Olhem só que previsível, um novo post da seção X-10 quase dez meses após a última (e muito bem sucedida) edição. Dessa vez não farei promessa alguma de tentar torna-la mais ativa, eu juro!
Adoro animes curtos; em toda temporada eu pego qualquer um que esteja sendo traduzido, e não é raro ter dias onde só vejo animações de curta duração simplesmente porque estou sem paciência de gastar vinte minutos em um só episódio. O orçamento pode ser baixíssimo - nulo, em muitos casos! -, é mais difícil você se apegar a personagens, em algumas situações não passam de propaganda pura e descarada a mídias e itens já existentes ou que ainda serão lançados, em outras são experimentais em excesso e que tenham muita sorte aqueles que se atreverem a mostrar alguma história linear, não ficando presos somente aos gêneros slice-of-life e comédia (e recentemente, contos de terror); enfim, as limitações são várias, animes ruins de fato alcançam uma taxa alta nesse meio, mas ainda assim acho gratificante e enriquecedor ver essas pequenas produções onde até possuir, ao mesmo tempo, músicas de abertura e encerramento é item de luxo.
Este será o quarto post da seção X-10 que traz como tema os (pra mim) melhores animes curtos do ano anterior: Comecei com a boa safra de 2012, prossegui com o ótimo ano de 2013 nesse quesito, segui adiante com um fraco 2014, e, agora... Bem, os que acompanham temporada a temporada sabem que 2015 não foi nada memorável, e é claro que isso se reflete, também, na qualidade das animações curtas. Em 2014 reclamei que foi difícil chegar a dez títulos decentes, mas pra esse ano tive até que mudar algumas "regras" minhas a fim de alcançar esse mesmo número!
De profissionais da medicina inúteis e loucos a ajudantes virtuais igualmente inúteis e atrapalhadas; de monstros ocupando as terras da gloriosa nação japonesa a - muito pior! - uma garota invadindo a casa de um rapaz e se declarando sua noiva; e de ninjas assassinos a bonitinhas garotinhas estudantes se divertindo e jogando conversa fora, os dez títulos dessa lista e seus 146 episódios chegam a 15 horas de duração, o equivalente a 45 episódios de tamanho normal - é até muito, culpa de "Ninja Slayer From Animation" que sozinho é responsável por quase um terço desse tempo. Me esforcei, tentei expressar as ressalvas, pontos fortes e fracos a respeito de cada animação já que boa parte delas é mediana, e espero que ao menos os textos lhe sejam de alguma utilidade.
Por fim, em relação ao futuro da seção X-10, no mínimo mais um post ainda será publicado, possivelmente, em abril, pois daqui a um mês entrarei de férias e isso facilitará na sua montagem - agora, qual será o tema dele, isso terão de aguardar para saber...
**********
Anime de Wakaru Shinryounaika
De onde saiu: Mangá, 13 volumes, em andamento.
A história: Acompanhamos o psicólogo Ryou e
sua enfermeira Asuna, além de outros personagens esporádicos, abordarem vários
tópicos sobre saúde mental - tais como insônia, pedofilia, demência, depressão,
voyeurismo e até disfunção erétil, sendo usado como base para isso muito humor
gráfico, trocadilhos e referências a cultura pop em geral.
Adaptação de um mangá em tirinhas que teve início
em 2009 no site da clínica de um
psiquiatra chamado Yuu Yuuki, "Anime de Wakaru Shinryounaika" se resume a uma profusão
sem fim de piadas e trocadilhos sujos e infames enquanto o psicólogo Ryou, ao
mesmo tempo que se esforça em ficar sereno ao dar breves explicações sobre
distúrbios mentais, realiza também o papel de tsukkomi replicando com energia
as bobagens de sua desmiolada e maliciosa enfermeira Asuna e demais
personagens, como o avô pervertido dela e suas irmãs "um pouco" desajustadas - sendo uma extremamente tímida, porém nada inocente, e a outra beirando os 30 anos e sofrendo
pressão da família e sociedade pelo fato de ainda estar solteira. Com quebra da
quarta parede e honestidade ao citar o fanservice visto na abertura, esses dois
protagonistas iniciam o anime já discutindo a respeito de um mal que acomete
homens de todas as idades e camadas sociais, que é a disfunção erétil (tome cuidado caso tenha
diabetes!), assunto que dá brecha, como seria esperado, a uma série de
comentários obscenos metidos a engraçadinhos. Ligando um trocadilho pífio ao
outro e bravejando anedotas predominantemente sexuais que em sua maioria
parecem ter saído de uma rodinha de bate papo entre adolescentes, confesso que
sua introdução não é das mais animadoras, apenas se salvando mesmo o tema
incomum com suas pequenas curiosidades e teor "educativo", por mais superficiais
e de conhecimento geral que sejam boa parte dos curtos esclarecimentos de Ryou.
E, olha, já adianto que trocadilhos ruins e piadas tolas jamais sairão de cena nos 20 episódios, mas ao menos eles vão rareando em meio a outros tópicos interessantes. No segundo episódio Ryou mostra não ter papas na língua ao corrigir Asuna dizendo que na psicologia eles não reconhecem o termo "complexo de lolita", e sim chamam logo casos assim de pedofilia e ponto final, resultando em seguida no episódio possivelmente mais polêmico do anime ao abordar com bom humor um tema delicado onde pontos de vista divergentes são apresentados e no qual, no fim, não veremos uma conclusão definitiva e fixa em relação a como tratar desse assunto, postura que flagraremos com frequência no decorrer da série. Mais adiante, o caquético e safado avô de Asuna serve de modelo para um questionário que ilustra como identificar em um primeiro momento se alguém pode estar sofrendo de demência (ou "deficiência cognitiva" no jargão atual de menor impacto, segundo Ryou), enquanto que em outra ocasião é a vez de aprendermos rapidamente de que modo as cores refletem nosso estado mental. Causas e possíveis tratamentos da insônia, com o uso do prestimoso e sadomasoquista velhinho e explicações quanto a razão de esse problema ser mais rotineiro com pessoas da terceira idade; outro episódio gasto - por que não, né? - em cima de disfunção erétil, dessa vez na praia e com cenas sugestivas envolvendo pepinos do mar; discussões "picantes" acerca de fetichismo em suas mais diversas formas, além de exibicionismo e voyeurismo, no qual em três episódios percebemos que certos processos para diagnosticar transtornos mentais são, para nós leigos, talvez amplos e subjetivos demais, detalhe que é satirizado pelo elenco do anime; síndrome do pânico, depressão, fobias... Já citei praticamente mais da metade dos argumentos, eis o ponto fraco de querer detalhar melhor um anime de curta duração, porém o que resta dizer é que a fórmula se mostra praticamente a mesma em todo o momento: Ryou, Asuna ou qualquer outro dão a deixa para uma nova discussão, o psicologo lidera a "lição" e devidas demonstrações, Asuna e companhia vão interferindo aqui e ali com suas reações exageradas e piadinhas muitas vezes forçadas (aliás, quer um exemplo do nível delas? Tenho essa aqui, na qual Asuna brinca com a palavra "R.E.M", uma das fases do sono) e por fim temos a conclusão mais ou menos satisfatória disso tudo, que pode terminar tanto com a elucidação de uma questão e um último comentário humorístico, quanto tendo alguém sendo levado embora pela polícia em casos mais graves - possivelmente a melhor forma de lidar com tarados em suas variadas vertentes, pelo menos na visão desse anime com sua insistência em abordar tantos tópicos de cunho sexual (duvido acharem qualquer outra animação que cite Viagra, duvido!).
Em resumo, é uma comédia adulta pseudo didática que ora acerta no tom do humor, ora erra, erra de novo, acerta mais uma vez, constrange, embaraça, afunda, tem lapsos de genialidade... Uma obra bastante irregular, e fica o valioso conselho de que, caso esteja sofrendo algum dos problemas citados ou outros, procure qualquer clínica para realizar uma consulta, menos a que tiver esses personagens como funcionários!
DSM-IV: Em diversos trechos Ryou cita essa sigla e é visto com um livro em mãos quando tenta tirar uma dúvida sua ou de terceiros; trata-se do "Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais", que foi criado pela Associação Americana de Psiquiatria e que é usado por profissionais da área de saúde mental por listar diferentes categorias de transtornos mentais e critérios para diagnostica-los. Viu como até num anime curto repleto de piadas sujas e tontas dá para aprender alguma trivialidade?
Você o conhece?: Citei na sinopse que o anime também faz uso de referências a cultura pop em geral, e nesse caso vi muitas pessoas serem pegas de surpresa com essa imagem de um cara barbudo com maria-chiquinhas logo no primeiro episódio, sendo que ele chegaria a aparecer mais vezes em episódios futuros da animação. Tal sujeito é Ladybeard, também conhecido como um lutador profissional chamado Rick Magarey, que faz parte do "Ladybaby", um grupo composto por mais duas garotas que tocam uma espécie de heavy metal "kawaii". O primeiro single deles, "Nippon Manju", tornou-se uma febre na internet ano passado, e agora em janeiro foi lançado um novo single, de nome "Age-Age Money". Ah, nem tem necessidade em tentar dizer qualquer gracinha por aqui...
Hacka Doll The Animation
De onde saiu: Personagens de um aplicativo para dispositivos móveis.
A história: É vista a rotina de trabalho das Hacka Dolls, três personagens
virtuais cuja missão é "avançar" outras pessoas lhes ajudando em
tarefas diversas.
Duração: 13 episódios de 6 minutos cada = 1 hora e 18 minutos.
Certo, a sinopse ficou bem vaga de propósito, já que para explicar melhor a
história do anime é preciso antes citar a origem de tudo. Criado por DeNA, empresa que possui vários negócios virtuais, dentre eles
a maior
plataforma social de jogos para dispositivos móveis e o querido site MyAnimeList (do qual são donos desde
janeiro de 2015), "Hacka Doll" é um app que distribui feeds de
notícias customizadas aos seus usuários: após responder a algumas perguntas no
primeiro acesso o aplicativo filtra e traz artigos que vão de acordo com os
interesses da pessoa, como animes, mangás, jogos, light novels e etc - ele é
focado apenas em material nerd mesmo, e nesse post em
inglês (mas com várias imagens ilustrando cada passo) dá para ter uma noção de
seu funcionamento, havendo inclusive um sistema interativo semelhante ao de
jogos onde você junta pontos (lendo artigos e outras coisas) para jogar
minigames e ganhar pequenas recompensas. Com o tempo ele também vai analisando
novas opções de temas para cada usuário se baseando em palavras chaves e
artigos que foram aprovados ou reprovados anteriormente, tendo o detalhe de que as "responsáveis" por esse árduo e contínuo trabalho são a burrinha e
enérgica Hacka Doll #1, que é a
navegadora principal; a sensual Hacka Doll #2, perita
em animes; e a preguiçosa trap Hacka Doll #3, um otaku
muito bem informado. Logo, o anime se baseou no app para criar uma trama onde
esse trio realiza tarefa parecida no mundo real, às vezes sendo requisitados
por alguém pedindo ajuda, e em outras aparecendo do nada na frente do próximo e
surpreso cliente porque, né, coerência aqui é desnecessária. O objetivo é
"avançarem" as pessoas resolvendo seus problemas e obtendo em
troca uma boa avaliação, e é claro que tais personagens, de tão atrapalhadas,
estão longe de conseguirem isso facilmente...
