Nessa nova postagem do 3 em 1 com textos um pouco maiores do que o de outras edições apresento os desafios enfrentados por um ciclista profissional, o romance inocente de um rapaz que de uma hora para outra "ganha" uma noiva, e o drama familiar de uma garota cujo único "erro" foi apenas crescer e se tornar independente.
No título de cada animação há um link que o leva às suas respectivas páginas no MyAnimeList.
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Dareka no Manazashi
Ano: 2013
De onde saiu: Animação original.
De onde saiu: Animação original.
Curta de seis minutos lançado em 2013 e dirigido pelo
prestigiado Makoto Shinkai (“5 Centimeters per Second”, “Hoshi no Koe”, “Hoshi wo Ou Kodomo”) como material de divulgação para a exposição de uma empresa do ramo imobiliário, a Nomura Fudousan - sendo que posteriormente foi exibido nos cinemas ao lado de "Kotonoha no Niwa", outra produção de Makoto -, “Dareka no Manazashi” tem como protagonista
Okamura Aya, jovem que no início, em um cenário futurista modesto, nos é
apresentada morando sozinha em um pequeno apartamento. Uma ligação de seu pai após ela
chegar em casa abre espaço para a narração em terceira pessoa a respeito
do passado dela, envolvendo uma infância outrora feliz marcada pela ausência da
mãe por culpa de seu trabalho no exterior, a chegada de uma gatinha para amenizar
a tristeza da garota e, por fim, a sua passagem para a fase adolescente e depois adulta, quando vai
aos poucos se afastando do pai, com quem passava a maior parte do tempo.
Seja no espaço a anos-luz da Terra ou numa cidade no
interior do Japão, Makoto Shinaki sempre ostentou grande sensibilidade em seus
trabalhos, focando especialmente em tramas onde o amor, sobre diversas formas e
tanto no sentido ocidental quanto no oriental, penava para sequer ter um início
ou sofria para seguir adiante. Já “Dareka no Manazashi” também fala de amor, dessa vez tendo a família como foco, contudo não obtém o mesmo
impacto e profundidade que outras obras de Makoto por razões óbvias. A primeira se encontra na questão de em poucos 6 minutos vermos uma história demasiadamente apressada que teria
potencial de se alongar um pouco mais, o que nem era o intuito aqui se lembrarmos o propósito final da animação; além disso, outro motivo que faz "Dareka no Manazashi" ser, tudo bem, dramático e sentimental, porém banal e raso, é o fato de ouvirmos na maior
parte do anime uma narração bastante exagerada e um tanto supérflua em certas
frases - mais um ponto desculpável se considerarmos que estava a ser feito um material de divulgação para uma empresa, logo a linguagem inevitavelmente teria suas restrições.
Essa narração, mesmo que não fique explícito, é feita
pela gata de estimação da família, o que não seria novidade numa animação de
Makoto - “She and Her Cat”, curta puramente artístico e experimental, mostra trechos da rotina de uma garota na visão meio crua
de seu felino, mas nessa situação ele tece pensamentos muito mais genuinamente singelos e sinceros.
Aqui, em um primeiro instante, a narrativa rápida é até eficaz e atraente ao
exibir um tom meio irônico ao falar das primeiras cenas (Aya pegando o trem
para chegar em casa, a mentira que conta ao pai quando recebe sua ligação,
breve amostra do que se passou com ambos em seus respectivos trabalhos naquele
dia...), contudo, esse mesmo estilo se torna desajeitado ao invadir o passado da
garota, definindo com frases enfeitadas nas palavras, entretanto pobres de
sentido, os principais acontecimentos de sua vida – uma junção que no final é o
que mais pode causar desconforto, dando antes a sensação de que estamos lendo
um romance de baixo nível que tenta esconder o conteúdo fraco por trás de
linhas floreadas. Ele só volta a funcionar, novamente, em alguns instantes onde
o drama é ofuscado pelo bom humor e ironia do que é narrado.
