Por Escritora Otaku
Minha experiência com esta série é a mesma de
alguns: se vale ou não a pena acompanhar um anime esportivo, no caso, foi bem
além das minhas expectativas e ficava na maior torcida que meu time mostrasse o
valor do trabalho em equipe. Partindo de bons comentários a respeito, peguei
pra ver e o resultado foi mais que positivo.
Não tem como não gostar de Onoda e companhia, suas motivações e estilos
amalucados em um esporte pouco falado, de apenas conhecido a bicicleta ou
“magrela” como uns dizem.
“Yowamushi Pedal” trouxe muita gente como eu a
querer acompanhar mais animes esportivos; ainda não tomei coragem para assistir
muitos, mas claro que o interesse por beisebol (há vários animes que trazem este
esporte) como de outros pode fazer mudar a ideia que temos neste gênero em
específico. Na verdade, a pouca experiência neste estilo remete apenas aos
animes que vieram ao Brasil e só guardo carinho apenas no “Super Campeões”
antigo por pura e simples nostalgia. E a listinha aumentou com a entrada de
“Major”, que despachou YowaPedal pra segundo lugar, por méritos próprios.
Por isso, embarquem nos guidões de suas bicicletas
e vejamos como esta animação uniu o útil ao agradável e sua trajetória. Se sair
cantando a música favorita do protagonista, bem que te avisamos...
*****
Ano:
2013 / 2014
Diretor: Osamu Nabeshima
Estúdio: TMS Entertaiment
Episódios: 38 (1ª temp) / 24 (2ª temp)
Gênero: Comédia / Drama / Esporte
De
onde saiu: Mangá, 57 volumes, em andamento
Praticar esportes faz bem à saúde, isso todos sabem
e o que os médicos falam devia ser feito à risca - porém a realidade de muitos
se resume apenas a "quem sabe". Mudando de assunto, quando o tema é qual é o
seu esporte favorito, não vai ficar apenas restrito ao futebol; outros
esportes, os mais comuns e até mesmo os exóticos e desconhecidos tem seu lugar
garantido, uns com mais notoriedade que outros. A verdade é que existe os que
acompanham com frequência e outros de forma esporádica, portanto, tem como
encontrar um esporte que te faça torcer com força ou apenas de vez em quando.
Em animes, esportes sempre tiveram um lugarzinho
garantido, não do mesmo jeito que outros gêneros mais consagrados; o esporte
mais comum lá é o beisebol, tanto que parte dos animes esportivos tem ele como
elemento do roteiro, uns de forma mais direta, outros indiretamente. De uns tempos
pra cá, este gênero tem chamado a atenção de muitos espectadores e
diversificando o estilo esportivo a ser abordado - é fato que uma parte das
revistas de lá tenha no mínimo, duas ou mais séries esportivas em suas páginas,
sejam mais antigas ou recentes, como será mostrado por aqui.
“Yowamushi Pedal” é um destes casos: saindo das páginas da
Shounen Champion onde é publicado desde 2008, ele traz um esporte não muito conhecido, o ciclismo e
seu mangaká, Wataru Watanabe segue uma proposta bem clichê; contudo, o que chama a
atenção é como o enredo segue e suas reviravoltas mirabolantes acabaram
trazendo sucesso em sua publicação. Superficialmente, a série não tem
nada que seja atrativo e quem a vê por fora acha que é mais uma série esportiva qualquer, o
que não deixa de ser verdade. A questão é que isto não impediu ela de adquirir sucesso e seguir adiante, pouco importando se há defeitos e os clichês
mais comuns. Fica a pergunta: como que isto se tornou um sucesso e passou a ser
conhecido e bem recomendado, pois os comentários deste são bem otimistas em
maioria?
Tendo em mente que é clichê em sua narrativa,
podemos supor que uma parte de seu sucesso se deve ao seu elenco de personagens
e por usar um esporte não muito conhecido aos leigos de plantão; de resto, suas
características remetem ao estilo esportivo e que nos últimos anos, ao lado de
outras obras chama a atenção do público que torce por seus personagens ou times
favoritos.
