Por Escritora Otaku
Meu primeiro
contato com esta franquia foi numa revista que falava das adaptações baseadas
diretamente ou não na “Jornada ao Oeste”. Claro que foi apenas na segunda
retomada nas gravações de animes que dei uma chance e assim me apaixonei pelo grupo
de Sanzo, Gojyo, Hakkai e Goku - de animes que possui grupos masculinos, o que mais
identifiquei e assisti praticamente tudo foi “Saiyuuki”. Não tem jeito, por mais
que tenha uma quedinha pelo Hakkai e Goku, não posso ignorar os outros dois por
estarem juntos numa grande jornada - me levando a, recentemente, estar quase
pronta uma fanfic com estes personagens em tempos modernos, que no momento, tem
sido muito legal de se acompanhar o pessoal. E sim, meu nickname Escritora faz
sentido por desde pequena escrever histórias, sejam de minha autoria ou fanfics
de animes/games/tokusatsu.
O que posso falar
da primeira série da franquia “Saiyuuki”? Fora o quarteto principal, toda sua
mitologia e desenrolar mesmo simples, são compreensíveis; de ter pena ou não
dos youkais que eles enfrentam; de suas briguinhas habituais e do traço gótico
com estilo daqueles animes com vários personagens masculinos, sem apelar muito
a este recurso. A dublagem do quarteto também é algo muito marcante, parece que
escolheram o pessoal certinho para interpretá-los. De qualquer forma foi com
esta série, “Kareshi Kanojo no Jijou” e “GetBackers” que reiniciei minhas
gravações de animes e por este fator nostálgico, sem soar brega, que “Gensomaden
Saiyuki” merece atenção.
Alternativo: Saiyuki
Ano: 2000
Diretor: Hayate Date ("Naruto")
Estúdio: Group TAC / Pierrot
Episódios: 50
Gênero: Aventura / Comédia / Sobrenatural
De onde
saiu: Mangá, 9 volumes,
finalizado (1997-2002)
Antes de seguir com a resenha abaixo, é preciso
ressaltar que a série tem como base uma antiga lenda chinesa ("Jornada ao Oeste", nesse caso), que teve muitas
adaptações em animações, sendo a mais famosa “Dragon Ball” de Akira Toriyama.
Fora que os personagens centrais da lenda costumam aparecer em algumas
animações japonesas, mostrando o seu valor e o impacto que ocasionou ao público
japonês. Escrita por Wu Cheng'en, conta sobre um macaco de nome Son Goku –
familiar o nome, não acham? - que nasceu
numa pedra e segue numa peregrinação de um monge de nome Genjo Sanzo em busca
dos pergaminhos sagrados, ao lado de outros companheiros até seu destino final.
Os outros dois personagens são Gojyo, uma kappa – criatura folclórica no Japão
– e Hakkai, um porquinho.
Dos personagens citados desta lenda, o mais famoso
e conhecido se trata do Son Goku, que teve várias representações em animações,
filmes e até live-action. No caso da série abaixo, os demais personagens ganham
tanto destaque quanto o que deu a fama da lenda chinesa. “Saiyuki” começou em
um mangá criado pelo mangaká Kazuya Minekura, em 1997, com nove volumes
encadernados e um spin-off, intitulado “Saiyuki Gaiden”, onde conta uma história
abordada antes da primeira série. Após
este mangá, o autor continuou a série com o mangá “Saiyuki Reload” – onde
originou as duas animações seguintes à primeira série – alguns OVAs e um
filme.
“Gensomaden Saiyuki” inicia contando sobre uma
terra onde humanos e youkais convivem juntos, mas, por alguma razão
desconhecida, os youkais começaram a se rebelar e a matar qualquer um que
cruzasse os seus caminhos. O motivo deste descontrole é um experimento para
reviver um dos mais perigosos youkais que existiu, de nome Gyumaoh, que está
sendo realizada na Índia. Para impedir que o experimento seja concluído foi
chamado um monge de nome Genjyo Sanzo, que junto a três youkais, Sha Gojyo, Cho
Hakkai e Son Goku, serão encarregados de irem lá e acabar com o problema.
Claro que isso não agrada a Sanzo, pois apesar de reconhecer as habilidades deles, sua relação com eles não é exatamente de velhos amigos, mas, os quatro compartilham passados tristes e uma determinação que, a contragosto, passa a viajar com eles. Durante a jornada, os quatro encaram hordas de youkais que querem impedir que cheguem ao local e várias aventuras, que revelam a situação dos humanos e dos youkais, chegando até a afetar os deuses, que querem um fim de tudo aquilo. Na série, são revelados o passado dos personagens e como acabaram entrando na situação, como também as briguinhas que passam, pois com exceção de Hakkai, a relação dos demais é demasiadamente problemática...
As personalidades dos quatro personagens centrais
são um dos pontos fortes da história, pois dá um charme a mais na animação e
mostra que não precisam ser tão bonzinhos e camaradas para realizar a missão.