Com referências e paródias às vezes óbvias, às vezes obscuras, a outros animes, além de temas e piadas otakus à exaustão, "Hacka Doll The Animation" possui um humor bastante interno na maior parte do tempo, o que deixa sua pálida comédia ter um alcance limitado. Seja auxiliando um produtor ao atuarem (pessimamente) como idols de improviso ou então impedindo que um sistema seja totalmente contaminado num episódio com alusões a "Evangelion", além de darem uma sofrida mãozinha na produção de um anime em outro episódio cujo título, "Kurobako", já deixa claro desde o início sobre de quem estão fazendo menção, as Hacka Dolls geralmente terminam suas empreitadas não da melhor forma possível para ambos os lados, frequentemente cometendo mal entendidos e agindo com afobação, o que faz ser inevitável questionar como mesmo com tudo isso continuam tão requisitadas. Citando mais alguns de seus feitos, elas ainda invadirão um MMORPG para salvar um homem que não consegue parar de jogar, com direito a visual em 8 bits e propaganda descarada sobre os títulos da DeNA; servirão de substitutas a um grupo bizarro de "garotas" mágicas que tem como inimigos vilões mal compreendidos; e, mesmo quando estão de folga numa terma que em tese só serviria para justificar cenas de nudez e gemidos sugestivos (trap incluso nisso, cuidado!), tal evento acaba no fim as fazendo se envolver em um misterioso assassinato onde percebemos o quão esse trio é péssimo em deduções - pior nesse caso para a azarada da Hacka Doll #4, modelo mais novo que, apesar de supostamente ser mais avançado, cometerá tantos erros quanto suas antecessoras e servirá essencialmente como bode expiatório delas em quase todas as ocasiões.
Poderia me estender com outros acontecimentos semelhantes, porém soaria repetitivo e é isso, eis mais um grupo do qual, por precaução, é melhor não pedir ajuda alguma...
Extras: Junto a série de TV há também dois vídeos promocionais feitos pelo estúdio Trigger em 2014, que são mais focados em "explicar" a funcionalidade do próprio app. No primeiro vídeo (clique aqui para vê-lo) as protagonistas tentam descobrir os interesses de uma fujoshi (e claro que BL foi a primeira opção), enquanto que no segundo (clique aqui) elas se perdem um pouco ao tentar atualizar o feed de notícias a tempo.
Kagewani
A história: Ataques de estranhas criaturas começam a ocorrer por todo o Japão, e o protagonista Sousuke Banba, um professor conhecido no campo da engenharia genética, pesquisa sobre esses eventos para descobrir a origem deles.
Duração: 13 episódios de 8 minutos cada = 1 hora e 44 minutos.
Se desconsiderarmos "Ninja Slayer" logo abaixo cuja história é mais trollagem e paródia pseudo levada a sério, "Kagewani" se torna o único anime da lista que traz um desenvolvimento mais encorpado - no que for possível para uma série de curta duração - e linear. Ou quase linear, para ser exato.
Começando com o infortúnio de um grupo de jovens numa floresta que, com a intenção de aumentar o número de visitas de seu canal no Youtube, forjam o vídeo de um suposto monstro semelhante ao do Lago Ness e no fim acabam ironicamente sendo atacados por uma criatura gigante de verdade, e tendo logo em seguida o professor Sousuke Banba chegando tarde demais no local da tragédia, "Kagewani" prossegue de forma episódica ao narrar aparições de diferentes e bizarros monstros em várias situações e regiões do Japão. O enigma por trás do acidente no topo de uma montanha, onde apenas uma mulher foi encontrada com vida após sua expedição ser atacada e ela resolver certo drama de seu passado; dois garotos que, ao entrarem num esgoto para recuperar um drone, se veem diante de um monstrengo de casco imenso; o caixa de uma lojinha de conveniência, e uma mulher que é flagrada por ele roubando um produto, tendo que escapar juntos de um monstro capaz de ficar invisível; e por aí vai, havendo quase sempre o misterioso personagem principal investigando a cena pós desastre, isso quando ele mesmo não se envolve diretamente em um ou outro caso desses numa frequência bastante incomum. Pode-se dizer que três quartos da animação permanecem nesse ritmo, no qual em algumas dessas pequenas histórias descobrimos brevemente detalhes sobre a formação de tais seres e também como um grupo em particular está agindo contra eles - sem ser exatamente por mera vontade de salvar a humanidade -, e somente nos três episódios finais é que veremos esclarecimentos e resoluções mais profundas em relação a todo esse suspense.
Fico impedido de ir além na explicação da trama justamente porque para esse anime spoils avançados não são aconselháveis, mas saliento como "Kagewani" traz uma história que, clichês, abuso de coincidências para unir alguns elementos e falta de originalidade à parte, termina de forma razoável respondendo e fechando a maioria dos argumentos levantados durante seus curtos episódios - seu não imprevisível, porém interessante final abre novos questionamentos, mas quanto a isso uma das notas abaixo pode amenizar esse pormenor. De todo modo, resta enfim citar seu peculiar visual, onde as pessoas e monstros parecem recortes de papel sendo movimentados em frente a cenários de fundo, estilo semelhante ao usado com "Yamishibai" em 2013, outra boa animação de terror comandada pelo diretor Tomoya Takashima; à primeira vista incômodo e tecnicamente limitado demais devido aos movimentos "travados" dos personagens, essa arte, igual ao que ocorreu com "Yamishibai", auxilia muito na construção da atmosfera apreensiva do anime com suas paletas de cores pálidas e maior detalhamento nas expressões faciais dos humanos e nas texturas das várias e horríveis criaturas, que parecem ter saído de típicas obras japonesas do gênero "kaiju". Em complemento a isso, aqui se faz notável a questão de que o enredo em si pode não ser lá essas coisas, contudo Tomoya sabe como apresenta-lo de forma mais atraente, se aproveitando ainda de artifícios como efeitos sonoros sinistros mesclada a uma trilha musical bem posicionada para causar tensão e sustos nos momentos devidos (sem contar também os grotescos grunhidos e outros sons dos próprios monstros), simulação de câmera trêmula ou ficando fora de foco nos instantes em que alguém está desesperadamente fugindo de uma criatura, jogos de sombra, bom timing para finalizar determinadas cenas... Instiga, causa pulinhos básicos de surpresa com aqueles truques habituais e sacanas do gênero, entretém pela variedade no design dos monstros e acontecimentos e, no geral, seu conteúdo sai melhor na foto do que muito anime grandinho por aí com visual ajeitado.
Continuação: Anunciaram há poucas semanas que haverá uma segunda temporada intitulada "Kagewani Shou", prevista para estrear em abril.
Do mesmo diretor: Como mencionado acima, Tomoya Takashima foi responsável pelo primeiro anime de "Yamishibai", que possui uma arte e narrativa parecidas as de "Kagewani" - eu já o citei no post "Dez animes curtos de 2013". Atualmente se encontra em exibição sua terceira temporada, composta por uma equipe diferente.
Começando com o infortúnio de um grupo de jovens numa floresta que, com a intenção de aumentar o número de visitas de seu canal no Youtube, forjam o vídeo de um suposto monstro semelhante ao do Lago Ness e no fim acabam ironicamente sendo atacados por uma criatura gigante de verdade, e tendo logo em seguida o professor Sousuke Banba chegando tarde demais no local da tragédia, "Kagewani" prossegue de forma episódica ao narrar aparições de diferentes e bizarros monstros em várias situações e regiões do Japão. O enigma por trás do acidente no topo de uma montanha, onde apenas uma mulher foi encontrada com vida após sua expedição ser atacada e ela resolver certo drama de seu passado; dois garotos que, ao entrarem num esgoto para recuperar um drone, se veem diante de um monstrengo de casco imenso; o caixa de uma lojinha de conveniência, e uma mulher que é flagrada por ele roubando um produto, tendo que escapar juntos de um monstro capaz de ficar invisível; e por aí vai, havendo quase sempre o misterioso personagem principal investigando a cena pós desastre, isso quando ele mesmo não se envolve diretamente em um ou outro caso desses numa frequência bastante incomum. Pode-se dizer que três quartos da animação permanecem nesse ritmo, no qual em algumas dessas pequenas histórias descobrimos brevemente detalhes sobre a formação de tais seres e também como um grupo em particular está agindo contra eles - sem ser exatamente por mera vontade de salvar a humanidade -, e somente nos três episódios finais é que veremos esclarecimentos e resoluções mais profundas em relação a todo esse suspense.
Fico impedido de ir além na explicação da trama justamente porque para esse anime spoils avançados não são aconselháveis, mas saliento como "Kagewani" traz uma história que, clichês, abuso de coincidências para unir alguns elementos e falta de originalidade à parte, termina de forma razoável respondendo e fechando a maioria dos argumentos levantados durante seus curtos episódios - seu não imprevisível, porém interessante final abre novos questionamentos, mas quanto a isso uma das notas abaixo pode amenizar esse pormenor. De todo modo, resta enfim citar seu peculiar visual, onde as pessoas e monstros parecem recortes de papel sendo movimentados em frente a cenários de fundo, estilo semelhante ao usado com "Yamishibai" em 2013, outra boa animação de terror comandada pelo diretor Tomoya Takashima; à primeira vista incômodo e tecnicamente limitado demais devido aos movimentos "travados" dos personagens, essa arte, igual ao que ocorreu com "Yamishibai", auxilia muito na construção da atmosfera apreensiva do anime com suas paletas de cores pálidas e maior detalhamento nas expressões faciais dos humanos e nas texturas das várias e horríveis criaturas, que parecem ter saído de típicas obras japonesas do gênero "kaiju". Em complemento a isso, aqui se faz notável a questão de que o enredo em si pode não ser lá essas coisas, contudo Tomoya sabe como apresenta-lo de forma mais atraente, se aproveitando ainda de artifícios como efeitos sonoros sinistros mesclada a uma trilha musical bem posicionada para causar tensão e sustos nos momentos devidos (sem contar também os grotescos grunhidos e outros sons dos próprios monstros), simulação de câmera trêmula ou ficando fora de foco nos instantes em que alguém está desesperadamente fugindo de uma criatura, jogos de sombra, bom timing para finalizar determinadas cenas... Instiga, causa pulinhos básicos de surpresa com aqueles truques habituais e sacanas do gênero, entretém pela variedade no design dos monstros e acontecimentos e, no geral, seu conteúdo sai melhor na foto do que muito anime grandinho por aí com visual ajeitado.
Continuação: Anunciaram há poucas semanas que haverá uma segunda temporada intitulada "Kagewani Shou", prevista para estrear em abril.
Do mesmo diretor: Como mencionado acima, Tomoya Takashima foi responsável pelo primeiro anime de "Yamishibai", que possui uma arte e narrativa parecidas as de "Kagewani" - eu já o citei no post "Dez animes curtos de 2013". Atualmente se encontra em exibição sua terceira temporada, composta por uma equipe diferente.
Komori-san wa Kotowarenai!
De onde saiu: Mangá, 4 volumes, em andamento.
A história: Komori Shuri é uma jovem de 15 anos que não consegue recusar o pedido de ajuda de ninguém. Ao lado de suas duas amigas, tal estudante é constantemente vista realizando os mais diversos favores aos outros, e em tamanha quantidade que esse hábito altruísta lhe concedeu certas "habilidades" com o tempo.
Duração: 12 episódios de 2 minutos cada = 24 minutos.
