Estreia
hoje no Anime Cote uma nova redatora, a Escritora Otaku. Que nem eu e o Bebop,
ela também é colaboradora no site de resenhas Anime
Haus, onde podem ser
vistos outros textos de sua autoria. A equipe do Animecote lhe dá as boas
vindas, e agora segue abaixo sua primeira resenha no blog.
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Por Escritora Otaku
Conheci este por
intermédio das revistas de animes - precisamente foi a “Ultra Jovem” que me fez saber de
sua existência. Revistas que serviram pra conhecer diversos animes, fossem ou
não vistos por mim. No final de 2010, quando procurava sites de downloads pra
acompanhar “Bakuman” (meu primeiro anime semanal), eis que deparo com mais de
70 episódios deste e foi paixão ao primeiro episódio. Aliado ao fato de ter
lido vários contos do maior detetive da ficção, Sherlock Holmes, fui fisgada
com tudo e acompanhei a epopeia dos episódios legendados nos fansubs que
dedicaram seu tempo para trazer o anime em nosso idioma. Tive meus momentos de
vício, chegando a rever parte dos episódios; lamentar quando o fansub parava de
legendar e após tantos anos, ver o reconhecimento e valor que a série tem,
dentro e fora do Brasil.
Se naquela época
que comecei a assistir, quase ninguém sabia da existência de “Detective Conan”,
atualmente, se alguém perguntar sobre, a resposta destes é ter noção do nome,
da sua longa duração ou de sua temática. Fico feliz de estar acompanhando os
resultados dos fansubs que trabalham ou trabalhavam na legenda deste e de suas
produções, só assim para continuar vendo sem medo de ser uma fangirl declarada,
de sua história e personagens. E por tantos motivos, eis que era necessário
destrinchar um pouco do que tem a oferecer nesta primeira resenha de minha
autoria. O que levou a este anime estar no meu Top Animes do Animecote,
deixarei que a resenha passe uma parte da sensação que tive ao obter acesso a
este clássico tão especial à minha pessoa.
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Ano: 1996
Diretor: Koujin Ochi é atualmente o quarto nome no
cargo de direção, onde se encontra desde o episódio 505
Estúdio: TMS Entertaimment
Episódios: Mais de 800, em exibição.
Gênero: Comédia / Drama / Policial / Suspense
De onde saiu: Mangá, 90 volumes, em andamento.
O que serve para se
criar uma série policial? Existem fatores que caracterizem este estilo de
série, sendo que as mais comuns são trazer personagens que bancam detetives ou
policiais – na maioria das vezes - resolvendo casos dos mais variados: gênero
que tem sido elaborado desde a década de 70 e que apesar de não ser tão comum
quanto os “shounen battle” ou típicos romances, tem seus representantes e dos
mais variados tipos. Quem quiser conhecer melhor sobre este estilo de anime, vá
ao Anime Portfolio, que fez um post referente a animes policiais, que pode ser
visto clicando aqui.
A série que será
apresentada é deste estilo e sem dúvidas, a que mais aproveita estas
características e que não demonstra sinais de cansaço: sejam bem-vindos ao
universo de “Detective Conan” e por que ainda está em publicação e exibição.
Como parte das séries que costumamos acompanhar, a história se origina de um
mangá do mesmo nome, que vem sido publicado na Shounen Sunday – editora que
publica “Silver Spoon”; “Magi”, “Kekkaishi” e outras obras conhecidas ou não – que
abriu as portas para que a série demonstrasse seu potencial e está até hoje,
sendo um dos mangás mais longos da editora em publicação. Talvez, outras séries
tão longas quanto “Detective Conan” sejam “Hajime no Ippo” e “Jojo’s Bizarre
Adventure”, que têm anos e anos e possuem seu público cativo.
E quanto tempo possui de
publicação, especificamente? Idealizada pelo mangaká Gosho Aoyama - que já publicou outras obras na Sunday -, "Detective Conan" teve início em janeiro de 1994, ou seja, está com mais de vinte anos, sendo o grande pilar em sua revista onde, em 2017, alcançou a
marca dos mil capítulos. Quanto a sua versão animada, ela veio dois anos depois pelas mãos do TMS Entertainment em
1996 e tem se mantido entre os animes mais assistidos da TV Japonesa. Além disso há também filmes, OVAs, especiais
para TV, quatro live-actions e dois crossovers, sendo um com outra obra do autor,
“Magic Kaito” (nos filmes, em seus OVAs e na série de TV, “Magic Kaito 1412”), mais dois com outra série clássica em terras nipônicas, “Lupin III”. Números
que mostram o potencial e o trabalho dos envolvidos em manter a série por
tantos anos seguidos.
