Por Escritora Otaku
Se disser que vi esta série em apenas um dia, vai
ter quem não acredite - no entanto, este foi o caso: na época que fui gravar,
não demorei em assistir e simplesmente, me amarrei com a história e seus
personagens. Pode não ter a trama mais elaborada ou personagens marcantes, mas o
seu desenvolvimento é bem direto ao ponto, não enrola e dá sua conclusão da
mesma forma que começou.
Tenho um carinho por esta série e vi certas
semelhanças deste com “Kyou Kara Maou!", em termos de protagonistas que
descobrem suas habilidades e aos poucos, percebem sua importância aos
acontecimentos de suas respectivas tramas. Claro que isso não é ruim, ao
contrário, é legal notar semelhanças em animes que assistimos, para ver como vão
trabalhar com o conteúdo. Só não aconselho assistir aos especiais, porque aí,
foi longe demais e estão com cara de hentais (não, não estou brincando com
isso, é sério!) - se quiser uma sugestão, apenas foque no anime. Agora, caso queira ver
os especiais, os deixe para depois da série e é por sua conta e risco. Já dei o aviso a
respeito... vamos pra resenha em si.
*****
Ano: 2010
Diretor: Takashi Watanabe
Estúdio: Artland
Episódios: 12
Gênero: Ação / Comédia / Ecchi / Escolar / Fantasia / Harém
De
onde saiu: Light novel,
13 volumes, finalizada
As famigeradas escolas de magia são parte da
ficção: por dentro funcionam como escolas normais, com direto a uniformes,
professores que amamos ou dos quais não vamos com sua cara, as relações entre colegas e
amigos, as descobertas e segue lista abaixo; saindo desta normalidade, cada uma
oferece aulas teóricas e práticas do uso da magia existente, seja das mais
tradicionais, seja uma mistura de ciência/tecnologia/armas e até mesmo de
coisas inusitadas. E de uns anos pra cá, este tipo de proposta tem sido usada
em animes até dizer chega, irritando quem os vê como mais um excesso de uso da
temática.
Efeito de quando rende bem e por ter um público
interessado, vai querer investir e na maioria dos casos, não inovar em nada. No
ramo do entretenimento, algo que funciona é copiado até a exaustão, só não quer
dizer que no meio não possa haver aspectos para diferenciar uma obra da outra.
Tudo é questão de ponto de vista, ou seja, olhar de outra forma e quem sabe,
acabar gostando e se identificar com este clichê?
Indo para o seu enredo, a série mostra Sai Akuto,
um jovem que foi abandonado e esteve morando num orfanato quando novo, até que
por causa de umas opiniões bem controversas, teve de sair. Já mais velho, é
admitido na Academia de Magia Constant, onde pretende seguir no sonho de ser um
sacerdote e fazer a diferença na sociedade. E tudo muda de vez quando no
momento que é consultado por um corvo falante e que fuma charuto (e qualquer
semelhança com o Chapéu Seletor de “Harry Potter” não é mera coincidência) que
define as profissões dos seus alunos, diz que ele será Maou, aquele que devasta
o mundo e causa o caos e destruição com seu poder.
Como o corvo passa este veredito ao rapaz,
praticamente os alunos que estão lá ficam apavorados, de terem como aluno um
Maou e a notícia se espalha no lugar. Ninguém quer se aproximar do jovem e há os
que o querem mortinho da silva, temendo que manifeste seu lado ruim e cause
problemas; por outro lado, estando de boa, Akuto não é exatamente alguém ruim, apenas incompreendido e de boa índole, apesar de ser um pouquinho atrapalhado e de suas opiniões serem vistas
como manifestação do Maou que representa. Na turma, ninguém quer ser seu
colega, temendo pelo pior, exceto no caso de Miwa Hiroshi, colega de classe que o
admira e o enxerga como alguém; adiante, outras personagens, garotas, também
passam a interagir com nosso protagonista, enquanto ele começa a ter mais noção
do que realmente é ser um Maou.
Em sua estadia na academia, a magia apresentada é
chamada de mana e ela possui diversas possibilidades que fogem da tradicional, onde Akuto é capaz de manifestar este poder mágico de forma mais forte e aos
poucos, saber usá-la nas situações em que se mete. Conforme seguimos a trama,
vemos o elenco feminino dar seu charme da graça e terem interesse no
personagem, ou se preferirem, o seu harém pessoal. Nele temos uma ninja que não
sabe se ama ou mata o protagonista; uma maga bem desmiolada, amante de arroz
que fica invisível ao tirar as roupas; uma cientista e maga negra, cujo
propósito é que o cara manifeste logo seu lado Maou e seja sua subordinada; uma robô séria designada a vigiá-lo e que tem uma forma bem peculiar quanto a agradar o
pobre coitado e, por fim, há o grêmio estudantil, liderados por uma maga baixinha que usa um
chapéu que tem vida e cujas habilidades se assemelham demais a um certo Chapéu de
Palha que conhecemos.
Franco em sua proposta, quando chegamos ao final
e é repetido o processo de seleção das profissões com o corvo, o resultado para
Sai Akuto é o mesmo de antes, voltando a apavorar a academia. Ou seja, vai ter
de aceitar que é Maou e ponto final! Sorte que desta vez, as garotas e seu
coleguinha de turma vão fazer esta estadia ficar mais interessante, suportando
melhor as coisas por lá.
A série usa a ideia de um protagonista no papel do tal Maou, um
ser visto como vilão e aprendendo nas situações que se mete, indo por um caminho
que não seja o óbvio desta “profissão”. A ideia do uso da mana, mesmo não tendo
muita explicação, pode ser bem observada conforme Akuto vai demostrando este
poder mágico e no seu uso em geral, influenciando na vida dos demais
personagens. Prepare para cenas calientes, pois estamos em um harém e isto
ganha níveis maiores em seus especiais: assistir estes não fará diferença
nenhuma, mas, se é curioso em ver umas ceninhas desse tipo, você que se arrisque. É um tanto regrado na comédia, pra dar um temperinho a mais.
Produção bem direta, como é praticamente o seu
enredo, possui um visual que realça bastante o harém e não fica enrolando demais em
seu andamento. Destaque para sua abertura, “REALOVE: REALIFE” do Sphere, cujo
ritmo contagiante e animado foca na interação do protagonista com o elenco
feminino e traz um pouquinho de suas habilidades como maou; já o seu
encerramento, “Everyday Sunshine Line!” de Natsuko Aso mostra Akuto sendo
recebido pelas garotas de forma carinhosa, em cenas chibis fofinhas e uma música
em si bem calma e simpática de ser.
Seguindo a tendência de animes que tem o Maou como
protagonista principal (“Hataraku Maou-sama!" e “Maoyuu Maou Yuusha” são alguns dos mais conhecidos, mas claro que há outros nesta categoria), se de um lado, revelam
serem altamente poderosos, por outro, são os que mais penam em serem aceitos
pelo que são. Desta forma, “Ichiban Ushiro no Daimaou” tem seu charme no clichê
e não demonstra medo em se exibir como outro anime passado numa escola de magia, claro que antes
da temática ter ganhado forças.
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