Ou precisamente 18 minutos, se excluirmos os
30 segundos por episódio da música de abertura que por vezes se torna
encerramento devido ao tamanho diminuto do anime. Originado de um mangá em tirinhas publicado desde 2012, "Komori-san wa Kotowarenai!" é um singelo slice-of-life colegial cujo humor tem, como carro chefe, as pequenas atribulações pelas quais Komori passa diariamente por culpa de sua incansável disposição em querer ajudar todos ao seu redor, algo que em alguns momentos gera eventos rotineiros, pedidos normais, e em outros acarreta em certas situações absurdas. Ora sendo naturalmente chamada em todas as aulas pelos professores para responder qualquer pergunta, ora aceitando tomar as caixinhas de leite da classe inteira já que nenhum de seus colegas parece gostar dessa saudável bebida, Komori também parece ser excelente em geografia, visto que ela é abordada com frequência na rua por pessoas, uma atrás da outra, pedindo orientações, e podemos reparar ainda que essa estudante possui um físico admirável, já que carrega inúmeros objetos pesados pra lá e pra cá sem dificuldade alguma e, como consequência disso, acaba por ser bastante requisitada por clubes esportivos e nas aulas de educação física - vide imagem acima, onde parece que só a pobre garota é que de fato realizou qualquer exercício nesse dia. Por fim, junte as amigas Megumi Nishitori, uma loirinha meio folgada e burrinha que se aproveita da generosidade de Komori, contudo possui um lado meigo e bem feminino que é testemunhado quando ela abaixa suas defesas; e Masako Negishi, menina cujos olhos parecem os de um peixe morto e que geralmente vem com os comentários mais inteligentes, e temos um "cute girls doing cute things" básico com teor moe satisfatório e yuri vibe regular tanto nas ações, quanto em frases.
Pessoalmente, me agradou muito mais o mangá do que o anime porque tal adaptação pulou ou resumiu diversas piadas e criou outras levemente inferiores, mas de todo modo Komori não deixou de ser uma simpatia de personagem com seus olhinhos grandes (ah, os peitos dela são igualmente enormes sim, e o anime dá mais ênfase desnecessário neles do que a obra original) e eterna gentileza, ainda que esse comportamento atrapalhe seu dia a dia em momentos como sempre permitir que os outros passem na sua frente no banheiro da escola mesmo estando muito apertada, ou então não conseguindo se divertir na praia por conta de a toda hora surgir alguém com uma máquina querendo que lhes tire fotos, por exemplo... Enfim, de partidas de vôlei onde Komori só consegue rebater a bola após pensar que essa está lhe pedindo ajuda para que a pare, a períodos de "crise" e depressão da nossa fofa protagonista quando em dada ocasião todos deixam de lhe pedir favores, sem esquecer que em episódios futuros (ou seja, depois de uns dez minutos de anime!) surgirá inclusive um garoto tampinha possível interesse amoroso que causará muitas bochechas vermelhas, "Komori-san wa Kotowarenai!" não se encontra no topo das melhores comédias dessa lista, mas ao menos traz uma das personagens mais adoráveis - e olha só, finalmente temos alguém do qual dá pra confiar, mas não abusem de sua boa vontade, viu!
Pronto, sigamos em frente com mais garotinhas,
mas já alerto que essas não serão tão inofensivas e tampouco úteis...
Do mesmo autor: O mangaká Cool-kyou Shinja também é criador de "Danna ga Nani wo Itteiru ka Wakaranai ken", outra obra em tirinhas que conta a história de uma mulher ao lado de seu excêntrico marido otaku - tal mangá obteve um anime de duas temporadas com episódios de 3 minutos de duração cada, e ele inclusive já foi mencionado em outro post da seção X-10, o "Dez animes curtos de 2014"; clique aqui caso queira ler a respeito.
Military!
A história: Em um dia qualquer o jovem estudante Yano Souhei vê sua casa ser invadida por um tanque pilotado pela 1ª Tenente Lutgalnikov e a 2ª Tenente Haruka, duas garotas integrantes das Forças Armadas Especiais de Krakhozia, um ducado que se encontra em guerra com a República de Grania. Devido a um equívoco, o pai de Souhei acabou se envolvendo no conflito e tornou-se um mercenário que tem contribuído com o avanço de Krakhozia, e agora cabe a essa dupla de lolis proteger o filho de seu salvador uma vez que o inimigo está atrás dele.
Duração: 12 episódios de 3 minutos cada = 36 minutos.
Muito fanservice em cima de lolis empunhando armas e explodindo tudo, somente isso, perdeu seu tempo lendo a sinopse.
Vindo de um mangá seinen em tirinhas (pois é, mais um!) que teve 5 volumes publicados entre 2009 e 2013, mas que recebeu uma continuação logo no ano seguinte - desconheço o número de volumes atual -, "Military!", bem, não escapa muito do resumo que fiz na frase acima, de tal modo que já no episódio de estreia vemos a loli de cabelos curtos Lutgalnikov revistando nosso azarado (sortudo?) protagonista e o apalpando ingenuamente "naquele lugar", para logo depois recuar e ordenar que ele tirasse pra fora o que estivesse escondendo ali, algo que certamente não seria nada sensato de se obedecer em tal situação - e passados alguns segundos sua parceira mais recatada, Haruka, garante o primeiro de vários pantyshots do anime ao exibir sua calcinha com estampa de coelho. Ah, vale citar ainda que no episódio 2 outra loli de belos cabelos loiros entra em cena ao chegar pelos correios (algo banal já vi muito disso em mangás e doujins...), se tratando nesse caso de Sharikov, uma meio atrapalhada assassina da República de Grania cuja missão é matar Souhei (ah tá). E se alguém estiver pensando agora que temos lolis demais para um só anime tão curto, tudo bem, eis Aria Grummans, uma coronel peituda e desajeitada que rapidamente se apaixona por aquele que deve proteger e que será responsável pelas cenas de fanservice mais picantes, sendo que farei o capricho de não colocar uma só imagem dela aqui para servir de exemplo.
De resto, quanto a personagens masculinos extras e inúteis há Ossan, um tímido soldado veterano que ninguém dá lá muita atenção; e Grue, um cabo sadomasoquista que surge para auxiliar Sharikov, mas que no fim se torna seu cachorrinho de estimação - ah, prefiro nem explicar o porquê disso...
Lolis destruindo tudo que veem pela frente (principalmente a casa de Souhei) sempre que brigam, havendo desde batalha entre kotatsus modificados em poderosos tanques de guerra até uma disputa para ver quem pega o jovem na saída da escola... Usando tanques de verdade como condução, porque os de kotatsu servem apenas para uso caseiro, lógico; fanservice que tem como base a exibição de calcinhas em todas as cores e padrões, mas que também aposta em momentos de seminudez e mal entendidos (e sim, haverá um generoso episódio da praia); e uma questionável comédia fraquinha, frouxa, que vale antes pelo nonsense causado por um bando de personagens loucos do que por raras cenas de humor bem elaboradas. Confesso que "Military!" entrou na lista "aos 45 do segundo tempo" para cumprir tabela, e dificilmente o recomendaria a alguém que não estivesse justamente procurando por algo tão específico quanto um anime de teor ecchi focado em lolis, visto que, sacanagem por sacanagem, outra animação desse post que surgirá logo a frente é infinitamente mais explícita e "empolgante" do que essa...
Fiquemos por aqui, deixemos de lado tanta violência e calcinhas e vamos no próximo anime conhecer a melhor idol androide (dentre 2 ou 3...) que já existiu no mundo da animação.
Baseado em armas reais: Das espingardas Remington modelos 870 e 700 empunhadas por Haruka, até a metralhadora (modificada) XM214 usada por Sharikov e não ignorando também o tanque soviético T-34 dirigido pelas garotas para invadir a casa de Souhei, todos os instrumentos bélicos que surgem no anime são baseados em invenções reais, e vale mencionar que no final de cada episódio aparece uma menina baixinha, chamada Mamo-chan, que chega a tentar explicar melhor sobre cada uma, porém ela sempre acaba sendo interrompida no meio por explosões que em tese causariam a sua morte - entretanto logo aprendemos que nesse anime praticamente todo mundo parece ser imune a isso...
Miss Monochrome: The Animation 2
Peitos, vibradores, esfrega esfrega, chupadas, calcinhas sendo dadas de presente... E outro anime cuja sinopse você nem precisava ter lido.
Baseado em um mangá shounen com 8 volumes publicados desde 2012, "Okusama ga Seitokaichou!" (ou "Minha Esposa é Presidente do Conselho Estudantil!") será seu anime escolar de comédia romântica padrão possuidor de um teor ecchi considerável, onde no início até é apresentado um arremedo de história e dada a mínima impressão de que talvez haverá algum desenvolvimento decente de personagens, mas que no fim sempre converterá tudo para muita libertinagem e perversão - putaria, em termos diretos. Okay, okay, você poderá achar simpática a relação do casal principal (unidos de início através de um argumento bem desgastado) e ficar satisfeito com os pequenos empecilhos pelos quais passam juntos, porém há de convir que tudo isso acaba eclipsado e jogado a segundo ou terceiro plano com tantas calcinhas, frases sujas e corpos seminus à mostra.
"Liberalização do amor"? Tal ideia por parte da baixinha Wakana vem do fato de sua escola ter condutas rígidas quanto as interações entre alunos do sexo oposto, o que fará com que essa presidente de mente liberal tenha, de vez em quando, certos embates estudantis com o comitê disciplinar liderado por uma garota (peituda e tsundere) conservadora que vê maldade até em um aperto de mãos - pois, em uma das várias lógicas absurdas proferidas no anime, esse gesto pode levar a atos mais obscenos -, contudo, bem, isso não possui importância alguma também (!). O que se torna relevante destacar, por exemplo, é como já no primeiro episódio, depois de Wakana beijar em Izumi o dedo no qual se coloca o anel de noivado e alegar que esse governa o coração e a aliança simbolizaria a união de dois corações, o rapaz, apenas para provocar porque ele ainda estava achando bizarro arranjar uma noiva do nada, se oferece então para beijar o seio esquerdo dela diretamente - mas o sortudo não esperava ouvir um sim para sua proposta irracional, e dessa forma testemunhamos esse "beijo" sem um pingo de censura, e a situação só não foi a níveis extremos por culpa do toque de um maldito celular, um dos "vilões" dessa história ao lado de outros objetos que causarão transtornos e pessoas que entrarão na cena do nada justamente nos momentos mais (in)oportunos para evitar que o anime se torne um hentai. No episódio 3, novas chupadas... nos dedos e agora uma pegação no sofá, causado pela curiosidade de Wakana ao querer testar com Izumi se procedia a já citada alegação de sua rival que apertos de mãos realmente são perigosos (resultado: eles são sim, e muito!). Incidente que o leva a ficar preso em um motel com a garota moralista, onde flagramos um vibrador "descontrolado"; banho ao lado de sua futura sogra loli (pois é) que termina com um escorregão, uma posição naaada sugestiva e sua noiva interpretando mal a cena, o que é demasiado injusto e demonstra total falta de confiança para com o parceiro, não acham; ser obrigado a fingir que é um crossdresser após a bendita integrante do comitê disciplinar (falemos logo o nome dela: Rin) achar calcinhas e batons na sua casa, entretanto isso talvez até tenha sido algo bom porque, posteriormente, você se verá na cama da enfermaria da escola todo travestido e com a Rin (sem calcinha) e a irmã ninfomaníaca dela em cima de ti... E outros momentos igualmente repletos de erotismo surgidos das maneiras mais forçosas possíveis. É a síndrome do protagonista masculino nessas obras de maior apelação, no qual ações mínimas como um deslize na cozinha ou um mal entendido cometido por ouvir qualquer conversa pela metade resultam no vislumbre de calcinhas e peitos e mãos bobas em tudo que é lugar. Muitos devem achar isso uma maravilha, porém imaginem o estresse diário desse rapaz no meio de tanto assédio e a necessidade em se justificar para atos libidinosos cuja maioria ele nem planejava praticar!