O anime foi lançado dois
anos depois de ter seu mangá lançado, o que significa apenas um detalhe
importante: na época, pra um mangá virar anime era preciso ter conquistado o
público e apresentar uma história convincente, fator que é quase nulo
atualmente. Então, não venham reclamar que séries antigas não tem charme,
porque elas têm: basta somente conferir e ver o que podem oferecer ao
espectador, claro que não são todas, só pra constar.
E agora? Dá pra contar o
enredo e saber o que “Detective Conan” pode transmitir ao público ou porque
está mantido em publicação e em exibição até hoje?
O enredo do anime começa com um caso de
assassinato numa mansão, onde está tendo uma festa: um homem é morto num dos
aposentos da residência e quando é encontrado, a polícia é chamada. Mas também tem
mais alguém, que não é da polícia, só que é importante para o caso ser
resolvido e é o protagonista da série: o jovem detetive colegial Kudo Shinichi,
que usa sua inteligência e habilidades dedutivas pra resolver os casos que
parecem ser sem solução.
Espera aí? O nome do anime é “Detective
Conan”, então, por que o protagonista é chamado de Kudo Shinichi?! Calma, que
vão entender...
O rapaz acaba explicando o que sucedera no
assassinato e depois de expor os fatos, aponta para o culpado, resolvendo o
caso e deixando o assassino na maior saia justa. Depois disto, no outro dia,
vemos ele acompanhado de uma garota, que é sua amiga de infância e que o
protagonista é apaixonado secretamente. Seu nome é Mouri Ran, filha de um
detetive particular e que conhece bem a personalidade de Shinichi melhor que
ninguém, e os vemos indo para o colégio. Durante o caminho, ela o convida a ir
a um parque de diversões, caso ela ganhe a competição de caratê – e ela é boa
nisso, portanto, não a irritem, por favor – e ele topa.
Claro que ela ganha e ambos vão ao parque
de diversões, onde acontece um assassinato na casa mal-assombrada: alguém teve
a cabeça decepada e os suspeitos são os que estavam no brinquedo. Graças às
suas habilidades, Shinichi encontra o culpado e descobrimos as causas dele ter
cometido o assassinato e acreditem... vão ver muito disto no anime, as razões
que levam alguém a cometer um ou mais assassinatos. Entre os suspeitos do caso,
havia dois homens de preto, que deixaram o protagonista intrigado pra saber o
que estavam fazendo em um parque de diversões e decide ir atrás deles.
É aí que o nome do anime vai fazer mais
sentido, pois Shinichi os segue e vê uma transação ilegal acontecendo e quando
vai interferir, um dos homens de preto bate na cabeça dele e lhe dá uma droga
experimental, cujo efeito é matar a vítima sem deixar rastros, e eles vão
embora. A droga faz efeito, mas, não da maneira que deveria, pois o que
acontece é que o personagem diminui de tamanho até ficar pequeno. Quando é
encontrado por dois policiais, acorda e pelo caminho percebe que a droga o
transformou em uma criança, mas, manteve a mentalidade juvenil.
Chegando em casa, encontra o seu vizinho -
o simpático e metido a cientista maluco, o Professor Agasa - e consegue
convencer que é o próprio Kudo Shinichi, demonstrando suas habilidades
dedutivas; troca de roupa e é aí que a situação fica complicada: sua amiga
aparece e pede pra ser apresentado, e como não pode dizer seu real nome, fica
encurralado no meio dos livros que compõe a biblioteca de sua casa. E é neste
momento que olha para a lombada dos livros e escolhe duas partes de nomes de
autores e se apresenta: Edogawa Conan.
