20 de outubro de 2018

Resenha: Yowamushi Pedal / Yowamushi Pedal: Grande Road


Por Escritora Otaku


Minha experiência com esta série é a mesma de alguns: se vale ou não a pena acompanhar um anime esportivo, no caso, foi bem além das minhas expectativas e ficava na maior torcida que meu time mostrasse o valor do trabalho em equipe. Partindo de bons comentários a respeito, peguei pra ver e o resultado foi mais que positivo.  Não tem como não gostar de Onoda e companhia, suas motivações e estilos amalucados em um esporte pouco falado, de apenas conhecido a bicicleta ou “magrela” como uns dizem.

“Yowamushi Pedal” trouxe muita gente como eu a querer acompanhar mais animes esportivos; ainda não tomei coragem para assistir muitos, mas claro que o interesse por beisebol (há vários animes que trazem este esporte) como de outros pode fazer mudar a ideia que temos neste gênero em específico. Na verdade, a pouca experiência neste estilo remete apenas aos animes que vieram ao Brasil e só guardo carinho apenas no “Super Campeões” antigo por pura e simples nostalgia. E a listinha aumentou com a entrada de “Major”, que despachou YowaPedal pra segundo lugar, por méritos próprios.

Por isso, embarquem nos guidões de suas bicicletas e vejamos como esta animação uniu o útil ao agradável e sua trajetória. Se sair cantando a música favorita do protagonista, bem que te avisamos...


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Ano: 2013 / 2014
Diretor: Osamu Nabeshima
Estúdio: TMS Entertaiment
Episódios: 38 (1ª temp) / 24 (2ª temp)
Gênero: Comédia / Drama / Esporte
De onde saiu: Mangá, 57 volumes, em andamento


Praticar esportes faz bem à saúde, isso todos sabem e o que os médicos falam devia ser feito à risca - porém a realidade de muitos se resume apenas a "quem sabe". Mudando de assunto, quando o tema é qual é o seu esporte favorito, não vai ficar apenas restrito ao futebol; outros esportes, os mais comuns e até mesmo os exóticos e desconhecidos tem seu lugar garantido, uns com mais notoriedade que outros. A verdade é que existe os que acompanham com frequência e outros de forma esporádica, portanto, tem como encontrar um esporte que te faça torcer com força ou apenas de vez em quando.

Em animes, esportes sempre tiveram um lugarzinho garantido, não do mesmo jeito que outros gêneros mais consagrados; o esporte mais comum lá é o beisebol, tanto que parte dos animes esportivos tem ele como elemento do roteiro, uns de forma mais direta, outros indiretamente. De uns tempos pra cá, este gênero tem chamado a atenção de muitos espectadores e diversificando o estilo esportivo a ser abordado - é fato que uma parte das revistas de lá tenha no mínimo, duas ou mais séries esportivas em suas páginas, sejam mais antigas ou recentes, como será mostrado por aqui.

“Yowamushi Pedal” é um destes casos: saindo das páginas da Shounen Champion onde é publicado desde 2008, ele traz um esporte não muito conhecido, o ciclismo e seu mangaká, Wataru Watanabe segue uma proposta bem clichê; contudo, o que chama a atenção é como o enredo segue e suas reviravoltas mirabolantes acabaram trazendo sucesso em sua publicação. Superficialmente, a série não tem nada que seja atrativo e quem a vê por fora acha que é mais uma série esportiva qualquer, o que não deixa de ser verdade. A questão é que isto não impediu ela de adquirir sucesso e seguir adiante, pouco importando se há defeitos e os clichês mais comuns. Fica a pergunta: como que isto se tornou um sucesso e passou a ser conhecido e bem recomendado, pois os comentários deste são bem otimistas em maioria?

Tendo em mente que é clichê em sua narrativa, podemos supor que uma parte de seu sucesso se deve ao seu elenco de personagens e por usar um esporte não muito conhecido aos leigos de plantão; de resto, suas características remetem ao estilo esportivo e que nos últimos anos, ao lado de outras obras chama a atenção do público que torce por seus personagens ou times favoritos.

