Ano:
2013
Diretor:
Yasutaka Yamamoto (“Senjou no Valkyria: Gallian Chronicles”, “Shinryaku!? Ika
Musume”)
Estúdio:
A-1 Pictures
Episódios:
13
Gênero:
Comédia / Slice-of-Life
De
onde saiu: Mangá, 3 volumes, em andamento
OBS: No final do post há uma enquete, a respeito de futuras resenhas a serem postadas no blog.
OBS: No final do post há uma enquete, a respeito de futuras resenhas a serem postadas no blog.
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Atuar
no funcionalismo público é o desejo (ou uma opção alternativa) de muitas
pessoas, devido à sua estabilidade e benefícios. Por trabalhar nessa área,
constantemente ouço elogios e comentários levemente invejosos a respeito disso,
mesmo que, na realidade, meu serviço não seja hoje nenhuma maravilha – mas
quase sempre, quando tento me justificar, respondem que estou reclamando de
barriga cheia...
Outro
detalhe é o preconceito que há em volta por parte da população: é funcionário
público? Então mal trabalha, tem vida boa. Meu próprio pai se glorifica em
doses semanais por ter sido “homem de chão-de-fábrica” durante trinta anos, e
com frequência minimiza o que faço, ainda que ele não tenha ideia alguma de
quais sejam as minhas tarefas – e não posso esquecer da fatídica frase “Eu pago
o salário de vocês!” usada por aqueles que perdem a paciência conosco, mesmo quando
estão errados. E isso são só dois exemplos dos vários que poderiam ser citados
aqui. Claro que muitas pessoas se encostam nos seus cargos e lá ficam, inertes
e sugadores (conheço gente assim); porém, exemplos positivos surgem aqui e ali,
tão bons ou melhores quanto os que atuam no setor privado. É aquilo de não
generalizar, mas se torna até compreensível essa situação ao ver que,
geralmente, quando a mídia fala a respeito do funcionalismo público, é para
criticar gastos indevidos e corrupção nos postos mais elevados.
E
tal visão é universal, não pense que isso se restringe ao Brasil e sua política
viciosa; “Servant x Service” nos ensina que, até lá no Japão, do outro lado do
globo, a reputação dos funcionários públicos não é muito boa - mas, pelo menos
nesse caso, o dia a dia burocrático deles parece ser bem mais divertido, isso
graças à leve e refinada comédia de Karino Takatsu, autora das tirinhas 4-koma
de onde o anime é baseado, e criadora também de outra obra mais famosa que se
passava em um local de trabalho - nesse, um restaurante familiar -, “Working!”,
mangá que acabou tendo duas séries de TV.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7CgTcMjFCQUGT2OUQ-4XVcvtDTjsCJzCOAnOL1g6vZgdopegryYHO1SHPfO7kyW83kaBhw-WUSHZjrupTsJ_r_o55OygLcSXVaOreUWgV1Zz-rDplmDDSDhf4qAkN9y02G-NrB_ojYUg/s1600/Servant+02.jpg)
Ainda
descobrimos dessa garota o motivo nada convincente por ela querer atuar em tal
área, que é se vingar da pessoa que permitiu a seus pais registrarem ela com um
nome tão grande (Lucy Kimiko Akie Airi Shiori Rinne Yoshiko Ayano Tomika
Chitose Sanae Mikiko Ichika e por aí vai...), um argumento que será bastante
usado para fazer humor e que, sim, acabará tendo uma resolução, por tão bobo que ele seja. E, após essa extensa difamação e sátira aos pobres funcionários
públicos, o fim desse primeiro episódio ameniza tudo e mostra que até eles
podem receber elogios e ser bem tratados entre um abuso e outro, como qualquer
pessoa de qualquer emprego – enfim, não é o paraíso e tampouco o inferno. A
maioria das piadas quanto a isso no anime inteiro ficarão por aqui, e a partir do
mediano segundo episódio (visto como fraco principalmente por conta do início
agitado do anterior, e a inclusão de uma nova personagem um tanto irritante que
depois até se torna simpática) “Servant x Service” focará o seu humor mais nas
relações amenas e engraçadinhas entre os novatos e outros colegas de trabalho e
conhecidos, enquanto, futuramente, veremos brotar lá e cá pequenos
problemas amorosos nesse elenco.
No plural mesmo porque é mais de um, mas
citar um deles seria dar "spoil" de algo que será revelado apenas a
partir do episódio 5, então ficarei restrito ao par principal e óbvio, Hasebe e
Lucy. O que era o tendão de Aquiles em "Working!" se transforma aqui
em momentos bem humorados, e prepare-se para torcer muito para o coitado do
Hasebe! Com uma voz preguiçosa dada por Tatsuhisa Suzuki (Haru de "Tonari
no Kaibutsu- kun"), ele pode parecer leviano por mais vadiar do que
trabalhar, dar uma de galanteador pegando o e-mail de todas as garotas que vão
ao local e não se importar em fazer graça de seu superior; mas a situação muda
um pouco de figura ao conhecer Lucy. Inicialmente só brincando e fazendo graça
dela - seja por conta de seus peitos, seu extenso nome, sua lerdeza em perceber
as coisas ou todo o resto de sua pessoa -, Hasebe lentamente passa a vê-la com
outros olhos e intenções com o decorrer do tempo, principalmente por conta da
tamanha e fofa ingenuidade e sinceridade dessa garota, que praticamente sofre
assédio de seu colega de trabalho a todo instante mas nem percebe, para
desespero do rapaz. Indiretas com ela não funcionam, piadinhas maliciosas são
na mesma hora rechaçadas por sua ignorância e inocência; e, mesmo quando se faz
entender, Hasebe esbarrará nem uma vez, nem duas, na palavra "rejeição"
- e nisso a Lucy não será nada delicada, querendo ou não. Mais do que se
sacrificar em parar de pegar e-mails de qualquer pessoa do sexo feminino (menos
o da Lucy, pois dela ele simplesmente não consegue...), Hasebe precisará de uma
boa dose de paciência e persistência para seguir em frente e conquistar pequenas vitórias a passos lentos, além de enfrentar
uma leve desaprovação momentânea de seus colegas de trabalho, tanto faz se por preocupação com a
Lucy ou por outros motivos nem tão nobres.
