29 de abril de 2013

Resenha: Kuroshitsuji




Por Escritora Otaku


Corri atrás por causa das recomendações a respeito e não é que amei todo o seu contexto, personagens e charme? Pois bem, a série tem mais reconhecimento por causa de um mordomo de roupas pretas, requintado, que obedece seu mestre e mostra ser mais do que aparenta - este é o Sebastian, o mordomo dos animes que a maioria lembra de primeira e entendo o fascínio por trás dele, só não quer dizer que não haja outros personagens interessantes quanto nosso mordomo favorito. Nos animes que pude acompanhar, o colocaria junto com o Hayate de “Hayate no Gotoku” e Yamino de “Mythical Sleuth Loki”, tão eficientes e surreais quanto o Sebastian.


Com uma ambientação nos tempos da Era Vitoriana, recorrente em diversas obras e misturando mistério e sobrenatural, com tons de comédia, “Kuroshitsuji” chama atenção pelo lindo traço de shoujo, mesmo sendo um shounen; de uma trama sobre vinganças, segredos e aparências; de um elenco bem colocado e por mostrar o que um mordomo pode ser capaz de fazer. Ah, o tal diálogo antes e depois da resenha foi uma inspiração minha, uma homenagem a este anime que tenho admiração. Tanto gosto que até inventei uma fanfic com os personagens em nossos tempos, pra variar. Nisso que dá quando pinta na telha uma ideia destas, curioso que acabo gostando e é o que importa.


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Alternativo: Black Butler (em inglês)
Ano: 2008 (1ª temp.) e 2010 (2ª temp.)
Diretor: Shinohara Toshiya ("Red Data Girl", "The Book of Bantorra")
Estúdio: A-1 Pictures
Episódios: 24 (1ª temp.) + 12 (2ª temp.) + 6 OVAs
Gênero: Comédia / Drama / Mistério
De onde saiu: Mangá, 20 volumes, em andamento.



Em algum lugar distante...

- Tenho uma ordem...
- O que deseja, Jovem Mestre?
- Quero que faça isto pra mim: vai conseguir realizar a ação ou é muito pra você? - e passa um envelope contendo as informações da ação.
- Como mordomo da família Phantomhive, se eu não conseguir serei uma desgraça para a minha profissão. Farei com prazer... - e lê o envelope, esmiuçando um sorriso sarcástico.
- Vá logo...
- Sim, Meu Lorde... - o mordomo reverencia o mestre e sai pra cumprir a missão dada.


Com certeza muitos devem conhecer a relação entre o mordomo e seu senhor, nos filmes, livros e animações: se o senhor dá uma ordem, o mordomo deve realiza-la não importando quais sejam as ordens dadas. Por isso este diálogo, cuja conclusão ficará para o final da resenha e aí saberão qual foi a ordem dada pelo Jovem Mestre para o seu mordomo...

Esta relação incomum é um dos pilares para a trama de “Kuroshitsuji”, uma série, de certa forma, conhecida pelo público e que tem como principais personagens o mestre e seu mordomo. A série teve início em um mangá do mesmo nome, publicado pela Monthly G Fantasy, que diferente das revistas mais comuns, tem periodicidade mensal e seus volumes são lançados pela Square Enix, produtora de games e que também publica a Shounen Gangan, lar de mangás como “Full Metal Alchemist” e “Soul Eater”, também mensal.

A mangaká de “Kuroshitsuji”, Yana Taboso, usou como ambientação a Era Vitoriana – época onde a Inglaterra era governada pela Rainha Victoria, membro da família real britânica – período muito lembrado pelo povo britânico, por isso, a ambientação e as roupas dos personagens remetem a esta época em particular. E foi além, também mostrando o figurino e estilo de outros povos, sem fantasiar ou ser surreal demais na construção dos seus personagens. Fora que algumas das histórias no mangá e no anime são baseadas em histórias clássicas da literatura inglesa ou fatos que povoam a imaginação do povo britânico.


O mangá está em andamento e recentemente, no ano de 2012, começou a ser lançado no Brasil pela Panini com o título de “Black Butler”: tanto o nome em inglês quanto o original japonês possuem a mesma tradução, que é “Mordomo Negro” em referência ao mordomo da história, que é um dos principais personagens da trama.

A história de “Kuroshitsuji” inicia nos apresentando os dois personagens principais da trama: o atual líder da Família Phantomhive, o jovem Ciel Phantomhive, e seu mordomo, Sebastian Michaelis. Anos atrás, houve um incêndio na mansão da família; os pais de Ciel foram mortos e o garoto levado para um lugar onde era molestado por um grupo misterioso. Antes de ser morto, o garoto consegue uma ajuda inesperada e pede pra matar todas aquelas pessoas, saindo do lugar e passando a ser acompanhado de Sebastian, que se torna seu mordomo pessoal.