Após isso tudo, tenho de ser franco em um ponto: Juntamente ao conteúdo ecchi, outro fator que me agradou um pouco em "Okusama ga Seitokaichou!" foi a questão de termos aqui um par romântico de verdade, visto que, promessas tolas de pais bêbados à parte, Izumi e Wakana rapidamente expressam um sentimento mútuo de amor entre si, não tendo aquilo de o líder masculino ficar se esquivando da garota e nunca haver desse modo qualquer mudança na relação dos dois - pelo contrário, como um bom adolescente com hormônios à flor da pele Izumi frequentemente não aguenta e devolve as investidas de Wakana, gerando assim várias cenas de picantes carícias intencionais e espontâneas entre eles. Por outro lado, isso também se perde e regressa alguns passos com facilidade ao se amontoar com os instantes de fanservice envolvendo as demais personagens femininas e momentos nos quais esse mesmo casal se porta de maneira inexplicavelmente ingênua e recatada depois de protagonizarem tantos esfrega esfrega e apalpadas. Logo, como o nível de sua comédia ainda sequer merece qualquer menção, eis um anime do qual sugiro só ir atrás mesmo caso esteja procurando exatamente pelo tipo de material e eventos descritos aqui: nisso ele se torna a animação perfeita, pois apresenta uma quantidade abundante de peitos, calcinhas, gemidos e situações sugestivas ou explícitas condensados em episódios curtos, sem haver a enrolação de séries ecchi de tamanho normal com suas pseudo histórias.
Continuação: Em janeiro foi anunciado que haverá uma segunda temporada, mas ainda não informaram quando ela estreará.
Do mesmo autor: O mangaká Yumi Nakata também é criador de "Chuu Bra!!", mangá composto por 7 volumes que obteve um anime em 2010 através do estúdio Zexcs - focado em um clube de garotas dedicado a roupas íntimas, não assisti e nem li nada dele, mas, apesar do tema sugerir o contrário, falam que seu conteúdo ecchi é bem mais leve se comparado com "Okusama".
De onde saiu: Mangá, 1 volume, finalizado.
Entendo que é difícil só por palavras causar muito interesse num anime desses: "Wakaba*Girls" é tão somente mais um "cute girls doing cute things", e mesmo as extravagâncias e surpresas da protagonista, quando mencionadas em separado, não são assim acontecimentos tão chamativos quanto os ocorridos em outras animações citadas nessa lista. Aqui o que vale é se apegar a esse quarteto moe e achar graça nas pequenas interações delas em diversos cenários, seja indo num festival de rua para perder tempo brincando nas barraquinhas e vendo fogos de artifício juntas, seja participando do festival cultural da escola onde Mashiba se atreverá a entrar num concurso de beleza para se tornar mais confiante de sua feminilidade, ou inclusive visitando um templo no primeiro dia do ano, no qual Wakaba demonstra outra falta de tato sua ao tentar doar seu inseparável bolo de notas ao invés de algumas poucas moedas. É, em suma, Moeko com seu jeitinho puro e humilde, uma "garotinha da vovó" excelente nos afazeres de casa e que não se preocupa com trivialidades como estar em moda ou jogar videogame; é Mao e sua personalidade "mala", traquinas, com a cabecinha cheia de ideias tolas e sempre disposta a tirar inocente proveito dos outros e pegar no pé das amigas, especialmente a Mashiba; é essa que acabei de citar e seu jeito tomboy, capacidade incansável de tsukkomi ao replicar as baboseiras das colegas (principalmente as da Mao, lógico) e otakices, indo ao cúmulo de em dado momento "aconselhar" uma amiga em relação a amor que o melhor jeito de não se frustrar é voltar seu coração ao maravilhoso e fiel mundo 2D; e, por fim, é Wakaba com seus olhinhos arregalados por coisas simples como um takoyaki numa bandeja de plástico, a primeira ida a um parque aquático ou a oportunidade de folhear livremente - sem ter que ir numa loja toda nervosa e disfarçada! - uma revista para adolescentes no conforto da casa alheia, pequenas descobertas diárias com ótimas e sinceras companhias que lhes são tão importantes que a fazem até ficar toda tristonha durante as geralmente aguardadas férias escolares.
Da mesma autora: Hara Yui também é criadora de "Kiniro Mosaic", outro mangá em tirinhas que traz um slice-of-life de garotinhas terrivelmente moe - bem mais até do que "Wakaba*Girl". Com 6 volumes publicados no momento, ele já foi adaptado em duas séries de TV de tamanho normal produzidas pelo Studio Gokumi, entre os anos de 2013 e 2015.
Tudo da mesma fonte: "Hacka Doll", "Kagewani", "Miss Monochrome: The Animation 2" e "Wakaba*Girl" vieram todos do "Ultra Super Anime Time", bloco iniciado na temporada de verão passada que tem como objetivo exibir somente animações curtas. Com meia hora de duração por semana, nas suas duas primeiras edições foram exibidos 3 animes por vez, enquanto que na temporada atual de inverno ele está com duas séries fixas ("Sekkou Boys" e "Oshiete! Galko-chan") e outras três de 4 episódios cada que se revezarão entre os meses de janeiro e março ("Tabi Machi Late Show" em janeiro, "Kono Danshi, Mahou ga Oshigoto Desu." em fevereiro e "Kanojo to Kanojo no Neko: Everything Flows" em março). Já para a temporada de primavera teremos a segunda temporada de "Kagewani", "Shingeki no Bahamut: Manaria Friends" - que é baseado no mesmo jogo que originou "Shingeki no Bahamut: Genesis" - e "Uchuu Patrol Luluco", nova produção do estúdio Trigger.
Sinceramente, acho ótima a existência de tal bloco, que tem melhorado a reputação de animes curtos e atraído bons diretores e autores. A propósito, além dos quatro animes presentes na lista, os outros dois exibidos nesse programa em 2015 que ficaram de fora daqui foram a terceira temporada de "Miss Monochrome" e a também terceira de "Wooser no Sono Higurashi" - esse último já teve sua primeira animação mencionada no post "Dez animes curtos de 2012".
O cardápio é diversificado: vislumbramos um saudável goya champuru e a sensação que Wakako tem de estar em Okinawa enquanto o come (é um prato típico de lá); moluscos cozidos com um pouco de saquê intitulados como "presente dos oceanos que alivia a alma após um longo dia de trabalho" (palavras absortas dela própria depois de passar nervoso em uma reunião); e, como podem ver numa das imagens acima, tem-se em certo episódio uma variedade de yakitori (frango grelhado no espeto) para saciar a gula de Wakako e mostrar como ela é tão dedicada em seus rituais gastronômicos, visto que teve até a ideia de sair com uma roupa velha que fosse permitida impregnar-se com o cheiro de fumaça do pequeno restaurante ao qual visitaria. Sempre trazendo junto expressões e monólogos de pleno contentamento a cada trago e mordida, e constantemente soltando um suspiro de pura satisfação no início ou fim de suas refeições, Wakako evita ficar em segundo plano e transforma seu anime em mais do que um mero banquete de food porn tanto no visual, quanto nos discursos, visto que sua alegria obtida através de um ato tão costumeiro e vital é fácil e inesperadamente contagiante e caloroso.
Enfim, pegue um assento ao lado dessa jovem mulher e usufrua de suas pequenas pérolas de sabedoria culinária enquanto descobre novos sabores e sensações - apenas não cometa o deslize de pedir salmão com arroz, jamais, e nem se atreva a observar levianamente que ela ganhou alguns quilinhos (ôpa, falei demais!)
Versão alternativa: Estreando no ano passado e já se encontrando na sua 2ª temporada, há um dorama de "Wakako-zake" no qual em episódios de quase meia hora vemos a personagem Wakako frequentando estabelecimentos reais - no final de cada episódio há inclusive menções sobre seus nomes, locais e como chegar até eles, além de um resumo do que foi degustado pela atriz durante sua visita. Clique aqui para ver um trailer de dois minutos a respeito (ah, o "pshuu!" dessa aí nem se compara ao da Wakako em 2D!).
Vindo de um mangá seinen em tirinhas (pois é, mais um!) que teve 5 volumes publicados entre 2009 e 2013, mas que recebeu uma continuação logo no ano seguinte - desconheço o número de volumes atual -, "Military!", bem, não escapa muito do resumo que fiz na frase acima, de tal modo que já no episódio de estreia vemos a loli de cabelos curtos Lutgalnikov revistando nosso azarado (sortudo?) protagonista e o apalpando ingenuamente "naquele lugar", para logo depois recuar e ordenar que ele tirasse pra fora o que estivesse escondendo ali, algo que certamente não seria nada sensato de se obedecer em tal situação - e passados alguns segundos sua parceira mais recatada, Haruka, garante o primeiro de vários pantyshots do anime ao exibir sua calcinha com estampa de coelho. Ah, vale citar ainda que no episódio 2 outra loli de belos cabelos loiros entra em cena ao chegar pelos correios (algo banal já vi muito disso em mangás e doujins...), se tratando nesse caso de Sharikov, uma meio atrapalhada assassina da República de Grania cuja missão é matar Souhei (ah tá). E se alguém estiver pensando agora que temos lolis demais para um só anime tão curto, tudo bem, eis Aria Grummans, uma coronel peituda e desajeitada que rapidamente se apaixona por aquele que deve proteger e que será responsável pelas cenas de fanservice mais picantes, sendo que farei o capricho de não colocar uma só imagem dela aqui para servir de exemplo.
De resto, quanto a personagens masculinos extras e inúteis há Ossan, um tímido soldado veterano que ninguém dá lá muita atenção; e Grue, um cabo sadomasoquista que surge para auxiliar Sharikov, mas que no fim se torna seu cachorrinho de estimação - ah, prefiro nem explicar o porquê disso...
Lolis destruindo tudo que veem pela frente (principalmente a casa de Souhei) sempre que brigam, havendo desde batalha entre kotatsus modificados em poderosos tanques de guerra até uma disputa para ver quem pega o jovem na saída da escola... Usando tanques de verdade como condução, porque os de kotatsu servem apenas para uso caseiro, lógico; fanservice que tem como base a exibição de calcinhas em todas as cores e padrões, mas que também aposta em momentos de seminudez e mal entendidos (e sim, haverá um generoso episódio da praia); e uma questionável comédia fraquinha, frouxa, que vale antes pelo nonsense causado por um bando de personagens loucos do que por raras cenas de humor bem elaboradas. Confesso que "Military!" entrou na lista "aos 45 do segundo tempo" para cumprir tabela, e dificilmente o recomendaria a alguém que não estivesse justamente procurando por algo tão específico quanto um anime de teor ecchi focado em lolis, visto que, sacanagem por sacanagem, outra animação desse post que surgirá logo a frente é infinitamente mais explícita e "empolgante" do que essa...
