Por Tadashi Katsuren (Gabriel Katsu)
Saudações! Cá estou novamente, desta vez para trazer outro dos novos quadros que bolei para o blog. Este, entretanto, requer uma breve explicação sobre como funcionará em cada uma de suas edições – isso caso vocês gostarem desta inicial, obviamente. Chama-se: Desafio D&G, ou por extenso, Desafio Demografia & Gênero. E trata-se, de modo geral, de uma postagem de breves análises, possíveis primeiras impressões e possíveis indicações.
Como funciona: Em toda nova postagem deste quadro sortearei dois números
aleatórios, o primeiro de 01 a 04 e o outro número de 01 a 24. Sendo estes números
correspondentes ao seguinte quadro:
01
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Shounen
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02
|
Shoujo
|
03
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Seinen
|
04
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Josei
|
E o consecutivo:
01
|
Ação
|
13
|
Sci-fi/Cyberpunk/Steampunk
|
02
|
Aventura
|
14
|
Colegial
|
03
|
Romance
|
15
|
Psicológico
|
04
|
Drama
|
16
|
Esportivo
|
05
|
Fantasia
|
17
|
Horror/Terror
|
06
|
Comédia
|
18
|
Misc.
|
07
|
Slice
of Life
|
19
|
Supernatural/Magia
|
08
|
Mecha
|
20
|
Ecchi/Fanservice/Hentai/Smut
|
09
|
Mistério/
Suspense
|
21
|
Yuri/Yaoi/Shounen
Ai/Shoujo Ai
|
10
|
Histórico
|
22
|
One-Shot
|
11
|
Artes
Marciais
|
23
|
Musical
|
12
|
Harém/Harém
Invertido
|
24
|
Maduro/Gore/Temas
Pesados
|
É. É isso mesmo.
E, então, baseado na Demografia e no Gênero sorteados, eu tentarei
identificar bons animes e mangás que possam ser indicados - assim como também
farei questão de selecionar menções bizarras, engraçadas ou inacreditáveis que
tirar do meio disso. Quando disse ali em cima que este é um quadro de possíveis
indicações e primeiras impressões, é porque haverá sempre a chance de eu
sortear uma Demografia e um Gênero tão absurdamente divergentes que não
encontrarei quase nada que se enquadre nele. Ou que, quando se enquadre, seja extremamente indesejável ou indigesto.
Peço, também, a compreensão dos caros leitores para quando eu realizar
uma leve licença poética, para
enquadrar um anime ou mangá de outro gênero num similar que se encaixe a minha
busca. Prometo não exagerar nas disparidades quando assim o fizer.
Seguem algumas possíveis dúvidas
respondidas sobre o quadro:
Como fez as escolhas dos gêneros? E como fará para classificar os animes
e mangás?
Tanto as escolhas dos gêneros pré-selecionados como também as que usarei
para classificar os mangás e animes escolhidos de cada edição são tirados do
MAL, do Manga Park, do Manga Updates, do Daisuki e do Crunchyroll. Fiz uma
pesquisa por todos os gêneros dispostos e os organizei da melhor forma
possível. E, por fim, para relacionar Demografia e Animes, usarei de seus
originais, sejam estes mangás ou Light Novels. De modo algum considerem estes
quadros como verdade absoluta na divisão de gêneros e subgêneros no que tange a
animação e os quadrinhos japoneses.
Os sorteios serão definitivos?
Não. Vou me esforçar ao máximo para conseguir encontrar indicações ou ao
menos citações de obras em qualquer combinação, mas caso notar que realmente
ficará impossível realizar uma boa postagem (ou sequer realizar uma postagem) com o sorteio inicial, realizarei um
conseguinte. Prometo avisar quando isso ocorrer, até porque, postarei um print
de cada sorteio realizado.
Sobre algumas divisões:
Dentro de Demografia, escolhi por incluir apenas as quatro maiores,
deixando de lado Kodomo e qualquer outro que possa ser criado por aí. Já dentro
das divisões de gêneros, peço para não considerarem sinônimos os temas
enquadrados dentro de um mesmo número (como os números 13 e 21, por exemplo).
