Por Maylah Esteves
Ano: 2013-2017
Diretor: Vários (cada uma das 5 temporadas teve um ou mais diretores diferentes)
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Para apreciar esse anime, primeiramente é necessário a explicação de um fato da cultura japonesa, que é muito popular e importante: o teatro de sombras e bonecos.
O nome do anime não é por acaso; ele é composto pelos kanji Yami (闇), que significa escuridão, e Shibai (芝居), que seria peça de teatro - ou seja, a junção desses kanji formam a arte do teatro com sombras e bonequinhos. Essa prática é comum até hoje e lembrada como uma tradição muito popular de entretenimento, seja para passar uma moral ao espectador, como forma de contar uma lenda ou então um mito essencial da cultura nipônica.
O teatro é uma das bases de como as lendas serão passadas aos mais jovens, como podem ver nestas imagens:
(Fonte da primeira imagem: Fundação Japão “Mukashi Mukashi”)
Percebam a semelhança da animação com relação ao titeriteiro (nome do artista que controla as marionetes).
O anime é nesse estilo, com a animação feita por bonecos de papel em sombras, o que corrobora para o clima tenso e de terror.
Ele é feito para parecer um espetáculo de marionetes, PORÉM as narrativas são tão bem construídas que esse clima teatral é um ponto imensamente positivo para o anime e de modo algum quebra a expectativa entre telespectador e “fantoches”. As histórias são curtas e despertam uma curiosidade dilacerante, pois o fim de cada episódio é no clímax do horror e da ação, ou seja, não há explicações fáceis ou instantes de relaxamento.
Ele é feito para parecer um espetáculo de marionetes, PORÉM as narrativas são tão bem construídas que esse clima teatral é um ponto imensamente positivo para o anime e de modo algum quebra a expectativa entre telespectador e “fantoches”. As histórias são curtas e despertam uma curiosidade dilacerante, pois o fim de cada episódio é no clímax do horror e da ação, ou seja, não há explicações fáceis ou instantes de relaxamento.
Se o seu intuito é relaxar, "Yami Shibai" não seria recomendado para esse momento.
Cada episódio conta uma história diferente que não tem relação nenhuma com a outra, apenas a certeza de que todas se passam no Japão, mas em que lugar? Tóquio? Osaka? Okinawa? Não é possível saber com exatidão, pois como foi dito, cada conto parece ocorrer em uma parte aleatória do Sol Nascente. Os episódios são curtos, com aproximadamente 5 minutos cada um: SÓ? Sim, só, mas, a história e a imagem teatral são tão intrigantes e ainda há o estranhamento proposital.
Você leva susto fácil? Sim? Em "Yami Shibai" há vários “jump scare” que vão te surpreender.
O primeiro episódio da primeiríssima temporada narra a história de um mocinho (que não é revelado o nome, aliás quase ninguém dessas 5 temporadas possui algum nome) que se muda para um apartamento típico japonês, sala/banheiro-quarto/cozinha. Lá, quando se prepara para descansar, ele vê vários amuletos protetores na casa. Intrigado, o rapaz pega um deles para analisar, até descobrir que uma mulher invadira seu apartamento e o observa a todo momento.
Ficando cansado dessa perseguição, o jovem finalmente chama a polícia e a misteriosa mulher é presa, mas seria aqueles amuletos para assustá-lo ou ela teria outras intenções?
E assim, as histórias vão se diversificando, sem ligações.
É difícil escolher entre tantos contos o meu favorito, mas posso falar um pouco de um em particular da terceira temporada que me marcou bastante: Um jovem, exausto depois do trabalho, descobre um local de banho público (que é comum no Japão), e após pagar pelos itens de higiene pessoal ele ouve uma mulher do outro lado que começa a lhe pedir emprestado vários itens. Em certo ponto o homem diz que não há mais o que lhe emprestar e, nesse momento, a jovem insistentemente acha que ele está mentindo e o desfecho é horripilante.
E um detalhe muito importante: as músicas!
Elas merecem atenção especial, mesmo! São muito boas, havendo letras aparentemente desconexas e com um ritmo que varia do rock, rap ao nosso amado j-pop.
Enfim, "Yami Shibai" agrega muito da cultura oriental ao estilo anime.
Para alguns, ele pode ser frustrante por não ter o comprometimento de trazer uma explicação lógica para o sobrenatural e ainda haver uma certa estranheza com a animação, mas vale a pena investir um tempo para apreciar e romper alguns paradigmas que temos com relação aos animes.
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