Fiquemos por aqui, deixemos de lado tanta violência e calcinhas e vamos no próximo anime conhecer a melhor idol androide (dentre 2 ou 3...) que já existiu no mundo da animação.
Baseado em armas reais: Das espingardas Remington modelos 870 e 700 empunhadas por Haruka, até a metralhadora (modificada) XM214 usada por Sharikov e não ignorando também o tanque soviético T-34 dirigido pelas garotas para invadir a casa de Souhei, todos os instrumentos bélicos que surgem no anime são baseados em invenções reais, e vale mencionar que no final de cada episódio aparece uma menina baixinha, chamada Mamo-chan, que chega a tentar explicar melhor sobre cada uma, porém ela sempre acaba sendo interrompida no meio por explosões que em tese causariam a sua morte - entretanto logo aprendemos que nesse anime praticamente todo mundo parece ser imune a isso...
A história: Continuamos a acompanhar o esforço diário da androide Miss Monochrome para se destacar cada vez mais e assim se tornar uma idol famosa.
Duração: 13 episódios de 6 minutos cada = 1 hora e 18 minutos.
Explicação: nas listas de animes curtos dos anos anteriores desconsiderei continuações diretas, porém abri uma exceção dessa vez tanto porque foi realmente difícil chegar a dez títulos decentes em 2015, quanto por conta da saga dessa adorável e azarada androide ter melhorado bastante de uma temporada para outra - até tive chance de indicar o primeiro anime no post "Dez animes curtos de 2013", ano em que ele foi exibido, mas, ah, não fiz isso porque haviam outras dez séries facilmente melhores do que essa na ocasião...
Afeiçoada às cores preto e branco, Miss Monochrome é uma cantora virtual criada e dublada pela popular Horie Yui, que a usou pela primeira vez em um concerto seu de 2012; clique aqui para ver um vídeo a respeito. Já a história da primeira animação apresentou essa androide, antes rica, ficando sem um tostão no bolso após sua empregada loli sumir com 19,3 bilhões de ienes (R$ 435 milhões em 2013!) que pediu "emprestado" para ajuda-la a se tornar uma idol famosa, objetivo que Monochrome carrega devido a uma promessa feita com outra pessoa há muito, mas há muuuito tempo - sem dúvida um ato de ingratidão, visto que a protagonista lhe acolheu quando se encontrava abandonada debaixo de uma ponte! Antes dessa dolorida traição, a garotinha sugeriu a Monochrome que seria preciso um gerente para cuidar de sua carreira, e foi assim que com um esbarrão na rua ela conheceu e decidiu pedir auxílio ao dedicado Maneo, um gerente... de uma loja de conveniência, onde a própria androide começou a trabalhar meio período. Inclinada a cometer equívocos por não entender ironias e levar tudo ao pé da letra, durante 13 episódios de 3 minutos cada vemos Miss Monochrome, através de uma comédia razoável cheia de gags, trocadilhos e uma pitada esporádica de puro nonsense, passando por diversos trabalhos e apuros para, segundo uma de suas frases prediletas, se destacar cada vez mais e mais, contudo é uma pena que geralmente seus esforços são em vão. Indo desde trabalhos de cosplay a figurante em doramas ou atuações de manequim (ela é perfeita nesse papel, não se move um milímetro!), não esquecendo ainda de outros acontecimentos mais absurdos como em um episódio onde a ideia de montar eventos de aperto de mãos a tornou campeã mundial de queda de braço e boxe, ou então quando salvou sem querer a Terra do ataque de alienígenas, confesso que ao final me apeguei muito mais à personagem com suas trapalhadas do que ao irregular humor em si.
E após um bom tempo veio a segunda temporada: mesmo depois de tantos deslizes, e apesar de no primeiro minuto do primeiro episódio a vermos ainda acordando em um apartamento caindo aos pedaços e usando um jornal como cobertor, a incansável (enquanto tiver baterias) Miss Monochrome já conseguiu alguns feitos notáveis dos quais me omitirei a dizer em detalhes para evitar spoils - está certo que para um anime curto de comédia slice-of-life isso não faz diferença, contudo continuemos. Quanto as principais mudanças em relação ao anime anterior, a duração dos episódios não só dobrou de tamanho como também, curiosamente, a androide protagonista começou do nada a se portar de forma mais "humana", digamos assim, ao apresentar expressões faciais melhores e realizar piadinhas a todo momento, sendo que até a dublagem de Horie Yui se mostrou mais diversificada - talvez tenham feito isso para tentar aumentar o apelo moe da personagem, algo que deu muito certo considerando o sucesso na venda de produtos ligados a ela. O humor, de igual modo, também teve significativa melhora em sua maior parte, e de resto temos um roteiro parecido ao que já foi citado: seja reencontrando sua ex empregada loli que novamente pede dinheiro para "ajuda-la" a se reerguer (que cara de pau!) ou conhecendo novos rostos como a desajeitada, mas competente promotora Yayoi e o grupo novato de idols Caramel, que veem em Monochrome alguém a ser seguido e imitado após atuarem juntas no papel de manequins em um dorama (!), tal androide terá pela frente diversos imprevistos para finalmente realizar seu primeiro tour, e esse será o foco do anime em seu todo, com exceção de alguns episódios que a mostrarão em novos eventos nonsense e aleatórios - tipo brincando de detetive ou fazendo amizade com uma bateria gigante... - e trabalhos temporários, porque idol em início de carreira tem que fazer de tudo um pouco para se manter em evidência. No geral, vejo essa animação em posição semelhante a "Komori-san wa Kotowarenai!", na qual o carisma da personagem principal acaba por ser o principal trunfo da obra.
Certo, creio que isso basta, falemos agora de ninjas assassinos e muita trollagem.
Continuação: A terceira temporada estreou uma semana depois do término da segunda.
Prova do quão ela se esforça para se tornar famosa: Existe um intervalo de quase dois anos entre o primeiro e o segundo anime, e durante esse período Miss Monochrome pôde ser vista em outras animações e até jogos - clique aqui para ver um post meu do ano passado onde em certa parte cito algumas dessas aparições durante o ano de 2014, que vão desde apresentação em programa musical a papel de estudante (androide) num anime com dezenas de garotas como protagonistas.
Afeiçoada às cores preto e branco, Miss Monochrome é uma cantora virtual criada e dublada pela popular Horie Yui, que a usou pela primeira vez em um concerto seu de 2012; clique aqui para ver um vídeo a respeito. Já a história da primeira animação apresentou essa androide, antes rica, ficando sem um tostão no bolso após sua empregada loli sumir com 19,3 bilhões de ienes (R$ 435 milhões em 2013!) que pediu "emprestado" para ajuda-la a se tornar uma idol famosa, objetivo que Monochrome carrega devido a uma promessa feita com outra pessoa há muito, mas há muuuito tempo - sem dúvida um ato de ingratidão, visto que a protagonista lhe acolheu quando se encontrava abandonada debaixo de uma ponte! Antes dessa dolorida traição, a garotinha sugeriu a Monochrome que seria preciso um gerente para cuidar de sua carreira, e foi assim que com um esbarrão na rua ela conheceu e decidiu pedir auxílio ao dedicado Maneo, um gerente... de uma loja de conveniência, onde a própria androide começou a trabalhar meio período. Inclinada a cometer equívocos por não entender ironias e levar tudo ao pé da letra, durante 13 episódios de 3 minutos cada vemos Miss Monochrome, através de uma comédia razoável cheia de gags, trocadilhos e uma pitada esporádica de puro nonsense, passando por diversos trabalhos e apuros para, segundo uma de suas frases prediletas, se destacar cada vez mais e mais, contudo é uma pena que geralmente seus esforços são em vão. Indo desde trabalhos de cosplay a figurante em doramas ou atuações de manequim (ela é perfeita nesse papel, não se move um milímetro!), não esquecendo ainda de outros acontecimentos mais absurdos como em um episódio onde a ideia de montar eventos de aperto de mãos a tornou campeã mundial de queda de braço e boxe, ou então quando salvou sem querer a Terra do ataque de alienígenas, confesso que ao final me apeguei muito mais à personagem com suas trapalhadas do que ao irregular humor em si.
E após um bom tempo veio a segunda temporada: mesmo depois de tantos deslizes, e apesar de no primeiro minuto do primeiro episódio a vermos ainda acordando em um apartamento caindo aos pedaços e usando um jornal como cobertor, a incansável (enquanto tiver baterias) Miss Monochrome já conseguiu alguns feitos notáveis dos quais me omitirei a dizer em detalhes para evitar spoils - está certo que para um anime curto de comédia slice-of-life isso não faz diferença, contudo continuemos. Quanto as principais mudanças em relação ao anime anterior, a duração dos episódios não só dobrou de tamanho como também, curiosamente, a androide protagonista começou do nada a se portar de forma mais "humana", digamos assim, ao apresentar expressões faciais melhores e realizar piadinhas a todo momento, sendo que até a dublagem de Horie Yui se mostrou mais diversificada - talvez tenham feito isso para tentar aumentar o apelo moe da personagem, algo que deu muito certo considerando o sucesso na venda de produtos ligados a ela. O humor, de igual modo, também teve significativa melhora em sua maior parte, e de resto temos um roteiro parecido ao que já foi citado: seja reencontrando sua ex empregada loli que novamente pede dinheiro para "ajuda-la" a se reerguer (que cara de pau!) ou conhecendo novos rostos como a desajeitada, mas competente promotora Yayoi e o grupo novato de idols Caramel, que veem em Monochrome alguém a ser seguido e imitado após atuarem juntas no papel de manequins em um dorama (!), tal androide terá pela frente diversos imprevistos para finalmente realizar seu primeiro tour, e esse será o foco do anime em seu todo, com exceção de alguns episódios que a mostrarão em novos eventos nonsense e aleatórios - tipo brincando de detetive ou fazendo amizade com uma bateria gigante... - e trabalhos temporários, porque idol em início de carreira tem que fazer de tudo um pouco para se manter em evidência. No geral, vejo essa animação em posição semelhante a "Komori-san wa Kotowarenai!", na qual o carisma da personagem principal acaba por ser o principal trunfo da obra.
Certo, creio que isso basta, falemos agora de ninjas assassinos e muita trollagem.
Continuação: A terceira temporada estreou uma semana depois do término da segunda.
Prova do quão ela se esforça para se tornar famosa: Existe um intervalo de quase dois anos entre o primeiro e o segundo anime, e durante esse período Miss Monochrome pôde ser vista em outras animações e até jogos - clique aqui para ver um post meu do ano passado onde em certa parte cito algumas dessas aparições durante o ano de 2014, que vão desde apresentação em programa musical a papel de estudante (androide) num anime com dezenas de garotas como protagonistas.
Ninja Slayer From Animation
A história: Na decadente cidade futurística de Neo Saitama um trabalhador comum e sua esposa e filho são atacados por membros do terrível Sindicato Soukai, que controla a região; sendo o único a sobreviver, esse homem, chamado Fujikido Kenji, se encontrava à beira da morte quando de repente é possuído pela alma de um antigo ninja matador de ninjas. Tornando-se agora no guerreiro conhecido pelo nome de Ninja Slayer, ele irá atrás do Sindicato Soukai em busca de vingança pela morte de sua família, isso enquanto evita ser totalmente controlado pela misteriosa alma ninja que possui apenas o desejo de aniquilar todos os demais ninjas do mundo.
Duração: 26 episódios de 11 minutos cada = 4 horas e 46 minutos.