Mesmo com tudo isso, a verdade é que o
romance em “Servant x Service” é bastante secundário na maior parte do tempo, ou no mínimo eu diria que é sutil;
cenas que darão algum avanço na relação desses dois serão esporádicas, porém
significativas. Não fazendo alarde nesses momentos, é agradável acompanhar como
a intimidade entre Hasebe e Lucy aumenta lentamente com pequenas e singelas frases e ações de ambos os lados,
causando um desenvolvimento imensamente mais natural. Um ato solidário e sério de Hasebe ou
uma frase calorosa e sincera de Lucy já são suficientes para quebrar algumas
barreiras do sexo oposto. Entretanto, alguns deverão achar que há muito “chove e não molha” e
lentidão nisso tudo, principalmente por ser entre dois adultos, o que até pode ser verdade; e o mesmo ocorre com o outro casal que dá as caras mais tarde,
divertidíssimo e bonitinho, porém empacado e aparentemente sem futuro. Mas, dá para relevar;
comparado ao desastre ocorrido em “Working!” quanto a romance, “Servant x
Service” é quase perfeito e seu desfecho, muito satisfatório - além disso, esse nem é o foco do anime na maior parte do tempo, que preza
pela simples interação em conjunto de todos os personagens.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgq276j82EIECpMsNwnhvUY5JWsNM_VrG7yyUNgLBF20uE6-Q1cCjC4LjNYhYUZP8LBCrurgot-l8kea4k5d5tqxSRmkS80NcAPUyIJRiblUO7nBfc5-c0Nt30lluDWEHabQPv7uXU6bB4/s1600/Servant+005.jpg)
Ao chegar na prefeitura para solicitar algo,
não se assuste ao reparar numa funcionária fazendo cosplay de “mahou shoujo”, e
nem se espante se um rapaz alegre vier pedir seu e-mail (isso se você for
mulher, lógico) - e, se enxergar um coelho rosa, simplesmente o ignore; podem bagunçar, tirarem sarro um do outro, usarem o local para
resolver questões amorosas... Porém, quando é para trabalhar eles o fazem com
competência, e se dependesse apenas deles a fama dos funcionários públicos
seria bem melhor. “Servant x Service” não somente traz uma comédia acima da
média que, além de fazer rir, sabe explorar decentemente o romance singelo que possui, como,
convenhamos, sair um pouco daquele cenário escolar cheio de adolescentes é uma
grande raridade nas temporadas atuais, não importando o gênero. São adultos jovens
e muito imaturos ainda, na realidade, mas já é o suficiente.
Contudo, caso preste um concurso público, seria bom escolher outro lugar para trabalhar...
**********
Nota: 8
(clique para uma melhor visualização)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho3WHOqw25gaVCWCwTkjH1CyGVpkU2hjG9wGqtQnAyz10vdrwBAZyPP9DpZMRcvAMpxXgblGIz4f9OzFi27u0kOF5m3w_aBB5Ox4Xd-xaKA3NizqTO461yL85HvxX8stzIaMEdaQ35Ozw/s640/Gr%C3%A1fico+Servant.png)
No MyAnimeList (12-11):
O anime está na 542ª posição, com nota 7.93. Já o mangá tem nota 7.68, e é o 2550º colocado.
Personagens mais favoritados:
5º - Taishi Ichimiya - 3
6º - Tohko Ichimiya - 1
*****
01/12: Enquete encerrada! Em breve
(ainda em dezembro, espero) será postada a resenha do anime mais votado, bem
como o resultado geral.
Meus perfis:
MyAnimeList (com recomendações semanais de posts de outros blogs)
Na época da temporada passada que esse anime estreou eu nem levei a sério esse anime, mas pelo que eu vi nessa review acho que vou dar uma chance, já que a comédia parece ser boa.
ResponderExcluirAprecio muito as recomendações do Animecote. Pro meu gosto acertam em cheio!
ResponderExcluirResenha escrita não apenas com os dedos, mas com o coração de quem se viu no anime. Parabéns Erick, é provável que muitos vejam este anime somente por causa de sua resenha. =)
ResponderExcluirAcham impossível ter 2ª temp.?
ResponderExcluirImpossível não, mas bem difícil...
ExcluirEm se tratando de vendas o anime até foi bem (4 mil cópias por volume), se pagou, mas esses números dificilmente garantem uma segunda temporada - se fosse quase o dobro disso já seria o suficiente para se esperar uma sequência.
Resumindo, acho que só ficará nisso mesmo =/