7 de fevereiro de 2014

X-10: Dez animes curtos de 2013








E voltou! De novo! Após passado um ano desde a última lista a seção X-Dez retorna com o mesmo tema da edição anterior, citando os dez melhores animes curtos do ano que se passou.



Explicações? Claro que nunca cheguei a abandonar de vez esse tipo de post, o mais bem sucedido do Animecote junto com os podcasts. Mas, montar essas listas gasta um tempo considerável, tempo esse que não tenho conseguido mais ter não só por conta de meu trabalho estar exigindo mais de minha atenção (esse detalhe dá para contornar), mas principalmente porque passei a preparar vários outros tipos de materiais para o blog, e isso fez com que eu não tivesse como montar, regularmente, um único post falando sobre dez animes que tenham algo comum entre si. E nada mudou: é que o estilo das animações desse tema ajudou para que a lista fosse feita até que rapidamente, porém preciso realmente revisar minha rotina aqui no Animecote caso queira que a seção X-Dez volte a aparecer mais vezes.

Enquanto isso, trago os que considerei os dez melhores animes curtos de 2013 (excluindo continuações diretas), em um novo esforço para dar algum realce a essas animações que, justamente por serem pequenas, acabam com frequência sendo ignoradas por muita gente - um preconceito tolo. Só de olhar as imagens você perceberá que o moe está, assim, impregnado nessa lista; mas é que 2013 teve de fato um número absurdo de animes que apelaram para essa ferramenta, principalmente no início do ano. Ele se espalhou para todo canto, desde o escritório de uma editora de mangás ao topo de montanhas, tendo ainda a audácia de até retratar de maneira cômica e bonitinha o dia-a-dia de duas irmãs tão pobres, mas tão pobres, que para elas comer carne é um sonho! Triste, mas, minha nossa, que traços fofinhos!

Pelo menos metade dos títulos não conseguiu escapar dessa sina, contudo temos alguns sobreviventes que apresentaram imunidade a essa fórmula, e tanto policiais vindos do inferno, quanto infernais contos de terror são algumas das opções disponíveis para quem quiser escapar um pouco dessa tendência – só um pouco, porque o cerco moe é inevitável!! Indo desde irmãzinhas esquisitinhas a sereias bagunceiras e aventureiros malucos, temos aqui 174 episódios em 10 animes que, juntos, chegam a 10 horas e 46 minutos de duração – nesse mesmo intervalo você veria somente 32 episódios de tamanho normal. Quantidade não é qualidade? Pode ser, mas se colocarmos um “Coppelion” ou “Meganebu!” da vida no meio a situação se modifica...


Enfim, a seção X-Dez voltou, e torço para que seu próximo tema não seja logo sobre os melhores animes curtos de 2014... De todo  modo, ainda há no final da lista uma enquete perguntando sobre quais são seus tipos de posts preferidos no Animecote, com o intuito de mudar (ou não) o rumo atual do blog - no meu caso, ao menos. Você pode votar em até três opções.





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Aiura


De onde saiu: Mangá, 5 volumes, em andamento.

A história: É mostrado o dia-a-dia de Ayuko, Saki e Kanaka, três estudantes novatas do ensino médio.

Duração: 12 episódios de 4 minutos cada = 48 minutos.


Na lista do ano passado de dez animes curtos de 2012, "slice-of-life" de garotas estudantes teve um bom número de representantes; contudo, os títulos que indiquei fugiam do padrão ao ter personagens não tão inocentes e tampouco delicadas. Já aqui a lista pode começar com mais um anime desse subgênero, porém voltamos a um ambiente tranquilo, aconchegante e mais inocente.

Exibindo uma animação com cenários de cores quentes e traços até que singelos, contudo charmosos e de qualidade muito acima do que normalmente se vê em animes desse tamanho, 
"Aiura" lhe convida a acompanhar a rotina da doce Ayuko ao lado de suas novas amigas Kanaka e Saki, respectivamente as boke e tsukkomi do grupo. Apelando com um "character design" bastante fofo e redondinho (além de dar um curioso e constante destaque às coxas delas, o que até resultou em vários doujinshis com esse fetiche, mas ignoremos isso), o que se tem aqui basicamente são diálogos desse trio e outros personagens coadjuvantes serem formados por piadas abundantes em réplicas inteligentes e, muitas vezes, um longo silêncio que é mais engraçado e efetivo do que qualquer palavra. 

A séria Saki tem de aturar a palhaça da Kanaka e suas ideias idiotas (como querer se tornar capitã de um clube qualquer somente para ser chamada de capitã), e de vez em quando até a serena Ayuko acaba sendo alvo de suas brincadeiras; mas, ao contrário das líderes geralmente sonsas e burrinhas desses animes, ela sabe se defender de maneira muito graciosa e sagaz - mas de todo modo aconselho a nunca fazer muitas perguntas a Kanaka, senão só lhe dará mais corda ainda às baboseiras que fala! Usando frases curtas e rápidas, "Aiura" conserva o humor ágil das tirinhas 4-koma do qual é adaptado, formato onde é possível encerrar uma boa cena sem falar nada ou simplesmente dizendo o mínimo possível. Afinal, como reagir ao ver uma certa tonta se fingindo de morta na frente de sua casa? Simples; ignore, finja que não viu, passe por cima dela e continue andando... (mas se ela se atrever a fazer isso de novo, aí pode bater nela à vontade!)


