A temporada de outubro de 2014 foi bem recheada
de animações e com certeza, teve muita coisa pra assistir e admito que bati os
meus recordes: peguei cinco animes, não pude evitar apesar de o meu normal ser
de até três no ano – foram duas continuações e três séries novas, sendo uma
delas a que essa resenha abordará.
Na verdade, até que eu conhecia sobre os personagens
desta, afinal, hora e meia aparecem na produção de um dos meus xodós, atual
obra do mangaká. Portanto, embarquei em “Magic Kaito 1412” com duas sensações,
a de conhecer a obra e a de nostalgia; tive meus surtos por causa de alguns de
seus episódios, porque realizaram uma inversão nas participações e eu não esperava
que fizessem essa ligação do universo das duas séries, fora que houveram outros
fatores bem interessantes que serão postos abaixo. Melhor deixar a resenha
dizer pra terem uma noção de como foi e fim de papo!
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Ano: 2014
Diretor: Susumu Kudo
Estúdio: A-1 Pictures
Episódios: 24
Gênero: Aventura / Policial / Comédia
De onde
saiu: Mangá, 4 volumes, em andamento.
Por Escritora Otaku
Ladrões na ficção: uns possuem charme
declarado, outros são odiados até a alma, tem os atrapalhados que nos faz rir
de suas empreitadas, em um game de RPG são personagens essenciais pra certas
funções, há ladras que são melhores que os ladrões comuns, há aqueles com
poderes e por aí vai. Fato que os ladrões ganham notoriedade neste meio e nos
animes vários chamam a atenção por conta de suas desventuras. Um dos mais
famosos ladrões da animação é “Lupin III”, criado pelo Monkey Punch lá nos anos
60, que mesmo passando tanto tempo ainda mantém seu charme e carisma pra quem o
acompanha, seja a geração antiga ou a mais nova; não estranhe que hajam séries
que usem o estilo do maior ladrão do mundo dos animes, pois como diria o
Chacrinha: “nada se cria, tudo se copia.”
“Magic Kaito” teve início nas páginas da
Shounen Sunday em 1987 e desde então sua publicação é bem inconstante, ou seja,
só prossegue quando o seu mangaká, Gosho Aoyama, tem
vontade. Antes que uns o acusem de preguiçoso convicto, esclarecemos que a
série teve interrupções, entrada de outros mangás do mesmo autor e a questão da
revista não ser muito exigente em relação a seus autores, então não significa
que o Aoyama tenha abandonado seu primeiro mangá serializado. Pra ter uma
ideia, de 1988 a 1993 veio “Kenyu
Densetsu Yaiba” de 24 volumes, que conseguiu um sucesso mais notório que o
“Magic Kaito” e obteve um anime de 52 episódios; aí em 1994 teve início o seu
trabalho mais famoso, “Detective
Conan”, em publicação e com anime no mesmo patamar. E é nesse último que os
personagens e história de “Magic Kaito” puderam ser notados e ganhar um pouco
mais de notoriedade, chegando a participar da versão animada da obra atual de
Aoyama.
E era questão de tempo pra haver
um anime dele: em 2010 foram lançados 12 OVAs que trazem a história de “Magic
Kaito”, produzidos pela TMS Entertaiment – a mesma que faz o “Detective Conan”
– e, finalmente, temos a série de TV, “Magic Kaito 1412”. Ufa! Quanta coisa
houve pra chegarmos a animação a ser analisada por aqui e tem um ponto pra ser
dito: “Magic Kaito” não é spin-off de “Detective Conan” e vice-versa, pois
mesmo passados no mesmo universo e possuírem propostas similares, são obras bem
diferentes em sua execução.
Na série, Kuroba Kaito é um jovem
estudante no 2° ano do colegial, que vive sozinho pois sua mãe está viajando
mundo afora e o pai está desaparecido; seu estilo moleque e carismático
conquista a quem o conhece, como também o fato de fazer mágicas, herança do pai
que fora um famoso mágico. A pessoa mais próxima dele é Nakamori Aoko,
amiga de infância, cujo pai é investigador policial e que tenta, em vão,
prender Kaitou Kid, um famoso ladrão mágico – Kaito tem uma quedinha por tal
garota, indo naquele típico chove não molha que conhecemos em animes.
Sem querer, um dia, Kaito acaba
topando com uma passagem secreta que o leva a descobrir que seu pai fora o
ladrão fantasma: quando notícias do retorno de Kaitou Kid surgem, o rapaz usa a
roupa do pai desaparecido e descobre que o ladrão era o antigo assistente dele
e a partir daí continuará seu legado e se envolverá em várias desventuras. E é
durante um dos seus primeiros roubos que Kaito descobre um grupo que almejam
encontrar Pandora, pedra capaz de dar imortalidade e que pode ser identificada
quando se coloca diante da luz da lua – caso fique vermelha é a Pandora,
cabendo ao novo Kaitou Kid evitar esta tragédia e se divertir com sua nova
identidade.
