19 de fevereiro de 2015

Resenha: Chi's Sweet Home

Se conhece bem sobre animações japonesas, elas podem usar qualquer tipo de história e este caso segue a proposta que torna tais animações tão famosas mundo afora. Devem ter visto uma série cujo principal personagem é um animal – não vamos incluir “Pokémon” e suas cópias, porque aí os animais não são a atração principal – e sim, o animal em si, seja com interação de humanos ou com outros de sua espécie. Há um grande diferencial entre animais de animações ocidentais das nipônicas que é a forma que são vistos: ocidentalmente, são em geral um reflexo dos sentimentos e personalidade humanas e agem mais como humanos do que animais; já em animes, podem agir de forma “mais inocente” e mantém a personalidade que costumam ser na vida real, sendo que uns podem demonstrar sensações bem humanas sem perder o jeito animal de ser.

A resenha vai trazer um animal bem comum, uma gatinha que apesar da sua simplicidade e curiosidade infantil, consegue conquistar aos que acompanham suas descobertas e sua visão do mundo ao seu redor. Vamos ver o que ela é capaz...



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Ano: 2008 (Sweet Home) / 2009 (New Address)
Diretor: Mitsuyuki Masuhara ("Kobato." "Shirokuma Cafe")
Estúdio: Madhouse
Episódios: 104 (Sweet Home) / 104 (New Address) - 3 min. por episódio
Gênero: Comédia / Slice-of-Life
De onde saiu: Mangá, 11 volumes, em andamento.

Por Escritora Otaku



Todo mundo deve ter um bicho favorito: cachorro, gato, pássaro, hamster, rato, coelho e não importa se for um animal selvagem, desde que goste e os motivos pela escolha. Se for um dono de primeira viagem ou que tem experiência, o que sabemos é que quem tem um bichinho de estimação conhece os bons e os maus momentos. Agora que estamos mais entendidos, vamos ao que interessa, a resenha e não vamos surpreender se no final, você ficar todo sentimental perante a protagonista da série abordada.

Chi’s Sweet Home” tem suas origens em mangá do mesmo nome publicado pela Kodansha, criação da mangaká Kanata Konami, e o que chama mais atenção são os traços bem simpáticos e o mangá ser colorido na versão tankobon e não em preto e branco, lembrando um livro infantil. Nem parece um mangá à primeira vista, mas é sim e não diga o contrário. Desse formato para anime foi questão de tempo, e o que mais surpreende está no estúdio que tratou da animação, pois quem conhece as animações que fizeram, pode ser pego de surpresa, literalmente...

Na história conhecemos uma gatinha muito fofa e simpática, que acaba se perdendo de sua família e é acolhida por uma família humana, que mora em um apartamento onde animais não são permitidos. A princípio essa família tenta procurar um lar para a gatinha, no entanto acabam se afeiçoando com ela e decidem ficar com a gatinha que é chamada de Chi. Há uma razão por trás do nome do seu nome: num dos primeiros episódios da primeira temporada, a gatinha não sabia fazer xixi no lugar certo e como reagia a palavra “shikko”, que quer dizer urina em japonês, a chamam de Chi. E assim, Chi passa a ser parte da família Yamada, composta pelo pai (designer gráfico e o que mais se preocupa com a gatinha) a mãe típica dona-de-casa, e o filho Youhei, que foi decisivo pra manterem Chi em casa.

Isto resume bem e a série traz as descobertas e aventuras pela visão de Chi, que além de filhote tem atitudes bem inocentes e infantis de uma criança. Ou não reparou que em certos episódios, a maneira dela de enxergar o mundo é idêntica a de uma criança pequena, mesmo sendo um animal? Personalidade que em nenhum momento muda, apenas a forma de interagir com o mundo que a rodeia faz a total diferença.

Não fiquem surpresos com a quantidade grande de episódios, pois o anime tem apenas três minutos de duração, contendo a abertura e o episódio abordado. Pra ter uma ideia, são precisos oito episódios para ter a duração de um episódio normal de um anime que assistimos por aí. Só tomem o cuidado de não ser pego pela simplicidade, porque quando menos esperar estará assistindo em maratona.