Sendo assim, segue abaixo uma descrição de cada um deles para terem uma ideia do que
esperar na série:
· Genjyo Sanzo não se encaixa no perfil dos monges
que estamos acostumados a ver por aí; sua aparência séria e fria revela um
personagem que sofreu quando criança e que carrega o fardo dos Monges Sanzos,
que estão acima dos monges comuns. Fora a missão que lhe é dada, tem de
encontrar um objeto que pertenceu à única pessoa que o via como alguém e que é
uma das marcas registradas dos monges do seu tipo: uma Escritura que tem
grandes poderes. Para encarar os youkais, usa uma arma que os mata e se não
funcionar, pode usar dos poderes da Escritura Maten, que fica em seus ombros
para dar cabo deles.
· Sha Gojyo não é totalmente youkai e sim, meio
youkai, identificados pelos olhos e cabelos avermelhados; tem personalidade
malandra e de certa forma, é um tanto mulherengo. Sempre está fumando e tirando
um sarro com o Goku, que o provoca, sendo o mais rebelde do grupo. Quando novo,
viu sua mãe sendo morta na sua frente e conviveu na marginalidade, até ocorrer
um fato onde conheceu os demais personagens e mudar um pouco a forma de
enxergar a vida. Seu maior objetivo – fora o de namorar firme com uma garota –
é encontrar o seu irmão mais velho, que sumiu depois da morte de sua mãe. Para
lutar costuma usar uma lança com uma lua na ponta, mas prefere enfrentar os
youkais com as próprias mãos, demonstrando seu lado youkai.
· Cho Hakkai é o que chamamos de apaziguador das
constantes brigas dos personagens, pois trata todos igualmente e é bastante
calmo e paciente, se mantendo na dele. Claro que isso é possível por causa do
que houve com ele anos atrás: sua noiva foi pega por um grupo de youkais e para
salva-la, acabou matando mil youkais, se tornando um deles e presenciou a morte
de sua grande paixão. Totalmente vazio, tentou se matar e acabou conhecendo
Sanzo e os outros, mudando de vida e tornando-se “bonzinho”, participando da
empreitada. Usa um delimitador em uma das orelhas para manter a consciência, que caso seja retirada, retorna ao formato youkai, mas normalmente evita tirar;
luta usando técnicas Qigong, que são rajadas de energia
que podem atacar, defender e curar ferimentos. E tem como mascote um dragãozinho
branco de nome Hakuryuu, que
pode se transformar em um jipe, sendo o transporte do grupo durante a jornada.
· Son Goku é o mais novo dos personagens: sua
personalidade revela um estilo travesso, bobinho e infantil, o que acaba
ocasionando dor de cabeça para o Sanzo e provocação para o Gojyo. Dos
personagens da série é o que mais lembra o personagem da lenda chinesa, pois
suas roupas e sua arma são idênticas ao original. É guloso e sempre reclama de
fome; gosta de lutar e tal como o Hakkai, usa um delimitador em forma de tiara para manter-se consciente e que, quando é quebrada, se torna um youkai incontrolável,
poderoso e cruel, que somente Sanzo é capaz de fazê-lo retornar ao normal.
Conheceu Sanzo quando o próprio o encontrou preso em uma montanha e passou a
acompanha-lo, como um mascote, e é assim que é tratado pelo pessoal, exceto pelo
Hakkai.
Como
animação, “Gensomaden Saiyuki” possui uma produção modesta, com alguns efeitos
de computação gráfica e um traço bem detalhista que remete ao estilo gótico;
produzido no ano 2001, a série tem uma qualidade padrão que não o destaca nos
aspectos técnicos e que infelizmente, não revela o final da jornada. O que
chama a atenção é justamente a sua dublagem, onde o elenco de dubladores deu
vida e personalidade para os personagens da trama e é um dos atrativos para
assistir a série em si. Raramente dá para encontrar em animações japonesas uma
dublagem tão natural e incomum, o que revela o trabalho que os dubladores
tiveram para dar voz aos seus respectivos personagens. Na
trilha sonora, a série contou com dois temas de abertura e dois temas de
encerramento: as aberturas foram “For Real” e “Still Time”, ambas possuem um
ritmo pop-rock bem enraizado nas melodias e nas letras; os encerramentos foram
“Tightrope” e “Alone”, sendo uma no ritmo usado das aberturas e que traz cenas
do mangá no clip e o segundo um estilo mais calmo e suave. Num geral, as
aberturas tem mais impacto que os encerramentos, chamando mais a atenção do
espectador.
Claro
que este não é o fim da jornada de Sanzo e companhia, pois após o fim da animação,
foram produzidos alguns OVAs – o último em 2011 – duas séries que
seguem o roteiro do mangá “Saiyuki Reload” e um filme, e mostram que os
personagens percorreram mais da metade do caminho até a Índia. Ou seja, ainda
tem muito chão e youkais para encararem até o destino final...
Atualização: Em julho de 2017 houve mais uma série de TV, intitulada "Saiyuuki Reload Blast".
Atualização: Em julho de 2017 houve mais uma série de TV, intitulada "Saiyuuki Reload Blast".
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