Eu apenas quis destacar minha opinião acerca desse
detalhe que me incomodou tanto, mas, sim, esse blogueiro ranzinza sabe que está falando de um comercial, e para tal formato a comunicação tão direta e de fácil compreensão ficou perfeita. Logo, ainda que um dos primeiros adjetivos que me venha à mente ao lembrar de “Dareka no Manazashi” seja "sentimentalismo barato", admito que não pude evitar de me emocionar
em algumas cenas nem propriamente por causa do anime, mas sim devido a determinadas
lembranças que elas são capazes de evocar, principalmente em quem for mais
velho; desentendimentos familiares, o inevitável crescimento de um filho que de
uma hora para outra não quer mais gastar tanto tempo próximo aos pais, se
afastando lentamente deles até, um dia, sair de casa e iniciar sua própria
vida - que logicamente não começa suavemente pra ninguém -, sem esquecer ainda a
incômoda reflexão que o final pode causar quanto a como, você já adulto, trata
sua relação com aqueles que lhe cuidaram durante tantos anos. Chega a ser
tocante pelos tópicos universais, pelo fácil reconhecimento que muitas pessoas
terão ao assisti-lo, deixando assim em segundo plano qualquer possível reclamação pela forma que isso é abordado.
É, enfim, outra animação visualmente linda de Makoto
Shinkai, e outra história de amor, porém tão propositadamente bruta e espremida em um
espaço de tempo curtíssimo que não é aqui que conhecerá esse diretor em sua totalidade, que anteriormente já dirigiu outros belos comerciais para uma construtora japonesa, a Taisei, sendo um sobre a construção de um túnel na Turquia e outro de uma auto-estrada no Sri Lanka.
+ Animação
+ Apesar de mal contado devido à limitação de seu formato, ainda é um bom
e identificável drama
− Mesmo não ignorando seu propósito, é difícil não pensar que, para o conteúdo exibido, o espaço de tempo foi curtíssimo
Nota: 8
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Ano: 2004
De onde saiu: Visual novel.
A nostalgia por vezes é uma doce enganação; "Final Approach" foi um dos primeiros animes que vi, lá pra 2006, e desde então sempre guardei um interesse em revê-lo, pois minhas lembranças me traziam à tona uma ótima comédia romântica condensada em pequenos episódios. Logo, uma hora ou outra eu usaria essa seção como desculpa para enfim tirar o anime do DVD número 5 (de mais de 200 gravados que tenho hoje...), copiar os arquivos em tenebroso RMVB para o PC - meus olhos doeram ao ver isso num monitor LCD de 21 polegadas! - e... Reparar que, talvez, deveria ter escolhido outro título em seu lugar, mas, como esse post já se encontrava atrasado, deixei pra lá e continuei com ele...
Não é uma obra ruim, apenas, certamente, a minha
inexperiência com animes na época o tornou bem melhor do que jamais foi. Nele,
Ryo e Akane são dois irmãos que vivem juntos há alguns anos após a morte de
seus pais. Eles levam uma vida calma, porém isso chega ao fim em certa noite
quando recebem a "visita" de alguém quebrando a janela e aterrissando
com um propulsor a jato no meio da sala; após essa chegada espalhafatosa, o
casal de irmãos é apresentado a Shizuka, jovem que se autodeclara noiva de Ryo.
Explicações para isso não tardam: devido às baixas
taxas de natalidade no Japão, o governo iniciou um projeto secreto que tem o
intuito de forçar a formação de casais, ao pesquisar por pessoas que tenham
altos níveis de compatibilidade entre si. Ryo, logicamente, se recusa a fazer
parte de um teste-piloto antes do projeto ser lançado em escala nacional, entretanto um batalhão de guarda-costas com rostos iguais e a dificuldade em ir contra a influência
do governo e a força de vontade imensa de Shizuka não o deixam com muitas
opções. Preso a uma garota quase que perfeita em tudo o que faz, ele agora
precisará se acostumar a essa nova fase de sua vida, lidando diariamente com
guarda-costas grandalhões, amigos intrometidos e uma noiva que não medirá
esforços para ser aceita.
