Ano: 2011
Estúdio: Tezuka
Productions
Direção: Kozo Morishita
Duração: 111
minutos
Titúlo original: Tezuka Osamu no Buddha: Akai Sabaku yo! Utsukushiku
Antes de adentrar
na resenha sobre a obra, quero avisar que não será feita uma analise padrão,
mas uma analíse diferenciada, onde a minha opinião sobre o tema influência
diretamente na resenha, deixando a obra em sí quase que em segundo plano, pois
darei destaque a mensagem e ao contexto por trás do filme.
Ao lado de sua
magnum opus, Phoenix, biografia ficcionada de Osamu Tezuka de Buda , Osamu
Tezuka's Buddha Movie 1 - The Red Desert! It's Beautiful é outra de suas
grandes obras, onde a ficção se mescla com fatos reais sobre a vida de Buda
Para falar desta
obra, primeiro precisamos entender todo o universo em que se desenrola a trama ambientada
na índia de aproximadamente 2.500 anos atrás, por volta de 563 a.C.
A Índia é um país asiático que possui uma população de
aproximadamente 1,1 bilhão de habitantes. Desse total, cerca de 75% são
seguidores da religião hindu. A principal religião da Índia interfere
diretamente na estruturação social, uma vez que o hinduísmo divide a sociedade
em castas.
O sistema de castas é uma divisão da sociedade determinada a
partir da hereditariedade. As castas se definem de acordo com a posição social
que determinadas famílias hindus ocupam. Fator que estabelece um tipo de
“hierarquia” social marcada por privilégios e deveres.
Em um primeiro momento existiam somente quatro tipos de castas na Índia, que eram: os brâmanes (composta por sacerdotes), xatrias (formada por militares), vaixias (constituída por fazendeiros e comerciantes) e a mais baixa, os sudras (pessoas que deveriam servir as castas superiores).
As pessoas que não faziam parte de nenhuma das castas recebiam o nome de párias ou intocáveis. Pessoas excluídas que tinham a incumbência de realizar os mais deploráveis trabalhos, aqueles rejeitados por indivíduos que integrava alguma das castas.
Atualmente, existem cerca de 3 mil castas distintas na Índia. A proliferação do número de castas se deve, principalmente, pelo crescimento populacional e também pelo dinamismo e diversidade das atividades produtivas, promovidas pelo crescimento econômico que o país vem passando nos últimos anos.
Esse sistema tem como principal característica a segregação social, determinando a função das pessoas dentro da sociedade indiana.
Tal segregação resulta em desigualdade social, que é explicada pelo fato de um indivíduo não poder ascender para uma casta superior.
Em um primeiro momento existiam somente quatro tipos de castas na Índia, que eram: os brâmanes (composta por sacerdotes), xatrias (formada por militares), vaixias (constituída por fazendeiros e comerciantes) e a mais baixa, os sudras (pessoas que deveriam servir as castas superiores).
As pessoas que não faziam parte de nenhuma das castas recebiam o nome de párias ou intocáveis. Pessoas excluídas que tinham a incumbência de realizar os mais deploráveis trabalhos, aqueles rejeitados por indivíduos que integrava alguma das castas.
Atualmente, existem cerca de 3 mil castas distintas na Índia. A proliferação do número de castas se deve, principalmente, pelo crescimento populacional e também pelo dinamismo e diversidade das atividades produtivas, promovidas pelo crescimento econômico que o país vem passando nos últimos anos.
Esse sistema tem como principal característica a segregação social, determinando a função das pessoas dentro da sociedade indiana.
Tal segregação resulta em desigualdade social, que é explicada pelo fato de um indivíduo não poder ascender para uma casta superior.
O que mais
influênciou o modo de vida da região na época sem dúvidas foi o sistema de
castas. Uma vez que um índivuo de determinada casta não pode se envolver com
pessoas de outras castas, tanto as superiores quanto as inferiores. O fato de
não poder subir ou descer de casta faz com que o indivíduo seja obrigado a
aceitar sua condição, pois os que se rebelaram sempre sofriam consequencias
mortais e total discriminação social.
Além desse
sistema deploravél, a época foi marcada por inúmeras guerras, onde o poder e o
orgulho reinavam de maneira agressiva e violenta.
É nesse ambiente
que se passa Osamu Tezuka's Buddha Movie 1 - The Red Desert! It's Beautiful.
Este primeiro terço da trilogia cobre os dois primeiros volumes do mangá.
Buda, o mangá eo
filme, abre com um episódio de 2500 anos atrás, em que um homem santo viaja
pelo Himalaia. Um urso, um coelho e raposa o encontram. O urso traz peixes. A
raposa lhe traz frutos. O coelho não consegue trazer nenhum alimento, por isso
reúne gravetos, persuade o homem a acender um fogo, em seguida, salta sobre o
fogo em gesto de auto sacrifício. O homem, o urso e raposa choram com o fato.
"Esse caso ensinou Gosala, Mestre de Asita a verdade do mundo." Após
relatar a história para seus alunos, um Asita idoso, então, envia seu discípulo
Naradatta para o mundo.