Que nome... De quais nomes deram origem a
este nome incomum? O sobrenome, Edogawa, vem de Rampo Edogawa, um escritor japonês de histórias
policiais; e o primeiro nome, Conan, vem de Sir Arthur Conan Doyle, escritor inglês que criou as histórias
do mais famoso detetive na literatura, Sherlock Holmes. Um nome que combina com
a personalidade que Shinichi terá de se apresentar, afinal, se os homens de
preto souberem que ele está vivo, a coisa pode ficar feia pra ele e para os que
se envolvem com sua pessoa.
Resolvido a respeito da nova identidade,
Conan vai morar na casa de Mouri Ran e de seu pai, o detetive particular Mouri
Kougorou, e com eles vai se aventurar nos mais variados casos policiais ou
particulares, usando de suas habilidades e de seu intelecto ao longo da série.
Com isso, voltará ao ensino fundamental – de novo – e se envolverá em várias
aventuras policiais.
Sobre
os personagens da trama, a lista é um tanto extensa, até porque pra quem
costuma assistir séries longas, é preciso criar personagens que interajam com
os personagens principais e aproveitar para criar personagens secundários. O
anime/mangá usa bem este recurso, pois como cada caso é diferente do outro, é
preciso ter muita cabeça para seguir adiante. Por isso, serão apresentados
apenas os três personagens que fazem parte da trama em geral: o protagonista
Kudo Shinichi/Edogawa Conan; a amiga de infância e paixão secreta do
protagonista, Mouri Ran; e o pai dela, o detetive particular Mouri Kougorou.
São os que mais aparecem na série e com eles, a maior parte dos casos
apresentados, afinal, se trata de uma série policial e precisamos de um núcleo
que faça os fatos acontecer.
O
protagonista não tem nada que seja extraordinário, apenas sua capacidade de
analisar os casos é o seu elo mais forte, superando muitos personagens que
dependem apenas da força bruta ou de poderes para superar os desafios. Um
personagem normal, se preferirem... Shinichi gosta de futebol e costuma ficar
dando umas embaixadinhas pra relaxar e ter mais mente fria para pensar, e seu
maior exemplo é justamente o próprio Sherlock Holmes – nos livros, o detetive
costuma tocar violino pra pensar melhor e se distrair – sendo sua maior
admiração em sua vida. O personagem sabe muito bem quais procedimentos são
feitos durante as investigações e como analisar as pistas que são deixadas nos
crimes. Só há apenas um assunto que ele é péssimo: música e, além disto, canta
muito, muito mal...
Ao
se tornar novamente em uma criança, ele terá que readaptar sua vida e por mais
que pareça uma criança qualquer, precisa fingir que tem exatamente a idade que
aparenta. Por isso, costuma acontecer ele se esquecer deste detalhe e quase
acaba com a “farsa”, quando se lembra do que já passou ou quando escutam as
deduções dele. Tais cuidados são importantes para não descobrirem que ainda
está vivo.
A respeito da Ran, amiga de infância de Shinichi, ela
não sabe o que aconteceu com seu amigo, mas, não sabe que está tomando conta
dele ou quase: já aconteceu algumas vezes ela reparar que Conan não é
exatamente uma criança qualquer e suspeitar que fosse o Shinichi. Claro que ele
consegue fazê-la tirar estas conclusões e deixar pra lá, no entanto, até quando
ele vai esconder dela sua real identidade? Sua personalidade é tipicamente
feminina, apesar de que é uma garota um pouco esquentadinha e quando acontece,
costuma esmagar alguma coisa com as mãos ou dar um golpe de caratê. Possui uma
grande preocupação, quando Kudo Shinichi desaparece e apenas se falam pelo
telefone – como, apenas assistindo pra ver – e tem uma quedinha por ele:
romance japonês em animes são assim...
Sobre seu pai, o detetive particular Mouri
Kougorou é um homem mulherengo, muito prepotente e acima de tudo, uma pessoa de
bom coração: mora apenas com a filha e com o Conan, formando uma família. O
cara é separado da mulher – que não admite voltar pra ele – e cria uma agência
particular para os que querem um serviço que não envolva a polícia. Kougorou já
foi parte da polícia, mas, por motivos que são mostrados ao longo da série,
saiu do departamento policial. Mesmo usando os conhecimentos que adquiriu com
os anos que trabalhou na polícia, é do tipo que prefere seguir pistas mais
óbvias e tirar conclusões mais simples.