"Final Approach" é adaptação de uma visual
novel lançada para o finado Playstation 2, e isso no anime pode ser percebido
levemente na progressão que se tem da história, devido a determinados eventos e a atenção especial
dada a uma ou outra personagem em momentos isolados. Ora o protagonista Ryo
"cai" por breves instantes na rota da dócil irmã Akane (antes de
parecer pseudo-incesto, aqui é mais uma preocupação em excesso com a irmãzinha), enquanto que em outra ocasião o garoto fica um bom tempo caminhando pela
rota da colega de escola que está destinada a ter um casamento arranjado -
logicamente (ironia), Ryo se relaciona com ela para fazê-la descobrir o amor e perceber
que não deveria aceitar tal imposição de sua família -, e, no meio disso,
percorrendo um trajeto mais longo, tem ainda a rota de Shizuka, que por sua personalidade e por ser a principal é em tese a mais fácil de se "conquistar". Enfim, seria então o típico
chove, chove e não molha jamais, atira para todos os lados e não acerta nada? Nem tanto; se os meios aproveitados para alcançar isso não são tão geniais, "Final Approach", pelo menos, possui a decência de chegar a um final conclusivo em seu romancezinho. Além disso, como adaptação de uma visual novel, ele mostra um desenvolvimento um pouco menos artificial e "travado" em relação ao que geralmente ocorre em animes vindos dessa fonte, sendo coeso na ligação entre os acontecimentos da obra original.
Mas, enquanto abusa de engraçadinhas e bonitinhas cenas em SD (super deformed) como podem ver pelas imagens, o anime tem na verdade, em seu todo, um humor e estilo bobinho e inocente em excesso (salvo, claro, o indispensável episódio com banho ao ar
livre, que não mostra praticamente nada de nada, contudo é o ápice de fanservice da animação...), onde personagens podem falar de amor isso ou amor aquilo a qualquer instante, mas, mesmo
quando dois deles passam a ficar juntos, parece antes que são apenas amigos
íntimos e nada mais. Se de um lado a graciosa e feminina Shizuka se esforça para ser aceita por
Ryo e exagera na dose ao ponto de toda hora tentar roubar beijos seus, e até se
aproveita do status que possui para vigia-lo a distância 24 horas por dia – uma legítima stalker! -, do outro o cabeça-dura do esquentadinho e indeciso Ryo tem que aturar sermões
e conselhos de todo mundo sobre o que fazer com essa situação, isso quando deseja unicamente voltar à vida de outrora com sua irmã, segundo ele - mas, óbvio, o tempo e a convivência prolongada colocarão certas dúvidas em sua cabeça que uma hora precisarão ser resolvidas, e parece que só mesmo com muitos palpites aqui e ali (e no caso de uma de suas amigas, alguns doloridos mata-leão...) é que o rapaz conseguirá se decidir quanto ao que fazer. Ao vê-lo pela primeira vez em 2006
"Final Approach" apresentou um gênero cujas fórmulas ainda me eram inéditas, pois não
tinha costume de acompanhar historinhas românticas; já revê-lo hoje foi como
ter em treze episódios de 12 minutos um compacto meio relaxado com alguns dos maiores
lugares-comuns possíveis em obras desse tipo, que tanto presenciei ao longo
dos anos – e que continuo a ver nas temporadas atuais. Seja nos arquétipos e trejeitos das
personagens, seja nas discussões barulhentas, confusões sem sentido e piadas padrões entre eles,
"Final Approach" não exibe muita criatividade ou inspiração ao usa-los, o que só piorou o meu caso, e admito que esse "replay" foi um tanto monótono, para não dizer chato mesmo. Matou a saudade, porém ao final senti, com amargura, que somente as várias cenas agradáveis e fofas em SD é que permaneceram fiéis à memória supervalorizada que tinha dele de 8 anos atrás...
