11 de agosto de 2016

Resenha: Full Metal Alchemist - Guia Completo (mangá)



Por Escritora Otaku

Quem diria? Um dia poder ter em mãos este material que os que conhecem “Full Metal Alchemist” a fundo devem possuir em sua coleção. Foi uma grata surpresa da JBC, que percebeu que tal material tem seu público e que vale a pena pra conhecer mais como seu mangá favorito foi desenvolvido - material esse que irá agradar a todos que acompanharam a epopeia dos Irmãos Elric do início ao fim.

Também pudera, fangirl da série dá nisso, então, tenho estes guias e ninguém pode dizer que não os colecionei. Ao menos, foram lançados nas bancas e não houve pulos, igual ocorreu com o mangá em si. Portanto, vamos ver se valeu ou não a pena com esta análise dos guias.

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Alternativo: Full Metal Alchemist Perfect Guide Book
Número de volumes: 3
Editora: Square Enix (Japão) / JBC (Brasil)

Veja também: Resenha de "Full Metal Alchemist".



Como o nome diz, são guias que trazem todo o universo explorado por “Full Metal Alchemist” durante o tempo em que foi publicado na Shounen Gangan. Guias ou enciclopédias de mangás/animes são bem comuns no Japão, servindo como referência de como certa obra foi elaborada e seus segredos mais ocultos, muitas vezes revelando facetas que o público jamais teve acesso.

Este material possui três volumes, cada um deles lançado em determinado ano – o primeiro em 2003, o segundo em 2005 e o terceiro em 2009 –, onde acompanham o andamento do mangá. No Brasil, os guias foram lançados em 2012 de forma trimestral (houve recentemente uma republicação cujo conteúdo é o mesmo, apenas mudando o papel usado, preço e logo), sendo um dos poucos títulos da JBC a possuir tal periodicidade - normalmente os títulos deles saem de forma mensal e às vezes quinzenal, dando tempo pra serem feitos e postos em português brasileiro para nós, leitores.

Agora sim: vejamos o que estes guias tem a oferecer, como foi feito o tratamento em sua versão nacional e seus pontos altos e baixos. Junto com esta análise haverá um comentário da redatora que vos escreve sobre como foi ter estes guias e o que achou deles.

Vamos ao que interessa...



Conteúdo

Cada um dos guias foi feito em épocas diferentes, de acordo com o andamento do mangá: o primeiro volume quando o mangá principal estava no começo – volumes um ao seis (Japão), volumes um ao doze (Brasil) –, o segundo indo nesta mesma ordem e acrescentando os volumes sete a onze (Japão) / treze ao vinte e dois (Brasil), e o terceiro bem próximo do final da saga dos Irmãos Elric, quando foi realizado a segunda animação da trama, “Full Metal Alchemist: Brotherhood”.

Estes volumes possuem alguns elementos semelhantes, só diferenciando certos contextos e as capas. Os pontos mais comuns são uma ficha de cada personagem apresentado na história, sendo que no primeiro volume é mais detalhado e no último é algo bem simples e direto; aspectos gerais da trama; passatempos (caso não queira estragar, deixe em branco mesmo), entrevista com a própria mangaká Hiromu Arakawa, conforme a trama se desenvolvia e suas inspirações; capítulos extras no final de todos os volumes, havendo o detalhe de que dois deles foram usados como OVAs para “Full Metal Alchemist: Brotherhood”; e páginas coloridas no início de cada volume. 


Claro que tirando estes pontos, cada um dos guias tem seu diferencial:

1° Volume – Apresenta um conteúdo mais introdutório, com direito ao que foi posto no mangá – na época - e referências sobre o que a mangaká usou pra realizar a série;

2° Volume – Contém detalhes sobre o universo da série, tendo informações sobre os locais e sua história, como também aspectos técnicos;

3° Volume – Esclarece alguns pontos pendentes cruciais para o enredo e suas ligações, sem dar revelações do que ia acontecer na reta final.

Sobre os capítulos extras, conforme dito antes, dois deles, “O Alquimista Cego” (vol. 01) e “A Aventura da Professora” (vol. 02) foram usados como especiais de vídeo na época da produção da segunda animação de FMA – respectivamente OVA 01 e OVA 03 – enquanto no volume três há o capítulo extra “Longa Noite”.




Material da versão nacional

Este é um ponto controverso. Não dá pra dizer se materiais como esse são feitos no Japão, mas, o material usado pra versão brasileira é de dar vergonha na cara. Os guias parecem mais com mangás do que imaginamos para tais produtos extras e se tratando de “Full Metal Alchemist”, poderia ter tido um tratamento melhor. Quem aguentou o mangá em si, ao menos, não foi tão vergonhoso em material físico. As capas são do mesmo estilo usado na obra principal; as páginas coloridas são sem sal e o pior foi o papel...

O papel deveria ter sido aquele branquinho usado ultimamente nos relançamentos da editora, no entanto, não foi o que se viu: o primeiro volume possui aquele papel jornal horroroso, que ainda existe; no segundo o papel está no padrão comum dos mangás nacionais, mais aceitável, e somente no último é que temos as páginas branquinhas que é de dar inveja.

Em termos de tradução, nada a reclamar: pode haver alguma confusão quanto a alguns nomes de personagens, mas, nada que atrapalhe na leitura dos guias. Um dos pontos que se salva no material nacional.




Depoimento pessoal sobre os guias

Onde moro, os títulos da JBC são lançados de forma setorizada, então, quem se encontra fora do eixo Rio-São Paulo sabe que tem de encarar a temível Fase 2 da editora e há possibilidade de pulos dos checklists. O pior é que resido no Espírito Santo, que fica perto dos estados que se lança os títulos de forma nacional, logo, pulos e atrasos são bem comuns. Na época que comprava o mangá do “Full Metal Alchemist” os volumes quinzenais vinham normalmente, contudo, quando passou a ser mensal... Os pulos ficaram constantes, e quando estava na reta final, cadê o mangá?!

Com os guias tive mais sorte, pois foram lançados um ano depois da versão nacional – época em que eu colecionava o mangá “Mad Love Chase” da Panini, de distribuição setorizada e bimestral –, chegando todos na banca. Por um lado, como fangirl de FMA simplesmente amei os guias, mas por outro fiquei indignada com o material físico deles e o preço em si não compensava, sendo R$ 16,90 cada volume, com aquele material de quinta categoria na maior parte do tempo. Quem comprou sabe o que quero dizer...



Considerações finais

Estes guias tinham de ser uma redenção para a editora, pois reclamações de material físico, traduções e pulos de títulos comuns podiam ter sido consertados. Apesar do material físico nada bom e o preço não combinar com o resultado final, é bom ver um pouco de variedade no segmento de mangás no Brasil. Claro que já houve obras deste tipo, com tratamento mais digno, e presenciar este material desse jeito comprova que ainda é complicado trabalhar com quadrinhos no país - só esperávamos que a JBC não tivesse dado esta mancada, pois tirando estas falhas, os guias são um material pra nenhum otaku de FMA perder.

A resposta se vale a pena: sim, seja você que goste de “Full Metal Alchemist” ou para os que querem conhecer o universo que deu origem a um dos mangás shounen mais surpreendentes dos últimos anos.



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