Isto é sério! “Chi’s Sweet Home” / “Chi’s New Address” são daqueles casos que você vai achar que vai assistir apenas uma quantidade X de episódios e pronto! Só que não: quem se apegar a Chi e companhia corre o risco de assistir sem parar. E fora a quantidade de vezes que você vai falar “que gracinha!”, “que fofo!” ou usar o termo “kawaii” infinitas vezes. Claro que tem seus pontos positivos, pois é um anime sem restrições quanto a faixa etária e por ser infantil, pode ser visto por qualquer um e sentir feliz após assistir. Se for pra mostrar um anime e quiser dar uma primeira impressão a quem não tem costume de acompanha-los, esta seria uma boa opção.

Aos que tem um gato de estimação, a história consegue mostrar como um gato deve ser tratado; alimentação, cuidados e etc. E isto é mais ressaltado na primeira temporada, já que a família Yamada nunca cuidou de um animal de estimação, sendo marinheiros de primeira viagem. Juntando ao estilo curioso e inocente da Chi, temos um prato cheio aí para explorar as descobertas desta gatinha tão fofa e simpática. O único medo dos Yamadas é a gatinha ser descoberta pela síndica do prédio, então, é comum eles fazerem até o impossível pra manter Chi segura e fora de encrencas.

Tudo muda após o fim da primeira temporada e início da segunda, quando após pensar no que fazer com a Chi e ouvir a opinião de Youhei - o menino mostra o quanto se apegou a Chi – tendo a sorte nipônica no lado deles, topam com um prédio que permite animais e mudam pra lá. Se antes acompanhávamos o dia a dia da Chi, agora um mundo se abre a ela e, com mais liberdade, pode andar por aí e conhecer outros animais, novas situações e conquistar amigos, a maioria gatos é claro! Então, se pensava que iria ver repetições como na fase anterior, pode te pegar desprevenido e se divertir com as novas aventuras da Chi e quando menos esperar, vai notar que acabou de ver tudo...

O destaque da série é a própria Chi, que como dito, tem uma personalidade que te encanta, o que não quer dizer que os demais personagens não tenham seus momentos. Pode-se ver o entrosamento da família Yamada, sua rotina e como tratam da gatinha, seja nos cuidados felinos, seja na hora das refeições e até mesmo nos momentos de diversão.  E se eles têm o dia a dia em torno da gatinha, não fiquem chocados, porque na vida real acontece também. O contato com Chi traz à família um novo sentido em ter um animal de estimação e considerar como membro da família. Neste ponto, muitos de vocês devem estar pensando em seus bichinhos de estimação ou o quanto um animal é importante, seja com humanos ou livres na natureza. E é na segunda temporada que isto se torna mais crucial e visível; não vamos ater a detalhes, mas, quem acompanhar “Chi’s New Address” (“Chi’s Sweet Home Atarachii Ouchi” no original) vai entender o significado do animal como parte da família ou se divertir com as aventuras de Chi neste novo contexto.

A Madhouse – sim, são eles e outro sim, dá pra ficar de queixo caído ao saber – foi a responsável pelas animações e como de costume, a qualidade é excelente, mantendo o traço e a estética da trama. Isto prova que o estúdio gosta de produzir animes com os mais variados conteúdos e que não nega pegar algo menos underground. Mudando para a trilha sonora, precisamente as aberturas das duas animações: em “Chi’s Sweet Home” temos “Ouchi ga Ichiban” cantada pela Satomi Koorogi, a dubladora por trás da voz da Chi e é uma música muito fofa; já em “Chi’s New Address” temos “Chiisana Dai Bouken” cantada pela Rika Matsumoto (famosa dubladora e cantora japonesa), que combina com a proposta que a trama propõe.



Sendo assim, quem quiser acompanhar a Chi e suas desventuras, fique à vontade! Se gostar e ao mesmo tempo perguntar o que uma gatinha pode oferecer, então, vai se sentir em casa. E aos que curtem animais, não importando qual seja, “Chi’s Sweet Home” / “Chi’s New Address” vão te conquistar ao primeiro miado desta gatinha tão fofa, cuti-cuti e outros predicativos simpáticos.

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