Depois desse
prólogo, são construidas algumas cenas com o intuito de nos ambientarmos com a
situação da época. Em seguida começa a preparação da trama sobre a vida de
Buda. Ele começa uma criança lutando com ditames sociais, como o rígido sistema
de castas, e ditames naturais, tais como a vida e a morte, e que acabam formando
os pensamentos dele, até se tornar um homem jovem, deixando para trás sua
família, posses e status.
Essa primeira
parte da trilogia cobre a infância de Sidarta. O filme começa mostrando a situação
politica e social da época ás vesperas do nascimento do principe Sidarta. Logo
Sidarta nasce e durante seu crescimento ele vai acumulando questões e criando
seu caráter. Existe uma cena que o jovem
Sidarta em suas aulas pergunta ao professor o que acontece quando as pessoas
morrem.
Sidarta – O que
acontece quando morremos?
Professor – É
feito um funeral.
Sidarta – Mas o
que acontece com nossas almas?
Professor – Estou
aqui para ensinar e não para debater.
Esse diálogo
explícita as regras correntes da época, que eram ditadas por vários aspectos,
mas o pricncipal era a religião. O Fato de um professor ser condicionado ao
ponto de aceitar e até mesmo bloquear sua liberdade de expresão ao próprio principe mostra claramente como era forte o controle
sobre cada função. Era quase como uma proibição do livre-arbítrio.
Bom, não irei
entrar em mais detalhes sobre esse sistema ou sobre crenças religiosas antigas,
que infelizmente ainda são seguidas tradicionalmente pela grande maioria da população, pois esse
assunto sempre me deixa indignado. Vou tentar me ater apenas a obra em sí.
Existem
personagens ficticios como o escravo, ou seja, um individuo da casta infeiror
chamado Chapra. Logo no início do longa é retratada a vida do povo da casta
inferior que é representada pelo jovem Chapra. Tatta é outro personagem
fictício. Ele é uma criança que possui uma alta afindade com a natureza ao ponto
de ser capaz de liberar sua alma e possuir animais. Outros personagens
importantes são a bela Migaila que serve como ponte entre Sidarta e o povo; o
general ambicioso, que representa o desejo pelo poder a qualquer custo e o pai
de Sidarta (o rei) que representa o controle da tradição e a manutenção do
poder sem questionamentos.
O filme é
tecnicamente de alta qualidade. Tanto animação quanto direção foram bem
produzidas resultanto em cenários belissimos e muito embora o character design dos personagens não sejamexatamente no estilo do
mangá, ainda assim possuem uma certa originalidade que lembra muito o traço do
mestre e faz com que as obras de Tezuka sejam reconhecidas muitas vezes pelo
traço característico. Destaque para as cenas de natureza, onde os cenários
amplos e repletos de vida combinam perfeitamente com a trilha sonora.
Devo mecionar que
a mensagem é de suma importância nessa obra. Portanto a narrativa, a alegoria e
todas as situações encontradas no filme servem apenas como sustentação para a mensagem
que Tezuka quer passar. É difícil analisar esse filme pelos modos
convencionais, pois seria quase como analisar documentários sobre o ponto de
vista de grandes obras de ficção. O importante aqui não são os quesitos técnicos,
não é o entretenimento, mas sim a mensagem. Eu como um ser humano indico essa
obra para todos que desejam pensar diferente, pensar com seu próprio ser. Esse objetivo que é extremamente complexo de
ser alcançado, pois somos influenciados por todos os lados, desde conceitos
morais, sociais, religiosos, naturais, etc. É muito dificil encontrar seu
verdadeiro eu, pois desde crianças somos condicionados a viver dentro das
diretrizes que criaram há muito tempo e que continuam passando de geração em
geração coibindo nossa liberdade total de pensamento e de conhecimento do mundo
pelos nossos próprios olhos.
Para quem quiser
se aprofundar mais na obra, recomendo algumas leituras.
Para finalizar
deixo algumas frases:
Frasese de Osho:
“Esqueça essa história de querer entender tudo.
Em vez disso, VIVA,
em vez disso, DIVIRTA-SE!
Não analise, CELEBRE!”
Em vez disso, VIVA,
em vez disso, DIVIRTA-SE!
Não analise, CELEBRE!”
“Sempre que houver alternativas, tenha cuidado. Não opte
pelo conveniente, pelo confortável, pelo respeitável, pelo socialmente
aceitável, pelo honroso.
Opte pelo que faz o seu coração vibrar. Opte pelo que gostaria de fazer, apesar de todas as consequências.”
Opte pelo que faz o seu coração vibrar. Opte pelo que gostaria de fazer, apesar de todas as consequências.”
“Estou aqui para dizer-lhes algo
que é absolutamente inacreditável:
que vocês são deuses e deusas.
Vocês se esqueceram disso.”
que é absolutamente inacreditável:
que vocês são deuses e deusas.
Vocês se esqueceram disso.”
“Ficar louco de vez em quando é necessidade básica para
permanecer são.”
“Torne-se comum e você será extraordinário; tente se tornar
extraordinário e você continuará sendo comum.”
“A mesma rocha que bloqueia o caminho poderá funcionar como
um degrau.”
Frases de Buda:
“A paz vem de dentro de você mesmo. Não a procure à sua volta.”
“Só há um tempo em que é fundamental despertar. Esse tempo é
agora.”
“O que somos é consequência do que pensamos.”
“Não Deseje e não sofra! O desejo é a alma do sofrer.”
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