Aloquei-os juntos por similaridade de tema ou alguma facilidade de
relacioná-los; dentro do número 13, por exemplo, encontram-se dois subgêneros
de Sci-fi mais influentes e destacados. Acho que também é válido ressaltar que
o fanservice e o ecchi mencionados no tópico 20 não são exclusivos para obras
voltadas ao público masculino, há muito disso em Shoujo e Josei também. Por
fim, dentro do tema Misc.(18), dei-me
a liberdade de poder abordar qualquer outro gênero ou assunto de menor
abrangência, mas que ainda assim podem configurar como um quesito (nonsense,
demônio/vampiro, gender bender, gastronomia, etc). Quando sortear um número que
possui mais de um gênero em sua descrição, darei-me o livre arbítrio quanto à
escolha dos títulos, podendo preferir todos de um único gênero ou alternar
entre os apresentados.
Na prática: serão resenhas, primeiras impressões ou só simples
indicações? Quantas serão por quadro?
Depende muito. Podem haver casos em que terei a sorte de encontrar um
D&G no qual tenho títulos já lidos ou assistidos e tenha tido uma ótima experiência.
Nestes casos, posso me alongar um pouco mais em cada um deles, apresentando
quase uma pequena resenha da obra. Caso visite um mangá ou anime pela primeira
vez em decorrência do quadro, dependendo de seu tamanho, posso trazer apenas
minhas primeiras impressões como também posso arriscar lê-la ou assisti-la por
um todo, caso não muito longa. Haverão também casos em que posso simplesmente
não encontrar nada que me agrade realmente, e por isso não haverão reais indicações, apenas minhas experiências
com o título. A cada quadro, devo tentar trazer uma média que varia de três a
cinco obras citadas.
Caso haja mais alguma dúvida sobre este novo quadro, não hesitem em
fazê-las através dos comentários, serão respondidas na próxima postagem
D&G. Sem mais delongas, vou sortear os números desta primeira edição!
E os números sorteados são...
JOSEI & ECCHI/FANSERVICE/HENTAI/SMUT
Dois pensamentos preocupantes me surgiram quando finalmente determinei
os gêneros e as demografias utilizadas. O primeiro foi: Não entendo quase nada de Josei,
vou penar quando precisar fazer sobre eles. E o segundo pensamento foi: Os tópicos 20 e 21, ao meu ver, serão os
mais complicados de filtrar títulos interessantes. Qual foi a surpresa
quando sorteei, em ordem, estes dois números abençoados na primeira edição do
quadro? É claro que existem muitas outras combinações extremamente perigosas a serem realizadas, mas cheguei a rir de mim
mesmo quando surgiram exatamente os dois números mencionados por minha mente
alarmada.
Acabou que, por sorte, pesquisando um pouco mais dentro da demografia,
acabei por descobrir que uma parte
considerável de mangás Josei abordam o gênero Smut (neste desafio resolvi me
afixar nesse tema em específico), algo que desconhecia por pura falta de
interesse anterior de minha parte. Também, por graças divinas, veio a calhar
que minha digníssima namorada tem uma valiosa experiência com Josei e acabou
por atuar como minha conselheira quando busquei algumas das obras que
apresentarei mais adiante. No fim, o fardo não foi assim tão pesado, e... olha,
até que devo ter me saído relativamente bem. Sem mais delongas: Vamos iniciar!
*****
Pude encontrar uma ótima e concisa definição para smut no Urban Dictionary, a qual me baseei para confeccionar esta breve explicação,
apenas para adentrar no gênero quem não já o conhecia de alguma forma: Ficção em que há explícitas menções sexuais
geralmente enfocadas na figura feminina, genericamente falando, um pornô
feminino. Daí, a minha pesquisa e aventura se iniciaram. Minha primeira
curiosidade nesta Demografia & Gênero se provou válida logo no início da busca: em avassaladora contrapartida ao Hentai, não encontrei animes do gênero smut. É claro que uma vez que a
demografia exige, de maneira geral, uma maior maturidade e sensatez, muitos dos
gêneros mais comuns (Drama, Slice-of-Life) trarão momentos de relações
sexuais e similares entre personagens; todavia tem-se que aí não pode ser
classificado smut como gênero principal da obra, já que ele só está presente
para complementar e adornar os temas principais. Dada esta constatação, este
D&G é inteiramente composto por
mangás.
Realmente, dentre todos os
mangás que li para compor as citações principais desta primeira edição do
quadro, nenhum deles demonstrou mais conexão direta com o gênero que as
histórias de Kasane Katsumoto. E
isso pode literalmente ser provado pelo nome das primeiras obras das quais vou
tratar: "Deep Kiss" e "Deep Sex".