“Magic Kaito 1412” traz uma
atmosfera mágica e simples em sua execução, onde vemos Kaitou Kid praticando
seus roubos – sempre devolvendo o que levou, normalmente pedras preciosas – e
chamando a atenção do público e de seus fãs que querem ver qual será o próximo
truque, dando uma bela dor de cabeça para o pai da Aoko, o Inspetor Nakamori
Ginzou. Acrescente a entrada de um detetive colegial, uma jovem bruxa - ambos
sabem quem é o ladrão mágico, mandando para o limbo o esforço em manter a
identidade secreta a todo custo -, os roubos impossíveis do Kaitou Kid, os
nomes das joias e temos aí uma salada de frutas nesta série.
A
animação adaptou boa parte da trama original, seguindo certa cronologia, pois
os OVAs não tiveram esse cuidado e evitando algumas histórias bobinhas do
mangá. O mais curioso está na inversão participativa entre a série e “Detective
Conan”; aos que acompanham este, é parte da estrutura de episódios e foram
estes que catapultaram a popularidade de “Magic Kaito” e seus personagens - aqui
foi feito isso, um crossover entre animes do mesmo universo (todos eles já foram
retratados dentro do Conan) nos episódios 06, 10/11, 16 e 21 no caso desta
animação. Uma grata surpresa vinda do estúdio, ciente desta ligação das duas
séries, sendo um charme a mais na série de TV. Vale citar que a interação do
universo de “Magic Kaito” se deve demais à atual obra do mangaká em sua versão
anime e expandindo em outras produções, como em OVAs, filmes e especiais.
Falando de Conan, um fator muito
curioso ocorreu durante a exibição de “Magic Kaito 1412”, aliás, dois: o anime
do ladrão mágico esteve presente entre as dez séries mais assistidas por 21
semanas consecutivas e depois em seu último episódio, favorecendo a animação
que viria depois – adivinhem qual... “Detective Conan”, ou vai dizer que não
houve certo interesse do pessoal do Japão em acompanhar as duas crias do Gosho
Aoyama?! Não é todo dia que presenciamos duas séries do mesmo autor no ranking
da TV Japonesa, então pode comemorar porque isso é raríssimo de suceder. Outro
ponto positivo foi a respeito das vozes do Kaito e do Inspetor Nakamori, que
tiveram os mesmos dubladores que atuam em “Detective Conan”: sem eles, parte da
mágica da série perderia a graça - pena que não houve o mesmo no restante do
elenco, mas ainda assim o resultado é deveras simpático e agradável de se
ouvir. Afinal, há animes que ao ganharem uma nova versão costumam mudar o
elenco de dubladores e o máximo que pode ser mantido são os principais
personagens, portanto, não estranhem se isso acontecer. São os ossos do ofício
em animações...
A série contou com dois temas de
abertura e dois de encerramento, que retratam o tom mágico e jovial da obra; “Kumi no MatsuSekai” do
LAGOON e “Ai no Scenario”
do CHiCO with HoneyWorks foram as aberturas usadas. “WHITE OF CRIME” do
REVALCY e “Koi no Jumyou"
do Galileo Galilei serviram de encerramento, todas com um ritmo que se encaixa
no perfil que a animação oferece a quem a acompanhou.
Para um anime que foi o primeiro mangá serializado do Aoyama, “Magic Kaito” teve mesmo muita sorte por estar presente em sua obra atual e ter obtido duas adaptações animadas em tão pouco tempo. São raras as chances de um personagem ter tanta atenção, portanto, “Magic Kaito 1412” é a oportunidade para conhecer mais de Kaito e companhia e quem sabe, apaixonar-se por um enredo simples, simpático e mágico no seu ser e estar. Aos desavisados, não é preciso ver os OVAs ou assistir “Detective Conan” pra ver esse anime, basta apenas seguir na magia de Kaitou Kid e quem sabe, acompanhar seus brilhantes roubos e o encantamento de um ladrão mágico, ou como costuma ser chamado... o Mago do Luar...
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Havia conhecido o protagonista vendo DTC e quando soube dos Ovas fui logo assistir, mas nao havia tido tanta participaçao do Conan...Fato diferente dessa série de Tv...E que inusitadamente, ou nao, considerando que foi feita por um grupo um tanto diferente, o pequeno detetive até que aparece bastante...Só que um pouquinho mais "abusado" de como ele costuma ser de fato, na sua serie... (levo esse tipo de coisa tao afundo que assisti os episodios DTC e logo em seguida as suas respectivas readaptaçoes na série 1412 ).
ResponderExcluirBem, deixando o meu obvio favoritismo de lado, Magic Kaito tem realmente algo de muito especial e pude sentir a tal "magia' que emana. Simples e agradavel. Muito bom.