Seiyuus: Ayuko e suas amigas são novatas no ensino médio, e de certo modo suas dubladoras também; Nakajima Yui, Yuuko Iida e Nao Tamura tiveram aqui seus papéis de estreia nesse ramo, e chega a ser prazeroso ouvir garotinhas estudantes de vozes tão, tão... Normais, sem os típicos tons agudos exagerados e infantis. Repare especialmente na voz um pouco mais madura de Ayuko, madura sem deixar de soar atraente e feminina. Atualmente, a sua dubladora, Nao Tamura, obteve seu segundo papel no anime "Log Horizon", enquanto Yuuko Iida (Saki) se encontra em "Witch Craft Works".

Steve Jobs?: Sim, você viu ele na música de abertura, enquanto as meninas falam sem parar sobre caranguejos. A ideia mais aceita para isso é que se trata de um trocadilho entre as palavras caranguejo e câncer, pois o animal é o símbolo astrológico desse signo - e Steve Jobs morreu em 2011 justamente por conta de um câncer no pâncreas. Achou de mau gosto? Totalmente compreensível, mas convenhamos que a piada foi - visualmente - bem feita...



Boku no Imouto wa "Osaka Okan"








De onde saiu: Série de livros que "ensina" a lidar com pessoas de Osaka.

A história: Há dez anos Kyousuke Ishihara não via a sua irmã, Namika, que durante esse tempo morou em outro lugar por questões familiares. Agora que estão vivendo sob o mesmo teto novamente, Ishihara descobre que ela se tornou uma enérgica e excêntrica garota de Osaka.

Duração: 12 episódios de 3 minutos cada = 36 minutos.


É provável que em algum anime você já tenha percebido que certo personagem, geralmente alguém que conversa alto, faz piadas e é bastante agitado, falasse de uma maneira afetada, parecendo um sotaque carregado mesmo que, no fim, você realmente não entendesse a língua e não soubesse indicar com exatidão as diferenças que havia em seu modo de se comunicar. O Kero de "Cardcaptor Sakura" fala assim (mas na dublagem em português tiraram isso), a moreninha Kaolla de "Love Hina" também, e o Espanha de "Hetalia Axis Powers" e até o elenco inteiro de "Lovely Complex" são outros bons exemplos. Nos três primeiros, é só para deixar os personagens mais caricatos, pois sequer são dessa região, mas o caso de "Lovely Complex" se explica pelo fato de a história do anime se passar em Osaka, província que se localiza na região de Kansai e que possui um dialeto bem forte e distintivo.

Clichê comum em animações e na TV japonesa em geral, a verdade é que a região de Kansai tem um modo peculiar de falar em toda a sua extensão, que ainda abriga províncias como Kyoto, Nara e Wakayama; porém, Osaka se tornou o "vilão" e muito parodiado por conta da popularidade obtida por seus comediantes na década de 90, que usavam seu linguajar exageradamente em apresentações como a clássica dupla "Boke e Tsukkomi", originada nesse lugar. Hoje se tornou um estereótipo, seja em animações ou séries live-action, para montar personagens "bobalhões", que estão sempre alegres e inquietos - mas não é só o dialeto de Osaka que virou um lugar comum; Kyoto é outra província que tem seu sotaque muito usado em um certo tipo de papel em animes, em específico o de mulheres de comportamento refinado, devido a sua sonoridade mais suave e feminina. 

E "Boku no Imouto wa "Osaka Okan"" brinca exatamente com isso. Vindo de um "guia" de livros que satiriza e na teoria ensina a como lidar com as pessoas dessa província, a sorridente protagonista Namika Ishihara é uma retratação espalhafatosa que apresenta em pequenas esquetes um comportamento bastante estereotipado. Não só são feitas piadas a respeito do modo de falar dela (troca de honoríficos e nomes esquisitos e diferentes para as mesmas coisas, por exemplo), como ainda é dado destaque a pequenas manias que, segundo sua fonte muito confiável, parecem ser exclusivas do povo de Osaka. Você sabia que eles gostam de assistir televisão falando sozinhos com ela? E que adoram perguntar a qualquer um sobre o preço do que acabaram de comprar, bem como gostam de se exibir quando conseguem algo a um preço baixo? Ah sim, eles adoram pechinchar também, e por isso não aconselho a abrir uma loja em Osaka, senão correrá risco de ir à falência! E tenha cuidado; se pedir uma garota de Osaka em namoro e ela disser "Vou pensar a respeito", esquece, pois significa que você levou um fora! Elas gostam de rapazes engraçados, a propósito, tenha isso em mente...

E é assim, em 36 "lições" (2 a 4 por episódio), numa animação pobre em flash e com "sumários" cômicos ao final da cada episódio (onde Namika canta na banheira uma letra que resume tudo o que aconteceu durante o dia), que "aprendemos" como esse povo é, digamos... Louco? Bizarro? Excêntrico? Talvez carismático e único seja a melhor e mais educada definição, porque, independente de clichês, no Japão eles são conhecidos por serem calorosos e sociáveis em um nível maior do que o japonês comum. Namika mostra isso muito bem, com seu jeitinho simpático e animado, e dublada com muita energia por Asumi Kana - que não é de Osaka, é bom deixar claro! Quanto a Kyousuke, ele pode suspirar e ter dores de cabeça por causa de sua irmãzinha - e passar muita vergonha em público graças a ela... -, mas certamente sua vida ficou mais interessante ao ter alguém tão radiante ao seu lado. Alguém que usa onomatopeias durante uma conversa e que tem o mau costume de indicar um caminho a um estranho mesmo não sabendo do que está falando, mas, fazer o que, parente não se escolhe...


