5 de setembro de 2018

Resenha: Ichiban Ushiro no Daimaou




Por Escritora Otaku


Se disser que vi esta série em apenas um dia, vai ter quem não acredite - no entanto, este foi o caso: na época que fui gravar, não demorei em assistir e simplesmente, me amarrei com a história e seus personagens. Pode não ter a trama mais elaborada ou personagens marcantes, mas o seu desenvolvimento é bem direto ao ponto, não enrola e dá sua conclusão da mesma forma que começou.

Tenho um carinho por esta série e vi certas semelhanças deste com “Kyou Kara Maou!", em termos de protagonistas que descobrem suas habilidades e aos poucos, percebem sua importância aos acontecimentos de suas respectivas tramas. Claro que isso não é ruim, ao contrário, é legal notar semelhanças em animes que assistimos, para ver como vão trabalhar com o conteúdo. Só não aconselho assistir aos especiais, porque aí, foi longe demais e estão com cara de hentais (não, não estou brincando com isso, é sério!) - se quiser uma sugestão, apenas foque no anime. Agora, caso queira ver os especiais, os deixe para  depois da série e é por sua conta e risco. Já dei o aviso a respeito... vamos pra resenha em si.


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Ano: 2010
Diretor: Takashi Watanabe
Estúdio: Artland
Episódios: 12
Gênero: Ação / Comédia / Ecchi / Escolar / Fantasia / Harém
De onde saiu: Light novel, 13 volumes, finalizada


As famigeradas escolas de magia são parte da ficção: por dentro funcionam como escolas normais, com direto a uniformes, professores que amamos ou dos quais não vamos com sua cara, as relações entre colegas e amigos, as descobertas e segue lista abaixo; saindo desta normalidade, cada uma oferece aulas teóricas e práticas do uso da magia existente, seja das mais tradicionais, seja uma mistura de ciência/tecnologia/armas e até mesmo de coisas inusitadas. E de uns anos pra cá, este tipo de proposta tem sido usada em animes até dizer chega, irritando quem os vê como mais um excesso de uso da temática.

Efeito de quando rende bem e por ter um público interessado, vai querer investir e na maioria dos casos, não inovar em nada. No ramo do entretenimento, algo que funciona é copiado até a exaustão, só não quer dizer que no meio não possa haver aspectos para diferenciar uma obra da outra. Tudo é questão de ponto de vista, ou seja, olhar de outra forma e quem sabe, acabar gostando e se identificar com este clichê?

“Ichiban Ushiro no Daimaou” é parte de mais uma com tal ambientação, vinda de light novel, publicada nos anos de 2008 a 2014 e tendo ainda uma versão mangá – como muitas das light novels tem ido neste caminho, pois o acesso a mangás é mais próximo ao público – feito no mesmo período; Shotaro Mizuki (roteirista) e Soiuchi Ito (desenhista) deram vida a esta história com elementos de fantasia, harém e comédia presentes. A maior curiosidade está no final da obra, quando o seu roteirista decide sair do óbvio dos haréns (spoil adiante), a do protagonista ficar com uma das garotas - aqui, o cara fica é com todas elas. Pena que sua adaptação em anime não trouxe este fato inusitado, apesar de que há obras haréns populares ou que não tenham seguido caminho parecido.

Indo para o seu enredo, a série mostra Sai Akuto, um jovem que foi abandonado e esteve morando num orfanato quando novo, até que por causa de umas opiniões bem controversas, teve de sair. Já mais velho, é admitido na Academia de Magia Constant, onde pretende seguir no sonho de ser um sacerdote e fazer a diferença na sociedade. E tudo muda de vez quando no momento que é consultado por um corvo falante e que fuma charuto (e qualquer semelhança com o Chapéu Seletor de “Harry Potter” não é mera coincidência) que define as profissões dos seus alunos, diz que ele será Maou, aquele que devasta o mundo e causa o caos e destruição com seu poder.