Tente mentalizar esta imagem: Você encontra um shoujo de romance padrão, algo que não sai muito dos estandartes
convencionais do mercado, mas que ainda assim pode entretê-lo(a) por algum bom
tempo até alcançar o volume mais recente lançado. Remova dele um pouco do seu bittersweet e acrescente em seu lugar a
pornografia voltada ao gênero feminino que o Smut se propõe a entregar. Acho que esta é a fórmula que pude
encontrar para definir com facilidade as obras de Katsumoto (ao menos dentro
deste tema, encontrei outros mangás da autora que visam outros gêneros e demografias diferentes). Suas obras são, de maneira geral, curtas, sendo em grande maioria
One-shots, muitas vezes compiladas em
mangás que ganham por nome o título mais bem trabalhado dentre eles. No quesito
enredo, eu realmente tenho de ser imparcial para fazer a análise: as obras são fracas e possuem histórias
muitas vezes rasas, mas elas possuem uma boa solidez e não perdem o nexo, embora
algumas vezes eu tenha sentido algumas forçadas para que a história se
encaixasse melhor com a finalidade do gênero. Afinal de contas, se for
usada a fórmula acima representada, é compreensível que a trama perca força
para que o smut ganhe algumas páginas
adicionais no capítulo.
Seguindo adiante, porque ainda temos algumas várias menções a serem
feitas, falemos agora de "Deep Kiss",
mangá de volume único da autora Katsumoto que traz quatro one-shots que abordam
o tema Smut como principal, seguido de uma boa dose de romance, como é de se
esperar da influência shoujo que eu senti igualmente grande em "Deep Sex". Como
há esta pequena variedade de enredos, decidi abordar apenas um deles, e deixar
os outros três para quem tem curiosidade sobre o tema ir atrás; citemos a
terceira história, "Kare no Mahou no Te /
Magic Fingers", cuja tradução literal do título em japonês ficaria algo como "As mãos mágicas dele". O que é beeem
sugestivo sobre o que falaremos neste one-shot, não?
Temos nesta história um casal já formado, os namorados Kazuto e Haruno. Muito embora não saibamos exatamente com o que Haruno trabalha, ou se estuda, ela é nossa personagem principal e também aquela a qual os enquadramentos seguem com destaque (como dito acima, não é surpresa, dada a Demografia). Do outro pólo desta pequena história está Kazuto, seu namorado. Este personagem é um cabelereiro por profissão, que aparentemente ama o seu trabalho e o faz muito bem, daí vem o título da história (claro, isso além das menções sexuais de suas habilidades manuais). Como estas tramas possuem ainda menos páginas que "Deep Sex" teve, considera-se que os enredos delas são ainda menores e menos trabalhados; não há muito tempo para se prender nos personagens, mas o enredo pelo menos é elaborado para que haja uma empatia com a história por um todo. De maneira geral, a trama trata sobre a vida corrida do namorado de Haruno, que tem de dividir seu tempo de serviço e de relacionamento pessoal e de como isso afeta a garota. Pessoalmente, do meu ponto de vista, esse one-shot retrata uma DR de casal, desde a causa até a consequência e resolução. Não há nada de sensacional, mas dou o crédito que há uma história pelo menos para desculpar as cenas de smut do mangá. Prefiro não adentrar na parte técnica para não me soar repetitivo, visto que este mangá não diferencia-se muito do citado anteriormente.
Assim, eu completo as obras que trouxe de Kasane Katsumoto. Caso você
tenha as lido após estas menções e tenha se interessado, digo
que ela possui mais alguns mangás publicados com a mesma vibe. Encontrei boa parte deles scanneada e traduzida no Manga Park, tais quais "Off-time no Kemono" e "Yuuwaku no Bansan", entre mais algumas
outras. Também, por curiosidade e fora do gênero, esta autora tem um mangá
chamado "Berna to Garland", que não
encontrei em nenhum dos sites que costumo frequentar para ler. É um Slice-of-Life e One-Shot com uma impressionante nota 8.0 pelo MyAnimeList e 10.0 pelo
MangaUpdates. São pouquíssimas as pessoas que marcaram esta obra como lidas, mas
mesmo assim atiçou-me bastante a curiosidade.