Pseudo-incesto? Não, não e não: É até aliviador notar como "Boku no Imouto" mostra uma relação comum entre os irmãos Namika e Kyousuke, sem aquele terrível hábito de fetichizar a interação dos dois. Os únicos momentos em que ocorre algo do tipo é na introdução, onde Kyousuke sempre dá um resumo de sua situação e Namika termina falando algo geralmente pervertido. Ao menos, isso não faz parte das historinhas em si do anime, se tornando um fanservice isolado.



Inferno Cop








De onde saiu: Animação original.

A história: Seguimos a jornada de Inferno Cop, um policial vindo do inferno em busca de justiça com o intuito de proteger a cidade de Jack Knife Edge, enquanto busca vingança pela morte de sua família nas mãos da organização secreta Southern Cross.

Duração: 13 episódios de 3 minutos cada = 39 minutos.


Fundado em 2011 pelos ex-funcionários do Gainax Hiroyuki Imaishi (diretor de "Tengen Toppa Gurren Lagann" e "Panty & Stocking with Garterbelt") e Masahiko Ohtsuka, com apenas um ano de vida o estúdio Trigger trouxe essa pequena "obra-prima" toda improvisada e tosca que virou rapidamente um meme pela internet. Após isso veio com o simpaticíssimo curta "Little Witch Academia", que de tão bem sucedido conseguiu uma continuação para esse ano graças a uma ação no Kickstarter que, em poucas cinco horas, arrecadou os 150 mil dólares necessários para a produção, e ao final obteve 625 mil. Por fim, sua primeira série de TV segue em exibição, "Kill la Kill", anime que não chega a ser ruim, porém sofreu demais com expectativas altas e comparações devido ao passado de seus criadores.

Mas voltemos aos passos iniciais e modestos do estúdio, de onde surgiu o policial mais infernal, imbatível e insano da história dos animes! Em uma mistura mal feita de animação com live action, além de personagens em recortes que são reaproveitados em diversos papéis, "Inferno Cop" é uma grande zoeira, uma pequena produção sem compromisso que serviu mais como experimento ao Trigger, que certamente não esperava uma aceitação tão grande para algo tão retardado. Parodiando de cartoons a animes, vemos esse policial invencível em uma jornada grotescamente aleatória e absurda, que vai desde enfrentar um bebê monstro a uma infestação de zumbis no futuro, viajando em seguida ao passado para se deparar com dinossauros (isso depois de ele se tornar um ciborgue) e chegando até a se encontrar com Deus! - sendo que todos esses acontecimentos extraordinários são narrados por uma voz completamente indiferente e monótona.

Os diálogos são ou sem emoção, ou exageradíssimos, três dubladores sozinhos são responsáveis pelas vozes de 34 personagens (sejam homens ou mulheres), os previews não passam de improviso e brincadeiras durante a gravação... E a comédia, no geral, é com frequência crua e grosseira. Mas considerar isso tudo como algo negativo também seria grosseria de minha parte; "Inferno Cop" é uma babaquice épica, onde é possível ver tanto uma corrida ao estilo "Corrida Maluca" na qual reaproveitam de modo bisonho os recortes de veículos e personagens anteriores, quanto testemunhar um Inferno Cop modificado em carro fugindo de um Cerasauloarupenatopritex no Período Cretáceo! Imune a balas, a organizações criminosas secretas e a fogo (óbvio), essa animação é um vislumbre da criatividade e bizarrice que eram tão comuns no Gainax de anos atrás - estúdio que hoje esboça um retorno a suas raízes considerando os projetos anunciados para 2014, mas vá saber se isso dará certo sem os animadores de antes.


Continuação? : Mais que um rumor, é praticamente uma certeza. A página do anime no Twitter foi nomeada em outubro para "Inferno Cop 2", e o perfil não oficial do Trigger (de um funcionário) informou que há a possibilidade de isso ocorrer depois do término de "Kill la Kill". Levando em conta a inesperada recepção calorosa que teve, deve ser uma questão de tempo até oficializarem uma sequência.



Mangirl!








De onde saiu: Mangá, 3 volumes, em andamento.

A história: Quatro garotas tentam publicar uma nova revista de mangás, mesmo sem ter experiência alguma no ramo.

Duração: 12 episódios de 3 minutos cada = 36 minutos.


Formada por uma editora-chefe avoada - cujas habilidades não condizem com sua imensa força de vontade – uma assistente-chefe e mais duas funcionárias, a revista que elas tentam montar existe de verdade; a shounen Comic Earth Star foi lançada em abril de 2011 e publica "Mangirl!" desde sua primeira edição. Dela saiu outro anime que aparecerá no final desse post, "Yama no Susume", e um que surgiu no "Dez animes curtos de 2012", "Teekyuu". E, grande surpresa, também é dessa fonte um tal de "Pupa", obra cuja animação está sendo exibida atualmente e que, bem, é horrível demais...

