uma pequena aparição ao longo da história. Por isso, para dar o toque do qual se tornou conhecido, é necessário dar uma análise de dois personagens: os que aparecem desde o começo, Amano Yukiteru e Gasai Yuno.

Amano Yukiteru se encaixa em um perfil que pode irritar o espectador ao vê-lo em ação: indeciso, covarde e dependente dos outros para agir; características que apesar de não serem comuns em personagens de séries shounens, podem ter atitudes e ações mais convencionais, o levando como o personagem mais normal em “Mirai Nikki”. A personalidade do garoto possui uma razão por trás, que somente acompanhando a trama pode dar uma maior compreensão de sua pessoa: a separação dos pais. Quem acompanha o mangá ou o anime, sabe que o garoto é solitário e tem uma mãe ausente e o pai simplesmente some depois de ambos se separarem. E quem fica mais afetado com este fato é o próprio rapaz, pois se antes era quieto e na dele, após isso se tornou mais antissocial do que nunca.


Esta situação se encaixarmos no mundo real, pode-se notar que os que ficam mais afetados em relação à separação são os próprios filhos, que não entendem porque os pais têm de se separar. Uns conseguem entender e levam uma vida comum, mas a maioria perde o contexto da realidade e permanecem com sequelas que podem permanecer pelo resto de suas vidas. Sequelas que o personagem leva durante toda a trama...

No caso de Gasai Yuno, podemos notar uma personalidade psicopata, assassina e de certa forma amorosa de maneira bizarra na relação que tem com o Amano Yukiteru. Suas atitudes e superproteção que tem com o garoto chegam a níveis inimagináveis, agindo como uma "yandere", um tipo de personagem que tem ficado em destaque em mangás e animes nos últimos anos. Tudo que ela faz é para o bem-estar dele, sem medir as consequências de seus atos e tal como ele, teve problemas com os pais que a tornaram daquele jeito. De todos os personagens da série, ela tem uma personalidade que chega a ser irreal e ao mesmo tempo, selvagem. No caso dela, temos a imagem dos perseguidores, que são indivíduos que não medem esforços para ficarem perto de suas admirações e acabam ocasionando situações nada agradáveis. Afetam as que seguem atrás e as quem tem contato com esta pessoa.

Uma das principais características da trama é mostrar como os donos destes diários resolvem se sobressair no jogo de sobrevivência, e vale tudo para ganhar vantagens: terrorismo, sequestros, fingimento e até usar outras pessoas para pegar este ou aquele dono do diário do futuro. A maioria dos diários são celulares, mas existem outros com formato de rádio, de caderno e até mesmo um diário que mostra todas as ações dos outros sem sair do lugar. Cabe aos donos ou donas definir a melhor forma de aproveitar as habilidades que estes objetos podem oferecer e ao mesmo tempo, fazer o possível para não serem pegos pelos outros. E este é um dos trunfos que “Mirai Nikki” traz ao público, pois, como cada diário tem uma maneira de retratar os fatos, os donos devem saber das vantagens e desvantagens que eles têm para não serem pegos desprevenidos.

Os donos destes diários de certa forma entram neste jogo por motivos que são desde nobres até mesmo insanos, e seus comportamentos são bastante alterados por saberem de antemão o que acontecerá a eles. Diríamos que a maioria perde a razão conforme usam estes diários e surgem instintos incomuns, que tornam este dono um psicopata ou um maluco sem noção das coisas. Até mesmo os que ainda não perderam a razão podem se transformar em pessoas totalmente diferentes do que eram, para que possam ter seus objetivos cumpridos e assim chegarem mais perto da recompensa deste jogo.

No começo, como parte do jogo, os donos são vistos apenas em sombras, para não serem identificados, mas, conforme o jogo avança esta regra acaba sendo abolida após a eliminação de parte deles. E a história traz revelações que acarretam consequências que influenciam na vida pessoal e até social destes donos com outras pessoas. Quando pensamos que não há mais nada a ser mostrado, eis que surpreendemos com o desenrolar e o choque de certa revelação sobre este ou aquele personagem. Claro que tudo em “Mirai Nikki” chega a ser um tanto absurdo e fora da lógica comum, então, pra entender os fatos vistos na série é preciso ser um tanto mente aberta para aceitar as situações mostradas.

O estúdio produziu uma animação seguindo o roteiro do mangá e pasmem, de um dos spin-offs – no caso usaram partes do “Mosaic” – sendo um caso raro pegar além da versão original, como ocorre normalmente. A animação foi bastante convencional, sem grandes atrativos; dublagem padrão – apesar das reclamações de algumas vozes – e alguma censura, amena se compararmos com outras animações. Fora a adaptação, no final de cada episódio podemos ver esquetes cômicas com MuruMuru interagindo com os personagens da série, que também aparecem no mangá.

A série teve dois temas de abertura e dois temas de encerramento, fora que na versão em DVD, houve acréscimos de mais uma abertura e de um encerramento. A primeira abertura “Kuusou Mesorogiwi”, tocada pela banda Yousei Tenkoku tem um clima sombrio e assustador, tanto pela música quanto o clip usado pra representa-la; o primeiro encerramento, “Blood Teller” cantado pela cantora Faylan, possui um ritmo mais marcado pelo suspense. A segunda abertura, “Dead End” por Faylan é cantada em inglês e traz um toque mais acelerado e que revela a personalidade dos donos dos diários antes de entrarem no jogo; e o segundo encerramento, “Filament” de Yousei Teikoku, tem um toque mais tranquilo e de certa forma triste, focando no clip uma das personagens da trama, Gasai Yuno.

Na versão em DVD as músicas acrescentadas foram: “KyoukiChildren” – abertura – cantada pela banda Yousei Tenkoku, e “Happy End”- encerramento – cantada pela cantora Faylan. Curioso ressaltar que o estúdio optou em manter cantora e banda para tocar as músicas, o que não é tão incomum, pois há animes que optam em manter o elenco musical.


Mas, vale a pena assistir “Mirai Nikki”? Sim, porque apresenta a trama do mangá em movimento e cores, dando a oportunidade de conferir o jogo de sobrevivência e as consequências de usar um diário capaz de ver o futuro. Afinal, como será que os personagens vão se sair e qual deles vai conseguir ganhar o jogo? Só assistindo ou lendo pra obter as respostas...



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2 comentários:

  1. Foi um anime que me impressionava em um ep pra me decepcionar no seguinte. Acho que cansei disso lá pelo 20º ep :~

    mas tem nego que pula no teu pescoço se tu falar isso hehe.

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  2. Tem um bom começo e um bom final, mas o meio é um caminhão de esterco

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