26 de maio de 2016

Resenha: Kuroshitsuji - Book of Circus / Kuroshitsuji - Book of Murder





Por Escritora Otaku

O mordomo mais famoso dos animes e seu mestre conquistam aos que acompanharam a história de “Kuroshitsuji”, seja do mangá, seja nos animes ou de ambos. No meu caso, acompanhei a versão animada, e simplesmente me apaixonei pela Era Vitoriana e seus segredos - e qual não foi a minha surpresa e a de muitos quando anunciaram uma nova série desta história, englobando dois arcos não animados e ainda por cima, adaptados tão bem...


“Kuroshitsuji” pode parecer um shoujo pela forma que a trama é mostrada; no entanto, é um shounen como os que conhecemos. Difícil não se identificar com Ciel, Sebastian e companhia, a época que remete os fatos e o tom britânico de ser - mesmo que seja uma produção nipônica não dá pra desmerecer os esforços de sua mangaká, ao misturar isto com o tom misterioso em sua execução. A resenha vai abordar essas duas novas produções, que mesmo sendo curtas, cumpriram com seu dever de casa: trazer a nós um pouco do que faz “Kuroshitsuji” ser o que é. Portanto, embarquem nestas novas histórias e procure saber os motivos de Sebastian Michaelis ainda se mostrar um mordomo e tanto...


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Ano: 2014
Diretor: Noriyuki Abe (“Arslan Senki”, “Flame of Recca”)
Estúdio: A-1 Pictures
Episódios: 10 (Book of Circus) / 2 (Book of Murder)
Gênero: Comédia / Drama / Fantasia / Suspense
De onde saiu: Mangá, 21 volumes, em andamento

Veja também: Resenha de "Kuroshitsuji".


Tem sido comum, no mercado de animações continuarem histórias que deram certo; continuações que podem levar seus espectadores a notar se o resultado final foi ou não favorável, havendo as que conseguem melhorar aspectos e outras das quais preferimos esquecer que foram feitas. Até meados dos anos 90 e parte dos anos 2000 era comum muitas séries se estenderem sem ter uma média de episódios, só se a produção especificar; atualmente, isso tem diminuído e, dependendo da adaptação, tal fator pode favorecer ou prejudicar a animação durante a sua execução. Tirando os animes que possuem certa notoriedade e fazem parte do ranking da TV japonesa – não todos, apenas alguns – e outros cujos estúdios continuam com suas produções a todo vapor, a maioria dos animes possui um número bem específico de episódios.

Uma parte destas produções consegue ter uma nova temporada, de acordo com o material original, tenha tido ou não sucesso em vendas; há os que já propõem em sua produção duas temporadas e outros apenas quando é possível - remakes e novas versões entram neste aspecto. Portanto, quando anunciam uma nova temporada de um anime que o público tem certa familiaridade, ficamos com motivos pra comemorar e ver como vai ficar a produção.

E foi o que houve com “Kuroshitsuji”: a série criada por Yana Toboso já tinha ganhado duas temporadas e OVAs durante os anos de 2008 (primeira temporada) e 2010 (segunda temporada e OVAs). Até aí, nada de mais, até que em 2014 foi anunciada uma nova série para a história, que ia englobar dois arcos do mangá, sendo que um deles era visto como um dos melhores arcos segundo os que acompanham a versão original. Uma boa notícia e mais ainda aos que já conheciam os personagens da trama, pois sempre é bem-vindo e é uma oportunidade pra poder conhecer a respeito da obra.

Seria preciso assistir as animações anteriores pra ver estas novas versões? De certa forma, sim e não ao mesmo tempo. Sim, pois a história segue a última fase do mangá que adaptaram na primeira temporada, o arco da Competição do Curry, – aos desavisados, os 15 primeiros episódios -, sendo que os episódios após esse, a segunda temporada e os OVAs são todos fillers; não, porque a série até faz uma apresentação básica dos personagens aos que pegaram sem querer o anime em questão.


“Book of Circus” se baseia no arco mais amado aos que curtem o mangá, conhecido como o Arco do Circo: na história, Ciel recebe a missão de investigar o desaparecimento de crianças e uma das pistas é que isto acontece durante as apresentações do Noah Circus (em português, Circo Arca de Noé); para isto, ele e Sebastian acabam entrando no circo e entre a magia circense, se esconde vários segredos. O que chama atenção neste arco são os personagens que formam a trupe principal do local, dando um charme e tanto o visual, a caracterização e os passados de cada um seus integrantes. Falar mais deste arco é simplesmente acabar revelando acontecimentos, portanto, sem spoilers pra não estragar a graça.

Já o “Book of Murder” se baseia no Arco dos Assassinatos na Mansão Phantomhive: com apenas dois episódios de uma hora cada, uma festa é realizada na mansão, onde os convidados acabam se envolvendo em uma série de assassinatos - cabe a Ciel, Sebastian e um dos convidados resolver a situação antes que seja tarde demais. A trama segue o contexto das histórias policiais mais clássicas e há um bônus muito especial - somente prestando atenção saberá o que é, e sim, precisa assistir ao “Book of Circus”, pois certos fatos são interligados a ele. Em geral, as duas animações adaptaram bem os arcos, havendo mudanças quanto ao desenho dos personagens – as fases anteriores tinham um estilo, estas têm outro – pois elas se basearam mais no traço do mangá; de resto, a dublagem e estúdio se mantiveram, só acrescentando as vozes dos novos personagens apresentados e o roteiro foi bem direto, sem enrolar em seu desenvolvimento.

A série de TV contou com uma abertura e um encerramento, ambos baseados na estética usada no seu enredo: “ENAMEL” do SID foi a abertura, com um visual simples e que mostra os personagens do arco; já “Aoki Tsuki Michite” de AKIRA é daqueles encerramentos mais tranquilos, com um toque melancólico de ser. Os OVAs não possuem temas de abertura/encerramento, sendo mais diretos.


“Kuroshitsuji: Book of Circus/Book of Murder” trazem de volta o universo de “Kuroshitsuji” ao público que já acompanhava a epopeia de Ciel e Sebastian, público esse que ficou bem satisfeito com o resultado final. Aos que não conhecem o universo da série, assistir ao menos os quinze episódios da primeira temporada bastam pra ter uma ideia; senão, pode se aventurar e quem sabe, gostar desta mistura de Era Vitoriana com mistério...


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