*****
Não posso comprovar o quanto isso foi vivência para o público feminino
que acompanha o blog, mas pelo menos entre boa parte dos homens, eu posso
afirmar que este fato deve ter ocorrido alguma vez até hoje: O mercado de
filmes pornográficos é mestre em criar paródias, e com certeza já encontrou
alguma coisa que nunca imaginava, dos mais diferentes tipos às mais
bizarras explicações para levar duas (ou mais) pessoas a terem relações
sexuais. É quase aquela premissa da (não tão) famosa Lei 34 da Internet: Se algo
existe, existe pornô daquilo. Chega a ser engraçado, mas foi a melhor
introdução que surgiu em minha mente para falar desta autora e de sua série de
livros. Caros leitores do blog, trataremos agora dos trabalhos de Yumi Takano, e sua pequena compilação
de histórias que levam o título "Eru♥Meruhen / Erotic Fairy Tales".
Os Contos de Fadas são usados até hoje, das mais diferentes formas
possíveis por quase todos os tipos de mídia e modos de entretenimento.
As incontáveis adaptações animadas da Disney, assim como as recentes releituras do cinema são apenas alguns exemplos da
afirmativa, enquanto na literatura fantástica brasileira Raphael Draccon mescla inúmeros
deles em sua trilogia Dragões de Éter
com unicidade, tal qual faz a série televisiva Once Upon a Time. Se estas amostras estão muito distantes do nosso
mundo otaku que foca na pop culture japonesa, podemos encontrar alguns animes
com embasamentos em contos de fada também, exemplo seria o anime "Prétear: The New Legend of Snow White"
- acho que o título fala por si próprio neste caso. Por fim, dando passos na
direção final desta introdução, encontramos as obras de Yumi Takano.
Agora, partiremos para as
histórias em si!
Não que este seja um quesito com o qual se empolgar, na realidade,
hahaha... As histórias de Yumi Takano são o que eu achei de mais próximo que um
Smut pode chegar de um Hentai neste ponto. Seus enredos são
rasos, e mais que rasos, eles muitas vezes chegam a ser extremamente forçados
em muitos pontos. É mais como uma fantasia meio-construída para deixar seus
leitores entrarem no clima do conto de fadas e aí... BAM! Cena de sexo. Em muitas das histórias, a mangaká simplesmente
coloca personagens secundários ou mesmo personagens sem nomes para aparecer
pela primeira vez na trama já no meio de uma cena erótica. Quando paro para
pensar, muita de nossa empatia pelos
personagens apresentados em seus mangás não vem de sua própria obra, mas sim
porque já os conhecemos de seus respectivos contos de fadas. De certo modo isso é bom, porque assim nós
conseguimos nos identificar um pouco mais com a história, mesmo que ela seja
mal apresentada. Pelo lado negativo, a mangaká perde credibilidade em um dos
quesitos que pelo menos eu considero um dos mais importantes quando analisando
um mangá ou anime. Dentro de "Erotic Fairy Tales", Takano conta com vários One-shots e duas histórias que até então
se encontram ainda em processo de publicação, uma já com mais capítulos
lançados. Falaremos aqui de um curto e um longo, brevemente.
Vou tentar não contar muito da história além disso, para que não haja mais
graça alguma em ver este mangá senão pelo erotismo, mas preciso salientar que
em seu enredo temos alguns pontos que até chamaram um pouco do meu interesse,
como a existência de Caçadores de Recompensa que buscam a família criminosa de
Marie e a introdução da avó da garota.
Em pontos negativos, temos tudo que é relacionado com a história por trás do
Lobo. São tantas explicações vagas e sem
nexo que, até mesmo para um erotismo de poucos capítulos, eu fiquei irritado.
A história possui dois pequenos arcos rasos e encerra-se sem maiores problemas.
Adiante, entramos agora em "Ningyou-hime/ The Little Mermaid". Na minha infância, eu acho que o conto de fada da
pequena sereia foi de longe o que menos me chamava a atenção, tanto que eu mal
conseguia recordar muito sobre o enredo original quando comecei a ler a
adaptação da Takano. Lotte é nossa
protagonista feminina da vez, ela é uma sereia que (não sei porque diabos)
desejava conhecer mais do mundo humano. Todas as coincidências do mundo então
fazem convergir para que a personagem em
sua primeira aventura se encontrasse com um náufrago de uma embarcação
que afundou próximo da costa. A Sereia então leva-o até a praia, salvando a sua
vida, mas logo tem de esconder-se dada a aproximação de mais pessoas. Se
afastando da praia um pouco, ela é abordada por um demônio, que oferece a ela a
chance de tornar-se humana em custa de um contrato e de algumas condições. Claro, por que não? Como se não houvesse
mais nada a perder ela aceita. Lotte chega à praia e toma uma poção dada pelo
demônio, e então, uma dor excruciante toma seu corpo e a garota desmaia na praia, com
pernas no lugar de suas antigas nadadeiras.
