Admito com todas as letras: sou adepta a animes antigos, dos mais conhecidos aos desconhecidos e desde que haja uma história que me interessa, esqueço que é antigo e apenas me divirto com mais uma série. Fazia um tempo que queria ver este anime, mas estava difícil de gravá-la e de ver; claro que finalmente a achei e aí, fiquei muito feliz e simpatizei com todo o seu enredo e personagens.
“Gakuen Alice” me conquistou desde o começo e
achava que o maior desafio da protagonista ia levar parte da série; no entanto,
foi tão rápido que fiquei passada. Mudando este ponto, a animação trouxe um
pouquinho do seu universo em cores onde vemos que mesmo entre crianças, há fatos que
apenas elas precisam resolver e que serão importantes para o seu
desenvolvimento. Mergulhar nesta resenha é o
mesmo que se encantar com o jeito que crianças resolvem as suas diferenças.
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Ano: 2004
Diretor: Takahiro Omori ("Baccano!", "Durarara!!", "Kuragehime", "Jigoku Shoujo", "Natsume Yuunjichou")
Estúdio: Group TAC
Episódios: 26
Gênero: Comédia / Drama / Fantasia
De onde saiu:
Mangá, 31 volumes, finalizado
Pergunta rápida: como foi a sua infância? Pois esta
fase é uma das mais gostosas, onde as poucas responsabilidades e a diversão são
parte do seu dia a dia; onde amigos são peças fundamentais e sua família parece
mais próxima, atentos em seu crescimento; onde coisas insignificantes se
transformam apenas usando a imaginação; aprendemos o que é a vida e por aí vai.
Quando se é criança, a forma de enxergar a vida é
muito diferente da de um adulto, muitas vezes, nos surpreendemos pela forma de
pensar delas e questionamos por que não posso ser assim ao crescer. Ser uma
criança em nossos tempos não é a mesma coisa que era no passado e o que vemos
são muitas que querem pular esta fase pra virar adultos, porque ser um é
melhor, mas, não é bom pular esta parte da vida humana. Quem pula jamais terá a
experiência mais curiosa da existência humana que vivemos, pois é na infância
que moldamos uma parte de nossa personalidade e define no que seremos daqui pra
frente.
O que é melhor: ser uma criança ou um mini adulto?
Fica a pergunta...
“Gakuen Alice” é uma destas séries onde as crianças
são as principais personagens, cada uma com sua maneira de enxergar a vida, sem
perder os momentos divertidos e reflexivos que a infância coloca em questão.
Originado de um mangá shoujo, a ideia veio da mangaká Tachibana Higushi e
teve 31 volumes publicados durante os anos de 2002 a 2013, trazendo este universo
cheio de imaginação e sonhos.
Na história, Sakura Mikan é uma garotinha que vive
em uma cidade do interior ao lado de seu avô e que tem como melhor amiga Imai Hotaru, uma menina de estilo fechado e que gosta de inventar coisas. A vida de
Mikan era uma maravilha até que Hotaru se muda para Tóquio e fica meses sem
dar uma notícia, preocupando muito a nossa protagonista. Porém, certo dia Mikan recebe
um cartão-postal dela e o conteúdo não lhe agrada nada, decidindo assim partir
sozinha e rever Hotaru.
Depois de algumas confusões, ela chega a Academia Alice,
escola que sua melhor amiga está estudando e descobre o que houve, ao saber que ali não é um lugar normal. Pra início, a academia tem este nome por causa das pessoas
que frequentam a instituição: Alice são os que possuem poderes especiais, que
vão desde habilidades comuns a inúteis e até mesmo perigosas; os alunos são
classificados e colocados em turmas conforme o estilo de seus poderes e
estudam até se formarem (há crianças bem pequenas até adolescentes, cada uma em
turmas de acordo com sua idade); professores que também possuem tais poderes;
uma classificação que dá certos benefícios e dinheiro próprio, sem perder o
toque escolar. Só há apenas uma ressalva, que é que quando se estuda lá, não
pode sair e tampouco receber visitas dos familiares, apenas se tirar as
melhores notas nas provas.
E Mikan entra nesta academia pra encontrar com sua
melhor amiga. Aí é que vem o fator mais curioso da série, pois quando acha que
esta procura ia demorar, acontece rapidinho o reencontro delas e ambas passam a frequentar a mesma classe. Neste novo ambiente, a garotinha começa a entender que ser Alice
é mais que ter algum poder especial, é simplesmente buscar uma identidade sem
perder o bom humor. Com seu jeitinho meigo e amigável, Mikan passa a ter
amizades com outros alunos e se envolver em certas situações, todas a respeito
do sistema educacional e de ser uma Alice. E assim, a acompanhamos nesta
desventura infantil e imaginária de ser e de estar.
Os personagens que fazem parte do elenco são em sua
maioria crianças, mais especificamente da classe que Mikan estuda; há espaço
para os adolescentes e os adultos, cada um com uma habilidade Alice diferente e
estão lá pra aprender a ter controle de tal poder. A vida de Mikan durante a
série é bem sofrida, pois entrou na academia por recomendação de um dos
professores e aos poucos, consegue transformar um ambiente fechado e certinho
em um lar para quem a conhece. Os clichês de personalidade e da estética da
trama não atrapalham em sua execução e vemos o quanto pode ser legal estudar em
um colégio interno.
A própria Academia Alice é um local gigantesco, tem
uma estrutura que suporta e dá certa normalidade, baseado no desenvolvimento
dos que tem a habilidade Alice; um lugar que tenta trazer um pouco do lar
familiar que os alunos são proibidos de presenciarem, por isso, é comum
que uns nem sabem o que é o calor familiar e sejam meio alienados. Pouco a
pouco, uma trama maior acontece e quando menos espera, a história tem seu fim.
Com um traço infantil, em um ambiente que muitos de
nós conhecemos e a descoberta de uma identidade são os trunfos que “Gakuen
Alice” pode dar ao assistir. Uma história que as crianças agem como crianças, mas às vezes tendo atitudes adultas e principalmente, procurando uma identidade e
saber usar a habilidade que adquirem. Mesmo sendo uma série antiga e não
trazendo tudo que foi explorado em seu mangá, ela cumpre bem o papel que os
animes tem: o de passar em cores uma história e quem sabe, causar interesse pela obra
original.
Aos que curtem uma estética infantil, a série é um
prato cheio pra os que gostam de algo mais tranquilo e cheio de imaginação,
afinal, quem foi criança sabe como esta fase é...
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