Contudo, aos poucos recupera a
credibilidade e isso é graças ao Conan, que consegue dar um jeitinho pra que
Kougorou seja reconhecido e passe a ganhar mais popularidade. Como é possível,
é graças às invenções feitas pelo Professor Agasa que Conan usa durante os
casos: isto é um dos trunfos que o protagonista usa e estas invenções já
salvaram a pele dele ao longo da série. Elas são as responsáveis para que Mouri
Kougorou fosse reconhecido como um grande detetive e é mais ou menos assim: no
momento que Conan já sabe quem é o culpado ou culpados, usa um relógio que
contém um dardo sonífero e adormece o Kougorou, e, usando uma gravata
sintetizadora de voz, usa a voz dele e dá as conclusões a respeito dos casos. E
assim, o grande detetive Mouri Kougorou resolve mais um caso.
Para terem uma ideia, estes casos são um dos fatores do
anime/mangá durar tanto tempo: cada caso apresenta características bem
distintas e mesmo que haja repetições em certos tipos, são vistos de uma forma
diferente da outra. Isso dá para a série um estilo próprio e ao mesmo tempo,
inovador, pois não vai decair na forma de apresentar o caso da semana. Outra
característica é por ser uma série policial mais tradicional, onde é mostrado o
caso, as causas, as pistas e a solução; quem já viu séries policiais como
“CSI”, se sentirá em casa. Claro que a série não fica banalizando o crime ou
mostra cenas impactantes demais, só mostra o que aconteceu e os motivos daquele
crime ter ocorrido, sendo até leve neste quesito. Mas, não se deixem enganar
pelo traço da série, porque apesar do estilo remeter a séries infantis –
“Pokémon” lhe deseja lembranças – a animação e o mangá não são essencialmente
infantis em seu conteúdo: haverão cenas fortes e as mortes são mostradas, não
importando se é um assassinato, sequestro, roubo ou outras opções criminosas.
Os episódios da série apresentam um ou
mais assassinados, com algumas exceções, lembrando muito as notícias policiais
que acompanhamos nos jornais ou na televisão, tornando-se mais autêntico
durante sua exibição. Além disto, a série não sofre muito o fator dos episódios
continuativos, tão comuns nas séries em geral, pois dá pra assistir e pular
para um episódio mais interessante: no entanto, ele possui episódios que se
encaixam no enredo principal e se você pular pode acabar boiando quando vir
personagem X ou Y e não entender de onde apareceu ou situações que interligam o
cotidiano dos personagens da série. Portanto, se quiser assistir esta série,
nada de ficar pulando episódios ou pode acabar se dando muito mal...
Em casos mais elaborados, o anime usa e abusa do recurso de episódios duplos/triplos/especiais e pequenos arcos: No primeiro, o caso é dividido em dois episódios e inserem alguns estilos de histórias que não fogem de sua proposta; no segundo, cada episódio divide todo o contexto (um para o caso em si, outro para as pistas e o último para a solução deste); e, quantos aos dois últimos, estes eles dedicam a uma série de acontecimentos que culminam em um clímax, seja ou não calcado na trama principal. Isso dá a oportunidade ao espectador de analisar o caso e descobrir quem foi o culpado antes do protagonista definir sua solução, o que é bacana no intuito de conferir uma interação maior com o público.
Por isso e outros
fatores que não serão citados para não estragar as surpresas que a série
oferece, “Detective Conan” é um daqueles casos de animes/mangás onde é possível
bancar o detetive e quem sabe, conhecer um anime que diferencie dos animes que
estamos acostumados a assistir. Um verdadeiro clássico nos mangás e nas
animações japonesas: é apenas assistindo que verá o porquê é uma série tão
simples e ao mesmo tempo, tão complexa em sua execução.
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Seja bem vinda e boa sorte!
ResponderExcluirO Animahaus sempre foi um ótimo guia pra mim (e para muitos), mas é uma pena ser atualizado a cada 3 meses!
Ótima Review!
Olha o pessoal roubando meus leitores, pra transformá-los em autores de seus blogs =D. Excelente post Escritora! Tão bom como seus comentário lá no AP, talvez um pouquinho melhor!
ResponderExcluirSem brincadeiras agora, ficou muito bom mesmo esse post sobre Conan! O que me lembra que preciso voltar a vê-lo.
Temos bons "olheiros" para buscar novos talentos na blogosfera. ;)
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