Quão belo é o destino que Lotte é salva por quem antes havia a salvado, o náufrago desacordado que abordou mais cedo trata-se do protagonista masculino da história, Lorde Abel. Ele a leva para dentro de seus aposentos e cuida dela. Quando perguntado ao seu médico sobre as condições da garota, Abel recebe a mensagem que Lotte sofre de uma condição rara, e que ela precisava com urgência de força vital para se recuperar, caso contrário, a dor aumentaria até o ponto em que morreria. Nessa altura do campeonato, já é meio que muito fácil imaginar como Lotte precisa de energia vital, certo? É, a desculpa inicial para todas as cenas pornôs do mangá são que ela se fortalece com a energia vital que é passada a ela através de sexo. E daí, a história segue. A Pequena Sereira é o mangá de Takano Yumi com mais capítulos até então, contando com mais de 30 publicados, também é um dos únicos que ainda não se fechou e que aparenta não querer findar como One-Shot. Em elogio ao enredo, posso dizer que a extensão do mangá nos leva a um maior desenvolvimento dos personagens, principalmente os secundários que vão aparecendo aos poucos. Temos Deo, o irmão gêmeo de Abel, que tem uma séria rixa com o mesmo desde a infância. Temos também Kaya, uma nobre apaixonada por Abel que faz de tudo pelo seu amado, até tramas mirabolantes, e mais alguns que começam a surgir e ganhar destaque aqui e acolá, mas aparentemente a trama inicial se desenvolve entre os quatro. Muitas das histórias contadas no correr dos capítulos tem relação direta com dois pontos chaves dos protagonistas: a necessidade de Lotte e a mera Existência de Abel, são os carros-forte nos enredos que fazem a história avançar, com tramas regadas com traição, armações, desentendimentos, inveja e falsas intenções. Mas, mesmo assim, nada que você provavelmente já não tenha visto em algum shoujo de romance tradicional.
Dando um pontapé adiante, vamos sair desta história de Erotic Fairy
Tales para falar um pouco sobre todo seu conjunto de forma geral, começando por
citar o personagem mais curioso e participativo de Takano Yumi: J.
Sendo apresentado apenas desta forma, a sua real identidade ou mesmo
quais as suas intenções permanecem um mistério até então. Dentre as diversas
alcunhas pelas quais já fora chamado, J pode ser o Criador, pode ser o Contador
de Histórias, também pode ser um Demônio, ou até mesmo um Anjo Caído. Esta
carta coringa é a sacada para Takano Yumi unir todas as histórias em uma maior
e um pouco mais complexa e arquitetada. Em diversas obras, vemos J alterando
diretamente o caminhar dos personagens, enquanto em algumas outras ele apenas
observa ou narra os fatos de longe. Assim
como um ponto positivo, dando uma profundidade um pouco maior para a série de
mangás de forma geral, J também é uma desculpa da autora. Uma licença poética
para que ela possa mudar o rumo de suas histórias como bem entender. Está
difícil conectar dois personagens? Pois bem, J vai cuidar disso. Precisamos de
ajuda com o vilão? Pois bem, J vai cuidar disso. O Vilão precisa de uma mão?
Pois bem J vai cuidar disso TAMBÉM. Chega a ser incômodo em alguns momentos ver
a quebra da história contada, por mais que, de maneira geral ele tenha sido um
ponto positivo nestas leituras.
Um julgamento final: Não leia Takano Yumi se busca histórias. Elas são
extremamente voltadas para o erotismo, e embora imbuídas de um pouco do que
seria uma adaptação em mangá de contos de fada, ainda passam longe de serem
boas. No quesito Smut, a obra está de
parabéns, afinal de contas, este é o selo que encontrei nas divisões entre
capítulos:
*****
Ufa! Longa pesquisa e algumas horas lendo histórias não tão agradáveis.
Chegamos agora na minha última menção deste desafio. Guardei-a porque esta é a
única que deixa de ser uma impressão
para se tornar uma indicação (quase
com a mesma exatidão com a qual guardo a cereja do bolo para a última mordida).
Falaremos da obra de Tomu Ohmi a
inesperada pérola "Midnight Secretary"!