De longe o anime mais longo da lista devido à quantidade de episódios e a duração deles, a obra original de "Ninja Slayer" se vende como a adaptação de uma novel americana criada por dois indivíduos chamados Bradley Bond e Philip Ninj@ Morzez, que autorizaram via Twitter sua tradução para o japonês em nome de Honda Yu e Sugi Leika. Postada pedaço a pedaço em irritantes e curtas mensagens de 144 caracteres nessa rede social, a história teria ganho tanta popularidade que a editora japonesa Enterbrain passou a publica-la fisicamente em 2012, e desde então já houveram também algumas adaptações em mangás e até um Drama CD.
Mas esqueçam boa parte disso, pois é quase tudo mentira.
Olhando esse vídeo nem um pouco duvidoso (300 milhões de leitores no Japão?! Isso é "só" três vezes mais do que a população inteira atualmente...) já dá para ver que, na verdade, não há novel ou escritores americanos algum e os artistas originais são os dois japoneses que citei antes. Pela internet é possível achar ainda supostas versões dos textos originais em inglês, repletas de erros de ortografia e concordância, além de matérias elogiando a qualidade do mesmo; em suma, ao forjar uma origem estrangeira "Ninja Slayer" apenas estende a piada que parece ter o intuito de satirizar a visão ultra requintada que os ninjas possuem no ocidente, recorrendo para isso, de forma consciente, a diversos clichês e lugares-comuns da cena cinematográfica dos anos 80 e 90. Com direção e roteiros de Akira Amemiya, profissional que comandou o "revolucionário" e trash "Inferno Cop", outra obra curta que foi a primeira produção do estúdio Trigger, o anime, por sua vez, converte toda essa trollagem de maneira abissalmente tosca, grosseira e vergonhosa - ou seja, o manteve gloriosamente fiel às suas origens.
"Ninja Slayer From Animation" se torna muito mais aturável e cômico uma vez que se tenha em mente que ele é ruim de propósito, direta e simplesmente: oras, logo no primeiro episódio vemos que os personagens não passam de recortes cujas posições são imutáveis independente do que estejam fazendo, e o herói Fujikido Kenji, ao lutar contra dois ninjas nos minutos iniciais, nos mostra que é comum entre eles, ao morrerem, gritar "Sayonara!" segundos antes de se auto implodirem - aliás, nunca comece uma luta sem cumprimentar seu inimigo, pois deixar de fazer isso é uma falta de etiqueta grave. Também descobrimos em instantes que "Ninja Slayer" não dará a mínima para o timing de suas piadas e reuso de cenas, já que tem a cara de pau em ilustrar Fujikido dando quatro golpes no adversário repetindo os mesmos movimentos e gritos, por exemplo, e tal conduta será constante nos seus 26 episódios. Apresentando em seguida Naraku Ninja, a alma que possuiu Fujikido, e o gigante Laomoto Khan, temido e impiedoso líder do Sindicato Soukai, Ninja Slayer enfrenta e mata outro ninja mais bem preparado e assim terminam no episódio 1 seus primeiros passos rumo a vingança pela morte de sua querida família. Como é de se esperar, nesse árduo caminho sem volta nosso irredutível protagonista enfrentará diversos obstáculos, fará vários inimigos e alguns poucos aliados, se esforçará para não ser dominado por Naraku Ninja e proferirá incontáveis cumprimentos e "Yeeeart!" enquanto abandona uma pilha de corpos (ou não, já que eles se explodem completamente, né) atrás de si. Que nem ele declara em quase todo episódio, ninjas devem perecer!
A lista de indulgências para com "Ninja Slayer From Animation" é grande, tendo que relevar desde um narrador que abusa de frases floreadas e metáforas baratas - além de muitas vezes narrar o que não é necessário, como a riqueza calórica do sushi devorado por Laomoto (dois pedaços de uma vez!) ou o amplo busto de uma nova personagem - a até cenas de ação que se assemelham a bonecos lutando entre si (e nem são action figures!) e diálogos que parecem ter saído dos piores filmes de Steven Seagall ou Jet Li - pessoalmente, duas das minhas frases favoritas é essa onde Ninja Slayer se disfarça de motorista e, ao ser avisado pelo vilão que pegou o caminho errado, ele responde que seria o certo porque o destino deles é o inferno; e essa na qual, após ser subestimado pelo inimigo, Ninja Slayer retruca dizendo que com somente duas mordidas um rato pode derrubar até mesmo um leão... Devido a choque anafilático, é claro, observação essa que faz o narrador tecer elogios à sagacidade e sabedoria do mocinho. Duelando contra uma quantidade sem fim de ninjas com visuais bizarros e estilosos, e ostentando habilidades invejáveis como podem ver nessas sequências de alguns de seus feitos, seja enfrentando ninjas, clones da Yakuza que jorram sangue verde ou apenas arrancando os estopins de dezenas de explosivos em milésimos de segundo, o drama de Ninja Slayer não chega a ser o único destaque do anime, visto que ocasionalmente veremos histórias paralelas de outros personagens e surgirão algumas garotas de certa importância para embelezar o elenco - precisamente, Koki Yamoto, uma estudante que à beira da morte também é possuída por uma alma ninja e passa a ser perseguida pelo Sindicato Soukai; Yukano Dragon, neta do mestre de Ninja Slayer; e Nancy Lee, jornalista e hacker que ajuda Ninja Slayer em invasões de sistemas, contudo é tão fraca que seu papel principal mesmo é ser capturada para ser salva por ele a todo momento e protagonizar momentos de fanservice de considerável intensidade. Ah, eu falando desse modo deve soar que há aqui qualquer evolução significativa no enredo digna de certo crédito, porém não é bem assim; mesmo nos instantes de maior seriedade o anime não evita de usar seus elementos narrativos cafonas e esdrúxulos, tornando antes cômicas do que dramáticas cenas como a morte de alguém importante a Ninja Slayer que o deixará mais motivado a seguir em frente, seus conflitos psicológicos para não ser dominado por Naraku Ninja, flashbacks do passado, discussões e momentos de tortura ou quase morte de personagens relevantes, dentre outros. E repito a palavra "trollagem" nesse caso para esclarecer o quão "Ninja Slayer From Animation" gostar de fazer isso, iludir a expectativa alheia, porque em qual outro anime você verá, após no antepenúltimo episódio terminarem com o início da suposta batalha final, exibir no penúltimo uma recapitulação com as melhores cenas da série que, para ser exato, jamais apareceram no anime em momento algum? (são trechos de capítulos da novel que foram cortados) Sem contar o já citado costume de alongar uma piada ou ação por mais tempo do que o esperado e recomendável, soluções irrisórias para problemas que pareciam enormes, duelos terminando de forma patética, ligações e explicações de eventos desconexas que me fazem lembrar de um monte de filmes B de ação... Assim, creio que deve ter ficado claro o quão de "Ninja Slayer From Animation" não deve se esperar nunca qualquer outra coisa a não ser um anime querendo ser ruim o quanto puder, tão ruim que mesmo nas horas em que não é engraçado acaba chamando a atenção pela sua ousadia em apresentar um material tão tosco e trash. Qualidade mesmo, na realidade, só há na ótima trilha sonora (tem-se um encerramento diferente para cada episódio), composta em sua maioria por techno.
Encerrando, veja cabeças e membrosrecortados voando por todos os lados e sangue jorrando aos litros, ouça o som da velha conexão discada enquanto a hacker Nancy invade um sistema e acompanhe uma cena onde repetem o mesmo golpe de Ninja Slayer incríveis 10 vezes seguidas (e você achando que aquela do episódio 1 já era o bastante)... Zoeira, muita zoeira num anime do qual é difícil critica-lo seriamente uma vez que ele não tem ambição alguma em ser bom ou coerente; se tanto, posso ao menos reclamar de seu tamanho, porque 26 episódios de 11 minutos cada para uma obra que tem como piada base "Vamos ser ruins de propósito" é uma quantidade excessiva, desgastante - de tal forma que me pergunto como a novel permanece aí em circulação, já com 15 volumes publicados.
Do mesmo diretor: Mencionado lá no começo do texto, clique aqui para ver a lista "Dez animes curtos de 2013" onde recomendei "Inferno Cop", série curta dirigida por Akira Amemiya que segue o mesmíssimo estilo presenciado em "Ninja Slayer From Animation", mas com a vantagem de não ser tão desnecessariamente longo, visto que ela possui 13 episódios de meros 3 minutos de duração cada um.
Mas esqueçam boa parte disso, pois é quase tudo mentira.
Olhando esse vídeo nem um pouco duvidoso (300 milhões de leitores no Japão?! Isso é "só" três vezes mais do que a população inteira atualmente...) já dá para ver que, na verdade, não há novel ou escritores americanos algum e os artistas originais são os dois japoneses que citei antes. Pela internet é possível achar ainda supostas versões dos textos originais em inglês, repletas de erros de ortografia e concordância, além de matérias elogiando a qualidade do mesmo; em suma, ao forjar uma origem estrangeira "Ninja Slayer" apenas estende a piada que parece ter o intuito de satirizar a visão ultra requintada que os ninjas possuem no ocidente, recorrendo para isso, de forma consciente, a diversos clichês e lugares-comuns da cena cinematográfica dos anos 80 e 90. Com direção e roteiros de Akira Amemiya, profissional que comandou o "revolucionário" e trash "Inferno Cop", outra obra curta que foi a primeira produção do estúdio Trigger, o anime, por sua vez, converte toda essa trollagem de maneira abissalmente tosca, grosseira e vergonhosa - ou seja, o manteve gloriosamente fiel às suas origens.
"Ninja Slayer From Animation" se torna muito mais aturável e cômico uma vez que se tenha em mente que ele é ruim de propósito, direta e simplesmente: oras, logo no primeiro episódio vemos que os personagens não passam de recortes cujas posições são imutáveis independente do que estejam fazendo, e o herói Fujikido Kenji, ao lutar contra dois ninjas nos minutos iniciais, nos mostra que é comum entre eles, ao morrerem, gritar "Sayonara!" segundos antes de se auto implodirem - aliás, nunca comece uma luta sem cumprimentar seu inimigo, pois deixar de fazer isso é uma falta de etiqueta grave. Também descobrimos em instantes que "Ninja Slayer" não dará a mínima para o timing de suas piadas e reuso de cenas, já que tem a cara de pau em ilustrar Fujikido dando quatro golpes no adversário repetindo os mesmos movimentos e gritos, por exemplo, e tal conduta será constante nos seus 26 episódios. Apresentando em seguida Naraku Ninja, a alma que possuiu Fujikido, e o gigante Laomoto Khan, temido e impiedoso líder do Sindicato Soukai, Ninja Slayer enfrenta e mata outro ninja mais bem preparado e assim terminam no episódio 1 seus primeiros passos rumo a vingança pela morte de sua querida família. Como é de se esperar, nesse árduo caminho sem volta nosso irredutível protagonista enfrentará diversos obstáculos, fará vários inimigos e alguns poucos aliados, se esforçará para não ser dominado por Naraku Ninja e proferirá incontáveis cumprimentos e "Yeeeart!" enquanto abandona uma pilha de corpos (ou não, já que eles se explodem completamente, né) atrás de si. Que nem ele declara em quase todo episódio, ninjas devem perecer!
