Pedaços de uma cômica e insana vida escolar
Ano: 2014
Diretor: Seiki
Sugawara
Estúdio: Brains
Base
Episódios: 12
Gênero: Comédia
De onde saiu: Mangá,
8 volumes, em andamento
Kazama
Kenji é um grande delinquente - ou, ao menos, é o que ele e alguns outros
pensam. Tendo como parceiros o gordinho e baixinho Yokoshima e o alto Harima Ken...
Digo, Nagayama Hiroshi, Kazama forma um trio que pretende dominar a escola
Fujou High, mas um incidente muda drasticamente seus planos. Flagrando um
pequeno incêndio causado por algumas garotas em uma sala, ele e seus leais
amigos apagam o fogo e Kazama pensa, brevemente, que não é tão ruim assim
realizar boas ações, mas logo volta à realidade e testemunha o grande Yokoshima
ser eletrocutado, enquanto do outro lado da sala vê Nagayama sendo impiedosamente
forçado a beber um litro inteiro de água. Garotas violentas, ameaças, alguém
aparecendo do nada e lhe infligindo um forte soco de esquerda no rosto? A amizade
deles é linda, vem da infância, mas isso se torna sem importância quando Kazama é obrigado
a abandonar seus amigos para sair correndo desse grupo que acabara de conhecer.
Roka,
do elemento Fogo; Chitose, do elemento Terra; Sakura, do elemento Água; e Minami,
do elemento Raio – calma, calma, não estou falando de uma trama de fantasia com poderes mágicos! Integrantes
do Clube de Criação de Jogos, que por falta de atividades inerentes ao seu tema
(um clube de criação de jogos tem de realmente criar jogos!?), e ainda devido a não
possuir a quantidade mínima de membros – animes adoram apresentar clubes à
beira de fechar por causa disso, não é? – essas quatro garotas forçam Kazama,
seja com ameaças físicas, verbais ou ataques moe sem sucesso por parte de Roka,
a participar do clube. Após um pouco de correria pelas dependências da escola, sacos
amarrados na cabeça e pessoas se jogando pela janela, Kazama cede e se torna um
novo membro, e agora conviverá quase que diariamente com um bando feminino bem mais
perigoso do que ele próprio imaginava ser.
De um ano e meio para cá o estúdio Brains Base tomou gosto em trazer dois tipos de animes; romances baseados em visual novels voltadas ao público feminino, e comédias românticas (a maioria para o público masculino) que fugissem um pouquinho do convencional, trazendo personagens e enredos à primeira vista não tão estereotipados - "Brothers Conflict" e "Amnesia" são dois exemplos do primeiro grupo, enquanto "Yahari Ore no Seishun...", e o atual "Bokura wa Minna Kawaisou" são do segundo. Mas "D-Frag!", então, é uma comédia romântica? Sim e não. Do mangá é dito que mais a frente o romance tem uma presença maior; porém, considerando somente o que foi adaptado para o anime, ele nem pode ser visto como um de seus gêneros. É simplesmente uma pura comédia nonsense bem japonesa e nerd - esse último por conta das referências que faz a vários jogos antigos -, mostrando que nem todo harém de mulheres faz bem à saúde física e mental de um homem (mas espera, não é assim em qualquer anime?!), e muito menos, nesse caso em particular, à voz do seiyuu que o dubla!
É um tsukkomi assumido. De aparência até que
ordinária e não tão intimidadora como deveria ser para um auto-declarado
delinquente, Kazama contudo possui uma "habilidade" bastante
especial, a de replicar com grande vigor e força as loucuras ditas por suas não
muito adoráveis colegas de clube. O experiente Katsuyuki Konishi (America
em "Hetalia Axis Powers") é responsável por incrementar várias
das cenas mais engraçadas em "D-Frag!" justamente por transmitir
tanta energia (sinceramente, poucas vezes vi um dublador forçar a tal ponto a sua voz
em um papel desse tipo) nas gritantes respostas diretas e racionais de Kazama,
que, de tão tsukkomi que é, os próprios personagens do anime chegam a satirizar
em alguns momentos esse seu lado de comediante - mas, convenhamos, é difícil
ficar calado e calmo quando se está na companhia de um grupo tão desajustado e
tonto.