Antes de mais nada... Leia com
atenção este parágrafo! O que farei agora é uma impressão dos dois
primeiros volumes do mangá, farei o máximo possível para não estragar a obra e
as surpresas que estão para vir, mas não vou deixar de dissertar sobre ela com a minúcia que puder. Aqui vai uma
sugestão: Caso não conheça nada sobre este
mangá, pule esta parte da postagem e vá direto para as considerações finais.
Por que digo isso? Porque li o mangá sem nem ao menos ler sinopse ou ver os demais gêneros que acobertam a obra, e isso foi uma experiência maravilhosa.
Uma segunda sugestão seria parar agora
esta leitura, ler o primeiro capítulo do mangá e depois voltar aqui para ouvir
os comentários conseguintes. Mas, é claro, isso são apenas sugestões,
sintam-se a vontade para ler esta postagem como bem desejarem.
A primeira coisa que me chamou a atenção nesta obra, é que ela caminha
para um lado que – aos meus olhos – se entrelaça com a demografia. Uma vez que
o público alvo do mangá é o feminino
adulto, nada refletiria mais esta correlação do que uma obra que se passa
nos dias atuais, tendo como protagonista uma assalariada de uma grande empresa.
Sim, isso é meio que óbvio dado o seu título, mas não custa enfatizar: O mangá tem o plano de fundo de uma grande
empresa japonesa, dona de diversos estabelecimentos e uma rede de atuação
gigantesca. Nela, encontraremos nossa protagonista Kaya Satozuki (No MyAnimeList o nome é Satozuka, estou seguindo o
padrão do scannlator que li), uma jovem e eficiente secretária que acaba de ser
remanejada para atender a um dos diretores mais famosos da empresa, o
competente Kyouhei Touma, que tinha
como requisito principal que sua secretária pudesse passar do horário
comercial trabalhando (daí Midnight
Secretary), visto que seus compromissos muitas vezes se alongavam até depois
deste. Filho mais novo do presidente-geral, Kyouhei é conhecido por dois fatos
bem distintos: ele é extremamente eficiente e inteligente, adquirindo o seu
posto por merecimento e não por indicação; e é um conquistador e galanteador
nato, sendo conhecido por passar muito tempo com diversas mulheres poderosas e
lindas de diferentes meios.
Depois de um atrito inicial, Kyouhei aceita Satozuki como sua secretária
após esta mostrar sua competência para tal (entrarei em maiores detalhes quando
tratar dos personagens em si), e logo em seus primeiros dias de serviço, nossa
protagonista acaba por finalmente descobrir o grande segredo de Kyouhei Touma: ele é um vampiro. Vamos parar
para respirar aqui. Quando li este mangá, sem spoiler ou sequer sinopses, eu
realmente acreditei que não haveria nada de
sobrenatural com ele, uma vez que não há indicação inicial alguma. De modo que,
a terminar o primeiro capítulo, umas inúmeras coisas se reviraram na
minha mente, assim como reviraram na mente de Satozuki. A máscara de garanhão
era apenas uma desculpa para conseguir se aproximar de seu alimento. O fato de
trabalhar mais de noite. Tudo se montou num pequeno quebra-cabeças que eu
adorei construir. Esta surpresa é
algo que você perde facilmente, é só uma passada de olhar pelos gêneros ou pela
sinopse e bam, todo o fator inusitado se perde. Bom, seguindo adiante:
A trama principal se prende em três alicerces: O Romance entre os dois personagens principais, O serviço da empresa, O
segredo do Diretor. E quando coloco-os tão exaltados, é porque nenhum deles
se apaga. Diferente dos inúmeros animes e mangás de romance perdidos por aí que
não encontram mais foco algum, este por sua vez apresenta um delicioso plano de
fundo. O mundo empresarial não é apenas o local onde a história se passa, ele é
também parte do roteiro. A eficiência na construção da agenda e na pesquisa de
material da secretária, as jogadas de negócios arquitetadas e alavancadas pelo
diretor, o planejamento estratégico, os cargos e a hierarquia empresarial. Mesmo que não gritantes como tema, são
abordados com constante frequência e fazem o papel de mergulhar o leitor no
mundo dos negócios. O romance entre Kaya e Kyouhei eu vou deixar para
tratar adiante no próximo parágrafo em que falarei dos personagens em si. E, por fim, a abordagem sobre o
sobrenatural encontrado na série é sutil e vai aumentando conforme é
necessitado para o desenvolver dos protagonistas; não senti a barra ser
forçada para a história se encaixar até então. Muito embora a construção de
vampiro que eles apresentam seja um tanto diferente da convencional, uma vez
que ela é verossímil e crível, eu consigo seguir com ela.