O protagonista da série é Onoda Sakamichi, um declarado garoto otaku que anda de bicicleta para Akihabara, economizando uma grana para os gastos típicos do hobby; por anos, nunca conheceu alguém que tivesse os mesmos gostos dele e finalmente, no colegial, tem a chance de formar o clube dos seus sonhos. As coisas pareciam seguir bem, mas, por mais que tentasse ninguém queria entrar no clube de animes - porém tudo muda quando é desafiado por um dos seus colegas, que desde pequeno pratica ciclismo e para surpresa deste, vê que Onoda tem certo talento pra coisa. Disto para sua entrada ao clube de ciclismo foi um pulo e daí, com seu jeitinho de ser e esperançoso de estar, vemos como os membros se preparam para o InterHigh (Intercolegial em português) do ciclismo e o evento dito.

É neste intercolegial que vemos os resultados e progressos da Sohoku, do qual Onoda e companheiros fazem parte e dos seus desafiantes; temos o Hakone, atual campeão do evento esportivo e estilo parecido com o Sohoku; a Kyoto Fushimi e seu personagem mais marcante que ama chamar todos de “nojento”, fora que ganhar uma raiva declarada deste é evidente e direta; entre outras equipes colegiais, umas mais em destaque, outras para encher história. São três dias cheios de altos e baixos, onde apenas um ciclista pode ser considerado campeão e espere muitas ações inusitadas e o que torna os shounen de esporte atuais tão populares. A série segue em três etapas; a primeira é a de adaptação de Onoda e seus colegas, a segunda são os preparativos para o intercolegial e a terceira é o evento em seu resplendor até o seu final. Esta última é melhor detalhada em sua segunda temporada, que manteve o mesmo ritmo da fase anterior.


E como é uma série esportiva, o forte fica no trabalho em conjunto: cada uma das principais equipes de “Yowamushi Pedal” tem suas estratégias e formas de obter colocações que os levem aos primeiros ou últimos lugares. O esforço excessivamente shounen é absurdo à primeira vista, no entanto, acaba-se acostumando com o desenrolar da corrida e suas consequências, sejam positivas ou não. Outro fator positivo é conhecer as vidas de seus principais personagens e suas motivações no ciclismo, pra ter noção melhor de suas atuais personalidades - afora que trata de um esporte não muito conhecido, tirando o transporte em si, dando mais curiosidade em saber de seus resultados.

A versão animada foi feita pela TMS Entertaiment ("Detective Conan", "Aishiteruze Baby", "Kamisama Hajimemashita", entre outros animes), que adaptou bem parte de sua obra e terminou em bom tom o final do evento esportivo principal do ciclismo colegial; teve um especial - “Yowamushi Pedal: Special Ride” – e três filmes, sendo dois recapitulações das temporadas com cenas novas e o terceiro traz uma nova história, com o roteiro feito pelo próprio mangaká da série. Seguiram decentemente a estética do traço, efeitos de computação gráficos bem nipônicos – em comparação ao 3D ocidental, os estúdios japoneses perdem feio, tirando raras exceções – uma boa dublagem e uma trilha sonora bacana, havendo nisso destaque para as aberturas das duas temporadas.


Falar de “Yowamishi Pedal” é o mesmo que questionar o que faz a gente curtir animes/mangás esportivos: se é pelos seus clichês declarados; pelos seus personagens; a forma que o ciclismo soa exagerado e surreal; a emoção em seus momentos mais importantes e se Onoda consegue manter a sua atenção são parte do que torna a série popular. Ao lado de “Kuroko no Basket”; “Haikyuu!!” e outras séries esportivas, revelam ao público que vale a pena conferir seus esportes e quem sabe, acompanhar outras séries deste estilo - e torcer que seu time favorito ou o principal da série se consagre ou não vencedor... Cabe a gente, espectadores fazer a torcida e seguir nesta onda esportiva de ser e estar.

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