Como o corvo passa este veredito ao rapaz, praticamente os alunos que estão lá ficam apavorados, de terem como aluno um Maou e a notícia se espalha no lugar. Ninguém quer se aproximar do jovem e há os que o querem mortinho da silva, temendo que manifeste seu lado ruim e cause problemas; por outro lado, estando de boa, Akuto não é exatamente alguém ruim, apenas incompreendido e de boa índole, apesar de ser um pouquinho atrapalhado e de suas opiniões serem vistas como manifestação do Maou que representa. Na turma, ninguém quer ser seu colega, temendo pelo pior, exceto no caso de Miwa Hiroshi, colega de classe que o admira e o enxerga como alguém; adiante, outras personagens, garotas, também passam a interagir com nosso protagonista, enquanto ele começa a ter mais noção do que realmente é ser um Maou.

Em sua estadia na academia, a magia apresentada é chamada de mana e ela possui diversas possibilidades que fogem da tradicional, onde Akuto é capaz de manifestar este poder mágico de forma mais forte e aos poucos, saber usá-la nas situações em que se mete. Conforme seguimos a trama, vemos o elenco feminino dar seu charme da graça e terem interesse no personagem, ou se preferirem, o seu harém pessoal. Nele temos uma ninja que não sabe se ama ou mata o protagonista; uma maga bem desmiolada, amante de arroz que fica invisível ao tirar as roupas; uma cientista e maga negra, cujo propósito é que o cara manifeste logo seu lado Maou e seja sua subordinada; uma robô séria designada a vigiá-lo e que tem uma forma bem peculiar quanto a agradar o pobre coitado e, por fim, há o grêmio estudantil, liderados por uma maga baixinha que usa um chapéu que tem vida e cujas habilidades se assemelham demais a um certo Chapéu de Palha que conhecemos.

Franco em sua proposta, quando chegamos ao final e é repetido o processo de seleção das profissões com o corvo, o resultado para Sai Akuto é o mesmo de antes, voltando a apavorar a academia. Ou seja, vai ter de aceitar que é Maou e ponto final! Sorte que desta vez, as garotas e seu coleguinha de turma vão fazer esta estadia ficar mais interessante, suportando melhor as coisas por lá.


A série usa a ideia de um protagonista no papel do tal Maou, um ser visto como vilão e aprendendo nas situações que se mete, indo por um caminho que não seja o óbvio desta “profissão”. A ideia do uso da mana, mesmo não tendo muita explicação, pode ser bem observada conforme Akuto vai demostrando este poder mágico e no seu uso em geral, influenciando na vida dos demais personagens. Prepare para cenas calientes, pois estamos em um harém e isto ganha níveis maiores em seus especiais: assistir estes não fará diferença nenhuma, mas, se é curioso em ver umas ceninhas desse tipo, você que se arrisque. É um tanto regrado na comédia, pra dar um temperinho a mais.

Produção bem direta, como é praticamente o seu enredo, possui um visual que realça bastante o harém e não fica enrolando demais em seu andamento. Destaque para sua abertura, “REALOVE: REALIFE” do Sphere, cujo ritmo contagiante e animado foca na interação do protagonista com o elenco feminino e traz um pouquinho de suas habilidades como maou; já o seu encerramento, “Everyday Sunshine Line!” de Natsuko Aso mostra Akuto sendo recebido pelas garotas de forma carinhosa, em cenas chibis fofinhas e uma música em si bem calma e simpática de ser.


Seguindo a tendência de animes que tem o Maou como protagonista principal (“Hataraku Maou-sama!" e “Maoyuu Maou Yuusha” são alguns dos mais conhecidos, mas claro que há outros nesta categoria), se de um lado, revelam serem altamente poderosos, por outro, são os que mais penam em serem aceitos pelo que são. Desta forma, “Ichiban Ushiro no Daimaou” tem seu charme no clichê e não demonstra medo em se exibir como outro anime passado numa escola de magia, claro que antes da temática ter ganhado forças.


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