Por fim, nós temos os personagens. Kaya Satozuki é uma garota determinada, esforçada, competente, organizada e muito cuidadosa. Estas acabam por ser as principais características que a fazem se destacar tanto. Diferente de muitas personagens femininas fracas que conheci lendo mangás Josei Smut neste último mês, Kaya é forte. Toda a sua dedicação no emprego tem motivo: o pai de Kaya faleceu logo que ela era criança, forçando a mãe, que nunca tinha ingressado no mercado de trabalho, a procurar um emprego e sustentar e criar a filha por conta própria - visando os cuidados com a mãe, Kaya sempre pensa em seu emprego em primeiro lugar. Em resumo, é uma boa filha que quer fazer com que a mãe possa descansar através de seu próprio crescimento profissional. Não é novo, mas é muito convincente para a construção de sua personalidade e para o enredo da história, quando aceita ser a secretária de um vampiro mesmo sabendo destas condições. Em contradição a tudo que Kyouhei procurava numa companhia até tarde da noite Kaya veste-se com formalidade, prendendo os cabelos firmemente e usando óculos e uma feição séria, tudo para esconder a sua real face, a secretária possui um rosto infantil e é muitas vezes confundida com uma adolescente quando não se porta com a formalidade padrão. Esta personagem pessoalmente me impressiona bastante, quando apareceu pela primeira vez jurava que seria a típica personagem que se faz de durona para revelar o seu lado fraco na primeira oportunidade. Não, a seriedade de Kaya é dificilmente quebrada, e até mesmo quanto às suas decisões da vida pessoal, esta personagem consegue mantê-las e segui-las com o rosto pra frente. Obviamente, a paixão mostra a sua face mais gentil e frágil, mas isso fica longe de alcançar os estereótipos com os quais estamos acostumados.
Quanto aos personagens secundários, há uma boa gama deles, e aposto que
muitos outros ainda devem surgir nos capítulos que ainda não li. Também há
desenvolvimento em cima deles, mas geralmente estes se encontram lá para enaltecer o
casal principal.
Mas... Tadashi, e o Smut?
Finalmente chegamos nele! E já aviso, em questão de nudez e de sexo explícito, este é o mangá em que menos
pude encontrar em todos os que pesquisei. Para ser bem sincero, considero o
Smut mais como um subgênero deste
mangá, mas escolhi abordá-lo mesmo assim, porque o seu papel é bastante
importante no correr da história. E, querendo ou não, eu aposto minhas fichas
que o público alvo gosta bastante
das cenas. "Midnight Secretary" tem uma carta na manga bem características deste
gênero sobrenatural de criatura: O Beijo do Vampiro. É interpretado em muitos
estudos sobre a vil criatura que a mordida de um vampiro e a ação de sugar o
sangue da vítima causam sensações que se assemelham a um orgasmo na mesma. Este
fato é utilizado por Kyouhei para conseguir tomar o sangue de suas refeições no
meio de suas relações sexuais; o êxtase do momento é tão grande que as garotas
deliram e não sabem bem o que aconteceu, só que foi muito bom. A relação
inicial de Kaya e Kyouhei começa a ficar mais íntima por este fato, decorrido
alguns eventos em que o vampiro se enfraquece, e Kaya oferece de seu sangue para
assegurar o bem estar de seu superior. Ato em que ela primeiro sente a mordida.
E, mesmo que a cena em si não possua uma nudez maior que pescoços e um pouco de
um decote mais abrangente, continua ela sendo bastante erótica, ato bem interpretado
pelo traço, gestos e enquadramento da autora Ohmi. O primeiro volume em si não contém tanto erotismo, ficando um pouco
mais intenso nos capítulos finais deste. Contudo, já a partir do segundo volume
há mais cenas de relações sexuais, muitas mesclando as mordidas orgasmáticas
com a própria copulação. Lendo estes mangás Josei Smut eu pude compreender
em partes o que muda na nudez do homem e na nudez para mulher, e a resposta é
simples e idiota: O foco. Enquanto nas obras "Deep Sex" e "Deep Kiss" eu pude
sentir um foco gigantesco no toque do homem num corpo feminino, em "Midnight
Secretary" eu pude encontrar uma atenção maior no que a mulher está sentindo
quando recebe estes toques, e os seus gestos, feições e pensamentos por si só são
eróticos o suficiente, em minha opinião.
