Por Escritora Otaku
Por muito tempo, fui acompanhando animes que
conhecia através de revistas ou por análises que via pela internet - e antes que digam
que apenas vejo certo tipo de série, confesso que tenho quedinha por animes
antigos, muito porque foi apenas em 2010 que passei a acompanhar os semanais. Já cheguei a ver um bom número de animes shoujo, então, o que será analisado é um dos que traz a temática de uma
pessoa tomando conta de uma criança - e sim, muito antes de “Usagi Drop” dar
seus ares de graças e ficar bem conhecido, havia outro anime com esse contexto.
E este foi chutado pra escanteio, apesar de que, quando há listas de animes com
tal temática, ainda é lembrado.
Com uma história simples, com personagens
simpáticos e um característico traço shoujo, “Aishiteruze Baby” me
conquistou pela forma que retrata o tema e por mostrar uma criança que age como
uma, e não uma criança com atitudes de adulto como é comum em vários animes. Lembro da série com muito carinho e mesmo que não esteja em minha
listinha de melhores shoujos, não tem como não recomenda-la pra conferir as
desventuras de Kippei e Yuzuyu. Afinal, é sempre uma graça poder ver alguém, da
família ou não, tomar conta de uma criança e ver como será esta relação.
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Ano: 2004
Diretor: Masaharu Okuwaki
Estúdio: TMS Entertaiment
Episódios: 26
Gênero: Comédia / Drama / Romance / Slice-of-Life
De onde saiu: Mangá, 7 volumes, finalizado
Quem nunca teve ou presenciou alguém que tenha de
tomar conta de uma criança durante um tempo? Há quem age naturalmente quanto a isso
e outros que veem como um grande desafio, até mesmo uma verdadeira prova de ser
responsável pela tarefa dada. O caso mais comum é contratar uma babá ou chamar
o seu vizinho pra vigiar os pequeninos quando os pais estão fora - irmãos mais
velhos e conhecidos também entram nesta lista. Cuidar de uma criança não é algo
tão simples, porque dependendo do seu comportamento e da educação adquirida em
casa, podem dar ou não problemas - a palavra de ordem é ter paciência, para que
tal experiência não seja posta de forma ruim.
Na ficção, temos diversos exemplos de pessoas
cuidando de crianças, sejam familiares, conhecidos ou contratados que tem de ganhar
a confiança e, quem sabe, no convívio delas, aprender algumas lições pra levar
na vida. Quem trabalha com este público sabe que mesmo com aquela inocência
toda, elas têm noção do seu redor com mais detalhes que muito adulto e do que precisa
pra dar aquele sorriso todo fofo e seus agradecimentos por ter dedicado um
tempo com elas - e no ramo das animações japonesas é comum
histórias de pessoas tomando conta de crianças ou tendo contato com essa faixa
etária. No caso adiante, saindo da mente da mangaká Mari Youko,
“Aishiteruze Baby” foi publicado nos anos de 2002 a 2004, em sete volumes e a
obra chegou a vir pro Brasil pela Panini em 2009, de forma bimestral durante
sua publicação. A versão animada veio no mesmo ano em que a original estava
prestes a terminar e tirando alguns pontos, ambas seguiram a mesma história.
No enredo, Katakura Kippei é um rapaz cujo
comportamento é o de um típico irresponsável, apesar de ser uma boa pessoa. Sua
vida muda de cabeça pra baixo quando é chamado pela família e vê o clima
bem pesado, onde sua irmã revela que o escolheram pra tomar conta de uma prima,
Yuzuyu, de cinco anos de idade. Ela conta que sua mãe não estava com condições pra
continuar com a menina e a partir daí, cabe ao rapaz fazer esta papel, o de
responsável pela Yuzuyu.
Mesmo achando tudo uma loucura de sua família e
pressionado por causa de seu comportamento habitual, o rapaz aceita cuidar da criança.
Vemos assim Kippei tomando conta da prima pequena e esta relação molda o seu jeito de ser,
o tornando mais responsável e vivenciando situações dentro e fora de casa, pro
bem-estar da Yuzuyu, que o chama de Kippei onii-chan. A menininha vai
percebendo o lado bom e ruim da vida, apesar da tão pouca idade e convivendo
com a família dele, tendo de se adaptar à nova realidade.
E não tem como falar de “Aishiteruze Baby” sem destacar a Yuzuyu: a garotinha além da fofura da idade que apresenta, age muito como uma criança e parte deste charme está em sua voz. Geralmente, papéis infantis são feitos por dubladores jovens ou adultos e são raros os casos de serem dublados por crianças; aqui temos esta minoria, sendo dublada pela Tsuzurahara Miyu, que na época da série tinha dez anos de idade.
Na produção, foi uma animação bastante modesta em
termos técnicos, tendo um ar de algo antigo; sabe usar bem o contexto visto
no mangá, só mudando alguns fatos e acontecimentos e o traço mesmo não sendo
tão detalhista quanto ao original, conserva boa parte de seu design. O anime
conta com uma abertura, a “Sunny Side Up”, que ostenta todo o clima leve e fofo que
a obra mostra, enquanto que seu encerramento, “Nennensaisai”, traz um tom mais tranquilo
e repete o estilo da abertura - ambas são cantadas por Yo Hitoto. Só muda
apenas os clipes, onde a abertura possui um visual que remete aos sonhos e o
encerramento apresenta os personagens, focando mais na Yuzuyu.
Desta maneira, com uma proposta simples e direta,
“Aishiteruze Baby” consegue trazer uma temática que à primeira vista não
promete muito - claro que, quando menos se espera, não há como não se simpatizar
com o dia a dia de Kippei e Yuzuyu. O anime foi por muito tempo uma referência
ao tema apresentado, isso até surgir o já famoso “Usagi Drop” e desbancá-lo - só não
significa que tenha perdido, ao contrário; continua fazendo parte ao lado de
outros bons animes que retratam a complicada e prazerosa situação de tomar conta de uma criança.
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