Por Escritora Otaku
E aqui estamos de novo com mais uma resenha de
“Pokémon”, sendo esta a última quando se fala das temporadas que seguem a
história desde o começo e a última de um ciclo. Afinal, quem acompanha ainda a
série sabe bem que as coisas mudaram a partir da fase “Black/White” e a conexão
desta com as anteriores foi mandada para o espaço, em mais de noventa por
cento. Por isso não se estranhem, porque isso é mais comum do que pensam quando
se trata de animes longos e contínuos.
Por mais que possa parecer, os games dos quais
realizou esta fase conseguiram de certa forma resgatar o carisma que as
primeiras versões tinham e manter o fator novidade que vieram das versões de
GBA. Claro que os pokémon que surgiram tiveram um certo meio a meio quando se
trata das aparências: quem conferiu a fase ou games anteriores a estes sabe
muito bem o que estou falando. Ah sim, tenho os meus favoritos: gostei muito
dos iniciais, principalmente do Turtwig – e
sim, tenho uma quedinha pelos iniciais tipo planta – e do Lucario.
Chega de papo e vamos ao que interessa...
*****
Alternativo: Pocket Monsters: Diamond &
Pearl
Ano: 2006
Diretor: Kunihiko Yuyama
Estúdio: OLM
Episódios: 191
Gênero: Aventura / Comédia / Fantasia
De onde saiu: Jogos “Pokemon” Diamond/Pearl/Platinum para
Nintendo DS
Caso queira acompanhar as resenhas referentes a “Pokemon” e “Pokemon Advanced”/ "Pokemon Battle Frontier” antes de seguir a esta, cliquem nos respectivos
nomes pra ter uma noção melhor da série.
A última fase de “Pokémon” que conhecemos; a que
manteve a cronologia e o fim de uma era: não há palavras que definam melhor a
fase Diamond/Pearl, porque depois dela a fase Black/White deu uma reviravolta
ao universo da animação e seu resultado divide opiniões. Não vamos estender nisso
pois a resenha é da fase anterior a esta; sejamos mais diretos e veremos se
Diamond/Pearl pôde finalizar ou não todos os acontecimentos conhecidos da
animação propriamente dita.
Nos games, Diamond/Pearl/Platinum repetem e inovam
o vasto universo da série, com direto a mudanças e maior envolvimento; a nova
região, Shinnoh, se assemelha a Houen em
termos de ambientação e climas; alguns pontos pendentes dos games anteriores
foram melhorados e o gráfico é mais detalhista, como a câmera e a movimentação,
mais suaves e cheia de segredos e coisas a se fazer. Sobre o principal, os
games trouxeram uma nova leva de pokés e golpes, que diferentes das versões de
GBA são mais aceitáveis. A quarta geração retomou o antigo carisma das duas primeiras
gerações, com vários pokémon que entram fácil na lista de favoritos.
Há somente uma negativa e esta foi herdada da
geração que a precede: a aparência de alguns pokémon e evoluções nada
simpáticas; os lendários dos games são “feinhos” e meio esquisitos; guardiões
nada a ver com a estética da série e o que foi aquilo de fazer evoluções para Electabuzz, Magmar e Rhydon – pokés da primeira
geração – se fisicamente estes estavam muito bem desenvolvidos?! Claro que
houve menos erros nas aparências, mas, as que citamos não têm perdão. E pra
começar, que tal pensarmos na maneira que foram feitos os guardiões desta
geração: Dialga e Palkia, se fosse seguir o
tipo propriamente dito, no caso tipo dragão, teriam de ter no mínimo algo que
lembre a espécie, mas, infelizmente... O pior fica por conta de Giratina e Arceus, pois ambos também passaram pelo
processo “digimonesco”. O único dos raros que saiu ileso foi o Shaymin, que ao menos pôde salvar a pátria deste
show de horrores. E pra nossa sorte, os iniciais também safaram disso, com
aparências bem aceitáveis e de acordo com a espécie em si: diga-se que estão no
mesmo nível dos iniciais das duas primeiras gerações.
O anime começa do mesmo jeito que as fases
Advanced/Battle Frontier, com Ash e Pikachu na nova região e o encontro com a
nova companheira de viagem, a Dawn - pra
completar o Brock também está nesta nova aventura, o que o torna no companheiro
de viagem que mais durou na animação. Desta vez o desafio é a Liga Shinnoh, que
possui nível similar ao da Houen e manteve as novidades impostas das fases
anteriores. Aqui temos uma boa nova que fez esta fase um pouco mais suportável:
um rival para o nosso protagonista.
Recapitulando: na fase clássica, o personagem teve
dois rivais – Gary e Ritchie – que tinham
mais experiência e entrosamento com seus pokémon; nas fases Advanced/Battle
Frontier, no entanto, o personagem só teve rivais justo na Liga Houen e um
deles consagrou-se campeão. Já em Diamond/Pearl temos um personagem que em si
só, deu muita raiva ao Ash e que se prestarem atenção, este treinador lembra
muito outro que deu as caras nos games de “Pokémon” Gold/Silver/Crystal e nos
seus remakes, Heart Gold/Soul Silver, um treinador Pokémon que seu personagem
encara em algumas partes dos jogos. Quem jogou estas versões deve saber bem
quem é ele.