E começando por Roka,
presidente baixinha e loira do clube que é a estudante mais poderosa da escola
(!), capaz de intimidar qualquer um apenas com o movimento das mãos e que
rapidamente reparamos guardar algum sentimento por Kazama, ainda há nesse falso
Clube de Criação de Jogos (pois é, falso, literalmente...) uma tal de Chitose
que adora usar antes seus punhos, pernas longas e vocabulário chulo do que a
razão, uma certa Sakura que de bonitinha e aparentemente graciosa tem também de
burrinha e psicopata, e uma professora conselheira do clube que vai aparecer
mais dormindo ou prestes a dormir do que qualquer outra coisa - mas tome cuidado
que ela sempre carrega junto a si uma arma de choque, e nem tente questionar isso! Na
verdade, a escola inteira parece ser infestada unicamente por malucos, pois se
o coitado do protagonista passa por apuros dentro da sala do clube, fora dela
ele esbarra em desde amigos de infância masoquistas e fujoshis pervertidas (o que é redundante) a gangues de delinquentes com apelidos toscos, mas ao menos existem os
fartos seios da comum, atrapalhada e chorona Takao, presidente do
verdadeiro Clube de Criação de Jogos - e outra que possui certa afeição pelo
personagem principal -, para suavizar toda essa confusão. Olha só, Kazama tem
duas garotas interessadas nele, mas para variar não percebe nada disso, e no
fim acaba preso em uma comédia de situação quase sem desenvolvimento algum que narra uma sequência de
eventos bizarros e abusa de cenas em formato "chibi", e cujos episódios raramente se intercalam.
Mas, deixando comparações e imperfeições de lado, "D-Frag!", mesmo com essa perda de fôlego no final, permanece como boa recomendação de uma divertida e insana comédia. E - detalhe essencial para uma animação desse gênero - é elogiável como dubladores de peso atuam de maneira tão impactante em papéis tanto principais quanto secundários, seja Hanazawa Kana na pele da fofa e soberana Roka, Fukuyama Jun como um pervertido masoquista, Saito Chiwa dublando imponente uma garota de atos e modos violentos (Senjougahara manda abraços) e o já citado Katsuyuki Konishi em plenos pulmões no papel de Kazama, um pseudo-delinquente cujo almoço é preparado pela irmã mais nova. Você verá (Takao) peitos arremessando objetos a mais de vinte metros de distância, zíperes que se tornam armas mortais, encenações de confrontos épicos e rodadas de jogos de tabuleiros pornôs serem realizados no Clube de Criação de Jogos (sim, elas afinal criam alguma coisa, por mais idiotas que sejam), batalhas de polegares e discussões sem sentido; fragmentos de uma agitada e incomum vida escolar, para desespero de Kazama, que escolheu a escola errada para dominar.
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Nota: 8
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No MyAnimeList (14-04):
O anime está na 646ª posição, com nota 7.88. Já o mangá tem nota 7.97, e é o 1077º colocado.
O anime está na 646ª posição, com nota 7.88. Já o mangá tem nota 7.97, e é o 1077º colocado.
Personagens mais favoritados:
2º - Roka Shibasaki - 182
3º - Kenji Kazama - 60
4º - Sakura Mzukami - 28
5º - Funabori- 24
6º - Chitose Karasuyama - 13
Ótima matéria XD
ResponderExcluirEu adorei esse anime. Me diverti muito com as confusões, discussões sem sentido, brigas com os delinquentes e até aquele clima de romance que é criado ao redor da Takao em relação ao Kenji ;3
Me interessei em ler o mangá, jáh que como vc escreveu ai, ele tem uma pegada mais séria a partir de certo ponto da história. Meus personagens favoritos são a Takao, o Kenji e a Roka. Me diverti muito com esses 3, realmente valeu muito a pena ter assistido esse anime.
Pôxa, Trafalgar, 'brigado por "estrear" o post =F
ExcluirTambém gosto mais desses três, porém também colocaria um pouco atrás o personagem do Fukuyama Jun, aquele loiro masoquista; o dublador em si já é ótimo em papéis desse tipo, então os "surtos" dele são engraçados =p;
Mas se um dia o mangá chegar a uma conclusão nesse triângulo amoroso eu preferiria que fosse com a Roka (efeito Hanazawa Kana, talvez), mesmo que a Takao seja muito fofa...