Enfim, o moe é capaz de tudo, inclusive fazer quatro meninas bonitinhas e amadoras cuidarem de uma revista e ainda terem sucesso nisso! Chorem, rapazes de "Bakuman." que penam apenas para serem aceitos e manter um mangá em publicação; aqui elas seriam seus superiores! A editora-chefe Sasayama Hana mal sabe o que é um "storyboard" e muito menos tem noção do processo de criação e revisão de uma história; uma das funcionárias foi contratada após ser atraída à sala da revista com a ajuda de uma fila de doces e salgados no chão; e a única que sabe um pouco do que está fazendo é uma fujoshi autora de doujinshis com passado negro sempre citado, mas pouco explicado. Contudo, isso pouco importa: elas falham, tropeçam, cometem gafes (mas 80% das vezes é culpa da Hana, sejamos justos com o restante do elenco) e possuem um orçamento baixíssimo, porém no fim tudo acaba dando certo e de modo quase que milagroso, seja conseguirem num piscar de olhos todos os autores necessários para dar início a revista ou aprenderem rapidamente algum dos processos e truques usados no tratamento da mesma. Começar uma revista nova é difícil, como dizem em alguns momentos, mas digamos que o nível de dificuldade para elas está mais próximo do "Very Easy", na verdade...

Só estou dando uma de chato mesmo, pois "Mangirl!" é muito bom naquilo que propõe: trazer um quarteto de garotas fofinhas fazendo coisas fofas também, porque em nenhum outro lugar você verá alguém realizando hora extra no escritório usando pijamas em forma de animais. E esse anime possui uma dupla respeitável para executar tal tarefa; não só o estúdio Dogakobo tem se afeiçoado em produzir animações moe com "character design" caprichadinho que é um colírio para os olhos (de exemplo temos "GJ-bu", "Love Lab" e "Mikakunin de Shinkoukei", isso somente de 2013 para cá), como o autor dos traços de "Mangirl!", Yasu, é alguém cujo estilo é conhecido por ser bem meigo e atraente, sendo que ele ainda foi criador original do "character design" de "Joshiraku" e "Toradora!". Mas é admissível imaginar que, no fim, essas obras recentes que Dogakobo vem adaptando realmente se sustentem mais por conta desse fator, o visual e sua pegada moe, visto que em outros pontos acabam se tornando um tanto precários – "Mangirl!" não escapa disso ao ter um humor um tanto fraquinho, baseado muito na fofura das meninas para ser engraçado, e talvez eu só excluiria "Love Lab" nesse caso.

De todo modo, "Mangirl!" ao menos tem junto a esses traços redondinhos um conteúdo interessante e "didático" a respeito da edição de mangás; não é um "Bakuman." da vida, lógico, mas aprendemos com as garotas pequenos truques do ramo, seja sobre como o estilo de uma fonte interfere na expressão de uma frase dita pelo personagem, ou então o processo ao qual são passados os manuscritos na última revisão antes de serem impressos. Elas realizam viagens de campo (a baixo custo e confiando em carona) para pesquisa de material, ajudam uma mangaká cuja assistente ficou doente, lidam com caprichos diversos de seus autores... Vai, pelo menos esse gracioso quarteto é esforçado, no mínimo. Mas quem dera tudo fosse tão fácil assim de se conseguir em poucos 3 minutos, não é, Ashirogi Muto?



Miyakawa-ke no Kuufuku









De onde saiu: Mangá, 1 volume (não há certeza), em andamento.

A história: "Spin-off" de "Lucky Star" centrado nas irmãs Hinata Miyakawa e Hikage, que levam uma vida pobre devido aos gastos otakus desnecessários feitos pela irmã mais velha, Hinata. 

Duração: 10 episódios de 5 minutos cada = 50 minutos.


O lado moe da pobreza!

Se preferi não colocar nessa lista "Teekyuu 2" e "Yondemasu yo, Azazel-san. Z" por se tratarem de continuações diretas, abri exceção para "Miyakawa-ke no Kuufuku" e outro que virá logo mais, "Puchimas!", porque julgo que podem perfeitamente serem vistos sem precisar dar uma olhada no material de origem do qual são "spin-off" - no máximo, se perdem algumas piadinhas internas e referências, mas nada que atrapalhe ou aborreça tanto. Hoje meio datado e esquecido, "Lucky Star" fez grande sucesso por um bom tempo com sua esquisitinha líder otaku dublada pela "saudosa" Aya Hirano, e as protagonistas de "Miyakawa" são duas personagens coadjuvantes do anime de 2007.

Antecipei que esse post seria infestado pelo "movimento" moe (culpem principalmente a temporada de inverno), algo que não ocorreu com a lista de 2012; entretanto, o mais surpreendente é ver como ele é capaz de ser inserido em qualquer tema e mudar completamente a visão que temos dele. Acima tem as editoras bonitinhas de uma revista, abaixo verão "cute girls doing cute things" nas montanhas, e aqui "Miyakawa" lhe mostrará como até a situação quase miserável de duas lindinhas irmãs, tão pobres que comer carne é um sonho, pode ainda ser retratada de maneira engraçadinha e afável para os olhos. Tolos são aqueles que permanecem subestimando o moe!

Tudo bem, pode sentir raiva de Hinata, e não só por causa de sua vozinha arrastada e irritante: alguém que reduz à metade as despesas com comida para poder comprar mais doujinshis e jogos, e que pede à irmãzinha para se contentar com mingau o resto do mês, não merece defesa alguma. Hikage se esforça para segurar o pouco que ganham, tanto do salário de Hinata quanto do que recebem de auxílio do governo; faz as contas de todos os gastos, considera alimentos como natto e morango itens de luxo, e abusa da criatividade para improvisar nas refeições com o que tiver na geladeira; mas de nada adianta se, no fim da tarde, sua irmã aparece com uma sacola da Toranoana cheia de doujinshis - e três cópias de cada, óbvio, pois pela regra otaku uma serve para ler, outra para guardar e a última para emprestar e divulgar o material. É tão jovem, mas percebe-se que a inocência da infância é superada pela dura realidade quando tem-se mais medo de uma torneira, pingando à noite, não por conta do som parecer assustador por ter acabado de falar sobre fantasmas, mas sim porque isso aumentará a conta de água no final do mês!

