Por Escritora Otaku
E aqui estamos nós de novo, pra entender melhor sobre o ranking da TV japonesa. Se sentiu falta de certas animações, então, pode comemorar. A segunda e última parte da matéria vai pegar animes mais conhecidos e curiosidades que torna este ranking tão óbvio e ao mesmo tempo, tão curioso de acompanhar.
A abordagem será a mesma vista na primeira parte, com ficha técnica das séries e o que esperar delas e por que tem algumas séries que raramente dão as caras. Com isto, a matéria pode finalmente dar seus pareceres. Fato é que estava cansada de conferir no ANMTV alguns comentários bem fajutos sobre “por que série X não aparece neste ranking” ou “ ah, estas séries são tão infantis: como podem estar aí” e pra dar basta nesta questão que decidi elaborar estas duas matérias.
Se pensar bem, até que o ditado “as aparências enganam” se encaixa direitinho para esta questão. Vamos para a matéria em si...
Analisando o Ranking de Audiência da TV Japonesa:
Parte 02
Os animes finitamente finitos
Pra quem não entende e quer
saber por onde começa esta matéria, clique aqui pra ler a primeira parte. O
sensato é fazer isso, para poder desfrutar da parte dois de maneira mais direta
e sem fazer rodeios. Na primeira parte da
matéria, foram citados cinco animes que tem frequência de dar as caras e que
raramente saem de suas posições habituais. Por isso, a verdadeira concorrência
do ranking da TV japonesa ocorre após estes, do sexto ao décimo lugar. Mesmo
que o sexto anime mais visto seja tão frequente quanto os que o antecedem, no
entanto, não tem as mesmas características citadas na primeira parte - com exceção da longevidade – e sim, mesmo
certas animações terem número infinito de episódios, como podem ver, elas tem a
característica de um dia terminarem. Foi o que leu aqui: vão ter um
final e não podemos reclamar disto, porque até os animes infinitos tem seu fim.
Pode ser quando menos esperar...
Agora sim vamos pra parte que interessa: três animes que tem frequência no ranking e as curiosidades por trás destas posições tão concorridas pra uns e nem tanto para outros.
**********
Agora sim vamos pra parte que interessa: três animes que tem frequência no ranking e as curiosidades por trás destas posições tão concorridas pra uns e nem tanto para outros.
Ano de produção: 1999
Estúdio:
Toei Animation
Episódios: Mais de 600, em exibição
Canal que exibe: Fuji TV
A série veio ocidentalmente: Sim e tem sido um sucesso, legendada nem se
fala, mangá idem... três ou mais fansubs brasileiros o legendam.
Equivalente ocidental: “Piratas do Caribe”
Principal carrasco: “Detective Conan” e as séries acima dele
Principal carrasco: “Detective Conan” e as séries acima dele
O “Chapéu de Palha” e sua tripulação finalmente dando as caras e a verdade é que de todas as animações deste ranking, é uma das mais conhecidas dentro e fora de seu país de origem. E a única que representa a estética que consagrou aa revista de onde saiu, a Shounen Jump.
Sim, não está lendo errado:
um dos pilares da revista em todo o seu resplendor. A pergunta que não quer
calar é simples: por que não sobe mais no ranking, se as animações acima deste
tem enredos mais óbvios? Há três respostas e todas são simples: primeiro, os
animes acima deste já possuem um público bem cativo; segundo, a animação não é
lá grande coisa, não pelo traço e sim pela sua qualidade e a última, é que pra
estar aí teve de se adaptar e não é surpresa ver crianças que curtem a animação
em si. Ou vocês não repararam que após certo arco, a série sofreu a síndrome “o
que fazer depois de uma fase fantástica?”
A história é a jornada de Monkey D. Luffy – ou Ruffy, como uns preferem – que decide seguir seu sonho: ser o maior pirata e encontrar o tesouro mais cobiçado pelos piratas, a “One Piece”. Ele vive várias aventuras ao lado de sua tripulação, composta de membros que aderiram ao estilo brincalhão e envolvente de nosso protagonista.
**********
Nome original: Pocket Monsters
Ano de produção: 1998
Estúdio:
OLM
Episódios:
Mais de 800, em exibição
Canal que exibe: TV Tokyo
A série veio ocidentalmente: Sim, no Brasil, um dos poucos animes em exibição
na TV e episódios dublados/legendados à disposição do público.