Esta é realmente a última fase do “Pokémon” que
conhecemos, pois depois de seu término a animação passou por um banho de loja e
o pior: a audiência da fase Black/White provou que o banho não funcionou como
deveria. A fase atual (Nota: Isso no momento em que
a Escritora Otaku escreveu este texto, em 2016), “Pokémon XY” tem
conseguido recuperar a audiência e a credibilidade dos que ainda acompanham a série.
Voltemos para a fase DP – abreviatura de
Diamond/Pearl. Houve melhoria nos efeitos dos golpes usados pelos pokés e
argumentos vistos dos games ditaram e muito o desenrolar dos episódios, para
surpresa de quem não espera mais nada em termos de enredo. Por falar nisso, os
personagens secundários estão mais bem posicionados e os pokés apresentados têm
sua hora e vez. Com franqueza, a fase manteve o ritmo já posto das duas
anteriores a esta e alguns erros que não tem como reparar ao assistir. Os
maiores problemas vieram justamente da companheira de viagem desta fase; não
sei se foi mera impressão, a personalidade de Dawn lembra demais a do Ash da
fase clássica, com direito a atrapalhadas e seu time de pokémon teve problemas
similares ao nosso aspirante a mestre pokémon. Fora que a personagem não ter o
mesmo carisma de suas antecessoras – May e Misty – e seu papel ter tido
deslizes atrás de outro. E outra: seu pokémon inicial é mil vezes mais
simpático e independente que a própria dona.
Outro problema que teve foi a exploração dos
Concursos Pokémon, que se transformaram num espetáculo e não numa demonstração
das habilidades dos próprios pokés. Se antes os concursos eram uma forma de
tirar a rotina de treinamentos e lutas, na fase DP os efeitos especiais e o
excesso de capricho nas apresentações tornaram tudo enfadonho e muito fru-fru demais.
E juntando com as atenções para a Dawn, a coisa fica sem graça nenhuma e
simplesmente o elemento novo torna-se inútil.
Aliás, comentando rapidamente, Dawn não é uma personagem ruim: Ela tem lá seus momentos, mas é claro que ao compara-la com as companheiras de viagens anteriores dá pra notar que é mais infantil em termos de personalidade. Apesar disso, vale ressaltar o seu desenvolvimento ao longo da história, tendo sua marca nesta jornada em Shinnoh.
Aliás, comentando rapidamente, Dawn não é uma personagem ruim: Ela tem lá seus momentos, mas é claro que ao compara-la com as companheiras de viagens anteriores dá pra notar que é mais infantil em termos de personalidade. Apesar disso, vale ressaltar o seu desenvolvimento ao longo da história, tendo sua marca nesta jornada em Shinnoh.
Por outro lado, o rival de Ash, Paul – guardem bem este nome – roubou a cena desta
fase: sua personalidade e maneira que trata os pokés foi o oposto da vista pelo
personagem principal - quem o vê em ação, surpreende pelo jeito que enxerga a
jornada e seu sarcasmo perante o amadurecimento de Ash. O que temos é uma
rivalidade jamais vista na série e a demonstração de quem é o melhor, conseguindo
sanar parte das deficiências apresentadas na fase ao nos dar alguns episódios
com emoção. Ele pode ser visto como antagonista, já que os treinadores da série
costumam ser mais comuns e sem grandes atrativos, tirando alguns casos, é
claro!
Lembrem que nas resenhas anteriores, “Pokémon”
passou da febre por uma fase de estagnação e no Brasil, digamos que o ciclo
final da franquia culminou numa única palavra: abandono...
Na dublagem da mesma, o estúdio responsável foi a
Centauro – sim, a mesma que pegou o restante da fase Advanced e Battle Frontier
– que manteve os erros vistos de outras fases e o descuido em algumas vozes de
personagens secundários. A compensação fica nas vozes de Fernanda Bulara (Dawn) e Gabriel Noya (Paul) que
souberam e muito bem interpretar seus personagens - quanto os demais
principais, o trabalho de sempre. Em geral, a série começou bem em termos de
vozes e foi se perdendo ao longo dos episódios, mas, pensando bem... qual anime
longo não passa pelo mesmo problema?
“Pokemon Diamond/Pearl” pôde continuar e finalizar
uma história que teve início nos anos 90; seus altos e baixos são comuns e
encontrar palavras pra expressar a seu respeito é tarefa para os que ainda
acreditam no potencial da animação. Claro que não esclareceu algumas dúvidas
vistas desde o começo, mas, por outro lado, a fase manteve a essência e isso é
o que importa para nós espectadores...
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