E nesses 10 episódios se verá basicamente isso, uma pobre garota do fundamental passando por apuros financeiros graças ao hobby caro da irmã mais velha. É uma comédia criativa, maldosamente engraçada em vários momentos, mas claro que às vezes fica difícil não sentir certo desconforto e indignação com o que ocorre, principalmente quando vemos, por exemplo, uma menina gritar para a irmã que preferiria ter ganho comida ao invés de um doujinshi (mesmo porque não vai ser ela que o lerá) ou ser atazanada pelo colega de classe somente por ser pobre. É de apertar o coração - não a carteira porque ela já está vazia mesmo -, porém Hikage deveria agradecer por, pelo menos, não colocarem a protagonista de "Lucy Star" Konata como sua irmã; nesse caso, ela não teria sequer broto de feijão para almoçar!

E fica a dica: 1 segundo usando o secador na temperatura quente equivale a 15 segundos na fria.



Namiuchigiwa no Muromi-san









De onde saiu: Mangá, 9 volumes, em andamento.

A história: Mukoujima Takurou é um adolescente que gasta boa parte de seu tempo pescando, e em um dia qualquer fisga Muromi, uma sereia. Desajeitada, barulhenta e um tanto burrinha, Muromi passará a interferir sempre que possível no hobby de Takurou, seja com conversas inúteis ou trazendo um ou outro de seus conhecidos.

Duração: 13 episódios de 12 minutos cada = 2 horas e 36 minutos.


Se os demais animes da lista que possuem algum teor moe não são assim tão contrários ao que aparentam, "Muromi-san" acaba sendo uma exceção ao ter um "character design" tão delicado e chamativo, além dos cenários coloridos suavemente, aliados a piadas gratuitas e baratas. Quando o primeiro episódio termina com Muromi pedindo ao Takurou (ou Takkun, para ela) fertilizar suas ovas, é aí que notamos a que níveis baixos o anime tentará chegar para causar algumas risadas... E terá sucesso nisso, às vezes.

Não é uma comédia romântica, bom esclarecer; Muromi e seu forte sotaque hakata (dialeto da região de Fukuoka, e inclusive a seiyuu Yukari Tamura é de lá) até pode mostrar em alguns momentos que tem fixação pelo rapaz, porém sensato como é ele prefere mil vezes permanecer ao lado de sua vara de pescar - uma pena que agora essas horas de sossego tenham se transformado em discussões e confusão envolvendo sereias e outras criaturas míticas. De amigas da mesma espécie mais musculosas e morenas, esbeltas, inocentes ou, digamos, "bem avantajadas", Takurou também conhece seres como o terrível Yeti, que aqui é uma garotinha que perde toda a compostura se você afagar suas orelhinhas; a Harpia, que não se parece em nada com a versão selvagem da mitologia grega, e na verdade é apenas um pássaro criança de memória curta que tenta a toda hora devorar Muromi; o feroz Leviathan, transformado em uma sereia  mais musculosa do que qualquer um que estiver lendo esse texto; e tradicionais criaturas do folclore japonês, como kappas e tsuchinokos. Eles vêm, atrapalham Takurou, contam suas histórias, fazem suas piadas, usam o garoto como ponto de encontro, e vão embora depois de mais um dia agitado: em resumo, é assim que se segue a maior parte dos episódios.

"Muromi-san" por vezes se torna meio exagerado e abusivo no humor, jogando na sua cara peitos imensos que esticam igual borracha ou cenas semelhantes de gosto discutível. Em outras ocasiões a comédia é somente um tanto bruta, mal lapidada, e por fim há aqueles instantes onde as piadinhas se tornam bem mais refinadas e leves – enfim, é irregular, com episódios ora inspiradores, ora desastrosos. O anime se dá o direito de explorar tantos tipos de comédia que não será difícil achar graça de algum punhado de cenas – isso ao mesmo tempo em que torcerá o nariz e fechará os olhos para outras. Testemunhe o martírio de Takurou na companhia de sereias que vivem há tanto tempo que interferiram em tudo que é evento ocorrido na Terra, desde a Inquisição até a Guerra de Troia (mas é curioso como Muromi, mesmo assim, ainda parece uma adolescente desajeitada qualquer...), mas tenha em mente que o resultado final disso lhe poderá ser bem aquém do que se poderia supor de uma sinopse tão sem noção - porém admito que presenciar uma sereia andar de skate foi, tipo, totalmente inesperado...



Puchimas!: Petit iDOLM@STER









De onde saiu: Mangá, 5 volumes, em andamento.

A história: "Spin-off" do jogo e anime "THE IDOLM@STER", que continua a ter o dia-a-dia da agência 765 Production como cenário, contudo agora as idols passam a conviver com versões miniaturas de si mesmas, conhecidas como Puchidols.

Duração: 64 episódios de 2 minutos cada = 2 horas e 8 minutos.