Então, oras, por que me preocupei em citá-lo nesse post, se nem eu mesmo aguentei assisti-lo de novo? Apesar do que brinquei no início, não foi nem questão de não poder substitui-lo a tempo - poderia colocar rapidamente um curta de 5-10 minutos no lugar -, e sim outro fator: "Final Approach", ainda assim, é um anime bom, considerando seu gênero, origem e época. Adapta com inteligência e modéstia uma limitada visual novel, e condensa em episódios curtos uma história romântica que se fecha, por mais ingênua e tolinha que seja. Em resumo, estando nisso incluso a já mencionada falta de criatividade na construção de sua comédia e personagens, o problema principal mesmo do anime é ele estar datado, lamentavelmente "velho", diante de seus semelhantes atuais, que usam os mesmos clichês e chavões sem preocupação, contudo, justamente na tentativa de se diferenciar dos outros, mostram no geral maior sagacidade e ousadia mesmo não possuindo finais definitivos (sem falar que possuem títulos desnecessariamente mais complicados, também...). É uma boa obra para o período em que foi exibida, boa para quem deseja uma abordagem romântica mais pura e inocente, sem correr o risco de ouvir frases e cenas sugestivas a todo momento; e boa, principalmente, a quem ainda está engatinhando no maravilhoso e repetitivo mundo dos animes, pois assim ele não será tão reclamão igual a outras pessoas (eu?) ao ver e ouvir piadas e eventos inferiores que remetem a incontáveis outras animações.
+ Uma historinha que se desenvolve razoavelmente bem e possui um final conclusivo
− Estilo datado para os padrões de hoje no gênero, além de exagerar e usar mal os lugares-comuns e arquétipos dos quais têm em mãos
Nota: 6
Nota: 6
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E o principal integrante dessa edição do
"3 em 1" é um OVA de 45 minutos que narra uma corrida de ciclismo. Em suma, tem-se como protagonista o espanhol Pepe, ciclista que
participa de uma competição na Península Ibérica como corredor de suporte da sua equipe, ao ter a tarefa de
auxiliar o ciclista principal a sair vencedor. Por coincidência, um trecho
dessa corrida atravessará Andaluzia, cidade natal dele onde está ocorrendo, no mesmo dia, o
casamento de seu irmão mais velho com Carmen, sua ex-namorada, sendo que a relação desses dois foi primordial na decisão de
Pepe em buscar anos atrás o sonho de se tornar um profissional no ciclismo.
Todavia, sua carreira no esporte não tem sido muito
boa, estando prestes a ser dispensado da equipe caso não consiga um bom
resultado nesse circuito. Sabendo disso, Pepe procura se esforçar mais do que o
normal a fim de ajudar seu time a conseguir a vitória; porém, um incidente faz
com que o corredor principal abandone a disputa em sua metade, jogando mais
pressão nas costas de Pepe, que, agora, ao invés de desempenhar seu papel de costume,
é orientado a ganhar a corrida a qualquer custo.
Um abrasivo sol de mais de quarenta graus sob suas cabeças,
aliado a ventos fortes e até tempestade de areia, enquanto ao mesmo tempo, não muito além, é
celebrado um animado casamento tipicamente espanhol. A narração de "Andalusia
no Natsu" se divide em duas partes para mostrar dois acontecimentos interligados ao personagem Pepe; de um lado, as pessoas que ele deixou para trás em
Andaluzia devido a conflitos familiares e amorosos, e do outro a consequência
disso, o momento atual, como ciclista profissional, onde precisa provar ao seu
exigente patrocinador - uma marca de cerveja - que ainda pode ser útil à
equipe. Primeiro tendo os competidores tecendo estratégias e se resguardando nesse ambiente
agressivo ao pouparem suas forças para a arrancada final, o clímax de
"Andalusia no Natsu" começa a partir do ponto em que Pepe é obrigado
a vencer a corrida, justamente após ter gasto quase toda sua energia em vão
para ajudar seu companheiro. Testemunhamos, assim, um "azarão" exausto tentando ganhar em casa, na economicamente pobre Andaluzia que, logicamente,
lhe trará memórias não muito boas enquanto pedala por suas estradas desertas que conhece tão bem –
antigas feridas se abrem, ainda mais se as causadoras delas estão tão próximas
de ti encerrando em definitivo sua união e os conflitos do passado com um festivo casamento.