O protagonista da série é Onoda Sakamichi, um declarado garoto otaku que anda de bicicleta para Akihabara, economizando uma
grana para os gastos típicos do hobby; por anos, nunca conheceu alguém
que tivesse os mesmos gostos dele e finalmente, no colegial, tem a chance de
formar o clube dos seus sonhos. As coisas pareciam seguir bem, mas, por mais que tentasse
ninguém queria entrar no clube de animes - porém tudo muda quando é desafiado por um dos
seus colegas, que desde pequeno pratica ciclismo e para surpresa deste, vê que
Onoda tem certo talento pra coisa. Disto para sua entrada ao clube de ciclismo
foi um pulo e daí, com seu jeitinho de ser e esperançoso de estar, vemos como
os membros se preparam para o InterHigh (Intercolegial em português) do
ciclismo e o evento dito.
É neste intercolegial que vemos os resultados e
progressos da Sohoku, do qual Onoda e companheiros fazem parte e dos seus
desafiantes; temos o Hakone, atual campeão do evento esportivo e estilo parecido
com o Sohoku; a Kyoto Fushimi e seu personagem mais marcante que ama chamar todos
de “nojento”, fora que ganhar uma raiva declarada deste é evidente e direta;
entre outras equipes colegiais, umas mais em destaque, outras para encher
história. São três dias cheios de altos e baixos, onde apenas um ciclista pode
ser considerado campeão e espere muitas ações inusitadas e o que torna os
shounen de esporte atuais tão populares. A série segue em três etapas; a
primeira é a de adaptação de Onoda e seus colegas, a segunda são os
preparativos para o intercolegial e a terceira é o evento em seu resplendor até
o seu final. Esta última é melhor detalhada em sua segunda temporada, que
manteve o mesmo ritmo da fase anterior.
E como é uma série esportiva, o forte fica no
trabalho em conjunto: cada uma das principais equipes de “Yowamushi Pedal” tem suas
estratégias e formas de obter colocações que os levem aos primeiros ou últimos lugares. O esforço excessivamente shounen é absurdo à primeira vista,
no entanto, acaba-se acostumando com o desenrolar da corrida e suas
consequências, sejam positivas ou não. Outro fator positivo é conhecer as vidas
de seus principais personagens e suas motivações no ciclismo, pra ter noção
melhor de suas atuais personalidades - afora que trata de um esporte não
muito conhecido, tirando o transporte em si, dando mais curiosidade em saber de
seus resultados.
A versão animada foi feita pela TMS Entertaiment ("Detective Conan", "Aishiteruze Baby", "Kamisama Hajimemashita", entre outros animes), que adaptou bem
parte de sua obra e terminou em bom tom o final do evento esportivo principal do ciclismo
colegial; teve um especial - “Yowamushi Pedal: Special Ride” – e três filmes,
sendo dois recapitulações das temporadas com cenas novas e o terceiro traz uma
nova história, com o roteiro feito pelo próprio mangaká da série. Seguiram decentemente a estética do traço, efeitos de computação gráficos bem nipônicos – em
comparação ao 3D ocidental, os estúdios japoneses perdem feio, tirando raras
exceções – uma boa dublagem e uma trilha sonora bacana, havendo nisso destaque para as
aberturas das duas temporadas.
Falar de “Yowamishi Pedal” é o mesmo que questionar
o que faz a gente curtir animes/mangás esportivos: se é pelos seus clichês
declarados; pelos seus personagens; a forma que o ciclismo soa exagerado e
surreal; a emoção em seus momentos mais importantes e se Onoda consegue manter
a sua atenção são parte do que torna a série popular. Ao lado de “Kuroko no Basket”; “Haikyuu!!” e outras séries esportivas, revelam ao público que vale a
pena conferir seus esportes e quem sabe, acompanhar outras séries deste estilo - e torcer que seu time favorito ou o principal da série se consagre ou não vencedor... Cabe a gente, espectadores fazer a torcida e seguir nesta onda esportiva de ser e estar.
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