O segundo anime de maior duração da lista terá, por outro lado, o segundo texto mais curto; isso se deve à dificuldade de alongar muito sobre seu pouco conteúdo sem acabar soando repetitivo, restando unicamente dizer que ele é de uma fofura de proporções imensuráveis, absurdas, quase que inimagináveis e criminosas!

Escrevi antes que "Miyakawa" e "Puchimas!" poderiam ser vistos sem problemas mesmo que  a pessoa não tenha assistido as séries das quais são spin-off, "Lucky Star" e "THE iDOLM@STER", respectivamente. Mas, se "Miyakawa" é realmente independente de sua fonte, "Puchimas" não chega a ser tanto porque as personagens principais são as mesmas em ambos os animes. Isso pode atrapalhar não unicamente nas esporádicas piadinhas internas, como numa melhor apreciação de todo esse ambiente adorável, no qual as garotas recebem contornos mais suaves e infantis e ganham versões chibis que sabe-se lá de onde vieram (são, assim, achadas na rua ao acaso e levadas para a agência, que nem bichinhos de estimação...). Mas, tirando esse detalhe, sobra um anime extremamente moe com uma comédia bem simples e direta – e que pode, no fim, causar curiosidade em alguns para ver a série de TV principal, a de 2011.

Baseado em uma série de jogos cujo objetivo é ser o produtor e cuidar de uma agência de idols (jogos esses que em seguida se espalharam para tudo que é mídia), a animação tem mais de uma dezena de protagonistas, junto a outra dezena ao estilo chibi que mal fala e é cheia de trejeitos meigos – praticamente, são crianças, quase que bebês. E, ao invés de dramas comuns inerentes ao mundo artístico, como rivalidade, superação e perda de confiança, o que se tem no lugar são historinhas bobinhas como viagens a inúmeros lugares (tipo um Brasil jurássico(!) ou uma ilha tropical no meio do nada...) e muitas brincadeiras e bagunça na sede da agência 765 Production. De comilonas a caladas, espevitadas a esnobes, e mais sapecas ou inteligentes do que dá a entender a aparência, essas coisinhas minúsculas que só sabem fazer sons estranhos são de uma doçura tremenda, e digo isso sequer sendo um fã do anime original, que achei muito mais ou menos.

Está enjoado de tanto moe? E olha que nem acabou, vem mais por aí...


Continuação: Está prevista uma já para a próxima temporada, a de primavera.

Um pouco mais: Em "Dez animes no mundo da música" citei "THE IDOLM@STER", e talvez tenha sido um pouco duro demais com ele – mas é fato que o anime não tem nada de extraordinário. 


Senyuu.









De onde saiu: Mangá, número de volumes desconhecido, em andamento.

A história: A aventura se passa em uma terra fantástica onde um buraco gigante aparece e dele saem vários demônios, havendo a chance de que Rchimedes, o Rei Demônio, também esteja livre após mil anos. Para combatê-lo, o rei dessa terra decreta que os descendentes de Creason - herói que selou essa criatura - devem derrota-lo novamente, e assim 75 pessoas se apresentam como tais. O anime segue a jornada do Herói número 45, Alba, ao lado de Ross, um guerreiro do palácio real incumbido de monitorá-lo.

Duração: 13 episódios de 5 minutos cada = 1 hora e 5 minutos.


Iniciado no formato web comic em 2010 e estreando no mesmo ano na revista Jump Square, "Senyuu." é uma daquelas comédias pastelão abundante em humor gráfico, usando como plano de fundo uma aventura heroica sem rumo nem pudor. Dublado muito bem por Hiro Shimono (ou seja, um perfeito loser, estilo de papel que esse seiyuu mais faz), nosso franzino e baixinho herói Alba realiza uma jornada ao lado de seu fiel (ah tá) companheiro Ross com o intuito de encontrar e derrotar o terrível Rei Demônio Rchimedes – nem que estejamos falando aqui de uma loli de cabelos rosa chorona, que libertou milhares de demônios enquanto preparava pipoca...

Para que inimigos, quando aquele que deveria ser seu escudeiro lhe golpeia ou esfaqueia por trás, e ainda mostrando um largo sorriso maldoso no rosto e ganhando XP com isso? Enfrentar demônios é complicado, especialmente quando as cavernas “obscuras“ tem fila para entrar, sem falar que também não é muito fácil seguir com sua aventura após ser injustamente preso pela acusação de haver arrancado as roupas de uma loli... De humor bem satírico e ácido que quebra a quarta parede com frequência, “Senyuu.“ segue com uma sucessão frenética de eventos aleatórios parodiando desde elementos básicos de fantasia e RPG a outros animes aqui e acolá, isso conforme apresenta um personagem esquisito atrás do outro (tipo um cavaleiro lolicon ou um gato sadomasoquista) e transforma tudo em uma grande “party“ bagunçada e desconexa – talvez só o narrador não se divirta muito nisso, pois nos últimos episódios ele fica tão preguiçoso que nem se importa mais em fazer seu trabalho corretamente; mas compreenda que deve ser chatíssimo ter de recontar a premissa do anime no início de cada episódio, logo o melhor mesmo é mandar de uma vez o espectador ler o resto da história nas tirinhas online.

Muitas reviravoltas inúteis, um protagonista herói tsukkomi que chega a perder a voz de tanto replicar os outros - o que é desnecessário já que ninguém lhe ouve, ou lhe respeita ou sequer percebe sua presença -, e uma comédia nonsense que se aproveita ao máximo da agilidade desse formato, narrando em uma hora o enredo mais consistente dessa lista - ainda que seja um enredo totalmente idiota.