Passado este tempo, o garoto passa a tomar conta dos negócios da família e, secretamente, cumpre missões para a Rainha, que envolvem o submundo e crimes misteriosos. Na Mansão Phantomhive, além de Ciel e Sebastian, temos os empregados da mansão: Finnian, um rapaz de bom coração, que é jardineiro; a Meirin, uma empregada toda atrapalhada e que tem uma quedinha pelo Sebastian; Bard, o cozinheiro que de cozinha não entende nada; e o mordomo anterior da família, Tanaka, que costuma permanecer em formato chibi na maior parte do tempo. A relação do garoto com o mordomo vai mais além das típicas ordens, pois o motivo de Sebastian estar junto a Ciel é por causa de um contrato: o mordomo é na verdade um demônio e em troca de “ajudar” ele a se vingar dos que arruinaram a sua vida, Ciel vai dar sua alma quando tudo estiver resolvido. E este contrato está marcado no olho esquerdo do garoto e na mão direita de Sebastian, na forma de um pentagrama.

A animação teve duas temporadas: a primeira, em 2008, contou com 24 episódios, que retratam parte do mangá - no entanto, como o anime alcançou o original, foi desenvolvido um final alternativo. Em 2010 houve o retorno, a segunda temporada teve 12 episódios e mesmo não usando o roteiro original, mantiveram parte da essência da série e os personagens, revelando uma nova história. Há quem diz que a segunda temporada é um completo desperdício de tempo, pois não teve uma base da trama original, o que é verdade. Só que, pra quem conferiu, esta temporada tem seus atrativos e foi mais rápida nos acontecimentos que a primeira temporada.


Fora as duas temporadas temos os OVAs, lançados durante a segunda temporada que trazem histórias que se encaixam ou não à trama e, apesar de serem episódios paralelos, valem dar uma conferida. Três destes especiais são baseados em clássicos de literatura – “Alice no País das Maravilhas” e “Hamlet” – um é o “making of” da segunda temporada da animação, na visão dos personagens, e dois mostram alguns detalhes sobre o elenco da série e ambientação. Em geral, tem momentos cômicos e até absurdos, bastante caracterizados na animação em geral.

O estúdio responsável foi o A-1 Pictures, que tem se destacado em lançar animações de boa qualidade gráfica e de adaptação, sem deixar de lado o essencial de suas produções. Trataram bem da adaptação das temporadas e dos OVAs, sem descaracterizar a personalidade e os traços de cada personagem – fossem os que aparecem no mangá ou os que foram feitos apenas para as versões animadas – como também teve uma excelente dublagem, que destacou o melhor do elenco de personagens.

Na primeira temporada, o tema de abertura “Monochromeno Kiss” cantada pela banda SID, possui um toque sombrio e misterioso, combinando com o estilo da série; e há dois temas de encerramento, sendo o primeiro “I’m Alive” cantado pela cantora BECCA, em inglês, cuja letra e clip são bem engraçadinhos; e o segundo, “Lacrimosa cantada pelo grupo Kalafina ("Mahou Shoujo Madoka Magica", "Fate/Zero 2"), que tem uma letra demasiadamente triste e que revela um momento crucial da trama. Já na segunda temporada, o tema de abertura “Shiver”, cantado pela banda The Gazette, tem um ritmo mais direto e de certa forma “animado”, e o tema de encerramento “Bird” cantado por Yuuya Matsushita, tem uma melodia que mistura o mistério e o sobrenatural.


“Kuroshitsuji” pode agradar em cheio quem curte uma história que se passa em um país pouco conhecido pelas pessoas, pois o figurino e a ambientação se baseiam em um momento histórico da Inglaterra; a mistura de combinar mistério, comédia e sobrenatural é um tanto única, funcionando em certos momentos e, às vezes, deixando a desejar, e quem quer ver personagens com aparências marcantes ou comuns, terá satisfação de assistir e acompanhar a história de Ciel e Sebastian.



- E então?
- Nem precisei me esforçar, Jovem Mestre.
- Por quê?
- Quando cheguei, a pessoa já tinha feito a sua parte. Até mesmo mandou o que pediu para que possa ler... - e lhe entregou um envelope grande para ele.
- Hum... - leu os papéis e os jogou no chão - E como esta pessoa reagiu ao te ver?
- Quer que seja sincero? Agiu normalmente e até perguntou o que estamos fazendo atualmente.
- Faz sentido. Mas, esta pessoa devia ter medo e não amizade com a gente. O que será que houve com as ameaças de antes? O que me sugere, Sebastian?
- Uma visita para esta pessoa. Quem sabe, possamos fazer ter medo de nós...
- Se de “você” a pessoa não teve medo, nem adiantaria se aparecêssemos juntos, mas...
- O que está pensando, Jovem Mestre?
- Quem sabe, esta pessoa possa ser... ah, esquece. Vamos...
- Entendido...

No chão, os papéis se espalham pelo ar: a ordem dada era convencer uma jovem pra escrever a respeito de “Kuroshitsuji”. E nem precisou, pois a tarefa foi efetuada sem precisar de artimanhas pra realizar...



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Escritora Otaku




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