Quanto ao seu traço... O mangá é de 2006, mas sua arte me lembra muito
obras um pouco mais antigas, do fim da década de 90, com homens mais robustos
na parte superior do corpo e mulheres com curvas menos delineadas, mas que
ainda sim esbanjavam sensualidade. Se eu puder levantar alguma crítica quanto
ao seu desenho, posso dizer que algumas vezes, quando seus personagens são
colocados em poses não muito usuais, ficam um tanto mais claros erros de anatomia
ou proporção. Mas, de maneira geral, muito embora o mangá não transborde Smut, penso que ela vem numa boa medida,
auxiliando e implementando a obra que tem o foco no romance.
Este mangá possui 07 volumes dos quais já li dois até a presente data de
escrita deste quadro. Talvez não seja o mais sujo, erótico e safado dos mangás
citados aqui, mas com certeza foi o meu preferido nesta pequena
aventura.
*****
E, chegamos finalmente às considerações finais!
Vou fazer uma rápida recordação sobre minhas menções aqui:
* Caso você procure um mangá que se enfoque no corpo feminino reagindo
aos toques de um homem, você pode ir com "Deep
Sex" ou "Deep Kiss". Só lembrando
que as histórias são bem simples, porém conseguem suprir a demanda.
* Caso você procure um mangá voltado principalmente no sexo, de forma
geral, dando um destaque enorme para as relações sexuais em qualquer situação
possível, vá com "Erotic Fairy Tales".
Apenas ressalto que as histórias aqui são mais que rasas, chegando ao ponto de
serem forçadas e sem-graça muitas vezes.
* Caso você procure um mangá voltado aos sentimentos e reações de uma mulher durante o ato sexual, eu acho que aí você pode ir com "Midnight Secretary", mas vale notar que o ritmo deste mangá é mais lento, porém possui uma história muito mais bem construída que qualquer outra aqui citada.
Eu resolvi deixar de lado qualquer referência a Boys Love ou Yaoi
enquanto procurava por Josei Smut...
simplesmente pelo fato de haver um número de sorteio que é bem mais específico
para isso. O curioso é que, mesmo assim, ainda há muita coisa para ser lida
dentro desse D&G. Passei por algumas várias outras histórias, mas a maioria
não conseguiu me prender por alguma de suas características; pude notar que em
muitas histórias também encontramos mulheres já adultas que tem uma reviravolta
em sua vida, acho que isso é bem sugestivo para a demografia que atinge, certo?
Esta experiência foi bem divertida. Foi para mim, espero que seja para
vocês também. Só lembrando, todas as opiniões quanto a enredo, traço,
personagens e todo o resto são bem pessoais, caso algo dito tenha ido
completamente contra o pensamento que vocês tinham sobre a obra, deixem-me
saber! É sempre legal ver outros pontos de vista!
Um grande abraço, e até a próxima!
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Iniciativa bacana, vai sair muita coisa obscura (como foi essa) e bizarra disso hein.
ResponderExcluirO pior é que já li uma das obras citadas sem saber do que se tratava, mania de clicar em algo aleatório para ler. Foram algumas histórias com esse personagem J, então deve ter sido esses Eru♥Meruhen, embora não posso garantir já que realmente não foi algo com o que me importei.
Achei muito Cristiano Ronaldo e achei melhor não clicar em "similares".
Boa sorte com a empreitada e tentarei acompanhar (e ler esse segundo dos Deep ai pra ver qual é qual é foi).
Opa! Muito obrigado pela leitura e comentário! Realmente, eu também não boto minha mão no fogo para a grande maioria das obras citadas, eu coloquei-as todas aí para dar uma boa explanada dentro do gênero da demografia.
ExcluirEm breve haverá novo Desafio, os números já foram sorteados! :')
Att. Tadashi Katsuren
Parabéns pela iniciativa, esse post ficou muito bacana e extenso, devo te dizer q tem muitas obras nessa pegada, mas muitas mesmo, porem as recomendacoes aqui foram de medianas á excelente.
ResponderExcluirConcerteza o genero smut em diversas obras nao é encarado como um simples hentai, por conter alguma trama neles, e isso é um ponto positivo.
No geral parabens e q venha o póximo.
Pois é, caro Wesllei! "Recomendações" é até algo bem pesado pra algumas obras citadas, hahahahaha. Mas eu posso pelo menos dizer que curti ler Midnight Secretary sem maiores problemas.
ExcluirObrigado pelo comentário, e, certamente, que venha o próximo!
Att. Tadashi Katsuren