Se eu gastei mais palavras do que o esperado falando
dos dois primeiros títulos, em "Andaluzia no Natsu", mesmo sendo o
melhor anime desse trio, não vejo necessidade para isso: é basicamente uma história de
evolução linear, que trata com elogiosa maturidade e imparcialidade o drama de
um homem comum, longe de ser um dos mais populares no esporte que pratica e que
tampouco perdoou totalmente a ex-namorada e o irmão pela "traição" deles. Ser
capaz de vencer em casa não lhe garantirá somente a permanência na divisão
principal de ciclismo, como também dará a satisfação e convicção necessária para, mesmo que por um dia, imaginar que ainda é possível correr por caminhos menos acidentados em sua vida.
Aliás, "Andalusia no Natsu" tem uma origem curiosa, pois faz parte de uma antologia de contos presentes em "Nasu", mangá onde todas as histórias possuem em comum o fato de mostrarem, em determinado grau, alguma ligação com... Berinjelas ("nasu")! Indo desde a trama sobre um fazendeiro a outra de um samurai em um Período Edo no qual esse fruto tem seu consumo proibido, no caso de "Andalusia no Natsu" descobrimos que ela é um alimento típico de Andaluzia, local em que é comum consumir berinjelas em conserva. Ver esse anime me fez lembrar, com um misto de saudosismo e repúdio, as ocasiões em que minha mãe fazia berinjela empanada na janta... Juro, eu criança não entendia como ela gostava daquilo!
Nota: Em 2007 foi lançada uma continuação
através do mesmo estúdio, Madhouse, chamada "Nasu: Suitcase no Wataridori",
sendo que dessa vez a corrida ocorre no Japão.
+ História
+ Caracterização do personagem principal
+ Caracterização do personagem principal
− Tem berinjelas demais... (brincadeira, viu?)
Nota: 8
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Sinais + e -: O que eu considero como pontos fortes e fracos do anime.
Gastei mais tempo pra ler sobre o primeiro do que para vê-lo... na verdade não demoro tanto assim pra ler, não tenho dislexia (talvez não), mas enfim...
ResponderExcluirEstranhamente nunca passei por dilemas familiares (não comigo no centro), nem tão pouco tenho pressa pra sair de casa (na verdade é o contrário hehe), mas mesmo assim o que me agradou foi também pelo tema universal.
Andalusia no Natsu foi ótimo de se ver também e isso pelo anime em si :~
Haha, realmente o texto desse anime (e de "Final Approach" também) ficaram maiores do que o esperado, e isso porque quando criei esse "3 em 1" eu tinha a intenção de reunir resenhas pequenas...
ExcluirE só agora ao reler parte do texto de "Dareka" após ver seu comentário é que reparei ter "comido" uma palavrinha na introdução: esqueci de mencionar que ele foi feito como material de divulgação para a exposição de uma empresa do ramo imobiliário.
Não consegui confirmar isso nem antes nem agora, mas, vendo imagens de prédios administrados por essa empresa, creio que o apartamento dos pais da garota seria uma cópia deles - o que faria sentido, pois foi justamente onde ela cresceu e passou os melhores momentos de sua vida. Depois disso, passou a morar em um cubículo bagunçado e sem brilho...