Equivalente ocidental: “Bakugan”
Principal carrasco: Ele mesmo
A eterna saga de Ash e Pikachu também tem seu lugar garantido no ranking; afinal, a maioria das séries presentes é para o público infantil, por isso, nada de estranhezas sobre sua citação. Como? Se adaptando ao público e se parar pra pensar um pouco, é o mesmo efeito que “One Piece” fez pra estar nos mais assistidos no Japão. No entanto, a diferença é que “Pokémon” sofreu e pagou caro por não apresentar um enredo coerente durante suas temporadas. Animes como “Doraemon” e “Crayon Shin-chan” conseguiram manter a essência da qual estão firmes e fortes, algo que “Pokémon” não conseguiu por muito tempo. Depois da fase clássica, o anime por um lado pode trazer melhor o contexto dos games; por outro, o enredo repetitivo e a forma que a história tem seguido não tem agradado aos que o acompanham desde o começo.
A eterna saga de Ash e Pikachu também tem seu lugar garantido no ranking; afinal, a maioria das séries presentes é para o público infantil, por isso, nada de estranhezas sobre sua citação. Como? Se adaptando ao público e se parar pra pensar um pouco, é o mesmo efeito que “One Piece” fez pra estar nos mais assistidos no Japão. No entanto, a diferença é que “Pokémon” sofreu e pagou caro por não apresentar um enredo coerente durante suas temporadas. Animes como “Doraemon” e “Crayon Shin-chan” conseguiram manter a essência da qual estão firmes e fortes, algo que “Pokémon” não conseguiu por muito tempo. Depois da fase clássica, o anime por um lado pode trazer melhor o contexto dos games; por outro, o enredo repetitivo e a forma que a história tem seguido não tem agradado aos que o acompanham desde o começo.
Exemplo aconteceu durante a
fase “Black/White” – “Best Wishes” no original – cuja audiência manteve-se bem
abaixo da média e apenas melhorou com a fase XY, que tem tido uma audiência
mais aceitável. Isso demonstra que o próprio estúdio não sabe mais o
que fazer, a não ser seguir adiante pra promover os games. Realmente, a série é
uma jogada de marketing, só não significa que seja totalmente e estar no
ranking de TV mostra que tem lá seu charme.
**********
Ano de produção: 2004
Estúdio:
Toei Animation
Episódios: Mais de 400, em exibição
Canal que exibe: TV Asahi
A série veio ocidentalmente: Sim, parte da franquia sendo legendada no Brasil
Equivalente ocidental: “O Clube das Winxs”
Principal carrasco: As animações que concorrem no ranking
Claro que existem mais
representantes do ranking, mas, pra dar continuidade seguiremos para um “mahou
shoujo”: animações onde garotas adquirem poderes especiais pra enfrentar
ameaças. A série na verdade é uma franquia bem conhecida em terras nipônicas,
que mesmo não tendo uma frequência comum das animações já citadas, tem seu
lugar e hora.
A franquia Precure é uma das
produções da Toei Animation – os que fazem “One Piece”, olha a dobradinha do
ranking... - direcionada ao público feminino, que não deve em séries de
temática similar. A cada ano, uma nova série é lançada e o enredo mostra uma
dupla ou um grupo de garotas, o que muda é a maneira que estas personagens
mostram suas habilidades, sem trair ao gênero a ser oferecido.
Diga-se que a franquia é o
equivalente aos super sentais que o próprio estúdio tem costume de fazer todos
os anos, mudando apenas os personagens e acrescentando novos e antigos
elementos. Como dizem por aí, “time ganhando não se mexe” e é com uma fórmula
simples e direta que a franquia consegue estar presente neste ranking da TV
japonesa.
**********
Similaridades e curiosidades do ranking
Público cativo
O que faz o ranking ser um
tanto óbvio é que todas as animações que fazem parte têm um público bem
carimbado, sejam crianças, sejam adultos. Afinal, os animes são equivalentes às
novelas brasileiras e aos seriados e neste ponto, os japoneses são bem
parecidos como nós, brasileiros.
Longevidade
Repetindo o mesmo dito na
primeira parte da matéria? Tem uma razão pra pôr isso como característica: do
mesmo modo que estas animações têm público, o fato de ainda estarem presentes
revela que suas histórias são aceitas e que por serem longas, mostra que os
japoneses gostam e seus estúdios querem manter enquanto houver interesse.
Quando o interesse terminar ou o estúdio não tiver mais vontade de produzi-las,
aí que terão o seu fim.
Franquias e animações marcantes
Aqui vamos esclarecer: não
está sendo falado dos animes que nós vemos como clássicos, hits ou cults. Se
for um bom observador, verá que todas as animações que entram no ranking
deixaram uma marca aos japoneses e por vista disso, é comum animes antigos
interagir com animes mais novos. Em certos rankings, animes que já tiveram
versões animadas podem aparecer e até filmes e especiais de TV podem figurar
entre os mais assistidos.