A lista de indulgências para com "Ninja Slayer From Animation" é grande, tendo que relevar desde um narrador que abusa de frases floreadas e metáforas baratas - além de muitas vezes narrar o que não é necessário, como a riqueza calórica do sushi devorado por Laomoto (dois pedaços de uma vez!) ou o amplo busto de uma nova personagem - a até cenas de ação que se assemelham a bonecos lutando entre si (e nem são action figures!) e diálogos que parecem ter saído dos piores filmes de Steven Seagall ou Jet Li - pessoalmente, duas das minhas frases favoritas é essa onde Ninja Slayer se disfarça de motorista e, ao ser avisado pelo vilão que pegou o caminho errado, ele responde que seria o certo porque o destino deles é o inferno; e essa na qual, após ser subestimado pelo inimigo, Ninja Slayer retruca dizendo que com somente duas mordidas um rato pode derrubar até mesmo um leão... Devido a choque anafilático, é claro, observação essa que faz o narrador tecer elogios à sagacidade e sabedoria do mocinho. Duelando contra uma quantidade sem fim de ninjas com visuais bizarros e estilosos, e ostentando habilidades invejáveis como podem ver nessas sequências de alguns de seus feitos, seja enfrentando ninjas, clones da Yakuza que jorram sangue verde ou apenas arrancando os estopins de dezenas de explosivos em milésimos de segundo, o drama de Ninja Slayer não chega a ser o único destaque do anime, visto que ocasionalmente veremos histórias paralelas de outros personagens e surgirão algumas garotas de certa importância para embelezar o elenco - precisamente, Koki Yamoto, uma estudante que à beira da morte também é possuída por uma alma ninja e passa a ser perseguida pelo Sindicato Soukai; Yukano Dragon, neta do mestre de Ninja Slayer; e Nancy Lee, jornalista e hacker que ajuda Ninja Slayer em invasões de sistemas, contudo é tão fraca que seu papel principal mesmo é ser capturada para ser salva por ele a todo momento e protagonizar momentos de fanservice de considerável intensidade. Ah, eu falando desse modo deve soar que há aqui qualquer evolução significativa no enredo digna de certo crédito, porém não é bem assim; mesmo nos instantes de maior seriedade o anime não evita de usar seus elementos narrativos cafonas e esdrúxulos, tornando antes cômicas do que dramáticas cenas como a morte de alguém importante a Ninja Slayer que o deixará mais motivado a seguir em frente, seus conflitos psicológicos para não ser dominado por Naraku Ninja, flashbacks do passado, discussões e momentos de tortura ou quase morte de personagens relevantes, dentre outros. E repito a palavra "trollagem" nesse caso para esclarecer o quão "Ninja Slayer From Animation" gostar de fazer isso, iludir a expectativa alheia, porque em qual outro anime você verá, após no antepenúltimo episódio terminarem com o início da suposta batalha final, exibir no penúltimo uma recapitulação com as melhores cenas da série que, para ser exato, jamais apareceram no anime em momento algum? (são trechos de capítulos da novel que foram cortados) Sem contar o já citado costume de alongar uma piada ou ação por mais tempo do que o esperado e recomendável, soluções irrisórias para problemas que pareciam enormes, duelos terminando de forma patética, ligações e explicações de eventos desconexas que me fazem lembrar de um monte de filmes B de ação... Assim, creio que deve ter ficado claro o quão de "Ninja Slayer From Animation" não deve se esperar nunca qualquer outra coisa a não ser um anime querendo ser ruim o quanto puder, tão ruim que mesmo nas horas em que não é engraçado acaba chamando a atenção pela sua ousadia em apresentar um material tão tosco e trash. Qualidade mesmo, na realidade, só há na ótima trilha sonora (tem-se um encerramento diferente para cada episódio), composta em sua maioria por techno.
Encerrando, veja cabeças e membros
Do mesmo diretor: Mencionado lá no começo do texto, clique aqui para ver a lista "Dez animes curtos de 2013" onde recomendei "Inferno Cop", série curta dirigida por Akira Amemiya que segue o mesmíssimo estilo presenciado em "Ninja Slayer From Animation", mas com a vantagem de não ser tão desnecessariamente longo, visto que ela possui 13 episódios de meros 3 minutos de duração cada um.
Okusama ga Seitokaichou!
A história: Ela tem início no final das eleições do conselho estudantil de uma escola, onde o protagonista Isumi Hayato, concorrendo ao cargo de presidente, acaba perdendo após a linda e popular garota Wakana Ui jogar camisinhas ao público durante seu discurso e prometer a "liberalização do amor" aos alunos. Se tornando então vice-presidente dela, poucos dias depois Wakana se autoconvida para a casa de Izumi e revela que ela será sua noiva graças a um acordo ocorrido anos atrás entre seus respectivos pais - acordo esse facilitado pelo álcool. A partir disso tal garota se muda para a casa de Izumi, mesmo contra a sua vontade.
Duração: 12 episódios de 8 minutos cada = 1 hora e 36 minutos.
Peitos, vibradores, esfrega esfrega, chupadas, calcinhas sendo dadas de presente... E outro anime cuja sinopse você nem precisava ter lido.
Baseado em um mangá shounen com 8 volumes publicados desde 2012, "Okusama ga Seitokaichou!" (ou "Minha Esposa é Presidente do Conselho Estudantil!") será seu anime escolar de comédia romântica padrão possuidor de um teor ecchi considerável, onde no início até é apresentado um arremedo de história e dada a mínima impressão de que talvez haverá algum desenvolvimento decente de personagens, mas que no fim sempre converterá tudo para muita libertinagem e perversão - putaria, em termos diretos. Okay, okay, você poderá achar simpática a relação do casal principal (unidos de início através de um argumento bem desgastado) e ficar satisfeito com os pequenos empecilhos pelos quais passam juntos, porém há de convir que tudo isso acaba eclipsado e jogado a segundo ou terceiro plano com tantas calcinhas, frases sujas e corpos seminus à mostra.
"Liberalização do amor"? Tal ideia por parte da baixinha Wakana vem do fato de sua escola ter condutas rígidas quanto as interações entre alunos do sexo oposto, o que fará com que essa presidente de mente liberal tenha, de vez em quando, certos embates estudantis com o comitê disciplinar liderado por uma garota (peituda e tsundere) conservadora que vê maldade até em um aperto de mãos - pois, em uma das várias lógicas absurdas proferidas no anime, esse gesto pode levar a atos mais obscenos -, contudo, bem, isso não possui importância alguma também (!). O que se torna relevante destacar, por exemplo, é como já no primeiro episódio, depois de Wakana beijar em Izumi o dedo no qual se coloca o anel de noivado e alegar que esse governa o coração e a aliança simbolizaria a união de dois corações, o rapaz, apenas para provocar porque ele ainda estava achando bizarro arranjar uma noiva do nada, se oferece então para beijar o seio esquerdo dela diretamente - mas o sortudo não esperava ouvir um sim para sua proposta irracional, e dessa forma testemunhamos esse "beijo" sem um pingo de censura, e a situação só não foi a níveis extremos por culpa do toque de um maldito celular, um dos "vilões" dessa história ao lado de outros objetos que causarão transtornos e pessoas que entrarão na cena do nada justamente nos momentos mais (in)oportunos para evitar que o anime se torne um hentai. No episódio 3, novas chupadas... nos dedos e agora uma pegação no sofá, causado pela curiosidade de Wakana ao querer testar com Izumi se procedia a já citada alegação de sua rival que apertos de mãos realmente são perigosos (resultado: eles são sim, e muito!). Incidente que o leva a ficar preso em um motel com a garota moralista, onde flagramos um vibrador "descontrolado"; banho ao lado de sua futura sogra loli (pois é) que termina com um escorregão, uma posição naaada sugestiva e sua noiva interpretando mal a cena, o que é demasiado injusto e demonstra total falta de confiança para com o parceiro, não acham; ser obrigado a fingir que é um crossdresser após a bendita integrante do comitê disciplinar (falemos logo o nome dela: Rin) achar calcinhas e batons na sua casa, entretanto isso talvez até tenha sido algo bom porque, posteriormente, você se verá na cama da enfermaria da escola todo travestido e com a Rin (sem calcinha) e a irmã ninfomaníaca dela em cima de ti... E outros momentos igualmente repletos de erotismo surgidos das maneiras mais forçosas possíveis. É a síndrome do protagonista masculino nessas obras de maior apelação, no qual ações mínimas como um deslize na cozinha ou um mal entendido cometido por ouvir qualquer conversa pela metade resultam no vislumbre de calcinhas e peitos e mãos bobas em tudo que é lugar. Muitos devem achar isso uma maravilha, porém imaginem o estresse diário desse rapaz no meio de tanto assédio e a necessidade em se justificar para atos libidinosos cuja maioria ele nem planejava praticar!
Após isso tudo, tenho de ser franco em um ponto: Juntamente ao conteúdo ecchi, outro fator que me agradou um pouco em "Okusama ga Seitokaichou!" foi a questão de termos aqui um par romântico de verdade, visto que, promessas tolas de pais bêbados à parte, Izumi e Wakana rapidamente expressam um sentimento mútuo de amor entre si, não tendo aquilo de o líder masculino ficar se esquivando da garota e nunca haver desse modo qualquer mudança na relação dos dois - pelo contrário, como um bom adolescente com hormônios à flor da pele Izumi frequentemente não aguenta e devolve as investidas de Wakana, gerando assim várias cenas de picantes carícias intencionais e espontâneas entre eles. Por outro lado, isso também se perde e regressa alguns passos com facilidade ao se amontoar com os instantes de fanservice envolvendo as demais personagens femininas e momentos nos quais esse mesmo casal se porta de maneira inexplicavelmente ingênua e recatada depois de protagonizarem tantos esfrega esfrega e apalpadas. Logo, como o nível de sua comédia ainda sequer merece qualquer menção, eis um anime do qual sugiro só ir atrás mesmo caso esteja procurando exatamente pelo tipo de material e eventos descritos aqui: nisso ele se torna a animação perfeita, pois apresenta uma quantidade abundante de peitos, calcinhas, gemidos e situações sugestivas ou explícitas condensados em episódios curtos, sem haver a enrolação de séries ecchi de tamanho normal com suas pseudo histórias.
Continuação: Em janeiro foi anunciado que haverá uma segunda temporada, mas ainda não informaram quando ela estreará.
Do mesmo autor: O mangaká Yumi Nakata também é criador de "Chuu Bra!!", mangá composto por 7 volumes que obteve um anime em 2010 através do estúdio Zexcs - focado em um clube de garotas dedicado a roupas íntimas, não assisti e nem li nada dele, mas, apesar do tema sugerir o contrário, falam que seu conteúdo ecchi é bem mais leve se comparado com "Okusama".
Wakaba*Girl!
De onde saiu: Mangá, 1 volume, finalizado.
A
história: Protagonizado por Wakaba, jovem vinda
de uma família rica que, à primeira vista elegante e normal, possui enorme
admiração pela subcultura gyaru, o anime retrata o dia a dia dela ao lado de suas três
novas amigas em uma escola só para garotas, que são a pura e inocente Moeko, a
caprichosa e enérgica Mao e a antes atlética, mas agora amante de mangás BL e
sedentária, Mashiba.
Duração: 13
episódios de 6 minutos cada = 1 hora e 18 minutos.