Continuação: Já teve uma. "Senyuu. 2" foi exibido no mesmo ano, 2013.



Yama no Susume








De onde saiu: Mangá, 5 volumes, em andamento.

A história: Quando mais jovem, Aoi Yukimura e Hinata Kuraue subiram juntas, com o pai de Hinata, uma montanha e puderam vislumbrar do topo o nascer do sol, prometendo que um dia retornariam para presenciar tal espetáculo.

Contudo, agora no ensino médio, Aoi perdeu contato com Hinata e tem medo de altura, devido a um pequeno incidente. Mas, ao se reencontrar com sua amiga na mesma sala de aula, Hinata se esforçará para que Aoi supere o medo e tenha novamente interesse por montanhas, para que assim possam cumprir a promessa que fizeram anos atrás.

Duração: 12 episódios de 3 minutos cada = 36 minutos.


Outro anime de garotinhas que apela para um visual muito moe - além dos lindos e vivos cenários - para prender o espectador. Digo isso porque, ao contrário de "Mangirl!", "Yama no Susume" sequer se atreve a ter a comédia como um de seus atributos; o foco aqui é ser apenas um inocente e doce "slice-of-life" de estudantes, que mostra de modo superficial e rápido algumas curiosidades acerca de montanhismo e alpinismo.

E não pense que os dois são iguais: o alpinismo já seria uma atividade mais profissional, para montanhas acima de 2,500 metros. Dessa forma, para os desavisados chegará a ser até estranho quando virem que o primeiro "obstáculo" enfrentado pela animada Hinata e a tímida Aoi é uma colina de poucos 197 metros! E elas ainda usam rotas para turismo! Porém, "Yama no Susume" não se preocupa em ser muito detalhista e verossímil como já é de se imaginar, mesclando técnicas e equipamentos de ambas as atividades, como mostrar as garotas aprendendo e usando acessórios que de forma alguma precisariam para o montanhismo, por exemplo - em resumo, comete uma grande confusão, mas você não está aqui para aprender a subir montanhas, está?

Feche os olhos para isso, e se deleite com uma animação tecnicamente acima dos padrões mesmo para animes de tamanho normal, junto a uma dupla de protagonistas lindinhas e ingênuas. Aoi é reclusa, tem medo de altura, e falar com alguém desconhecido lhe é um grande desafio, mas aos poucos a companhia da agitada Hinata lhe dá forças para fazer novas amizades (outras garotinhas amantes de montanhismo/alpinismo o que for) e ser mais comunicativa. E, nesse processo, nos é ensinado ligeiramente algumas trivialidades como as diferenças entre os vários tipos de sacos de dormir, os utensílios usados para cozinhar em altitudes elevadas ou, simplesmente, como montar uma tenda - elas aprendem tudo isso, mas não creio que precisarão desse conhecimento para subir um pico que recebe a visita até da mãe com sua filhinha...

O moe alcançando alturas maiores! Mas nem tão grandes assim, por enquanto.


Continuação: Pessoalmente, considero "Yama no Susume" o título mais fraquinho das lista que lhes apresentei, mas as boas vendas de mídia mostraram que o público aprovou a junção de moe e montanhas. Os números obtidos não seriam suficientes para garantir a sequência de uma série de tamanho normal, mas para um anime que, juntando os 12 episódios, não chegam a 40 minutos no total, eles foram excelentes. A segunda temporada está prevista para julho desse ano, e dessa vez terá 24-26 episódios de 15 minutos de duração cada, o que dá 10 vezes mais do que foi visto aqui! Parece que agora conseguirão tempo para subir uma montanha de verdade, sem ter de usar rotas turísticas...



Yami Shibai








De onde saiu: Animação original.

A história: Toda semana no final da tarde, em um parquinho, um velho homem aparece com seu kamishibai em cima de uma bicicleta para narrar às crianças curtas histórias de terror baseadas em mitos e lendas urbanas japonesas.

Duração: 13 episódios de 4 minutos cada = 52 minutos.


E para fechar o retorno (quando será o próximo post? E eu sei?!) da seção X-Dez, isso depois de tantas obras agradáveis à vista, trago um anime que, na verdade, em certos momentos poderá fazer você hesitar e pensar duas vezes antes de continuar olhando para a tela do computador...

Kamishibai ("teatro de papel") é uma técnica que surgiu no século XII em templos budistas, onde os monges usavam desenhos em pergaminhos para contar histórias à população, sendo que a maioria delas terminava com lições de moral. Caindo em desuso com o passar do tempo, o kamishibai só veio a ganhar nova popularidade na década de 20 passada, ao ter agora um contador que viajava de cidade em cidade em cima de uma bicicleta, esta equipada com um pequeno palco para encenar suas narrações. Usavam-se placas ilustradas que eram retiradas uma a uma conforme a história avançava, e "Yami Shibai" ("yami", trevas, substituindo "kami", papel) se esforça, e tem grande êxito nisso, para simular tal estilo.

