6 de setembro de 2017

Resenha: Log Horizon



Por Escritora Otaku


De todas as temporadas de animes que há no ano, a de outubro é sem dúvidas a mais esperada e tem lá seus motivos, pois chegam com ela adaptações, continuações, remakes e séries originais pra todos os gostos e seus públicos - seja ou não exigente, você não tem como negar que esta é uma temporada onde as atenções são redobradas para muitos. Minha história com ela começou em 2010 e desde então, acabo sempre acompanhando ao menos alguns de seus animes.

A série abaixo segue uma proposta bem comum em animes, os que tratam de pessoas presas em games, seja nos moldes dos RPGs, seja nos chamados jogos de sobrevivência, onde convivemos com personagens que de uma hora pra outra entram neste mundo. Apesar de usar uma temática já meio batida, possui alguns pontos interessantes e que conseguem transportar ao público como seria viver em um jogo destes e a reação de quem parou por lá - fora que tem uma abertura tão contagiante e ao mesmo tempo, marcante em sua execução, que não canso de ouvir quando posso. De toda forma, vejamos como foi a trajetória de “Log Horizon” e sua repercussão numa temática destas...

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Ano: 2013
Diretor: Shinji Ishihara ("Fairy Tail", "Super Lovers")
Estúdio: Satelight (1ª temp) / Studio DEEN (2ª temp)
Episódios: 25 (1ª temp) / 25 (2ª temp)
Gênero: Aventura / Fantasia
De onde saiu: Light novel, 11 volumes, em andamento


Nos games há um gênero que fez história, a dos RPGs, no qual vemos um grupo ou alguém sozinho vivendo aventuras fantásticas em mundos dos mais variados - em diversas mídias temos as séries de fantasia medieval que trazem este universo, seja original, seja mais tradicional em sua estrutura narrativa. E pra cereja do bolo, temos os MMORPGs, games jogados online e onde vários jogadores, entre novatos e veteranos, encaram os mais variados desafios, todos tendo em comum a construção de seu avatar ou personagem, sua evolução e nível de experiência. São games onde é bastante comum o trabalho em equipe ou explorar um vasto mundo mágico e cheio de vida, em maioria.

Só assim pra entender que é possível criar uma história com este enfoque e mandar a ver durante a sua execução.

“Log Horizon” tem suas origens numa light novel, idealizada por Mamare Touno (roteirista) e Kazuhiro Hara (ilustrador), que segue a proposta de personagens presos em um game, o que até aí se assemelha a certas outras histórias, só que há elementos que fazem a diferença neste caso - no Brasil, a light novel está sendo publicada pela editora New Pop, que tem se empenhado em trazer este tipo de material para o público. Um destes elementos é a forma que os personagens têm de viver em um mundo que antes era apenas virtual, regras que não existem mais e outras que são impostas ou descobertas conforme convivem por lá.

O game em questão se chama “Elder Tale”, um MMORPG onde os jogadores se caracterizam de diversas profissões típicas ou não dos RPGs que conhecemos por aí. Durante uma nova expansão, mais de 30 mil jogadores japoneses acordam dentro do game propriamente dito, e a série segue Shiroe, um feiticeiro que como boa parte dos jogadores acorda nesta nova realidade e que antes de estar nela, carregava a fama de estrategista e participava de um grupo famoso por encarar desafios de alto nível. Para saber o que está havendo e sobreviver a este mundo, o acompanham de início seu amigo Naotsugu (guardião) e Akatsuki (assassina), onde percebe que o game não está bem do jeito que conheciam; mais tarde, outros passam a seguir Shiroe e assim, formam o clã "Log Horizon", formando alianças com outros grupos e encarando este "novo" “Elder Tale”.

O fato de cada personagem manter o estilo de seus avatares mais similares aos seus jogadores – ou quase, depende da configuração dada –, como também de suas profissões escolhidas dá uma possibilidade de manuseio e convivência, uns mais entrosados, outros mais na dele, mostrando um pouco do leque de opções que “Log Horizon” apresenta ao público. Por isso, nada de personagens possuírem estilos de luta ou golpes iguais, até os que têm a mesma profissão podem mostrar habilidades únicas e personalidades bem diferentes. Por causa da expansão, o próprio mundo do game sofreu mudanças, umas mais sutis, outras nem tanto, e no decorrer da série esses jogadores intitulados "aventureiros" irão esbarrar em muitos mistérios e desafios que colocarão à prova suas habilidades.

Apesar de haver um destaque aos membros que compõe o clã Log Horizon, não quer dizer que outros clãs não sejam mostrados e dá pra ver a relação de amistosidade ou o oposto dos personagens apresentados, podendo a forma que cada um enxerga a nova realidade colocar questões como fidelidade e amizade, dentre outros, em xeque. Ademais, como estão em um game, a tela de informações dos personagens - que continua presente - revela mais detalhes do que representam, talentos, armas e afins, comunicação e quem entrou ou não nesta confusão antes virtual. Uma mistura e tanto do game que jogavam com as mudanças impostas na realidade em que estão presentes.


A versão animada teve duas temporadas, cada uma mostrando as faces do game: na primeira temos a adaptação dos personagens e convívio no mundo virtual, o elenco bem diversificado e a formação de um lar, no caso, Akihabara; na segunda vemos desafios em grupos e descobertas que botam Shiroe e companhia em bons ou maus lençóis, novos personagens e definições sobre o “Elder Tale” aos aventureiros. Uma surpresa está que cada temporada foi feita em um estúdio diferente, mudando apenas alguns aspectos dos personagens (fator até comum em animes, há séries que seguem tal alteração), e mantendo intacto o diretor e o elenco de dubladores.

Outra coisa também não mudou nestas duas temporadas: a abertura da série, que traz um ritmo acelerado e calmo de acordo com a letra (mais rápida nas partes em inglês, e lenta nos trechos em japonês), o que dá um equilíbrio durante a sua execução. “Database” é cantada pelo Man with a Mission feat. Takuma e carrega um ritmo que lembra o que a animação coloca, e nada melhor como uma música destas pra dar vontade de dar uma olhada na série em si. Já os temas de encerramentos, “Your Song” (1ª temp) e “Wonderful Wonder World” (2ª temp) são bem calminhos e em ambos vemos a Akatsuki interagindo com os demais membros do seu clã e clãs aliados.


Mesmo que a série seja mais um no estilo dos MMORPGs em animações, “Log Horizon” segue propostas que tornam mais próximas a relação game e seus personagens, com seu próprio ritmo e charme de ser. Aos amantes do gênero citado ou dos clássicos RPGs, é a chance de saber se o clã de Shiroe e seus aliados vão poder encontrar as respostas sobre o que os levou a ficar em “Elder Tale”. Quem espera por um enredo mais complexo pode se decepcionar, só não significa que seja ruim, apenas é direto em sua proposta.

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