Animes no Japão é qualquer tipo de animação...
De vez em quando, no ranking
de TV podem aparecer séries não nipônicas e o que isso significa? Nós,
ocidentais, denominamos animes para produções feitas no Japão ou séries com a
estética nipônica. Lá no Japão, o termo é para toda espécie de animação, seja
de lá ou não. Exemplo é a animação em stopmotion “Shaun, o carneiro”, produzida
pelo estúdio Aardman – que fizeram filmes como “A Fuga das Galinhas”; “Wallace
e Gromit: a Batalha dos Vegetais” entre outros – que costuma dar as caras de
supetão no ranking.
Isso mostra que não é
preciso ser uma animação japonesa pra ter lugar no ranking de TV.
E, por que apenas “One Piece” aparece mais no
ranking, em comparação a outras animações que saem da “Shounen Jump”?
Como sabem, a “Shounen Jump”
possui várias animações, como “Naruto Shippuuden”, “HunterXHunter” (versão
2011) entre outras animações. A questão vem do público e também do interesse. A
saga de Luffy tem mais “conteúdo” e é mais aceita, diferente dos casos citados
– o primeiro passa por poucas e boas em sua versão animada, enquanto a segunda
teve de mudar de horário e por ter tido já uma versão animada (versão de 1999)
– o que costuma fazer com que a frequência no ranking seja bem rara. E cá entre
nós: a série mais popular da Jump é “One Piece” e não se fala mais disto. Claro
que pode acontecer de outras animações da revista dar as caras, não é tão complicado.
Só tem de convencer o público e ultimamente, os próprios japoneses tem sido bem
exigentes aos títulos da “Shounen Jump” ou não reparou que de uns tempos pra
cá, poucos títulos tem emplacado na revista?
Animações mais conhecidas ocidentalmente...
Quando analisamos o ranking
de audiência com atenção, as cinco séries citadas na primeira parte da matéria
– “Sazae-san”, “Chibi Maruko-chan”, “Doraemon”, “Crayon Shin-chan” e “Detective
Conan” pra refrescar a memória – não são muito conhecidas fora do Japão. Mesmo
que tenham sido exibidas em alguns países, elas não têm a mesma força de animes
como “One Piece” ou “Pokémon” que por onde passam, tem público e interessados
em acompanhar as animações. Isso se deve a identificação do público ocidental,
que tem preferências para animações com contexto “simples” de entender, o que
justifica a pouca recepção das cinco animações mais assistidas e também, os
fansubs e distribuidores dão mais preferência a séries mais recentes ou que tem
sucesso fácil de prever.
Por isso tem sido difícil
conhecer animações japonesas mais antigas, apesar deste cenário estar mudando
de uns anos pra cá, oferecendo a nós, mais opções. Procurando pela net,
encontramos alguns fansubs e scans que tiveram interesse em trazer animes e
mangás apenas conhecidos em seu país de origem. Não estranhe se conhecer alguma
série antiga e a maioria te perguntar: onde achou esta pérola?
Considerações finais
Uns vão perguntar: por que
exemplos tão óbvios sobre o ranking da TV japonesa, entre conhecidos e desconhecidos?
A razão se deve pra mostrar um pouco do leque de opções que os japoneses veem
todas as semanas, como os que assistem a TV brasileira e definem o que é bom ou
não. O interessante é termos em disposição estas séries e entender um pouco do
gosto nipônico de ser e de estar.
Para nós ocidentais nem
todas estas animações podem agradar e outras perguntamos qual é a sua fórmula
de sucesso, o que define estarem presentes ou não e enfim, encarar a realidade:
eles têm gostos bem diferentes dos nossos. Saber compreender o ranking de TV
deles e parar com certos preconceitos sobre o que assistem; ter uma mente
aberta e quem sabe, se identificar com algumas destas animações japonesas.
Quem sabe, poder assistir e
saber se é do seu gosto ou não. Assim que conhecemos séries boas, regulares e
ruins; umas entrando em nossas listas de favoritos, outras que passem batido e
aquelas que vemos um pouco de nós mesmos.
Aos que encorajaram a
acompanhar esta matéria... esperamos que tenham suas dúvidas respondidas e
entendam melhor por que há animes consagrados
- dentro e fora do Japão – daqueles que tentamos compreender a razão de
estarem lá, semana após semana.
*****
Acho que esses animes tem a formula segmentada japonesa e nós ocidentais não estranhamos tanto , por que apesar devermos as tradições japonesas não é o foco principal o foco desses animes é mais universal como aventuras , atos heroicos e coleção ( pokemon ) .
ResponderExcluir