Por Escritora Otaku
Muitas vezes, pela minha procura incessante por
animes para ver, topo muitas vezes por títulos que passam batido ou que leio a
sinopse e dou uma olhada. Tem vez que acerto, tem vez que erro na escolha e
acabo desistindo porque não me interessou - assim é até hoje, se encontro algum
anime que tenha sido legendado e pintou curiosidade, vejo; se vai me marcar ou não, aí
é outra história.
Foi o caso deste, que pela sua temática e
personagens, vi um enorme potencial e tem os seus diferenciais de usar algo
mais pé no chão com que mostram em seus episódios. Uma mistura de magia e
sobrenatural, não abusando demais da fantasia comum a tais produções. Quanto a
personagens, diria que seus clichês não me incomodaram e a simpatia dos mesmos
fazia torcer e querer saber mais dos mesmos - pena que como muitas obras têm
sido, hoje e antes, termina sem esclarecer alguns pontos e fica a sensação de
falta no final. Graças que, tenho escrito uma fanfic que funciona como uma nova
visão da obra e é simplista quanto aos elementos complexos ditos na história em
si. Como anda, digo que está muito bem e em sua segunda etapa que trará novos personagens
e abordagens que ainda não foram exploradas. Pelo tom de tantas obras que
mesclam o mágico e sobrenatural, esta destaca e pode interessar se quiserem
algo mais real - e pra fechar, amo demais a música de abertura, uma das minhas
favoritas para escutar quando quiser.
*****
Ano: 2008
Diretor: Itsuro Kawasaki
Estúdio: Zexcs
Episódios: 24
Gênero: Comédia / Fantasia / Suspense
De onde saiu:
Light novel, 23 volumes, finalizado
No ramo da fantasia, não importa qual seja a
história, quando se quer um elemento fantástico para diferenciar uma aventura dois caminhos se seguem e bem recorrentes: a magia, que pode ser vista de maneira
mais real ou que tenha estilos para invocar as tantas magias, das mais comuns
às mais espalhafatosas e de alto poder, ou não; o sobrenatural, com seus toques
vindos ou não das histórias mundo afora, mantendo sua mitologia ou criando uma
nova no meio são partes essenciais às tais tramas fantásticas. Quem cria uma
narrativa fantasiosa vai pegar este ou aquele, até mesmo os dois ao mesmo
tempo, dando seu toque pessoal e basear ou não em algo equivalente ao nosso
mundo.
Indo a animes, estas andam juntas ou somente uma é
padrão, tanto que muitas obras de fantasia em animes, light novels, games e
afins podem botar em telas os efeitos e habilidades da maneira que considere a
ideal. Uns sendo mais diretos, saído de uma mesa ou de games de RPG, outros,
como o anime abaixo, pegar um pouquinho de tudo e botar em panos limpos o
funcionamento de tais elementos.
Saído de uma light novel, feita entre 2004 a 2013,
nas mãos de Makoto Sanda (roteirista) e Pako (ilustrador) na Kadokawa Shoten, a
obra segue um grupo que resolve casos mágicos e sobrenaturais, integrados a uma
associação de magia, onde acompanhamos o dia a dia destes membros. O que resume
bem a ideia geral de “Rental Magica”, que na obra é um termo usado para os que
conseguem enxergar tais fenômenos com seus sentidos ou habilidades especiais.
Certo dizer que sustenta desta forma, a questão em si e é o ponto mais alto vem
da mescla do mágico e sobrenatural com toques saídos do mundo real - estranho, é verdade, acontece que é um charme da série e como cada personagem tem uma
habilidade calcada nisto, o tom fantasioso se casa com o surreal de tais estilos.
Na série, somos mostrados a uma missão realizada
pela Astral, o grupo que acompanharemos sua rotina, atrás de um espírito de um
cão e suas tentativas de deter a criatura. Claro que não funciona e quem a
derrota é uma conhecida deles, de outro grupo e assim, conhecemos um pouco dos
membros da Astral e suas habilidades especiais, mesmo diferentes, ajudam e
muito nas missões que se envolvem. Seguimos Itsuki, atual presidente da Astral,
que está no lugar de seu pai, desaparecido e apesar do tom jovial e às vezes,
atrapalhado é alguém que ajuda quem estiver com problemas e ainda está se adaptando à nova função. Com ele, de membros mais recorrentes temos Nekoyashiki, um dos mais velhos e usuário de shikigamis em formato de gatinhos;
Mikan, a caçula e especializada em magia shinto; Honami, maga que usa magia
celta, da mesma idade do protagonista; Kuroha, que é uma alma errante /
fantasma que usa poltergeist, magia fantasma e Sekiren, um monge budista que pode
usar tanto magia quanto artes marciais, que viaja muito e aparece quando está perto,
da mesma faixa etária do Nekoyashiki. Além deles,há ainda Adelicia, presidente da
Goetia, grupo mais de renome e é uma bruxa, usando magia de Solomon que os
ajuda, entre outros personagens, seja do caso sendo investigado ou que é parte da vida do elenco principal.
Temos assim, um grupo que está com as rendas
econômicas nas últimas, com um presidente ainda se habituando ao cargo designado e
muitas desconfianças tanto dele quando da Astral como um todo. Ou seja, a
rotina deles tem seus altos e baixos, bem explícitos e a cada episódio, linear
ou não, acompanhamos suas desventuras e conhecemos um mundo fora da vista
humana. Neste, há zonas de contaminação mágica que influenciam o ambiente e
causam danos no mundo real; pessoas que quebram um tabu, no caso, querendo voltar
à vida e viram seres disformes e violentos; personagens que tem pendências no
passado ou poderes que param em mãos erradas são recorrentes à obra.
E há o ponto mais curioso e que dá o charme na
trama: a mistura de magia/sobrenatural com equivalentes reais, como alquimia,
magia e criaturas/seres folclóricos ou fenômenos sobrenaturais. Exemplo está
nas especialidades da Astral; exceto Itsuki, que possui uma habilidade ocular,
o Glam Sight, e Kuroha usa uma magia que mistura habilidades comuns com algo
própria dela; os demais tem contexto próximo do real - o anime mesmo exemplifica
nos finais de seus episódios e dependendo da legenda usada, bom dar uma pausa e
ler para ter uma ideia.
Visualmente, o anime tem um traço bem
característico das produções dos anos 2000, com seus detalhes para cada habilidade
dos personagens; tem seus clichês quanto ao elenco, que compensa pela simpatia
e presença, seja numa história mais calma, seja mais movimentada. De abertura,
temos “Sora no Saku” de Lisa Komine que representa a ideia da obra, com uma
sonoridade muito boa em sua execução e tem sua versão em inglês, cantada em
alguns episódios, “Faith” que apresenta o elenco da série; de encerramento temos
“Aruite Iko” de Junko Yoshida, onde vemos os membros da Astral e Adelicia
dormindo, dando closes próximos destes e em dois momentos, a música é cantada
pelos próprios dubladores, além de trazer um tom mais calmo.
Ao criar um conceito tão próximo da realidade e
tendo seus ares fantasiosos, poder ver a rotina dos personagens de “Rental
Magica” torna uma experiência quase única. Se for dos que gostam de referências
mágicas/sobrenaturais adentre a este universo sem medo.
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