A animação é limitadíssima; vemos recortes de personagens pintados a mão se deslocarem precariamente em cenários estáticos, passando bem a sensação de serem modelos de papel movidos manualmente, principalmente pelo detalhe de haver poucas mudanças em suas expressões. Nessa ambientação, nos são mostrados 13 contos de terror em 13 episódios, onde predomina aquele angustiante método de causar sustos com aparições repentinas de espíritos e vultos. Problemas recorrentes em tramas de terror, "Yami Shibai" não só mostra uma sensível maturidade nos efeitos sonoros - que auxiliam grandemente na construção do ambiente e não se deixam ficar previsíveis -, como os curtos episódios favorecem a evolução de cada conto, não havendo tempo para as rotineiras quedas bruscas de tensão e suspense. Geralmente, uma história de terror não sabe onde e como terminar, e aqui o anime apresenta fórmulas modestas para resolver essa questão, a principal delas a de fechar o conto no clímax, na tragédia maior, deixando o resto a cargo de sua imaginação, que é melhor do que qualquer desfecho forçado e feliz criado por um terceiro.

E é normal haver um sobe e desce de um episódio ao outro, por conta de serem independentes e usarem artifícios diversos para se desenvolverem. O episódio 6 não é nada mais que "trash" e bizarro, ao mostrar uma criatura asquerosa dentro de um trem atormentando um homem cansado de tanto trabalhar; já o episódio no qual um garoto descobre o ritual secreto de sua família, ou outro onde um homem recebe olhares suspeitos de três velhinhos no hospital, apelam mais para o psicológico devido à tensão presente nesses acontecimentos incomuns; e episódios como o da vizinha estranha, ou o da professora na escola durante a noite recorrem, de maneira sacana, para aquelas aparições inesperadas em cantos onde você menos espera - você sabe que vai ter isso, sabe, mas mesmo assim cai no truque e leva um susto! (isso se você não estiver já tapando os olhos com a mão, que nem certo alguém fez em alguns episódios, né...)

Enfim, deixe o quarto iluminado por precaução, garanta o melhor assento após comprar um doce (era prática comum do contador de histórias fazer isso para quem comprava seus produtos) e tenha algumas pequenas lições de como fazer uma história de terror que preste mesmo sem fugir dos clássicos e conhecidos temas do gênero - não se preocupe, em "Yami Shibai" não existe irmãzinhas comedoras de gente...



Continuação: Pouco antes de eu colocar esse post no ar anunciaram uma segunda temporada, prevista já para abril. 

Correção, abril de 2014: a estreia foi adiada para julho desse ano.








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8


Atualização, 24/02/2012: Eu estou realmente surpreso por ver essa enquete recebendo votos até hoje! Ainda a deixarei em aberto, mas agradeço a todos que têm votado nela nesses dois anos, nos dando uma clara noção dos posts mais apreciados por vocês aqui no Animecote.

Segue a porcentagem de votos obtidos por cada seção até o momento:


 X-Dez - 39,10%
 TOP de melhores animes de cada temporada - 23,94%
 Guias de Temporadas - 13,86%
 Resenhas - 7,56%
 AnimecoteCast - 6,72%
 Notas no MyAnimeList dos animes finalizados a cada temporada - 5,04%
 Anime Arte - 2,94%
 Posts especiais variados (Eventos, Premiações, Entrevistas etc) - 0,84%





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4 comentários:

  1. Vou ver tds heuhuehue... Boa postagem (Como sempre),acompanho o site faz um tempo! Mas não paro pra comentar mas a partir de hj vcs vão me ver bastante akie rsrsrsrsrs.
    Dos animes citados só conheço Yami Shibai(Indicação de uma amiga) e senyuu,obg por postar sobre isso,eu estava ontem procurando animes curtos pra ver,até pq eu adorei Recorder to randoseru q só tem 3 min por eps.

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    1. Vlw pelo comentário, Maycon; já é suficiente você visitar o blog, mas não nego que deixar um feedback às vezes acaba sendo mais animador, ha...

      Esse Recorder to Randoseru eu citei na listinha de animes curtos de 2012; gostei das duas primeiras temporadas (apesar de ter considerado a segunda um pouco inferior por já tê-la achado repetitiva), mas não gostei nada da terceira, que teve outro diretor e uma animação mais feinha,..

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  2. A postagem foi ótima, fiquei uns 2 anos sem ver animes e agora que estou voltando foi bom encontrar um site com boas postagens sobre as temporadas, animes e etc. Bom trabalho!!!

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  3. Esbarrei nesse post num clube do MAL. Interessante, mas me pergunto se você (ou qualquer outra pessoa) conseguiria escrever sobre CINCO Anime BONS de algum ano. Não precisam ser curtos (qualquer coisa entre seis e vinte e seis episódios com média de 20min cada já me deixa satisfeito)
    O que é "bom" é relativo. Sujeito à apreciação pessoal do observador.
    Eu gosto de coisas "fofinhas" como citado no texto e até reservo uma parte do meu tempo para isto (em geral, antes de dormir; as temporadas de Hidamari Sketch duram meeeeeeeeeeses na minha watching list porque eu tomo meus calmantes, começo a assistir, relaxo, e durmo... atualmente estou no meio do Honeycomb). O problema é que não consigo me divertir com isso o tempo todo, principalmente SÓ com isso.
    Eu adoro, sou apaixonado pela Rika, tudo bem... mas Moe se tornou formulismo que ocupa espaço, gerando lucros substanciais sem estimular a criatividade. Em outras palavras, sinto falta dos tempos em que se produzia Lain, Boogiepop Phantom, e Ergo Proxy. O que tenho a dizer de positivo nos últimos anos... Mawaru Penguindrum e Psycho-Pass? Un-Go, para quem gosta de detetives, e a série ponto-e-vírgula talvez.
    É muito pouco.
    Por isso às vezes surge algum tipo de preconceito como o citado lá no início do post.

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