Adaptação
de um mangá em tirinhas de volume único, “Wakaba*Girl” é o seu slice-of-life de
garotinhas em doses homeopáticas, onde uma animação altamente colorida mostrará
a pacata vidinha de quatro estudantes em conversas banais e eventos rotineiros em obras do gênero. De igual modo, as personalidades desse quarteto vão de acordo com alguns dos arquétipos mais populares nesses trabalhos: a garota agitada e burrinha, a tímida toda certinha, ingênua e um tanto atrasada nas novidades juvenis, a otaku de comportamento meio masculino (que, como sempre, às vezes lamenta não ser mais feminina) e, o destaque aqui, a garota riquinha que esbanja falta de conhecimento e bom senso para com a rotina ordinária dos menos abastados.
Esse último tipo, aliás, já tem o costume de cometer certas gafes e falar algumas bobagens ao interagir com pessoas e ambientes que fogem de sua camada social, mas no caso da curiosa Wakaba esses momentos atingem níveis ainda mais levemente exagerados, vergonhosos e cômicos. Vidrada na subcultura gyaru por conta de sua liberdade e estilo radiante de se vestir, o maior sonho de Wakaba ("sonho" esse que ela chega até a escrever naqueles folhetos que perguntam o que você deseja fazer no futuro!) é simplesmente levar uma vida de estudante normal praticando atividades também normais, já que sua família viaja constantemente devido ao trabalho de seu pai e como resultado disso ela nunca pôde sequer realizar amizades ou participar de eventos escolares. Desse modo, dá para entender sua imensa alegria e ansiedade ao ser convidada pelas outras garotas a passar numa sorveteria após as aulas, lugar que ela nunca teve a chance de ir - mas aí ficar toda feliz tirando fotos do sorvete em público também já é demais, né. Em outro instante de vergonha alheia descobrimos o quão essa menina era reclusa ao usar na rua um telefone sem fio para tentar contatar as amigas, imaginando que aquilo seria um celular, enquanto que mais tarde, ao preparar doces na "adoravelmente pequena" casa da Moeko, vemos que até uma reles faca de cozinha lhe é um instrumento desconhecido (e perigoso!) - vale citar ainda as inúmeras ocasiões nas quais, como uma boa pessoa podre de rica, Wakaba pensa que dinheiro resolve e serve pra tudo, seja ameaçando subornar a escola a fim de deixa-la na mesma sala que suas amigas no próximo ano ou "recompensando" as mesmas após um dia de diversão na rua ou na casa de uma delas, mas ainda bem que suas companheiras estão longe de se aproveitarem de tal ingenuidade e maciços bolos de notas que carrega por aí...
Entendo que é difícil só por palavras causar muito interesse num anime desses: "Wakaba*Girls" é tão somente mais um "cute girls doing cute things", e mesmo as extravagâncias e surpresas da protagonista, quando mencionadas em separado, não são assim acontecimentos tão chamativos quanto os ocorridos em outras animações citadas nessa lista. Aqui o que vale é se apegar a esse quarteto moe e achar graça nas pequenas interações delas em diversos cenários, seja indo num festival de rua para perder tempo brincando nas barraquinhas e vendo fogos de artifício juntas, seja participando do festival cultural da escola onde Mashiba se atreverá a entrar num concurso de beleza para se tornar mais confiante de sua feminilidade, ou inclusive visitando um templo no primeiro dia do ano, no qual Wakaba demonstra outra falta de tato sua ao tentar doar seu inseparável bolo de notas ao invés de algumas poucas moedas. É, em suma, Moeko com seu jeitinho puro e humilde, uma "garotinha da vovó" excelente nos afazeres de casa e que não se preocupa com trivialidades como estar em moda ou jogar videogame; é Mao e sua personalidade "mala", traquinas, com a cabecinha cheia de ideias tolas e sempre disposta a tirar inocente proveito dos outros e pegar no pé das amigas, especialmente a Mashiba; é essa que acabei de citar e seu jeito tomboy, capacidade incansável de tsukkomi ao replicar as baboseiras das colegas (principalmente as da Mao, lógico) e otakices, indo ao cúmulo de em dado momento "aconselhar" uma amiga em relação a amor que o melhor jeito de não se frustrar é voltar seu coração ao maravilhoso e fiel mundo 2D; e, por fim, é Wakaba com seus olhinhos arregalados por coisas simples como um takoyaki numa bandeja de plástico, a primeira ida a um parque aquático ou a oportunidade de folhear livremente - sem ter que ir numa loja toda nervosa e disfarçada! - uma revista para adolescentes no conforto da casa alheia, pequenas descobertas diárias com ótimas e sinceras companhias que lhes são tão importantes que a fazem até ficar toda tristonha durante as geralmente aguardadas férias escolares.
Engraçadinho, fofo, relaxante, tons tão fortes que mal consigo assistir isso com as luzes apagadas (minha visão já é uma lástima)... Chega, bem que gostaria de continuar enrolando e rasgando seda, mas falta material para isso e ainda tem um anime a ser discutido para fechar o post. Vamos agora comer, ou, para ser preciso, acompanhemos uma saudável mulher se alimentando com invejável satisfação!
Tudo da mesma fonte: "Hacka Doll", "Kagewani", "Miss Monochrome: The Animation 2" e "Wakaba*Girl" vieram todos do "Ultra Super Anime Time", bloco iniciado na temporada de verão passada que tem como objetivo exibir somente animações curtas. Com meia hora de duração por semana, nas suas duas primeiras edições foram exibidos 3 animes por vez, enquanto que na temporada atual de inverno ele está com duas séries fixas ("Sekkou Boys" e "Oshiete! Galko-chan") e outras três de 4 episódios cada que se revezarão entre os meses de janeiro e março ("Tabi Machi Late Show" em janeiro, "Kono Danshi, Mahou ga Oshigoto Desu." em fevereiro e "Kanojo to Kanojo no Neko: Everything Flows" em março). Já para a temporada de primavera teremos a segunda temporada de "Kagewani", "Shingeki no Bahamut: Manaria Friends" - que é baseado no mesmo jogo que originou "Shingeki no Bahamut: Genesis" - e "Uchuu Patrol Luluco", nova produção do estúdio Trigger.
Sinceramente, acho ótima a existência de tal bloco, que tem melhorado a reputação de animes curtos e atraído bons diretores e autores. A propósito, além dos quatro animes presentes na lista, os outros dois exibidos nesse programa em 2015 que ficaram de fora daqui foram a terceira temporada de "Miss Monochrome" e a também terceira de "Wooser no Sono Higurashi" - esse último já teve sua primeira animação mencionada no post "Dez animes curtos de 2012".
Wakako-zake
A história: Tendo como protagonista Murasaki Wakako, uma mulher de 26 anos que adora sair para comer e beber, principalmente quando algo dá errado em seu trabalho, o anime acompanha suas idas a diversos bares e restaurantes onde ela desfruta de diferentes combinações de pratos e bebidas.
Duração: 12 episódios de 2 minutos cada = 24 minutos.
Ou precisamente 18 minutos também igual a
"Komori-san wa Kotowarenai!", por conta da abertura de 30 segundos a
cada episódio - aliás, um substituiu o outro no mesmo horário e canal, que atualmente está com o fofo "Ooyasan wa Shishunki!" em exibição.
Adaptação de um mangá seinen de capítulos curtinhos que teve 5 volumes publicados
desde 2011, "Wakako-zake" narra as pequenas aventuras culinárias de
uma mulher solteira e dona de imensos olhos amendoados (alguns os acham assustadores, quanta maldade!) que trata o ato de comer
com grande prazer, especialmente quando se vê livre de mais um dia de trabalho
geralmente estressante. E, nossa, como é agradável e abre o apetite ver essa
moça se alimentando de forma tão alegre e desmedida!
Pegando emprestado a graciosa voz de Miyuki Sawashiro, vemos já no primeiro episódio Wakako em um
pequeno restaurante se deliciando com um salmão acompanhado de saquê gelado, dividindo metodicamente sua atenção entre a carne e a pele do peixe que tanto adora; nisso, dois rapazes entram no local e um deles
se interessa por Wakako, chegando inclusive a pedir o mesmo prato para poder
puxar conversa em seguida, mas, ah, que erro fatal ele cometeu ao pedir também
arroz de acompanhamento ao salmão! Nossa protagonista fica tão perplexa que
nem dá bola às primeiras palavras do coitado em sua direção e vai embora
rapidamente, recordando "amargos" acontecimentos semelhantes e
indagando a si mesma se é assim tão errado desfrutar-se de um salmão e sua pele
apenas tomando saquê, sem mais nada junto - sim, Wakako é um tanto exigente e
caprichosa quando se trata de comida, mas é de esperar um comportamento desses vindo de alguém que possui como hobby descobrir novos lugares para se
alimentar. Nos episódios seguintes Wakako prossegue com suas andanças que
atiçam nosso paladar e curiosidade: um prato de galinha frita com saquê, molho de soja e alho a
faz pensar como é "injusto" algo tão irresistível ser cruelmente
calórico, mas, oras, tal preocupação se esvai em segundos ao ter suculentos
pedaços recém fritos diante de si e um copo de cerveja em mãos, dupla perfeita
na sua visão; já uma refeição contendo cérebro de caranguejo (!) e saquê
quente, além de deixa-la bêbada em instantes (um aumenta o efeito alcoólico do
outro), lhe instiga a refletir quanto a grande quantidade de nutrientes
presente nesse alimento e como é possível aproveitar todas as partes de um animal, o que é
o mínimo a ser feito após tirar sua vida; e um generoso prato de cavala vem junto com o doce gostinho da nostalgia ao relembra-la
de seus (financeiramente) pobres dias de faculdade, onde ao sair com os amigos
sempre pediam isso por ser barato e ter muita carne, contudo o receio de lhe
acharem má educada a impedia de saborear o peixe da forma que gostaria e a fazia
perder justamente os melhores pedaços - porém hoje ela é adulta, tem dinheiro e
está sozinha (olhe os temíveis 30 anos batendo à porta, Wakako...), então é
hora de aproveitar uma cavala inteira de ponta a ponta no seu próprio ritmo e
sem competir com ninguém!
O cardápio é diversificado: vislumbramos um saudável goya champuru e a sensação que Wakako tem de estar em Okinawa enquanto o come (é um prato típico de lá); moluscos cozidos com um pouco de saquê intitulados como "presente dos oceanos que alivia a alma após um longo dia de trabalho" (palavras absortas dela própria depois de passar nervoso em uma reunião); e, como podem ver numa das imagens acima, tem-se em certo episódio uma variedade de yakitori (frango grelhado no espeto) para saciar a gula de Wakako e mostrar como ela é tão dedicada em seus rituais gastronômicos, visto que teve até a ideia de sair com uma roupa velha que fosse permitida impregnar-se com o cheiro de fumaça do pequeno restaurante ao qual visitaria. Sempre trazendo junto expressões e monólogos de pleno contentamento a cada trago e mordida, e constantemente soltando um suspiro de pura satisfação no início ou fim de suas refeições, Wakako evita ficar em segundo plano e transforma seu anime em mais do que um mero banquete de food porn tanto no visual, quanto nos discursos, visto que sua alegria obtida através de um ato tão costumeiro e vital é fácil e inesperadamente contagiante e caloroso.
Enfim, pegue um assento ao lado dessa jovem mulher e usufrua de suas pequenas pérolas de sabedoria culinária enquanto descobre novos sabores e sensações - apenas não cometa o deslize de pedir salmão com arroz, jamais, e nem se atreva a observar levianamente que ela ganhou alguns quilinhos (ôpa, falei demais!)
obrigado pelas dicas
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